Idéias para Enriquecer a Lição Desta Semana Sobre Lealdade

“Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de Mim” (Êxo. 20:2 e 3).

Antes de enunciar os dez mandamentos, o Senhor expõe qual é a base em que a verdadeira lealdade deve se manifestar: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”.

A base da verdadeira obediência está na iniciativa e disposição do Senhor em ser o nosso Deus, provendo mediante Sua graça a libertação de nossa condição pecaminosa através de Sua fiel promessa ou aliança eterna, pois é poderoso para sempre cumprir àquilo que promete (Hebreus 10:23).

Desta maneira os dez mandamentos são dez promessas de Deus para nossas vidas com base no Seu poder em realizar em nós tudo aquilo que pede: “Porque Eu tomei a iniciativa de ser o Senhor vosso Deus e vos libertei da escravidão (graça), Eu afirmo ou prometo para suas vidas que...

1) Eu os atrairei a Mim mesmo de tal maneira que farei com que vocês não tenham outros deuses diante de Mim.

2) Eu me tornarei um Deus tão real, tão próximo e tão grandioso à vista de vocês que farei com que jamais pensem em fazer alguma imagem de escultura para me representar.

3) Pelo Meu nome Me tornarei conhecido de vocês e os impressionarei o coração com caráter de Santidade que ele representa, de forma que a sua vida demonstre a reverência a Mim devida.

4) Eu os farei entrar no Meu descanso, ao qual o sábado do sétimo dia tão bem representa e os santificarei para observá-lo em sua essência. [No sétimo dia, cessareis todas as vossas obras como lembrança de que sou Eu quem realiza a vossa salvação, tende fé.]

5) Eu os transformarei pelo poder do Meu amor de forma que saibam respeitar toda autoridade por Mim constituída.

10) Eu os completarei de tal maneira, que o contentamento e a gratidão por tudo aquilo que Eu fiz em Suas vidas serão a nota tônica delas.

“Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras”.(Parábolas de Jesus, pág. 333).

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mat. 6:24)

Só existem dois senhores pelos quais temos que decidir nos submeter: o Senhor Deus nosso Criador e Salvador ou o nosso próprio “eu”.

Satanás é um astuto tirano que tenta dominar nossas vidas através do nosso próprio egocentrismo (o deus de quem ele próprio se tornou escravo), enquanto a estratégia divina é: “Com amor eterno te amei, com benignidade de atraí” Jer.31:3.

Como os princípios e interesses destes dois senhores são completamente antagônicos, é impossível servi-los ao mesmo tempo.

“Pense nisto: Ninguém jamais comprou a entrada para o reino do Céu; não existe dinheiro suficiente para levar uma pessoa para lá (além do mais, o preço já foi pago). Mas não é preciso muito dinheiro para manter uma pessoa fora do Céu. Milhões de reais, em contraste com a promessa da eternidade, não passam uma pilha de lixo, e muita gente vai se perder por muito menos do que milhões de reais.” (Texto da lição de terça-feira)

Qual a diferença entre querer viver eternamente num Céu, onde as ruas são de ouro e onde estão sendo preparadas mansões para morarmos, e querer ter uma vida com muitas mordomias agora?

Condenamos a aqueles que se apegam aos bens e confortos desta vida como materialistas e egocêntricos. Mas e quanto a aquele que desde pequenino ouvia na escola sabatina falar das maravilhas do céu e aprendeu a almeja-lo com vista na recompensa? Não seria o cristão, que procura ser leal ao seu Senhor com vistas na recompensa, tão egocêntrico quanto a aquele que quer ter uma vida com muita riqueza hoje?

Motivar as pessoas a almejarem o Céu com vista na recompensa não estaria no mesmo nível que tentar persuadi-las a ir para o Céu para evitarem o “inferno” (castigo)?

Nos parece que o “eu” é o ponto em comum destes elementos de persuasão. E se uma vida centrada no “eu” foi o motivo da expulsão de Lúcifer do Céu, como podemos querer levar as pessoas para lá alimentando este mesmo sentimento egocêntrico?

O pastor Jack Sequeira em seu livro “Laodicéia” (recentemente lançado pela CPB) coloca esta questão da seguinte forma:

“Todos nós, quando inicialmente cremos em Cristo e aceitamos o dom da salvação, fizemo-lo por um motivo egoísta. Talvez existam raras exceções. Em virtude de ser egoísta a nossa natureza humana, geralmente aceitamos a Cristo, de início, por termos medo da punição ou por desejarmos a recompensa. Nosso evangelismo freqüentemente apela a estes mesmos motivos. Quando dizemos às pessoas que ‘temos um inferno a evitar e um Céu a alcançar’, por acaso não estamos apelando à sua natureza egocêntrica? Sim, é verdade que desejamos obter o Céu e fugir do inferno. Mas, se esta for a nossa única motivação, estaremos agindo sob uma orientação basicamente egoística. ... o medo (ou a esperança da recompensa) é um motivo pobre sobre o qual basear nossa vida espiritual! ... a maioria de nós somos o que Paulo identifica como cristãos carnais, ou ‘crianças em Cristo’ (I Coríntios 3:1), quando inicialmente aceitamos a Jesus e nos unimos à Sua igreja. ... Deve haver crescimento espiritual.” Laodicéia - O urgente conselho de Cristo à Igreja, pág.23-25.

O crescimento espiritual que conduz a maturidade cristã vem da perfeita compreensão da largura, comprimento, altura e profundidade do conhecimento do amor de Cristo que excede todo entendimento, e que nos preenche de toda a plenitude de Deus (ver Efésios 3:18-19).

Desta maneira a motivação deixa de ser a pretendida recompensa ou o medo do castigo, e passa a ser “o amor de Cristo que nos constrange” (II Cor.5:14).

“Somente quando o egoísmo estiver morto, banida a contenda pela supremacia, o coração repleto de gratidão e o amor houver tornado fragrante a vida – somente então, Cristo nos está habitando na alma e somos reconhecidos como coobreiros de Deus.” – Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pág. 402

“Homens e mulheres de mente dobre são os melhores aliados de Satanás. ... Todos os que são leais a Deus e à verdade devem permanecer firmes ao direito porque é direito.” – Comentários de Ellen G. White, SDA, Bible Commentary, vol. 5, pág. 1.086.

“Quase cristãos mas não plenamente, parecem estar perto do reino do Céu, mas não podem ali entrar. Quase, mas não completamente salvos, significa estar não quase, porém completamente perdidos.” – Parábolas de Jesus, pág. 118.

“O evangelho do reino se destina a afastar os pensamentos dos homens do eu e dirigi-los para cima em direção a Deus e para fora em direção a seus semelhantes.” – SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 797.

“O que é justificação pela fé? - É a obra de Deus ao lançar a glória do homem no pó e fazer pelo homem aquilo que ele por si mesmo não pode fazer.” – Testemunho para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 63.