Associação Paulista Sul Rejeita Publicamente a Mensagem da Justificação Pela Fé de 1888

 

Prezado Irmão,

Quero me identificar apenas como irmão D. Infelizmente, o nosso irmão Arthur, autor do livro Vencer como Jesus Venceu, que reúne centenas de citações do Espírito de Profecia acerca da possibilidade de vitória sobre o pecado, tendo a Jesus como Salvador e exemplo, foi excluído do nosso rol de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Santo Amaro.

A votação transcorreu de forma transaparente. Estavam presentes o presidente (Ronaldo de Oliveira) e ministerial (Edson Ribeiro) da APS - Associação Paulista Sul.

Os motivos alegados foram os itens 1 e 8 do Manual da Igreja. Dos membros da igreja, estavam presentes mais de 250 pessoas. Os votos totalizaram, embora não me lembre do número exato, algo em torno de 95 a favor da exclusão e 47 contra. Nesse aspecto, já podemos perceber que somente a metade presente da igreja demonstrou sua opinião.

Foi solicitado que somente os membros da igreja local permanecessem. A votação foi transaparente, mas veja como foi apresentada a questão:  

1. Foi dito no início que não iria ser debatida nenhuma questão teológica, mas munidos de Data-Show começaram a apresentar os supostos "erros teológico do livro".

Entre esses "erros", o primeiro era de que o livro diz que está fundamentado na assembléia de 1888, basicamente no que os pastores Jones e Waggoner pregaram. Então, foi dito publicamente que a igreja não aceita o que aqueles pastores pregaram, pois seriam pastores dissidentes!

Outros pastores citados nos agradecimentos do livro também foram colocados como dissidentes (Jean Zurcher, Robert Wieland, Donald Short e Andreasen).

2. Outro "erro" apresentado era de que o livro não tem notas explicativas de rodapé. E foi comentado que um dos capítulos do livro tem apenas 2 páginas.

3. Fez-se comentário também sobre a ilustração das medalhas de ouro mostradas na capa e dito que se elas se referissem a Jesus teriam que no mínimo ser um troféu.

4. Também foi dito que no capítulo onde fala de pecado não cita o Salmo 51:5. E que o livro seria tendencioso na questão da natureza humana de Cristo. Em resumo, foram essas as suposta falhas apontadas no livro.  

Depois de mais de uma hora depois da apresentação desses "erros teológicos", foi aberta a possibilidade de observações. Três minutos para cada pessoa, inclusive para o irmão Arthur. Neste ponto, vimos Deus ser louvado apesar de toda a questão.

Os testemunhos das pessoas que tiveram algum contato com o irmão Arthur e/ou com o livro foram surpreendentes. As pessoas descreveram as muitas as bênçãos recebidas após o contato com a mensagem.

Teve uma irmã que citou o pastor anterior, Adolfo Tito, dizendo que ele deixou impressões amargas em seu lar e para seu marido que não é Adventista. Somente após a visita do irmão Arthur e de seus amigos é que a situação com seu marido mudou e ele quer estudar a Bíblia junto com ela.

Outro irmão citou o livro (distribuído gratuitamente na igreja!) "Ellen White e a Natureza Humana de Cristo", o qual afirma que na IASD mundial existem duas posições sobre a humanidade e que ninguém deveria ser julgado por defender uma ou outra posição.

Mas não adiantou, a igreja, através da Presidência da APS, bateu o martelo, rejeitando de vez a mensagem de 1888. Sempre nos dizem que não houve voto naquela conferência (1888), de apoio ou rejeição. Mas vemos que o voto de rejeição oficial está vindo agora, mesmo sendo mostrado texto da irmã White de que "O Senhor em Sua grande misericórdia enviou uma mensagem muito preciosa a Seu povo mediante os Pastores Jones e Waggoner. Essa mensagem devia trazer mais destacadamente perante o mundo o Salvador elevado, o sacrifício pelos pecados do mundo inteiro... Deus deu a Seus mensageiros exatamente aquilo de que carecia o povo." (1895; TM 91, 95).  

Ainda não terminei de ler o livro Vencer como Jesus Venceu, mas sobre notas de rodapé, se é que são assim tão importantes, tem uma na página 96! Creio que todos sabemos para que servem as notas de rodapé. Para comentários ou informações adicionais e para mostrar as referências das citações, mas o modo de inclusão é opcional. Acho que ficaria um pouco repetitivo duplicar as notas das referências que já estão no final de cada parágrafo também no rodapé da página, não acha?

As críticas da quantidade de páginas do capítulo e da capa fazem referência ao fato do irmão Arthur ser leigo e não ter produzido um trabalho dentro dos rigores das monografias acadêmicas. Coisas do tipo: "Onde já se viu um livro com um capítulo de duas páginas?" Foi citado que a igreja gasta mais de milhões para formar um doutor em teologia, insinuando que não é qualquer um que pode ir escrevendo um livro...

Também foi colocada em dúvida a importância de o livro ter sido impresso no UNASP, visto que seria apenas uma gráfica. Será que imprimiram uma publicação blasfema, que zombasse da existência de Deus, por exemplo?

Lembro-me que no ano passado, em palestra na igreja de Santo Amaro, o Dr. Amin Rodor disse que esse assunto deveria ser debatido no UNASP, uma vez que existem as duas posições na Igreja. Mas qualquer Adventista pode comprovar a tendência do Dr. Amin Rodor na Revista Adventista de abril, onde concede uma entrevista ao Pr. Rubens Lessa. Inicialmente, ele defende a existência das duas posições sobre a Natureza de Cristo, mas nos textos citados mostra apenas apoio para a posição pré e apenas uma frase sua indicando que no Espírito de Profecia tem várias passagens defendendo a posição pós, mas não cita nenhuma delas. Qual a tendência desse artigo? Equilibrada é que não é! (O Lessa e o Rodor deveriam ser excluídos por isso? Não, estão apenas apresentando sua posição, apesar de o fazerem em nome da Igreja numa publicação oficial, mas esse é um outro assunto...)

Sobre o que foi citado no site acerca dos disciplinados de 2003, a maioria deles estão mencionados na página de agradecimentos do livro do irmão Arthur. Foram nove pessoas ao todo, todas disciplinadas por "utilizar o Púlpito para fazer proselitismo". O que significa isso?

Naquela votação, Deus foi altamente desonrado pela liderança que estava presente. Ao final, o Pr. Tito chegou a dizer para um irmão que não concordou com o resultado: "Se você não está contente, mude de igreja." Isso foi dito inclusive na frente do então presidente da APS, Pr. Domingos.

Uma das irmãs disciplinadas, esposa do diretor da Escola Sabatina estava grávida. No início da gestação. Nem isso foi levado em contapelo então Pr. Tito! Diga-se de passagem que esse pastor acusou essas pessoas de satânicas, que os casais casados não tinham relação sexual e que não jogavam bola. Em cada lar da igreja que ele visitava, dava o mesmo falso testemunho. Umas das famílias até gravou essas acusações levianas.  

As perseguições a esses irmãos se intensificaram quando eles começaram a pregar os temas da Justificação pela Fé e da possibilidade de fazer a vontade de Deus, apegando-nos a Cristo.

No início, o irmão Agnaldo, diretor da Escola Sabatina 2003, fazia a mesmice de sempre. A partir do terceiro trimestre, quando tivemos a lição sobre Hebreus, esse irmão junto com o irmão Arthur mudaram completamente a abertura da Escola Sabatina. A cada sábado era uma programação especial!

Lembro-me do sábado onde falava do Santuário. Eles mudaram completamente a forma tradicional e fizeram um estudo do Santuário, que tomou quase 15 minutos do estudo da lição. Mas não vi nenhum professor reclamar do tempo e antes de terminar o horário, todos já haviam concluído o estudo. Sem falar do informativo das missões apresentado de forma ilustrada e interativa, mostrando como é o local onde são enviados os donativos financeiros.

Bem, irmão, os problemas de Santo Amaro se escritos irão gerar vários volumes. Mas, enfim, quem saiu ganhando com tudo isso. Nem precisamos falar.  

Abraços do irmão D. -- Edição: Robson Ramos.

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