Pastor acusado de
estuprar cunhada
Com ajuda de vizinhos, menina consegue armar flagrante contra o marido
da irmã, que a violentava desde os 9 anos
A menina D.S.S. tem 13 anos. Desde os 9, quando chegou
do Pará para ajudar a cuidar das duas sobrinhas, vem sendo estuprada
pelo marido de sua irmã. Detalhe: o cunhado, E.G.D., 44 anos, duas
filhas, é pastor da igreja Adventista de Valparaíso. ‘‘Me deu uma
fraqueza’’, disse à polícia o pastor, preso em flagrante.
D., que mora com a irmã e o cunhado em
Valparaíso, disse que tudo começou há quatro anos, quando sofreu uma
queda na escada. O cunhado ofereceu-se para fazer ‘‘uma
massagem’’. A massagem evoluiu para carícias. E o pastor acabou
desvirginando a menina. Desde então, segundo D., os estupros vinham se
repetindo. D. chegou a tentar contar para a irmã, que preferiu
acreditar na fidelidade do marido. A menina procurou, então, a ajuda de
um vizinho advogado, que relatou o caso a um promotor, que, por sua vez,
sugeriu um flagrante.
O flagrante foi decidido quando o pastor
saiu de casa e avisou à menina: ‘‘Hoje nós vamos fazer
aquilo’’, como conta L.V.R., 13 anos, amiga de D.
Instruído por D., um vizinho aproveitou a
janela aberta da casa para fotografar o pastor no instante em que
tentava fazer mais uma vez ‘‘aquilo’’. O pastor, no entanto,
ouviu o barulho da máquina fotográfica, mandou a menina esconder-se no
banheiro e correu para a rua. Acabou cercado pelos vizinhos, que o
chamaram de ‘‘covarde’’ e chamaram a Polícia Militar.
No depoimento, o pastor negou que viesse
estuprando a cunhada há quatro anos. Admitiu, porém, que tentava fazer
sexo com a menina quando foi preso em flagrante. Ele disse que ameaçou
mandar D. de volta para o Pará, porque ela estaria andando em más
companhias.
Nesse instante, a menina, que não queria ir
embora de Brasília, teria tirado a roupa e se oferecido ao pastor. Que
foi acometido de ‘‘uma fraqueza’’ e também tirou a roupa —
mas, segundo ele, não chegou a consumar o ato.
D. foi submetida a exames no Instituto Médico
Legal (IML), para confirmar se houve ou não conjunção carnal. As
fotografias, de má qualidade, foram anexadas aos autos. E o pastor
continua preso, para desespero dos fiéis, que acreditam na sua inocência.
Correio Braziliense, 11 de março de 2000.
http://200.252.124.124/noticias/anteriores/sabado/cidades/pagina9.htm
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