Reflexão: Blaise Pascal e a Aposta de Alejandro Bullón
Blaise Pascal (1623-1662) foi um matemático e físico. Também foi inventor da primeira calculadora digital e escritor. Mas vou lidar com um lado menos conhecido dele. O lado de teólogo. Pascal era um católico romano, do movimento dos jansenitas, que era um movimento de oposição ao dos jesuítas na França. Até aí, você pode me perguntar, tudo bem, mas o que tem a ver Pascal com Bullón? Preste atenção nesta proposição feita em um dos programas em que Alejandro Bullón foi o orador:
A princípio, na primeira vez que vi este argumento, senti um misto de um sentimento estranho. Por um lado, sem dúvida é um excelente argumento lógico. Por via das dúvidas, creia em Deus. Não custa muito. Ponto para a eloqüência do Bullón. Por outro lado, parecia-me banalizar o ato de crer em Deus, aliás, da fé nEle. Muito bem, o fato é que o tempo foi passando. Recentemente ao ver um programa na TV por assinatura, fiquei estupefato ao ver que até aquele argumento não era de autoria de Alejandro Bullón. Veja esta análise da vida de Pascal:
Você percebe a semelhança? A prática religiosa não passa mais por cima da fé, da crença real, se não de uma aposta! Aposta essa onde não está implícito que você se entregue de coração. Por fim, uma análise da vida de Pascal nos faz pensar:
No meio de tudo isto, fica a pergunta: Até que ponto vale a pena ser cristão pela possibilidade ou não de estar certo? "Sem fé, é impossível agradar a Deus." Mais ainda, fica ecoando uma frase que não tenho certeza se foi de Ruy Barbosa, que dizia que se o malandro soubesse as vantagens de ser honesto, ele o seria só por malandragem... Que vida cristã teremos se seguirmos a Cristo somente pela recompensa? Não quero aqui julgar as razões ou a vida do Pr. Bullón, mesmo porque não o conheço pessoalmente. Muita gente se sente inspirada e até tomou a decisão de se batizar pelo impacto de seus sermões e livros. Mas não devemos esquecer que se "conhecer Jesus é tudo", Jesus deve ser a razão de nossa caminhada na vida cristã. Por meio dEle vemos o amor do Pai. Não devemos, desta forma, basear nossa decisão em medo ou justamente por probabilidades ou raciocínio teórico. -- Adalberto Lorga Filho |
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