Justiça Americana Decide Extraditar Pastor Adventista Acusado de Genocídio em Ruanda

Foram necessários quase cinco anos de discussões jurídicas e uma assinatura  da
secretária de estado Madeleine Albright na última semana. Mas os Estados Unidos
vão mesmo devolver para a África o, agora aposentado, pastor ruandense Elizaphan Ntakirutimana, acusado de genocídio. É a primeira vez que um acusado que vive na América é extraditado para uma corte internacional.  Aos 75 anos de idade, o ex-presidente da Associação de Ruanda esgotou todas as suas possibilidades de apelação, e os policiais federais norte-americanos já estão preparados para escoltá-lo ao Tribunal Criminal Internacional das Nações Unidas, na Tanzânia. Ele enfrentará acusações de genocídio e crimes de contra a humanidade durante os massacres ocorridos em 1994. 

De origem Hutu, o "pastor" Ntakirutimana reuniu num sábado milhares de irmãos de origem Tutsi nas dependências da igreja com a falsa promessa de protegê-los e comandou então um batalhão de soldados milicianos encarregados de os assassinar. Fugiu de Ruanda em julho 1994 no fim da guerra e estabeleceu-se em Laredo, Texas, graças a ajuda de um filho médico que lhe ajudou a obter um visto. Descoberto, acabou preso pelas autoridades do Texas que o puseram em uma cadeia de Laredo. Alegando problemas de saúde (câncer no esôfago), respondia em liberdade até que sua extradição ficou definida pelas cortes dos Estados Unidos. 

Os oficiais do Departamento do Estado disseram estar satisfeitos com a extradição de Ntakirutimana. Eles esperam que o caso sirva como jurisprudência e abra o precedente legal para a agilização de processos em situações similares. Ntakirutimana alega que é inocente, mas será tentado junto com um outro filho acusado de participar com ele do massacre. A expectativa é que seja condenado à prisão perpétua.

Traduzido da Newsweek International, March 13, 2000
Bimenyimana Manasse, uma testemunha do massacre ocorrido no sábado 16 de abril de 1994, na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Mugonero, Ruanda.  Com a ajuda das autoridades locais, a população tutsi sobrevivente criou "memoriais" do massacre, utilizando os crânios de seus entes queridos mortos. 
Os corpos das centenas de mortos permaneceram por muito tempo nas dependências da igreja, escola e hospital adventistas de Ruanda. Em Kigali, Ruanda, alguns oito mil tutsis que sobreviveram ao genocídio e ainda hoje relembram horrorizados como foi sua fuga para as montanhas.

Fonte: http://www.macontelegraph.com/special/rwanda/html/1.htm

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