Organização Discute Registrar Queixa na Polícia Contra Tesoureiros Suspeitos de Roubo


América do Norte: Fraudes internas provocam revisão dos procedimentos de auditoria

Para Karnik Doukmetzian, vice presidente da "Adventist Risk Management Inc." a igreja precisa dar queixa às autoridades daqueles que cometem fraudes nas igrejas. Segundo ele, para os que cometeram fraudes, "não é suficiente fazer um acerto para a devolução do que foi desviado e, então, dizer "desculpe-me".

13 de maio de 2003 - Silver Spring, Maryland, United States [Ansel Oliver/ANN] - Os casos freqüentes de furto nas igrejas, ou de apropriação indébita de dinheiro, estão fazendo com que os líderes da IASD da América do Norte dêem maior atenção ao modo como lidam com a auditoria das igrejas locais.

Uma igreja no oeste do Estados Unidos recentemente envolvida num caso como esse está calculando suas perdas, estimadas numa faixa entre 170 mil dólares (500 mil reais) e 200 mil dólares (580 mil reais). O tesoureiro dessa igreja está sendo processado, conforme afirmação de um obreiro da Associação local familiarizado com a situação.

Embora isso represente uma pequena porcentagem de cerca de 1 bilhão de dólares (2,9 bilhões de reais) de arrecadação das congregações na região [América do Norte] a cada ano - numa taxa de aproximadamente 18 milhões de dólares (53 milhões de reais) cada semana - as perdas mesmo assim preocupam os obreiros da IASD..

A maioria dos furtos das igrejas são reportados para as autoridades civis. Contudo, alguns não são. Rick Russell, tesoureiro da Associação da Carolina com sede em Charlotte, Carolina do Norte, afirmou que uma igreja local pode algumas vezes lidar com o furto sem reportá-lo para as autoridades civis.

"Muitas vezes, a pessoa é muito respeitada", afirmou Russell. "Algumas vezes, os membros negam que isso aconteceu com eles, e podem não querer reportar isso. Eles podem tentar lidar com isso de outra maneira".

Karnik Doukmetzian, vice presidente da "Adventist Risk Management Inc." (ARM), a unidade de seguros da igreja, afirma que ao a igreja lidar com o furto sem reportá-lo para as autoridades da lei não gera a mensagem que o furto da igreja não será tolerado. Ele afirma que não há uma política consistente quanto a apresentação de queixa às autoridades. Ele acredita que trata-se de uma questão significativa o suficiente que esses casos devam ser automaticamente reportados. "Não é suficiente fazer um acerto para a devolução do que foi desviado e, então, dizer "desculpe-me", ele afirmou.

"Doukmetzian pode ter razão", afirmou Philip Palmer, tesoureiro da IASD na Associação Centro-Sul com sede em Nashville, Tennessee. Palmer também apontou que apenas porque uma queixa policial é registrada não significa que a pessoa está sendo acusada.

Contudo, Palmer afirma que trata-se de um problema delicado e, quer seja ou não registrada a queixa, essa é uma decisão difícil para as igrejas.

Palmer diz que outra questão tem a ver quanto a permanência ou não na igreja do membro que está sendo processado. Ken Ladd, tesoureiro da IASD no sul da Califórnia, declarou que a decisão sobre dar a queixa de furto às autoridades deveria ser tomada numa base "caso a caso" ao invés de uma política mandatória que obrigue a igreja a reportar os furtos.

Lawrance Martin, tesoureiro da Associação "Allegheny East" em Pine Forge, Pennsylvania, acha que ao prestar queixa dos tesoureiros que cometem fraudes nas igrejas locais, poderíamos como igreja passar uma imagem "que estamos mais interessados em obter o dinheiro de volta do que na salvação da pessoa".

Lawrance Martin, tesoureiro da Associação "Allegheny East" em Pine Forge, Pennsylvania, concorda, afirmando que esse tipo de política poderia gerar a mensagem errada. "Isso poderia significar que estamos mais interessados em obter o dinheiro de volta do que na salvação da pessoa", ele afirmou. "Por outro lado, a pessoa necessita reconhecer que esse é um ato criminoso".

Martin afirmou que é a tarefa da comissão da igreja e do pastor notificar a Associação, que deveria então notificar as autoridades.

Russell citou um caso de um furto de igreja onde o tesoureiro estava a cargo de quase tudo. "Se eles tivessem uma segunda pessoa verificando o trabalho, a oportunidade nunca teria se apresentado", ele afirmou.

Os tesoureiros das Associações dizem que o melhor guarda contra o furto da igreja é a auditoria regular, requerida de cada igreja a cada dois anos pelo sistema da Obra da IASD na América do Norte.

Dois auditores trabalham em tempo integral na Associação Central da Califórnia, e cada igreja e escola é auditada anualmente. "Nós não estamos assumindo essa responsabilidade sem muito esforço", afirmou Nelson Tabingo, tesoureiro desse campo.

Nelson Tabingo, tesoureiro da Associação Central da Califórnia, fica desconfiado quando os tesoureiros das igrejas locais atrasam suas remessas às associações e quando se queixam constantemente que seus computadores pifaram provocando a perda das informações.

Conforme Tabingo, constantes atrasos nas remessas da igreja para a associação local poderia ser um sinal que algo possa estar errado. Tabingo também está alerta quanto a desculpa de que o computador do tesoureiro está pifando constantemente. "Quando eles falam que "toda a informação foi perdida", eu fico desconfiado".

Arthur Blinci, vice presidente da ARM, afirma que algumas associações locais estão em maior conformidade com a sistemática de trabalho da Obra do que outras.

Ele cita uma Associação que regularmente apresenta e distribui uma lista de cada igreja e escola e a data quando houve a auditoria. "Para mim essa atitude expressa muita coisa", afirmou Blinci. "Ela também reafirma o trabalho do tesoureiro da igreja".

Blinci também falou sobre um primeiro ancião de uma igreja de outra Associação que disse que sua igreja não tinha sido auditada nos últimos cinco anos.

"Os presidentes e as mesas das Associações vão ter que chegar ao ponto onde eles insistam na conformidade com a sistemática de trabalho da Obra", afirmou Blinci.

A maior parte do dinheiro é recuperada através de um seguro após uma dedução de 2.500 dólares. Os prêmios pela cobertura da igreja local são pagos com recursos da igreja.

"Os casos mais importantes nós apanhamos bem rápido", afirmou Victor Elliott, do conselho da ARM. Grandes quantias em dinheiro chamam a atenção. O que dói, ele afirmou, é o roubo de pequenas quantias ao longo de um grande período de tempo. Isso ocorre geralmente devido uma interrupção na ocorrência da auditoria. "Isso é mais difícil de detectar", ele afirmou.

A IASD na América do Norte está contemplando essa questão, encorajando as auditorias locais, criando uma conscientização quanto a esse problema, e educando os tesoureiros e contadores das igrejas locais e das escolas, conforme Juan Prestol, tesoureiro da IASD na Divisão Norte-Americana. Ele recomenda aos tesoureiros um vídeo com um livro guia entitulado "Depositários das Finanças do Senhor" ("Trustees of the Lord's Finances"), disponíbilizado em www.adventsource.org, produzido pela IASD na América do Norte. O vídeo compreende 2 horas e 45 minutos de instruções sobre a controladoria interna.

Os líderes da IASD advertem que o tesoureiro ou auditor da associação local deveria ser contactado se surgir uma preocupação sobre o uso do dinheiro da igreja.

Nos Estados Unidos, a importância das auditorias internas - que ajudam as organizações a alcançar seus objetivos pelo reconhecimento e implementação de procedimentos apropriados - está sendo reconhecida em vista de escândalos como o da Enron, uma empresa privada. -- Copyright © 2003 ANN - Tradução: Redação de "www.oestadio.com", publicado pela Adventist Review em sua edição de 15 de maio de 2003.


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