Opinião de um Reformista: Quem São Realmente os 144 Mil?

 

Este é um assunto polêmico. Polêmico não pelo tema em si mas, particularmente, pela interpretação que a igreja ministrou. Dizem-nos em termos resumidos que os 144 mil são os salvos que morreram desde 22 de Outubro de 1844 e os que estão vivos quando Cristo voltar à Terra… Mas será realmente esta "teoria" correcta? Tem lógica? Podemos suste-la com base bíblica? Nas próximas linhas você poderá constatar que a "teoria" reformista dos 144 mil não tem qualquer lógica ou fundamento bíblico.

Desafiamos você, com cortesia e espírito de contrição, para que veja por si mesmo, compare cada passagem, cada trecho, cada linha e conheça a verdade sobre Quem são realmente os 144 mil… É importante que você conheça "o que está escrito" para saber como difere "do que é ensinado"…

 

Análise do ponto de vista da Lógica

Analisando este assunto pela lógica e bom senso, permite interrogar-nos sobre as razões desta idéia e pormos o nosso raciocínio em funcionamento; contudo não nos permite fundamentar a nossa conclusão. Isso pode ser fundamentado pela Bíblia ou Espírito de Profecia, analisado mais abaixo. Mas, raciocinemos um pouco:

1. Imagine duas pessoas com 60 anos, pertencentes à mesma igreja em Portland, Maine, Estados Unidos. Estamos em 21 de Outubro de 1844. Essas duas pessoas são fiéis praticantes da mensagem do advento. Esperam fervorosamente, como mais de 50 mil almas nos Estados Unidos, a volta de Cristo, que ocorrerá a 22 de Outubro de 1844. Uma dessas pessoas morre durante o dia 21. A idade e o cansaço da vida não lhe permitiu chegar ao tão esperado 22 de Outubro de 1844. Estamos agora a 23 de Outubro de 1844. Cristo afinal não veio. A segunda pessoa morre nesta noite. É importante frisar que ambas as pessoas eram fiéis. Morreram ambas, uma num dia, outra dois dias depois. Se tiveram o mesmo conhecimento, se foram fiéis nas suas obrigações, porquê uma pertence à Grande Multidão e outra aos 144 mil? Será que o facto de uma ter morrido no dia 21 e outra no dia 23 as torna diferentes para pertencerem a grupos de salvos distintos? Qual a lógica disto?

2. Agora imagine outra situação. Uma pessoa morre em 28 de Maio de 1949. Foi fiel até à morte e será salva. Passou por um tempo crítico na História deste Mundo: a II Guerra Mundial. Passou fome, sede, foi perseguida e por pouco não foi morta por uma bomba. Agora uma outra pessoa, num futuro não muito distante, levou 1 ano a fugir de tudo e todos. Perseguida porque um decreto Mundial impõe a guarda do domingo, obrigando o trabalho no sábado. Passa por um tempo de extrema angustia, pois sente-se culpada diante de Deus, não sabendo se todos os seus pecados foram perdoados. Não chega a ver a morte porque Cristo vem antes… Se o salário do pecado é a morte, qual é a diferença entre aqueles que morrem e são salvos e aqueles que não morrem e são salvos? Porquê devem pertencer ao mesmo grupo de salvos se uma morreu e outra passou por um tempo de angustia qual nunca houve desde que há nação na Terra e não morreu? Porquê Enoque e Elias não pertencem à grande multidão? Qual a lógica disto?

3. Atualmente o povo Reformista tem cerca de 30 mil membros. E é fácil advogar esta teoria perante tão reduzido número de membros. (Muita gente diz: "Somos 30 mil membros. Ainda faltam 114 mil para os 144 mil) Imaginemos que num dia futuro chegamos aos 500 mil membros. Como justificar que 356 mil membros simplesmente não vão ser salvos? Serás tu ou serei eu? Qual a lógica disto?

4. É-nos relatado em Apocalipse que João viu "grande multidão que ninguém pode contar" e um pequeno grupo de 144 mil. Sabendo que a história deste mundo tem 6 mil anos, porque em 5850 anos se salva uma "grande multidão" e em 150 anos se salvam apenas 144 mil? Qual a lógica disto?

5. Sabemos também que os 144 mil guardaram o sábado e praticaram a mensagem do terceiro anjo. Mas como justificar isto se o sábado só foi implementado pelo povo adventista pouco antes de 1850? Será que haverá uns 144 mil que não guardaram o sábado e outros que guardaram? Se os 144 mil são os selados desde 22 de Outubro de 1844, onde estão os "selados" que não guardaram o sábado nesses 5 anos que se seguiram a 1844? Qual a lógica disto?

 

Análise do ponto de vista da Bíblia

A Bíblia como um compêndio Sagrado e Inspirado, é explicita na declaração de quem são os 144 mil. O leitor, pela simples análise dos versículos que falam dos 144 mil chega a várias unânimes conclusões:

1. "Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel" Apocalipse 7:4 (leia todo o capítulo para compreender o contexto) Aqui é expresso em termos claros que os 144 mil são literais, ou seja, a expressão "cento e quarenta e quatro mil" não representa um indefinido número de pessoas, mas sim um concreto e literal número de pessoas. Fica assim fundamentada a teoria da literalidade dos 144 mil: São efectivamente 144 mil pessoas que são seladas, de acordo com Apocalipse 7, que formam os "cento e quarenta e quatro mil", 12 mil de cada tribo ou caracteres/personalidades (versículos seguintes).

2. "Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo." Apocalipse 7:13-15 Aqui é expressa a origem dos 144 mil e o que fazem. Diz-nos que são "os que vieram da grande tribulação". O termo "grande tribulação" indica-nos que passaram por problemas e tribulações diferentes dos restantes salvos (a grande multidão). "Razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário". Pelo facto de terem passado por um tempo de "grande tribulação", são achados a servir a Deus diante do Seu trono. Existem assim uma multidão incontável de salvos e, a exemplo do que ocorreu com a tribo de Levi, um pequeno número está encarregue de servir a Deus "no seu santuário".

3. "Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula." Apocalipse 14:1-5. Aqui João expressa onde, em visão, encontrou os 144 mil: junto ao Cordeiro em pé no monte Sião. De seguida lemos que eles entoavam um cântico novo que "ninguém pôde aprender" senão os 144 mil. Aqui vemos que entre toda a multidão incontável de salvos, um pequeno grupo tem uma atenção especial por duas razões particulares: estão em pé junto ao Cordeiro e cantam um cântico novo que só eles conhecem. Mais ainda diz que estes que cantavam o cântico novo, "foram comprados da terra". O termo "comprados da terra" marca alguma diferença. É claro que eles foram comprados da terra, ou seja dos vivos, não do pó da terra, dos mortos. "São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá." Indica-nos aqui que este pequeno grupo segue a Cristo por onde quer que vá, como uma espécie de trofeu especial pelo trabalho redentor que Cristo fez pela humanidade.

"São os que foram redimidos dentre os homens". Aqui novamente, podemos verificar uma parecença entre o termo anteriormente usado por João: "comprados da terra"; aqui é enfatizado que foram comprados/redimidos dentre os homens vivos. "Primícias para Deus e para o Cordeiro". Conhecedores do significado da palavra "primícias" (primeiro de algo) e sabendo que "os últimos serão os primeiros, e os primeiros os últimos", podemos constatar que os 144 mil serão como o primeiro fruto de uma colheita, especiais, particulares… Serão o primeiro grupo de salvos vivos redimidos dentre os homens.

4. "Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus; e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!" Apocalipse 15:2-3 Este é um dos versículos chave para a compreensão de quem e quais são os 144 mil. Não nos fala aqui de pessoas, mas sim de características de pessoas, ou seja, especifica-nos quem são realmente os 144 mil: são "os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome".

Sabemos que a imagem da besta ainda não está formada, pois que para ser imagem da besta é necessário falar como a besta, proceder como ela e principalmente impor o "número do seu nome" ou sinal: a guarda do domingo. Sabendo que os 144 mil vistos por João venceram a besta, a sua imagem e o número do seu nome, concluímos positivamente que para pertencer aos 144 mil é necessário vencer a besta, a sua imagem e o número do seu nome. Concluímos assim que todos os nossos amados irmãos que morreram na fé e que serão salvos até esta data (Novembro de 2001) não pertencem aos 144 mil mas sim à grande multidão, um grupo incontável de salvos.

Pela análise dos versículos anteriores podemos constatar e fundamentar o seguinte:

A. Os 144 mil são um número literal de pessoas salvas

B. Os 144 mil passaram na história da sua vida, por um tempo de grande angústia, qual nunca houve desde que há nação sobre a terra. Esse tempo ocorrerá no fim da história deste Mundo, quando o Espírito de Deus se afastar e terminar o tempo de Graça e Salvação para este Mundo.

C. Os 144 mil são pessoas que tal como o patriarca Enoque não viram a morte. Foram trasladados sem ver a morte. Comprados dentre os homens.

D. Os 144 mil são os salvos que venceram a besta, a sua imagem e o número do seu nome, mais propriamente, num tempo de imposição da guarda do domingo, estes poucos conseguem subsistir a um tempo de grande angústia, guardando o Sábado.

 

Análise do ponto de vista de Ellen G. White

Ellen G. White é proclamada por todo o povo Adventista como a serva do Senhor, um profeta. Efectivamente ela sabia exatamente quem eram os 144 mil. Em alguns dos seus escritos, podemos constatar isto:

1. "Deus queria ser honrado fazendo um concerto com aqueles que haviam guardado Sua lei, à vista dos gentios em redor deles; e Jesus queria ser honrado, trasladando, sem que vissem a morte, os fiéis e expectantes, que durante tanto tempo O haviam esperado." Primeiros Escritos, 283.

2. "O Monte Sião estava exatamente diante de nós, e sobre o monte um belo templo, em cujo redor havia sete outras montanhas, sobre as quais cresciam rosas e lírios. E vi as crianças subirem, ou, se o preferiam, fazer uso de suas pequenas asas e voar ao cimo das montanhas e apanhar flores que nunca murcharão. Para embelezar o lugar, havia em redor do templo todas as espécies de árvores; o buxo, o pinheiro, o cipreste, a oliveira, a murta, a romãzeira e a figueira, curvada ao peso de seus figos maduros, embelezavam aquele local. E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: "Somente os 144.000 entram neste lugar", e nós exclamamos: "Aleluia"!

Esse templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transparente, engastadas de pérolas belíssimas. As maravilhosas coisas que ali vi, não as posso descrever. Oh! se me fosse dado falar a língua de Canaã, poderia então contar um pouco das glórias do mundo melhor. Vi lá mesas de pedra, em que estavam gravados com letras de ouro os nomes dos 144.000. Depois de contemplar a beleza do templo, saímos, e Jesus nos deixou e foi à cidade. Logo Lhe ouvimos de novo a delicada voz, dizendo: "Vinde, povo Meu; viestes da grande tribulação, e fizestes Minha vontade; sofrestes por Mim; vinde à ceia, pois Eu Me cingirei e vos servirei."" Primeiros Escritos, 19.

3. "Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou: "Despertai e exultai, vós que habitais no pó." Isa. 26:19. Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram revestidos de imortalidade. Os 144.000 clamaram "Aleluia!", quando reconheceram os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e no mesmo instante fomos transformados e arrebatados juntamente com eles para encontrar o Senhor nos ares." Vida e Ensinos, 59

4. "No mar cristalino diante do trono, naquele mar como que de vidro misturado com fogo - tão resplendente é ele pela glória de Deus - está reunida a multidão dos que "saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome". Apoc. 15:2. Com o Cordeiro, sobre o Monte Sião, "tendo harpas de Deus", estão os cento e quarenta e quatro mil que foram remidos dentre os homens; e ouve-se, como o som de muitas águas, e de grande trovão, "uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas". E cantavam um "cântico novo diante do trono - cântico que ninguém podia aprender senão os cento e quarenta e quatro mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro - hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência - e nunca ninguém teve experiência semelhante. "Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai." "Estes, tendo sido trasladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro." Apoc. 14:1-5; 15:3.

"Estes são os que vieram de grande tribulação" (Apoc. 7:14); passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó; permaneceram sem intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres, pois "lavaram os seus vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro". "Na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis" diante de Deus. "Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra." Apoc. 7:15. Viram a Terra devastada pela fome e pestilência, o Sol com poder para abrasar os homens com grandes calores, e eles próprios suportaram o sofrimento, a fome e a sede. Mas "nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem Sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima". Apoc. 7:16 e 17." O Grande Conflito, 648.

5. "Vi que os quatro anjos segurariam os quatro ventos até que a obra de Jesus estivesse terminada no santuário, e então viriam as sete últimas pragas. Estas pragas enfureceram os ímpios contra os justos, pois pensavam que nós havíamos trazido os juízos divinos sobre eles, e que se pudessem livrar a Terra de nós, as pragas cessariam. Saiu um decreto para se matarem os santos, o que fez com que estes clamassem dia e noite por livramento. Este foi o tempo da angústia de Jacó. Então todos os santos clamaram com angústia de espírito, e alcançaram livramento pela voz de Deus. Os cento e quarenta e quatro mil triunfaram. Sua face se iluminou com a glória de Deus." Primeiros Escritos, 36.

6. "'E naquele tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, que Se levanta pelos filhos de Teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o Teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.' Dan. 12:1. Quando vier este tempo de angústia, todo caso estará decidido; não mais haverá graça, nem misericórdia para o impenitente. O selo do Deus vivo estará sobre o Seu povo. Estes poucos remanescentes, incapazes de se defenderem no conflito mortal com os poderes da Terra, arregimentados pelas forças do dragão, fazem de Deus a sua defesa. Pela mais elevada autoridade terrestre foi feito o decreto para que, sob pena de perseguição e morte, adorem a besta e recebam seu sinal." Testemunhos Seletos, 67.

Analisando estes textos verificamos que colaboram com o relatado na Bíblia, trazendo assim maior compreensão sobre Quem são realmente os 144 mil…

 

Análise do ponto de vista de Uriah Smith

Uriah (Urias) Smith foi um dos pioneiros do adventismo, um homem de valor e honestidade. Por motivos vários, principalmente por não ter aceite em 1888 a mensagem da Justificação pela Fé (era o presidente da conferência geral), muitos não o consideram plenamente inspirado, não aceitando assim como proféticos os seus livros, ou partes dos seus livros. Para aqueles que assim pensam, recomendamos que passem por cima deste capítulo ou que "analisem tudo e retenham o bem". Cremos que nos dois capítulos anteriores já apresentámos provas concretas de quem são os 144 mil, contudo e apesar de regularmente os nossos órgãos oficiais de divulgação da mensagem conterem alusões a livros ou trechos de parágrafos de Uriah Smith, decidimos incluir, também, a sua opinião sobre este assunto:

1. "É uma característica agradável da palavra profética que o povo de Deus nunca é levado a posições de prova e dificuldade e aí abandonado. Levando-os a cenas de perigo, a voz da profecia não cessa aí, deixando-os a aguardar o seu destino, em dúvida, talvez em desespero, quanto ao resultado final, mas leva-os até ao fim, e mostra-lhes a saída em cada conflito. Os primeiros cinco versículos de Apocalipse 14 são um exemplo disto. O capítulo treze terminou apresentando o povo de Deus, um grupo pequeno e aparentemente fraco e indefeso, em conflito moral com os mais fortes poderes da Terra, que o dragão consegue alistar para o seu serviço. Um decreto é publicado, pelo poder supremo do país, mandando que adorem a besta e recebam o seu sinal, sob pena de morte se recusarem cumpri-lo. Que pode o povo de Deus fazer em tal conflito e em tal extremidade? Que será feito dele? Olhemos com o apóstolo para a cena que se segue no programa, e que vemos? O mesmo grupo no monte Sião com o Cordeiro - um grupo vitorioso, tocando em harmoniosas harpas o seu triunfo na corte do Céu. É-nos assim assegurado que, quando chegar o tempo do nosso conflito com o poder das trevas, a libertação não só é certa, mas imediata.

Cremos que os 144.000 vistos aqui sobre o monte Sião são os santos que nos acabaram de ser apresentados como objetos da ira da besta e de sua imagem.

1º São idênticos aos assinalados em Apocalipse 7, que já mostramos serem os justos vivos por altura da segunda vinda de Cristo.

2º São os vencedores do sexto período, ou seja, do período filadélfico da igreja. (Ver Apocalipse 3:11-12).

3º "Dentre os homens foram comprados" (versículo 4), expressão que só pode ser aplicável aos que são trasladados dentre os vivos. Paulo trabalhava, para ver se de alguma maneira podia chegar a ressurreição dos mortos. Filipenses 3:11. Esta é a esperança dos que dormem em Jesus - uma ressurreição dos mortos. Uma redenção dentre os homens, dentre os vivos, deve significar uma coisa diferente, e só pode significar uma coisa - a trasladação. Por isso os 144.000 são os santos vivos, que serão trasladados por altura da segunda vinda de Cristo. (Ver nota a propósito do versículo 13)

Em que Monte Sião viu João este grupo? No Monte Sião celeste, porque a voz dos harpistas, sem dúvida proferida por estes mesmos, é ouvida do céu. O mesmo Sião onde o Senhor fala ao Seu povo em íntima relação com a vinda do Filho do homem. Joel 3:16; Hebreus 12:26-28; Apocalipse 16:17. Uma justa consideração do fato de que há um Monte Sião no Céu e uma Jerusalém celeste, seria um antídoto poderoso para a falsa doutrina de um segundo tempo de graça e um milênio de paz na Terra."

Mas alguns pormenores acerca dos 144.000, além dos que foram apresentados no capítulo sete, merecem atenção nestas breves notas.

1º - Eles têm o nome do Pai nas suas testas. No capítulo sete diz-se que têm o selo de Deus nas suas testas. É-nos assim fornecida uma chave importante para a compreensão do selo de Deus, porque imediatamente percebemos que o Pai considera o Seu nome como o Seu selo. O mandamento da lei que contém o nome de Deus é, portanto, o selo da lei. O mandamento do Sábado é o único que contém o título descritivo que distingue o verdadeiro Deus de todos os deuses falsos. Onde quer que Ele estivesse, dizia-se estar aí o nome do Pai (Deuteronômio 12:5, 14, 18, 21; 14:23; 16:2, 6, etc.). Todo aquele que guarda este mandamento tem, por conseguinte, o selo do Deus vivo.

2º - Eles cantam um novo cântico que ninguém mais pode aprender. No capítulo 15:3, ele é chamado o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro. O cântico de Moisés, como podemos ver em Êxodo 15, foi o cântico da sua experiência e libertação. Portanto, o cântico dos 144.000 é o cântico da sua libertação. Ninguém mais o pode cantar, porque nenhum outro grupo terá tido experiência semelhante à sua.

3º - Não estão contaminados com mulheres. Na Bíblia, uma mulher é o símbolo de uma igreja. Uma mulher virtuosa representa uma igreja pura. Uma mulher corrupta, uma igreja apóstata. É, pois, uma característica deste grupo, que no tempo da sua libertação não estão contaminados, ou não estão relacionados com as igrejas corrompidas da Terra. Não devemos compreender, porém, que nunca tiveram nenhuma relação com essas igrejas, porque foi apenas por algum tempo que se contaminaram com elas. No capítulo 18:4, vemos um apelo, e abandonando a sua relação, escapam à contaminação dos seus pecados. Assim se passa com os 144.000. Ainda que alguns deles possam ter tido alguma vez relação com igrejas corruptas, abandonam essa relação quando se tornaria pecado mantê-la por mais tempo.

4º - Seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Compreendemos que se diz isto deles no seu estado remido. São os companheiros especiais do seu Senhor glorificado no reino. O capítulo 7:17, falando do mesmo grupo e no mesmo tempo, diz: "Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida."

5º - São "primícias" para Deus e para o Cordeiro. Este termo é aplicado a diferentes seres representando condições especiais. Cristo é as primícias como antítipo do ondulante molho. Os que primeiro receberam o evangelho são chamados por Tiago (capitulo 1:18) primícias. Da mesma sorte os 144.000, colhidos para o celeiro celeste aqui na Terra durante as perturbadas cenas do últimos dias, trasladados para o céu sem ver a morte, e ocupando uma posição preeminente, são, neste sentido, aliás com muita razão, chamados primícias para Deus e para o Cordeiro. Com esta descrição dos 144.000 triunfantes, a série profética que começou com o capítulo doze chega a seu termo." As Profecias do Apocalipse, capitulo 14 versos 1 a 5.

2. "É certamente muito apropriado que alguns dos que se distinguiram por sua santidade, que trabalharam e sofreram pela esperança que tinham na vinda do seu Salvador, mas morreram sem O haver visto, ressuscitem um pouco antes, para testemunharem as cenas que acompanham Seu glorioso aparecimento; como igualmente saiu um bom número do sepulcro para contemplar Sua gloriosa ressurreição e escoltá-lO (Mat. 27:52, 53) em triunfo até a destra do trono da Majestade nos céus (Éf. 4:8)." As Profecias de Daniel, 12:2.

Acreditamos, na sequência da leitura da Bíblia e do Espírito de Profecia da irmã Ellen White, que o que está escrito por Uriah Smith acerca deste assunto está correcto. Assim Uriah Smith deu um contributo importante para esclarecer este assunto, explicando porque os crentes da Terceira Mensagem Angélica ressuscitam um pouco antes, juntando-se aos vivos 144 mil. (ressuscitando mais tarde toda a grande multidão de salvos)

 

Conclusão

Os 144 mil são um grupo real, constituído por 144 mil indivíduos humanos. Enoque e Elias representam os 144 mil sendo que como eles, os 144 mil não verão a morte. Uma das condições para um indivíduo pertencer aos 144 mil é o conhecimento e prática da Terceira Mensagem Angélica. Outra das condições é passar uma experiência pelo tempo da angústia de Jacó no final da história deste mundo e obter a libertação (7ª praga, grande terremoto, vinda de Cristo). Os 144 mil serão selados, justamente antes de se fechar a porta da Graça e começarem a cair as pragas

No início da 7ª praga (um grande terremoto que assinala a vinda de Cristo, uma semana) os fiéis que morreram na mensagem do terceiro anjo, ressuscitarão para contemplar a Sua Vinda em Glória a este Mundo e se juntarem aos 144 mil vivos.

A irmã Ellen White e todos aqueles fiéis perante Deus que tenham morrido na Mensagem do Terceiro Anjo, depois de 1844 não pertencem aos 144 mil, só os vivos pertencem. Todos os fiéis desde 1844 (e antes) que tenham morrido pertencem à Grande Multidão. Só os que nunca tenham visto a morte (os vivos) por altura da vinda de Cristo pertencem aos 144 mil (é a experiência e a libertação que definem os 144 mil e não datas e anos).

A vida é uma oportunidade que nos é dada para compreendermos a profundidade do amor de Deus e aceitarmos o sacrifício redentor de Cristo. Essa oportunidade expira quando morremos. Os fiéis que ressuscitam pouco antes de Cristo chegar a esta Terra (uma semana antes) não passam por nenhum tempo de angustia como nunca houve, mas sim por um tempo de expectativa pela eminente volta de Cristo.

Os 144 mil são as primícias de Deus, a prova a todo o Universo que, mesmo sem mediador, na mais adversa situação, numa geração no limite da degradação e depravação humanas, é possível ao ser humano permanecer perfeito em Cristo, perante Deus. Por isso os 144 mil "seguem o Cordeiro por onde quer que vai", para que os 144 mil contem essa experiência, cara-a-cara, aos justos de todos os mundos não caídos.

 

Quem são realmente os 144 mil?

Seria evidentemente muito mais difícil responder a esta pergunta antes da compreensão dos cinco tópicos que analisamos anteriormente. Após a leitura da Bíblia, do Espírito de Profecia e dos volumes de Uriah Smith, unanimemente, podemos concluir que os 144 mil são pessoas que nunca viram a morte. A Bíblia declara que o salário do pecado é a morte. Que diferença pode haver no céu entre os salvos que morreram, ou seja, pagaram pelo salário do pecado, e os salvos que não morreram, ou seja, não pagaram pelo salário do pecado?

A única diferença credível, lógica, racional e fundamentada é que os que não pagaram pelo salário do pecado e passaram por um tempo de grande angústia, sem mediador no céu (a primeira vez que aconteceu desde que há pecado neste Mundo), são os 144 mil.

A igreja da Reforma é uma igreja pequena. Temos menos de 30 mil membros em todo o Mundo. Mas temos uma grande Verdade. Precisamos proclamar essa verdade sem mais delongas… Mas também sem falsas e infundadas interpretações da Bíblia e de seus ensinos. A teoria atual da Reforma sobre os 144 mil oculta o verdadeiro significado sobre a sua identidade. Conhecer verdadeiramente quem são os 144 mil permite-nos compreender a profundidade da sua relação com Cristo na Nova Jerusalém e a sua importância perante o Universo; permite-nos verificar tudo o que nos falta para que possamos ser salvos e permite-nos  fazer um esforço real para que Cristo habite em nós hoje...

É o nosso desejo que, após ler estas páginas você possa ter a certeza sobre quem são os 144 mil. Não pretendemos confundir, apenas mostrar a verdadeira profundidade sobre este assunto, e pensamos tê-lo feito desta forma, por este meio. Aceitamos a sua crítica ou apoio. Compreendemos que você foi ensinado sobre este assunto e considera esse ensinamento correto. Mas todo o mundo comete erros. Tal como lhe foi ensinada a teoria dos 144 mil pode estar errada. Analise. Leia. Ore. Chegue você mesmo a uma conclusão pela Bíblia e pelo Espírito de Profecia. Fale com os seus irmãos sobre o assunto. Analisem em grupo. Aprofundem o assunto. "Batei e abrir-se-vos-á"...

Estamos preparados para pertencer aos 144 mil?

Fonte: http://www.adventista-aconselho.com/reforma%20-%20144000.htm

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