Jesus Cristo: "O Deus Unigênito, que Está no Seio do Pai"

 

Texto de. E. J. Waggoner, que, ao lado de A. T. Jones, pregou a mensagem da justificação pela fé à IASD em 1888

Mas como devemos considerar a CRISTO? Tal como Ele próprio Se revelou ao mundo, segundo o testemunho que ofereceu a respeito de Si mesmo. Nesse maravilhoso discurso registrado no quinto capítulo de João, JESUS declarou: "Pois assim como o PAI ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer. E o PAI a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo o julgamento, a fim de que todos honrem o Filho, do mesmo modo por que honram o PAI. Quem não honra o Filho não honra o PAI que O enviou". Versos 21-23, de João 5.

A CRISTO é confiada a mais elevada prerrogativa, a de julgar. Ele deve receber a mesma honra que é devida a DEUS e em razão de ser DEUS. O discípulo amado oferece este testemunho: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com DEUS, e o Verbo era DEUS". João 1:1. Que esta Palavra divina não é outro senão JESUS CRISTO é demonstrado no verso 14: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como a do unigênito do PAI".

A Palavra estava "no princípio". A mente do homem não pode assimilar as eras abrangidas nesta frase. Não é dado aos homens saber quando ou como o Filho foi gerado; mas sabemos que Ele era a Palavra divina, não simplesmente antes de ter vindo à Terra para morrer, mas mesmo antes de ser criado o mundo. Pouco antes de Sua crucifixão Ele orou: "E agora, glorifica-Me, ó PAI, Contigo mesmo, com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo". João 17:5. E mais de setecentos anos antes de Seu primeiro advento, a Sua vinda foi assim predita pela palavra da inspiração: "E tu, Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti Me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade". Sabemos que CRISTO procedeu e veio do PAI (João 8:42), mas isso está tão recuado nas eras da eternidade a ponto de estar além do alcance da mente do homem.

É CRISTO DEUS?

Em muitos lugares da Bíblia CRISTO é chamado de DEUS. O salmista declara: "Fala o Poderoso, o SENHOR DEUS, e chama a terra desde o levante até ao poente. Desde Sião, excelência de formosura, resplandece DEUS. Vem o nosso DEUS, e não guarda silêncio; perante Ele arde um fogo devorador, ao Seu redor esbraveja grande tormenta. Intima os céus lá em cima, e a terra, para julgar o Seu povo. Congregai os Meus santos, os que Comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios. Os céus anunciam a Sua justiça, porque é o próprio DEUS que julga". Sal. 50:1-6.

Que esta passagem faz referência a CRISTO pode ser percebido (1) pelo fato já aprendido de que todo julgamento é atribuído ao Filho, e (2) pelo fato de que é por ocasião do segundo advento de CRISTO que Ele envia os Seus anjos para reunir os Seus eleitos dos quatro ventos. Mat. 24:31. "Vem o nosso DEUS, e não guarda silêncio". Não. Pois quando o próprio SENHOR desce do céu, será  "ouvida a voz de arcanjo, e ressoada a trombeta de DEUS". I Tess. 4:16. Essa voz será a do Filho de DEUS, a ser ouvida por todos que estão em suas sepulturas e que fará com que delas saiam. João 5:28,29. Em companhia dos justos vivos eles serão reunidos no ar para encontrar ao SENHOR, para estarem para sempre com Ele, e isso constituirá "a nossa reunião com Ele". 2 Tess. 2:1. Comparar com o Sal. 50:5; Mat. 24:31, e I Tess. 4:16.

"Perante Ele arde um fogo devorador, ao Seu redor esbraveja grande tormenta", pois quando o SENHOR JESUS for revelado do céu com os Seus poderosos anjos, será "Em chama de fogo, tomando vingança con­tra os que não conhecem a DEUS e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso SENHOR JESUS". 2 Tess. 1:8. Assim sabemos que o Sal. 50:1-6 é uma vívida descrição da segunda vinda de CRISTO para a salvação do Seu povo. Quando Ele vier, será como um "DEUS poderoso". Comparar com Habacuque 3.

Este é um de Seus títulos legais. Muito antes do primeiro advento de CRISTO, o profeta Isaías falou estas palavras de conforto para Israel: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, DEUS Forte, PAI da Eternidade, Príncipe da Paz". Isaías 9:6.

Estas não são simplesmente as palavras de Isaías; são palavras do ESPÍRITO de DEUS. Dirigindo-Se diretamente ao Seu Filho, DEUS o chamou pelo mesmo título. No Salmo 45:6 lemos estas palavras: "O Teu trono, ó DEUS, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do Teu reino". O leitor casual pode considerar isto simplesmente a atribuição de louvor do salmista a DEUS, mas quando nos volvemos ao Novo Testamento, descobrimos tratar-se muito mais do que isso. Descobrimos que DEUS, o PAI, é quem fala e que está Se dirigindo ao Filho, chamando-O de DEUS. Ver Heb. 1:1-8.

Esse nome não foi dado a CRISTO em conseqüência de alguma grande realização, mas é Seu por direito de herança. Falando do poder e grandeza de CRISTO, o autor de Hebreus declara que muito melhor do que os anjos, porque tornou-Se "superior aos anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles". Hebreus 1:4. Um filho sempre por direito leva o nome do pai; e CRISTO, como "Filho unigênito" tem por direito o mesmo nome. Um filho, também, é, em maior ou menor grau, a reprodução do pai; tem em alguma medida os aspectos e características pessoais de seu pai; não perfeitamente, porque não há reprodução perfeita entre os seres humanos. Mas não há imperfeição com DEUS, ou em qualquer de Suas obras, e assim CRISTO é a "expressa imagem" da pessoa do PAI. Heb. 1:3. Como Filho do DEUS que tem existência própria, Ele tem por natureza os atributos da Divindade.

É verdade que há muitos filhos de DEUS, mas CRISTO é o "Filho unigênito de DEUS" e, portanto, o Filho de DEUS num sentido em que nenhum outro ser jamais foi ou poderá ser. Os anjos são filhos de DEUS, como o foi Adão (Jó 38:7; Lucas 3:38), por criação; os cristãos são os filhos de DEUS por adoção (Rom. 8:14, 15), mas CRISTO é o Filho de DEUS por nascimento. O autor de Hebreus adicionalmente mostra que a posição do Filho de DEUS não é uma a que CRISTO haja sido elevado, mas sim uma a que tem por direito. Ele declara que Moisés foi fiel em toda a casa de DEUS, como um servo, "CRISTO, porém, como Filho, sobre a Sua casa" Heb. 3:6. E ele também declara que CRISTO é o Edificador da casa. Verso 3. É Ele quem constrói o templo do SENHOR e Se reveste de glória. Zacarias 6: 12, 13.

O próprio CRISTO ensinou do modo mais enfático que é DEUS. Quando o jovem chegou a Ele para perguntar: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" JESUS, antes de responder à pergunta direta, disse: "Por que Me chamas bom? Ninguém é bom senão um só, que é DEUS". Marcos 10:17, 18. O que quis JESUS dizer com tais palavras? Pretendeu negar a atribuição de ser bom, a Ele aplicada? Estaria dando a entender que não era absolutamente bom? Seria uma modesta depreciação de Si próprio? De modo algum, pois CRISTO era absolutamente bom.

Aos judeus, que continuamente estavam observando-O para detectarem alguma falha pela qual pudessem acusá-Lo, Ele ousadamente declarou: "Quem dentre vós Me convence de pecado?" João 8:46. Em toda a nação judaica homem algum poderia ser encontrado que tivesse jamais visto a Ele fazer algo, ou ouvi-Lo pronunciando uma palavra que tivesse a mínima semelhança com o mal, e aqueles que estavam determinados a condená-Lo só poderiam fazê-lo mediante falsas testemunhas contra Ele levantadas.

Pedro declara que Ele "não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em Sua boca". I Pedro 2:22. Paulo diz que Ele "não conheceu pecado". 2 Cor. 5:21. O salmista comenta: "Ele é a minha rocha, e Nele não há injustiça". Salmo 92:15. E João fala: "Sabeis também que Ele Se manifestou para tirar os pecados, e Nele não existe pecado". I João 3:5. CRISTO não pode negar-Se a Si mesmo, portanto não poderia dizer que não era bom. Ele é e foi absolutamente bom, a perfeição da bondade. E sendo que não há nenhum bom, senão DEUS, e CRISTO é bom, segue-se que CRISTO é DEUS e que é isso que Ele pretendeu ensinar ao jovem.

Foi isso que Ele ensinou a Seus discípulos. Quando Filipe pediu a JESUS: "Mostra-nos o PAI, e isso nos basta", JESUS declarou-lhe: "Há tanto tempo estou convosco, e não Me tens conhecido? Quem Me vê a Mim, vê o PAI; como dizes tu: Mostra-nos o PAI?" João 14:8, 9. Isto é tão enfático quanto Sua declaração: "Eu e o PAI somos um". João 10:30. Tão verdadeiramente CRISTO foi DEUS, mesmo quando aqui entre os homens, que quando solicitado a revelar o PAI pôde dizer: Contemple-Me. E isso traz à mente a declaração de que quando o PAI trouxe ao mundo o Unigênito, declarou: "E todos os anjos de DEUS O adorem". Não foi simplesmente quando CRISTO estava compartilhando a glória do PAI perante o mundo que mereceria a homenagem, mas quando veio como um bebê a Belém, mesmo então todos os anjos de DEUS receberam ordem de adorá-Lo.

Os judeus não entenderam mal os ensinos de CRISTO concernentes a Si próprio. Quando Ele declarou que era um com o PAI, os judeus tomaram pedras para apedrejá-Lo, e quando lhes perguntou por qual de Suas obras eles buscavam apedrejá-Lo, responderam-Lhe: "Não é por obra boa que Te apedrejamos, e, sim, por causa da blasfêmia, pois sendo Tu homem, Te fazes DEUS a Ti mesmo". João 10:33. Se Ele tivesse sido o que consideravam que fosse, um mero homem, as palavras Dele teriam realmente constituído uma blasfêmia, mas Ele era DEUS.

O objeto de CRISTO ao vir à Terra foi revelar DEUS aos homens a fim de que pudessem vir a Ele. Desse modo o apóstolo Paulo afirma que "DEUS estava em CRISTO, reconciliando Consigo o mundo" (2 Cor. 5:19), e em João lemos que a Palavra, que era DEUS, foi tornada "carne". João 1:1, 14. No mesmo contexto é declarado: "Ninguém jamais viu a DEUS; o DEUS unigênito, que está no seio do PAI, é quem O revelou". João 1:18.

Note a expressão: "o DEUS unigênito que está no seio do PAI". Ali tem Ele a Sua morada, e ali Se acha como parte da Divindade, tão certamente enquanto na Terra, também assim no céu. O uso do tempo presente subentende existência contínua. Apresenta-se a mesma idéia na declaração de JESUS aos judeus (João 8:58): "Antes que Abraão existisse, Eu sou". E isso novamente revela Sua identidade como Aquele que apareceu a Moisés na sarça ardente, tendo declarado o Seu nome como "EU SOU O QUE SOU".

Finalmente, temos as palavras inspiradas do apóstolo Paulo concernentes a JESUS CRISTO, de que "aprouve a DEUS que Nele residisse toda a plenitude". Col. 1:19. O que esta plenitude que habita em CRISTO significa, aprendemos do capítulo seguinte, onde nos é dito que "Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade". Colos. 2:9. Este é um testemunho absoluto e inequívoco ao fato de que CRISTO possui por natureza todos os atributos da divindade. O fato da divindade de CRISTO também aparecerá muito distintamente ao prosseguirmos na consideração de CRISTO como Criador. -- Do livro Cristo e Sua Justiça, impresso em 1890. Fonte: http://www.adventistas.info/livros/cristo_e_sua_justica02.htm.

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