Ex-Obreira Exige Milhões de Indenização da Obra

Igreja enfrenta pedido de indenização de 5 milhões de libras por racismo

Por Robert Verkaik, correspondente da área de Direito, do jornal Independent

24 de Abril de 2002

Uma mulher que sofreu discriminação racial e de gênero enquanto trabalhava para a Igreja Adventista do Sétimo Dia exigiu ontem uma indenização recorde de 5 milhões de libras, alegando ter sido tratada como "leprosa" e descartada por tornar o caso público.

Valerie Eccles (foto), que integrava o corpo oficial de "obreiros" da Igreja, contou ao tribunal trabalhista que a situação se agravou depois que ela tornou públicas suas queixas de racismo. Ontem, ela descreveu ao tribunal de Watford como suas "lembranças" de como era tratada por administradores brancos da Divisão Trans-Européia da Igreja Adventista a levaram a pensamentos de suicídio, depressão e privação do sono.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem maioria negra de membros e é a segunda igreja cristã mais rica, abaixo da igreja católica, com recursos globais de dez bilhões de dólares (7 bilhões de libras).

No começo deste mês, um tribunal trabalhista considerou a igreja culpada de discriminação sexual e de gênero contra Valerie Eccles. O presidente do ramo europeu da igreja, Dr. Bertil Wiklander, foi acusado no tribunal de haver feito da vida dela "um inferno vivo" e de ter "feito de tudo, sem misericórdia, para destruí-la". Eccles foi finalmente demitida sob alegações não provadas de "conduta agressiva" no ano passado.

O tribunal disse que a igreja criou-lhe propositadamente um "ambiente hostil" em uma campanha contínua para desestimulá-la. "O presidente da Divisão, Dr. Wiklander, fez questão de que ela soubesse que estava sendo demitida em represália por haver reclamado de discriminação racial." O tribunal comparou partes da Divisão Trans-Européia a uma "intituição despótica".

Demitida do emprego e excluída do registro de membros da igreja, Valerie Eccles havia sido inicialmente criticada por "ser uma negra que usava muita roupa" e que era "exageradamente franca" em suas opiniões. "Depois que me queixei, a igreja tratou-me como uma leprosa e me enxotou. Fiquei horrorizada ao descobrir quão racista e vingativa era minha igreja por dentro."

O advogado de Valerie, Lawrence Davies, disse que "por causa da gravidade da discriminação, exigimos que o caso seja avaliado segundo o montante de recursos que passam pela Divisão Trans-Européia". E acrescentou: "A Igreja Adventista do Sétimo-Dia parece acreditar que se você enfrenta a instituição, você está indo contra Deus. Sendo assim, isto implica que essa liderança branca que age equivocadamente imagina-se como o próprio Deus!"

Fonte: http://news.independent.co.uk/uk/legal/story.jsp?story=288295

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