Ancião Propõe Novos Horários
e Nova Programação Sabática para a Igreja
Tanto na Igreja Adventista como nas demais igrejas não-católicas, os horários de
reuniões têm se mantido os mesmos e com os mesmos padrões já faz alguns séculos.
O que ninguém se pergunta é:
1. Qual a razão desses horários?
Outras perguntas poderiam ser feitas, como por
exemplo:
2. Esses horários são os mais adequados ao tipo
de vida que vivemos, numa cidade grande como São Paulo?
3. Existem inconvenientes nesses horários?
4. Haveria soluções mais práticas e saudáveis
com relação aos horários praticados?
VOU PROCURAR EXPOR ALGUNS PONTOS DE VISTA MEUS E ALGUNS HISTÓRICOS.
1. Esses horários foram estabelecidos séculos atrás e tinham razões obvias:
a) As sociedades eram predominantemente agrícolas e, como tais, as famílias
acordavam e se levantavam com o nascer do sol e se recolhiam pouco tempo depois
do pôr do sol. Uma família rural acordava normalmente em torno das 4 ou 5 horas da manhã,
tomava o seu desjejum e todos iniciavam as suas tarefas diárias.
Em torno das 9 horas da manhã, era a hora do almoço. Era comum que os mais
jovens levassem o almoço para aqueles que estavam na lavoura. O fenômeno "bóia-fria"
é muito moderno. Almoçava-se, descansava-se algum tempo e reiniciava-se o
trabalho. Por volta das 16 horas, todos já estavam retornando para os lares para
chegar antes do anoitecer, pois normalmente a caminhada da roça até a casa era
longa. Entre 17 e 18 horas, estavam jantando para em seguida ter um bate-papo e
se recolherem para a cama. Chegado o Domingo, as coisas eram semelhantes. Acordavam, preparavam-se melhor do
que durante a semana, tomavam o desjejum, juntavam toda a família e juntos iam
para a Igreja, na qual chegavam em torno da 9 horas, horário que durante a semana
seria o horário do almoço.
Participavam do serviço religioso e, muito comumente, almoçavam juntos nas áreas
circunvizinhas da Igreja. Muitos ficavam por lá mesmo para as reuniões da tarde.
Os que moravam perto iam para seus lares e voltavam para a tarde, mas isso não era a
norma geral. Os adventistas copiaram o mesmo esquema e o aplicaram ao sábado.
b)
O GRANDE ERRO
Esse esquema é ótimo para comunidades rurais, o grande erro é que tanto
protestantes como adventistas resolveram aplicá-lo nas grande cidades e aí, a
coisa vira um grande problema.
Não vou me preocupar com o problema geral dos protestantes, mas com os dos
adventistas.
Ao aplicar esse esquema para as grandes cidades, verificou-se que havia uma sobra
de tempo, e os mais fanáticos começaram a se preocupar com o que os irmãos
estariam fazendo durante esse tempo livre. O DIALOGO PROVAVELMENTE FEITO POR ANCIÃOS MAIS PREOCUPADOS:
- O QUE É QUE ESSA GENTE FICA FAZENDO DESDE A HORA QUE LEVANTA ATÉ AS 9 HORAS DA
MANHÃ?
- E DEPOIS DO ALMOÇO ENTÃO?
- SÓ DE PENSAR, FICO TODO ARREPIADO... QUANTA TENTAÇÃO!
- TEMOS QUE ARRUMAR OCUPAÇÃO PARA ELES. CASO CONTRARIO, ELES PODEM PERDER A
SALVAÇÃO...
- PRECISAMOS IMPEDIR QUE ELES CAIAM NA TENTAÇÃO POR CAUSA DA OCIOSIDADE...
- É... CABEÇA VAZIA É OFICINA DO SATANÁS...
E com esse raciocínio começaram a inventar... Das sete as oito da manhã, "Reunião de Oração".
Das oito as nove "Classe de professores da Escola Sabatina”.
Das nove as dez, Revisão da escola sabatina.
Das dez e meia as onze e meia Culto divino.
Aí um deles se lembrou: "Para quê esse intervalo das dez as dez e meia?" Vamos
esticar sempre a escola sabatina para emendar com o culto, assim evitamos que
hajam conversas pecadoras nesse intervalo. E assim foi!
Na realidade, o horário do culto também passou a ser esticado, pois se a escola
sabatina podia ter uma hora e meia, o culto - muito mais sagrado - deveria durar
pelo menos duas horas!
- ÓTIMO, DESSA FORMA OCUPAREMOS A CABEÇA DOS NOSSOS IRMÃOS O TEMPO TODO E NÃO
DAREMOS ABERTURA PARA O CAPETA.
E assim, as reuniões matinais passaram a ir até as 12h30 e em algumas igrejas
até as 13 horas. "Tudo no interesse da preservação da integridade mental dos
pobres e incapazes membros".
c) E AS TARDES DE SÁBADO, IRMÃOS? TEMOS QUE PENSAR NELAS...
E o pior é que pensaram mesmo!
Os fanáticos na Irmã Ellen esqueceram as recomendações que a mesma faz a
respeito do uso do tempo do sábado e do domingo e passaram a impor: - NÃO ESQUEÇAM O TRABALHO MISSIONÁRIO
ÀS 3 DA TARDE...
- NÃO SE ESQUEÇAM DA COMISSÃO DA IGREJA DAS 4 ÀS 5 DA TARDE...
- NÃO SE ESQUEÇAM DA REUNIÃO DOS JOVENS DA 5 DA TARDE ATÉ O PÔR DO SOL...
O pior é que eles esqueceram que cachorrinho amarrado todo o tempo quando se vê
solto sai correndo feito doido! E no sábado depois do pôr-do-sol tem humorísticos de
televisão, tem cinema, tem vídeos alugados... Tem até balada!
2. Esses horários são os mais adequados ao tipo de vida que vivemos?
Seguramente esses horários não são os mais adequados ao nosso tipo de vida nas
grandes cidades, e as razões são as mais variadas possíveis. Vamos nos lembrar de
algumas:
Nós vivemos nas cidades sob uma pressão constante, o Stress e a ansiedade é
constante.
Durante as longas reuniões sentados, mal posicionados, em bancos duros e sem
nenhuma anatomia e muitas vezes com um grande ruído vindo da rua e um volume
maior dos alto-falantes para compensar o ruído externo, o stress sobe para
níveis altíssimos. Com o stress, sobe a ansiedade e com o aumento da ansiedade
sobe o stress. Isso vira um círculo vicioso.
Alguns pregadores, conscientes desse fato, procuram tornar o sermão leve
agradável cheio de piadinhas e é claro INÚTIL. A ansiedade e a canseira levam muitos a dormir, pois assim se desligam daquela
mistificação toda e de toda a inutilidade que ela representa. Muitos foram dormir muito tarde no dia anterior e acordam muito cedo para vir a
Igreja, nesse caso a canseira é maior ainda.
3. Existem inconvenientes nesses horários?
Os inconvenientes desses horários nas cidades é evidente:
a) Quem tem carro, vem dirigindo apressado num transito caótico e chega na igreja
com o espírito completamente abatido pelos problemas e pela violência do
transito.
b) Quem vem de ônibus ou trem, tem problemas iguais ou piores além das caminhadas
e longas esperas nos pontos desses coletivos.
4. Haveriam soluções mais práticas e saudáveis com relação aos horários
praticados?
SIM, EXISTEM SOLUÇÕES PARA ESSES PROBLEMAS!
NÓs que estamos procurando reverter o rumo de um adventismo, que caminha
inexoravelmente para a junção com o catolicismo, devemos reconsiderar essas
coisas e partir para coisas novas, as quais não são novas, bastando copiar os
modelos bíblicos.
Passo a sugerir um esquema de reuniões, e espero que os irmãos que têm sentido o
problema, façam mais e melhores sugestões pois é evidente que na minha idade,
por mais “moderninho” que eu procure ser, nunca deixarei de ser um ancião de 65
anos de idade e que não tem todos os dados de análise nas mãos.
LEMBRA-TE DO SÁBADO.
DO PÔR-DO-SOL DO SEXTO DIA ATÉ O PÔR-DO-SOL DO SÉTIMO DIA. Lamentavelmente, 90% dos adventistas (de qualquer grupo, corporativo ou não), não
levam em conta esse fato.
Como não levam em conta o fato, procuram exagerar outras situações no sábado como
medidas compensatórias.
Lembremo-nos que o “Grande sabadão dedicado nas horas do dia de Sábado” não
compensa o relaxamento e displicência do sabadinho displicente que praticamos
depois do pôr-do-sol do sexto dia.
Sugestão inicial para o serviço religioso dos fins de semana:
1. Logo após o pôr-do-sol do sexto dia da semana, deveríamos ter um culto de
meditação e estudo, pois estamos iniciando o dia reservado pelo Eterno.
Uma reunião alegre, nunca ultrapassando, 60 minutos seguida de uma despedida
alegre entre os irmãos.
A Igreja deveria estar aberta desde uns 20 minutos antes do pôr-do-sol para a
chegada dos Irmãos e a reunião propriamente dita poderia iniciar-se por volta
das 19h ou 19:30 h, encerrando-se impreterivelmente as 20:30 h.
2.
Na manhã de sábado, deveríamos ter unicamente a escola sabatina com duas horas de
duração, iniciando-se as 10h e terminando as 12h, com um bom período de cânticos
alegres e estudantis e um bom tempo para o estudo da Bíblia. (Tenho
acompanhado o estudo na escola sabatina da Igreja de Poá e isso tem sido para
mim um motivo de grande alegria. A participação dos irmãos é praticamente
total, a atenção é completa do
início ao fim dos estudos, e o relatório tem apresentado um estudo da lição
da semana próximo aos 90% dos presentes. O que foi que mudou? Simples, os
Irmãos abandonaram as revistinhas com as tais Lições para a Escola Sabatina e
passaram a estudar o texto bíblico.
Para poder orientar um pouco o trabalho em classe, o ancionato prepara uma
série de perguntas as quais poderão ou não ser tratadas durante o sábado.
Vai devagar, sim. No máximo, 1 a 3 capítulos da Bíblia por semana, mas o
resultado é magnífico, pois o povo se comporta como alguém que saiu de um
farto e bom almoço, cheio de confiança e alegria.)
3. Às 17 horas, deveriam se iniciar os trabalhos para o culto finalizador do sábado.
É muito triste o que se vê hoje. A finalização do sábado está embutida no meio
do programa dos jovens, programa esse que na maioria das vezes é de uma pobreza
entristecedora.
4.
O Culto que hoje praticamos das 10:30 até 11:30 seria transportado para o
horário das 17 horas até as 19 horas, com cânticos, com oportunidade aos Jovens
e com um sermão bem preparado para o encerramento desse dia especial.
Uma vez por mês, o culto de Sábado seria dirigido integralmente pelos Jovens, que
assim teriam tempo para preparar uma magnífico programa.
5.
No Domingo, seguindo as instruções da irmã Ellen, deveríamos nos dedicar ao
trabalho missionário durante a tarde. E à noite, das 19 às 20 horas, teríamos um
serviço religioso de cunho missionário para as pessoas que foram convidadas e
que viessem. Se vier uma só, agradeçamos ao Pai por essa visita!
Mas o que fazer nas cidades nas horas Livres do sábado?
Lógico que eu tenho algumas idéias, mas vou aguardar para ver se: "Há algum
apoio para essa proposta?" -- Elijah haRosh
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