Uma Mentira Chamada "Santo Dízimo"

 

Certo dia minha esposa teve a infelicidade de, ingenuamente, confiar um probleminha familiar à esposa do pastor. Ela, então, indagou furtivamente: “Será que isso não aconteceu porque vocês não entregam o Dízimo à Igreja?”

Aquela observação significava simplesmente que a esposa do pastor estava sempre equacionando os problemas familiares e outros da vida dos membros daquela igreja com a possibilidade de serem estes causados a alguém que entregasse menos que o estipulado, isto é, dez por cento.

Aquela mulher estava verificando, com sofisma, se os membros estavam ou não “obedecendo o mandamento bíblico”. Naquela denominação em particular era distribuído a cada membro um envelope, no qual deveria ser declarado a que se destinava a oferta. Havia ali dez “ministérios” diferentes, incluindo o Dízimo.

Tenho avaliado centenas de escritos a respeito desse albatroz na Igreja Protestante estabelecida.

Muito do dinheiro é desperdiçado aos milhões, nas mãos da maioria dos pastores (até hoje ninguém conseguiu me provar o contrário). Em outras palavras, o dinheiro é cinicamente desviado e extraviado de sua verdadeira significação bíblica, sendo gasto em “ministérios” engendrados sem qualquer prova de que o Dízimo seja, realmente, uma doutrina do NT.

Vocês sabem como as coisas acontecem. Cada porçãozinha de um verso que fale em dinheiro é logo “interpretada” como referindo-se ao Dízimo.

Não pretendo dar-lhes lição alguma do ponto de vista técnico, sobre os detalhes deste assunto. O problema com a minha esposa foi que ela, inocentemente, segredou à esposa do pastor a respeito de uma nuvenzinha em sua vida, sem jamais ter passado pela sua imaginação que o Dízimo tivesse algo a ver com isso. Não é inacreditável?

Os muitos problemas que contaminam aquela Igreja em particular, pareciam não estar no fato de que a esposa do pastor concordasse com a regulamentação do Dízimo. É uma difícil equação quadrática entender a lógica daquela senhora. Contudo, depois que se resolvem as três constantes (a, b e c) o resultado é zero. Aquela Igreja estava com crescimento zero, há anos!

Para um novo convertido, ou um recém transferido (de outras igrejas ou grupos, em busca de alimento espiritual), essa tática horrenda de equacionar os problemas familiares com a quantia de dinheiro entregue à Igreja, produz amargos resultados.

São necessários anos de membresia para que se entenda essa mutretagem (engodo). Contudo, um dia o pastor (ou a esposa deste) há de colher, abundantemente, os espinhos que plantou (Gálatas 6:7). É quando, finalmente, os membros percebem e entendem que estão diante de legionários ou assalariados, ou de um mercenário chamado pastor, ou coisa que o valha. 

Existem centenas desses oportunistas em qualquer cidade de médio porte.  Como é desonesto afirmar, ou até ensinar, que os problemas da vida diária são o resultado da retenção da nossa oferta das mãos desses degenerados, pródigos e consumistas do dinheiro alheio! Como é diabólico ameaçar e intimidar espectadores inocentes com esses estratagemas antibíblicos e humanos de extrair dinheiro!

 

O Dízimo é uma arma!

Este não é um dinheiro abençoado por Deus. Algumas esposas de pastores fazem uso do Dízimo para induzir um complexo de culpa nas vítimas inocentes. Essas esposas, em vez de ficarem caladas na igreja, são instruídas pelos maridos a, sub-repticiamente, intrometerem-se na vida das pobres vítimas inocentes da congregação.

Pelo contrário, o Dízimo da igreja é amaldiçoado, visto como  está alicerçado numa mentira.

O verdadeiro Dízimo constava da dispensação do VT. (Ver artigo ) Enquanto isso,  a Igreja moderna está contaminada por muitos escroques profissionais, os quais vivem à custa das simplórias ovelhas que os alimentam, [ofertando-lhes a lã e a gordura, ao mesmo tempo].

Se a performance espiritual fosse o critério para abençoar o ministro de uma Igreja com suporte financeiro, muitos desta cidade jamais se qualificariam, tendo melhor futuro se fossem padeiros.

Não que eu seja contra os ministros da Igreja. O caso é que fiquei longo tempo observando a maneira de agir dessa geração especial que faz jus a 1 Timóteo 6:10! 

Um pastor deve ser apenas pastor, quando Deus o chama para o serviço e ele executa as tarefas com integridade. Observe bem o pastor de sua igreja local e veja se ele gasta muito tempo pregando sobre dinheiro, ameaçando a congregação com pedantismo religioso e mutretagem tipo o Dízimo. Se tal acontecer, então ali está um mercenário. Ali está um astuto legionário vivendo à custa de expedientes e de traição. É exatamente isso que ele é!

A esposa dele também conhece um ou dois truques. Por isso é trágico alguém confiar nessas “artistas”. Por outro lado, se você encontrar um pregador, cuja motivação seja falar sobre o destino eterno de um pecador sem Cristo, um ministro que chore pela salvação dos perdidos, então você encontrou um homem de Deus.

E se você lhe indagar a respeito de dinheiro? Sua resposta será do tipo: “Deus proverá, caso eu seja fiel ao Seu chamado”. Infelizmente, porém, nesta cidade [Joanesburgo], como em outras quaisquer, nos dias atuais, a grande maioria dos pastores é treinada no manejo de uma perigosa e efetiva arma, que danifica a fé do povo simples de Deus – a mentira do Dízimo.

Com esse dardo letal os pastores se empenham em atacar, ferir e paralisar aqueles que, no final das contas, são os seus melhores amigos e que os sustentam sem jamais reclamar. Que vergonha ROUBAR o inocente e melhor amigo!

É patético, se não cruel, não é? Cada pequeno grupo protestante suburbano é um “ponto” (território) desses batedores de carteiras, onde eles chegam a extrair de maneira antibíblica o dinheiro dos seus devotos, tudo em nome de Deus!

Caso vocês se atrevam a questionar esse método, logo o pastor vai se sentir agravado. Habilmente todos serão levados a crer que se deixarem de entregar o Dízimo à Igreja, irão incorrer no pecado que resultará em castigo divino. Como aconteceu no caso do probleminha de minha esposa... Como podem ver, é pecado grave não entregar a oferta nas mãos dos legionários!

 

A maior fraude!

Procurem em sua cidade uma igreja que pregue de graça o evangelho. Será que existe alguma?

Vocês vão observar o pastor ensinando – lá do púlpito –  que entregar o Dízimo é um mandamento bíblico. Ele apanha a sua própria versão da Bíblia e atira sobre os “esquentadores de bancos”  qualquer coisa que se assemelhe a um verso mencionando dinheiro, usando ameaças. Pobres vítimas! Logo em seguida, vem a coleta dos Dízimos.

Pastor, você está pecando! Primeiro você está mentindo para eles, pois obrigá-los a dar o Dízimo à igreja não é bíblico, mesmo que você não use “a Bíblia”, mas apenas uma dessas corrompidas versões modernas [numa linguagem bem atualizada, por exemplo].

Logo em seguida, você passa a manipular as emoções dos membros da congregação, convencendo-os habilmente de que a Igreja necessita de muitos milhares, a fim de conseguir sobreviver.

Certo dia, entrei numa igreja batista, num dos subúrbios ricos da cidade, e vi que no boletim da mesma constava claramente o orçamento mensal.

No subúrbio da zona sul, onde resido, esse orçamento daria para sustentar QUATRO igrejas com 100 membros cada uma. A dita igreja batista era um templo enorme, guarnecido com tudo o que havia de melhor. [Imaginem uma dessas igrejas da teologia da prosperidade, onde prosperam somente os pastores!]

Na zona sul, o dinheiro gasto no sistema de som daria para pagar o salário do pastor durante DOIS anos. Os carpetes, os candelabros, a arte do teto e as cortinas da plataforma poderiam manter um pregador de rua por DEZ anos.

Mas... quantos novos convertidos teriam sido ganhos para o Senhor, naquela igreja?  Essa vital estatística não constava no boletim da mesma. Provavelmente isso não era importante para ser mencionado.

A reunião a que compareci quase não tinha gente. Contudo foi vital recordar aos membros da Igreja que já haviam chegado à terceira semana do mês e o gráfico do orçamento nem tinha chegado à metade da escalada.

Imaginem, portanto, o pastor chegando no domingo, com um lacrimoso apelo à congregação, para que esta sustentasse o orçamento. Era isso que acontecia todo mês.

 

Chore em desespero sobre a amada igreja!

Fraude e rapinagem em nome do amor ao dinheiro (1 Timóteo 6:10)! Mesmo assim, perguntam alguns: “Como pode a Igreja continuar evangelizando sem ter dinheiro?”

Claro, ela pode! Enquanto a oferta genuína é desviada e desperdiçada em luxo e no peculato dos mercenários, o evangelho está sendo pregado constantemente pelos cristãos simples, os quais entendem que a salvação é oferecida ao pecador pela graça da fé em Cristo. A minha esposa tem lavado mais pessoas a Cristo do que a esposa de qualquer pastor que vive se lamentando pela falta de verba.

O valor dos bens imóveis acumulados pela Igreja Protestante é espantoso! [Em seu livro “The Vatican Billions”, Avro Manhattan fala da riqueza do Catolicismo Romano e da Igreja Protestante nos EUA, por exemplo, dizendo que as duas igrejas quase se equiparam em matéria de bens imóveis (p. 292) MS].

Isso é zombar demais da “simplicidade que há em Cristo” (2 Coríntios 11:3), pecado tão grave como desobedecer o mandamento “Não Matarás”!

O cristão precisa ficar a par de que os discípulos jamais exigiram  o Dízimo na igreja. Nem sequer um dos apóstolos chegou a mencionar o Dízimo como forma de sustentar uma igreja nascente. Nem Pedro, nem Paulo (que conhecia a Lei profundamente), nem pessoa alguma nas páginas do NT exigia para a igreja o Dízimo dos judeus. Tenho lido uma porção de artigos e livrecos tentando justificar que o Dízimo também se aplica à igreja cristã. Vão contar essa lorota às árvores do deserto!

Leiam I Coríntios 7 e 8 e vejam como a igreja primitiva pedia dinheiro. O enorme esforço da maioria dos pastores no sentido de extrair dinheiro dos membros é um pecado grave. Precisamos protestar, reclamar e desmascarar! [Afinal de contas,  somos ou não somos protestantes?]

Claro que nem todo pastor é um vilão. Alguns temem o Senhor e a Sua ira vindoura. Contudo eles são criaturas territoriais e defendem o Dízimo com unhas e dentes, não importa quem seja ferido no ataque! O dinheiro e a mentira relacionados com o Dízimo são mais importantes para eles do que poupar algumas ovelhas do rebanho divino.

Lembrem-se da versão: “Entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho” (Atos 20:29) Ora esses já se estabeleceram em seu bairro. Também se lembrem disto: “de entre vós se levantarão homens  que falarão coisas perversas...” (v. 30).

É interessante observar como Paulo equaciona os lobos e os homens perversos que entrarão, com ambição, quando ele estava ciente de que todos naquela audiência estavam olhando para ele como um cristão honesto.

Em Atos 20:33, ele diz: “De ninguém cobicei a prata,  nem o ouro, nem o vestuário”. E insiste: “Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram”.

Os pastores de hoje rejeitam essas instruções de Paulo e prosseguem em sua marcha rumo à apostasia, exigindo sem escrúpulo, e sem qualquer respaldo bíblico, o direito de obter e de consumir dos membros da igreja (as vítimas inocentes) dez por cento do seu rendimento bruto. Isso é horrível!

Não é de admirar que, quando esses mercenários finalmente se despedem, ou abandonam o seu rebanho de ovelhas, nenhuma delas chora e nem o beija (verso 37). Portanto, fiquem de olho e vigiem, conforme Atos 20:31. -- Júlio CarranchoA Lie Called “The Tithe” – Março 2003. Tradução de Mary Schultze.

Fonte: http://home.mweb.co.za/en/enoque/Dizimistas.htm

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