Está Você Roubando a Deus?

 

Meu amigo Eric, o qual tem se colocado sempre contra os vendedores que promovem, defendem e negociam qualquer tipo de versão moderna da Bíblia, foi acusado por um desses irmãos de estar roubando Deus, uma vez que ele também é contra a falsa doutrina do dízimo. Vamos explicar como uma coisa puxa a outra.

Eric, normalmente, reage contra as livrarias e seus comerciantes porque estes, desonestamente, negociam a Palavra de Deus, através de um sistema de engodo e mentira. A reação dele tem sido dizer na cara do negociante da “versão moderna” que esse comércio não é um ministério cristão e, conseqüentemente, não faz sentido, de modo algum, que ele sustente esse tipo de negócio com a sua oferta na igreja.

Como é que o negociante se apodera desse dinheiro? É simples. Ele recebe regularmente a visita do pastor local, o qual adquire uma dúzia dessas novas versões com o dinheiro arrecadado em sua congregação.

Conheço alguns ministros da Igreja Metodista, que compram cigarros e fumo para cachimbo usando também o dinheiro da coleta dominical feita em o nome de Deus. [Por acaso Deus fuma cigarros, charutos, ou masca chicletes?] Claro que eles não compram esses prazeres nas mesmas lojas que vendem bíblias (pelo menos é o que imagino). Os pastores metodistas dizem não ser pecado destruir os seus pulmões com nicotina, nem poluir o ar das pessoas com a pestilenta fumaça dos cigarros e charutos, e que o seu hálito nauseabundo não ofende a congregação, que é obrigada a suportar tal coisa ... É isso aí.

Lamento contradizer. Acho que Eric está certo, ao agir contra os pastores e comerciantes de versões deturpadas, quando retém a sua oferta para um uso melhor. Vocês estão contra ele? Eu não! Mas, como vocês acham que o negociante “cristão” reage?

Ora, visto como ele conhece as manhas do negócio, passa, então, a empregar um dos meios mais eficazes para atrair o dinheiro (método esse aprendido do seu próprio pastor) e o coloca em prática, com excelente sucesso, contra a sua congregação: ele a acusa de estar roubando Deus!

[O Pr. R. G.,  muito conceituado em nosso meio evangélico, conta em seu artigo - “Se eu fosse mais velho” - que os pastores “neo” vivem na maior mordomia, hospedados em hotéis de luxo, tomando banhos de piscina e comendo pratos raros, antes de irem ao púlpito pregar sobre uma vida de santidade, etc.]

Nada menos que isso! O que vocês vão responder contra essa “piedosa” acusação? Será que iriam dizer que Eric está pecando contra Deus  ou violando um conceito bíblico, ao reter a sua oferta de um pastor de igreja ou de um comerciante de modernas versões da Bíblia?

Ora, no momento em que o pastor acusa o meu amigo de estar roubando Deus, certamente ele está se referindo a Malaquias 3:8-12, que diz:

“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos”.

Esta é a clássica passagem tão amada e usada pelos ministros eclesiásticos, a fim de ameaçar as congregações, quando a receita está baixa.

Ora, a receita caiu porque existe pecado no coração do pastor. Contudo, aplicar toda essa passagem à igreja cristã não se torna uma tarefa tão fácil. Como se admite que um pastor de igreja, um professor de seminário ou um vendedor de bíblias possa isolar do contexto as palavras do verso 8, a fim de aplicá-las à congregação?

O texto completo é uma censura direta feita pelo profeta à nação de Israel por deixar os levitas sem assistência, uma vez que essa tribo era encarregada do Tabernáculo. Desse modo, a nação estava em direta violação contra as regras e a regulamentação da Lei de Moisés. E como estavam roubando Deus, bem depressa pagaram um desastroso preço, quando o país inteiro foi invadido pelos pagãos, eles foram levados em cativeiro e dispersos entre as nações, até os dias de hoje.

Não existe uma única sílaba em toda a passagem – por mais elástica que seja a imaginação do “comerciante’ -  que possa ser aplicada ao membro de igreja. Nesse caso, quem é o legítimo ladrão nesse contexto?

A igreja apostólica jamais usou versos isolados das Escrituras para os declarar doutrina cristã apoiando ofertas. Eles sabiam mais que isso. Sabiam que na dispensação antiga a nação de Israel, mais tarde dividida em duas, por causa do pecado e da ambição dos seus reis, havia zombado da Lei de Moisés.

Eles violavam cada preceito, regra, mandamento, lei e ordenança. Nada escapava à sua irreverência [do mesmo modo como agem, nos dias de hoje, os pastores liberais e  “pestecostais” ecumênicos].

Os apóstolos sabiam muito bem que seria tolice ir de encontro à vontade de Deus, após terem se declarado mortos quanto à Lei de Moisés, introduzindo na igreja uma ordenança que havia falhado completamente no sistema antigo. Eles sabiam que o dízimo, além da estrita guarda do sábado* e a circuncisão dos judeus, já não tinha espaço na igreja gentílica. Consideremos que se os apóstolos tivessem apenas maquilado o sistema hebraico, passando a chamá-lo de Cristianismo, eles nem sequer seriam lembrados hoje e a morte do nosso Senhor na cruz não teria sido válida.

Então, fora da igreja primitiva ficaram a circuncisão, a guarda do sábado*, o dízimo e todo o restante da estrutura mosaica. [*Nota do Editor: O autor e a tradutora destes textos não são adventistas. Por isso, não entendem que a guarda do sábado permanece em vigor, estando inserida não na lei mosaica, mas entre os dez mandamentos, aos quais eles próprios não nos ensinariam desobedecer.]

Por que teriam os apóstolos rejeitado o dízimo como forma de oferta obrigatória? Paulo conhecia mais a lei do que qualquer outra pessoa e, mesmo assim, jamais defendeu o dízimo.

Devemos nos lembrar que a nação de Israel havia desaparecido 400 anos antes e que no lugar hoje chamado Palestina vivia um pequeno remanescente constituído de apenas duas tribos, as quais os romanos oprimiam e exploravam. Esse remanescente pensava que Jesus viria libertá-lo do jugo romano e de ser obrigado a pagar ao imperador pesados tributos e obrigações. E quando esses judeus viram que Jesus não era aquele que esperavam, tentaram matá-lo várias vezes e, finalmente, pediram que os opressores o pendurassem numa cruz.

Nesse caso, os judeus cometeram o mais terrível de todos os pecados: mataram o próprio Filho de Deus de maneira terrível. Mesmo assim, lembrem-se: eles seguiam a Lei ao pé da letra e até a complicavam, em seu prejuízo próprio. Jesus até zombou deles, pois dizimavam as ervas, enquanto nutriam ódio em seus corações.

O dízimo havia sido um excelente instrumento designado por Deus, a fim de proteger, suprir e abençoar os que Ele havia separado para cuidarem do maravilhoso protótipo do Senhor Jesus Cristo, o Tabernáculo.

O momento trágico chegou quando Israel pediu um rei, conforme as nações pagãs. Logo esses reis começaram a impor pesados encargos sobre a nação, a fim de manter os seus exércitos, seus palácios e seus prazeres pessoais. [A mídia tem anunciado que Sadam Hussein possuía nada menos de 20 magníficos palácios, enquanto o povo vive na maior pobreza... Assim agem os reis pagãos e assim agiam os reis de Israel.]

Logo Israel começou a ser pressionado no sentido de entregar mais que o dízimo do seu produto e prosperidade. A guerra civil e outros desastres nacionais aconteceram em razão dos seus muitos pecados diante de Deus. Então a nação foi severamente castigada e o dízimo deixou de ter uma aplicação lógica.

Sabemos que não existe um verso sequer em todo o NT com a mais remota inferência à aplicação do dízimo como sistema de oferta à igreja. Por favor, não desperdicem o seu, nem o nosso tempo com a idiotice de tentar provar que o cristão é obrigado a dizimar os seus vencimentos.

Claro que não somos como aqueles tolos (“mentalmente lavados” pelos ensinos dos seus pastores), que saem por aí vendendo suas propriedades, para em seguida irem depositar o valor das mesmas aos pés daqueles que logo em seguida irão convertê-las novamente em propriedades para as suas denominações [Como diz o provérbio popular, isso é “descobrir um santo para cobrir o outro.”]

Do mesmo modo como o papa, com os seus bilhões em propriedades, pelo mundo a fora [apenas muito mais porque estes já têm dezesseis séculos de rapinagem], os grupos protestantes também são ricos pelo acúmulo de construções e outras aplicações rentáveis. Jamais devemos esquecer que a igreja protestante dos dias atuais é muito, muito rica!

Existem milhões e até bilhões sepultados nas fundações de milhares de catedrais, templos, auditórios, capelas e mansões pastorais [os quais serão brevemente expropriados pelo papado, logo que seja estabelecido o seu Governo Mundial, e isso quer dizer que os dizimistas já estão trabalhando em favor do Vaticano].

Essa oferta em dinheiro tem sido indevidamente usada, visto como o dinheiro é roubado da programação divina, a qual seria ajudar os irmãos carentes.

 

ROUBADO, sim!

Se uma igreja desejasse aplicar corretamente o esquema do dízimo (sendo isso um absurdo em si mesmo), ela poderia ser acusada de estar roubando Deus, caso não estivesse mantendo o povo sofredor [com um programa tipo FOME ZERO, instituído pelo governo brasileiro MS].

Desafio vigorosamente qualquer pessoa que vá à igreja e verifique quanto do dinheiro coletado anualmente foi usado para ajudar os irmãos que passam por necessidades financeiras.

Na igreja de onde eu vim (a dos Nazarenos, da África do Sul) a hierarquia é constituída de vários superintendentes em níveis diversos [Jesus foi o maior inimigo da religião hierárquica.]. Lá estão eles, dentre as funções menos importantes, planejando a atividade de fazer com que as ofertas continuem caindo na bandeja, a fim de usá-las sem praticar a caridade cristã.

Vocês duvidam? Então se mexam para conferir o que digo... Esse é um direito do contribuinte!

Mais ladrões de Deus? Certamente! Eles coletam o dinheiro antes mesmo de pregar os sermões, com a sua insígnia “VDS”, isto é, “VENDA DE SERMÕES DOMINICAIS”.

 

Dízimo + Impostos

Alguns costumam usar as palavras de Jesus em Mateus 22:21 e Marcos 12:17 para justificar o dízimo: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

Contudo essa é tão somente uma prática comercial no sentido de empurrar o dízimo para dentro da bandeja de ofertas, ao mesmo tempo em que aconselham o pagamento de impostos ao governo.

[Os pastores de uma conhecida “igreja neo” no Brasil bradam em alta voz: “Antes de dar a César, dêem a Deus, porque César é o grande inimigo de Deus, e Deus é o melhor amigo de vocês!Outro pastor (batista) gritava a plenos pulmões que, antes dos membros de sua igreja pagarem os serviços de energia elétrica e água, deveriam entregar o dízimo, mesmo que não sobrasse dinheiro para esse fim. Isso quer dizer que os membros poderiam ficar sem água e energia elétrica em suas residências, a fim de que o pastor pudesse trocar de carro!]

Sabemos que os impostos são importantes para o governo realizar obras no país e que esses impostos chegam a muito, muito mais de dez por cento. [Na Alemanha, segundo informações de parentes, o governo desconta cerca de 40% dos salários dos trabalhadores.]

Jesus não estava, de modo algum, dizendo que os crentes deveriam dar 30%, ou mais que isso, ao Estado e 10% do bruto, além desses impostos, à igreja, conforme propalam, com toda arrogância,  os pastores de  algumas denominações.

O dízimo não é uma doutrina da igreja cristã e muito menos dez por cento da receita bruta! Em outro artigo lembro a vocês que se a regra de 10% fosse aplicada ao cristão, então os 90% também deveriam ser guardados por nós. Contudo, jamais escutei um pastor falando desses noventa por cento!

Os 90% Deus determinou que fossem guardados pelos israelitas, na dispensação do dízimo, e que fosse até mais, caso as colheitas resultassem abundantes naquele ano.

Aqueles que nos chamam ladrões de Deus, porque não lhes entregamos a quantia estipulada, estão enganados sobre o assunto... ou então são falsos irmãos.

A igreja protestante moderna está atolada na apostasia, sendo uma das razões a presença dos ladrões de Deus do tipo já mencionado. A maior parte das denominações tem cometido crasso erro na área da coleta de ofertas dos membros das igrejas [e por isso acabam caindo nas ciladas do Ecumenismo, uma vez que a sua consciência vai ficando cada vez mais elástica.].

Ninguém gosta de ser chamado ladrão. Neste caso o profeta usou essa linguagem contundente como última tentativa de despertar Israel para servir a Deus. Caso a nação estivesse em seu perfeito juízo, as promessas não teriam sido sonegadas.  Em vez disso, os judeus foram amaldiçoados e mais tarde assassinaram a legítima Palavra de Deus Encarnada.

 

Ladrões de Deus

Hoje em dia, quando se visitam certas livrarias “evangélicas”, encontra-se  a palavra “cristã” escrita nas vitrines, em letras grandes. Mas, quando ali se entra, pode-se descobrir bem depressa, de que material é feito um autêntico ladrão de Deus!

Pergunte ao comerciante o porquê de mercadorias em tantas versões diferentes e escute-o dizer uma mentira, pecado bem pior do que roubar Deus em dez mil dízimos: “Todas essas versões são a Palavra de Deus. É apenas uma questão de preferência pessoal”. [Imaginem Deus se dobrando humildemente diante de nossas preferências pessoais!]

O comerciante de Bíblias nem sabe o que é uma Bíblia. Contudo os pastores enaltecem o seu comércio. No próximo culto na igreja, lembre-se disso!

Ele se sente abençoado porque a sociedade bíblica entrega, aos seus cuidados, toneladas de NTs em tamanho de bolso, a fim de serem vendidos com desconto especial.

O Dr. Fulano da sociedade bíblica visita regularmente as igrejas e ali anuncia a nova impressão de um milhão de Evangelhos de Lucas, ou do NT, os quais estão seguindo como oferta, a fim de serem entregues gratuitamente na Rússia, ou em outro lugar qualquer.

[Um pastor visitante declarou recentemente em nossa igreja que o Chile equivale aos “confins da terra” e que o Evangelho já está sendo bastante pregado por lá, portanto o Senhor Jesus deve estar voltando, etc. Imagino que alguma sociedade bíblica deste país tenha enviado alguns milhares de NTs e evangelhos em versões modernas para esses confins...]

Aos néscios “esquentadores de bancos” naquela igreja é avisado que vai ser recebida uma oferta especial (além da cota regular dos dízimos e ofertas), para apoiar os esforços da sociedade bíblica, a fim de imprimir as bíblias ofertadas à Rússia, ou em outra língua qualquer.

Portanto, lembrem-se que essas sociedades nunca fazem coisa alguma de graça! [Um alto membro da hierarquia dos Gideões no Brasil andou propondo, durante um congresso nacional, que o NT da Trinitariana fosse trocado por um NT da NVI, o qual, segundo ele, é muito melhor. Enviei e-mail a esse semi-analfabeto bíblico, manifestando o meu protesto, mas o gajo nem sequer respondeu. Será que ele lê a Bíblia?]

Cada livro “doado” aos descrentes já foi antecipadamente pago pelos ludibriados “esquentadores de bancos”. O Dr. Fulano engana o povo de Deus com falsas palavras, usando uma linguagem comovente. Os NTs impressos pela “sociedade” são embasados nos textos alexandrinos corrompidos, os quais são entregues como Escrituras pelas denominações pró-católicas e pelos ecumênicos infiltrados nas igrejas.

A UBS americana tem inundado cidades com essas “amostras grátis” corrompidas e enganosas das Escrituras, por ela produzidas. Eles é que estão roubando Deus em Sua Palavra! Esse tem sido o pior assalto praticado na história do Cristianismo! Nossas ofertas têm sido convertidas em “escrituras do diabo”. Eles estão roubando a Palavra, a Santidade e o Caráter de Deus! Será que existe algo pior que isso?

Com as suas ofertas eles promovem o diabo, cujo plano é destruir a pureza das Escrituras de Deus. É assim que eles O roubam! O comerciante e o pastor estão sob a mesma condenação divina. Então como poderemos continuar sendo amigos dessa gente?

Suas ofertas devem ser entregues segundo o ensino paulino contido em II Coríntios 8 e 9. Se vocês não têm certeza da maneira como o seu dinheiro vai ser usado no âmbito dessas igrejas apóstatas, RETENHAM-NO para uso melhor e podem ficar certos de que não estarão roubando Deus em Seu dinheiro. Pelo contrário, Deus vai derramar bênçãos sobre vocês, em vez da maldição pregada por esses mentirosos.

Lamento, mas não posso ser amigo do comerciante de bíblias e, honestamente, sugiro que vocês façam o mesmo. É espiritualmente perigoso ser amigo desses ladrões da Palavra de Deus. Não acham? Vamos ler o que diz Jeremias 23:30:

“Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu próximo.” -- Júlio Carrancho, março 2003. Tradução de Mary Schultze.

Fonte: http://home.mweb.co.za/en/enoque/Roubar.htm

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