Quem Ama, Não Critica?

Amiúde, temos visto larga difusão e divulgação de excertos inspirados acerca do perigoso do pecado da crítica pessoal fundada em motivos e sentimentos pecaminosos. Contudo, permitam-me um desengano importante.

Concordo plenamente com todas aquelas citações que condenam a critica pecaminosa, isto é mui edificante. Todavia, tu que és leitor perspicaz das sagradas letras e do Espírito de Profecia observe o seguinte:

Tipo I - CRÍTICA (stricto sensu) - CRÍTICA, este verbete, máxime quando usada por Ellen G. White, em regra, refere-se a juízo subjetivo temerário ou censura pessoal, desfundamentado pelos escritos da inspiração, baseado na inveja, desejo de supremacia, egoísmo, etc. CONDUTA CENSURÁVEL...

Tipo II - CRÍTICA (lato sensu) - REPROVAÇÃO DO PECADO, esta expressão, usada sobretudo nas obras de Ellen G. White, em regra, refere-se a juízo fundamentado na palavra de Deus ou censura baseada na Escritura Sagrada, fundada no zelo e amor pelas almas e pela verdade. CONDUTA CORRETA...

A esta sorte de conduta (que muitos adventistas chamam de "crítica") os textos da inspiração que usam a palavra "Crítica", não se aplicam... Jesus critica a hipocrisia dos fariseus e escribas, Paulo critica publicamente a dissimulação de Pedro, João critica o casamento ilegal de Herodes, etc. Estas críticas não são censuráveis, mas louváveis. 

Exemplo:

Criticar ou censurar a cor do pele, a estatura de alguém, crítica (tipo I) - Não tem fundamento bíblico... é pecado. 

Criticar ou censurar o hábito de assistir filmes pornográficos ou o homossexualismo (tipo II) - Tem fundamento bíblico... é virtude. 

Nos escritos de Ellen White, as expressões "reprovação de pecado" e "crítica", praticamente, não se usam como sinônimos.

Na IASD, porém, os membros usam indiscriminadamente termo CRÍTICA, seja para "censura subjetiva pecaminosa" ou para a devida "reprovação ao pecado". Lançam tudo em um mesmo balaio. Muitos até estimulam este equívoco popular. Assim fazem para facilitar o uso indevido do Espírito de Profecia para proteger o crescimento do liberalismo e permissivismo em ascendência na IASD, sem qualquer reprovação firme do pecado. A "reprovação ao pecado" é em regra mal vista, e relacionada preconceituosamente ao extremismo, legalismo, criticismo, etc... 

Assim, o pecado é protegido e a igreja desprotegida. O pecado é curado, a igreja ferida. Quanto mais pecado vive, mais a igreja morre. Os irmãos ficam cada vez mais unidos ao pecado... e cada vez separados de Deus. 

Hodiernamente, tem-se espalhado pela IASD a heresia do "tudo pode se Deus te fortalece"..."Cada um faça como parece bem aos olhos e ninguém critique"... 

Ilustro: 

Ellen White reprova o regime carnívoro. E os membros promovem, nos sábado, churrascada na igreja...(1) Sem serem criticados.

Ellen White diz "nem um jota nem um jota de teatro na igreja". Fazem muito mais que um jota e um til de teatro na igreja.(2) Sem qualquer censura...

Ellen White reprova uso de fábulas para ensinar as crianças e a lição, o tema ou o manual da escolinha sabatina infantil adventista vem recheado de fábulas...(3) Sem qualquer reprovação ou advertência... 

GRAÇAS A UMA INCORRETA EXEGESE DAQUELES EXCERTOS INSPIRADOS NÃO SE CENSURAM NEM SE REPROVAM ESTAS E OUTRAS PRÁTICAS CENSURÁVEIS. ASSIM, PROTEGIDO O LIBERALISMO SE INSTALA E O PECADO SE BANALIZA, SEM QUALQUER REPROVAÇÃO FIRME. 

Este princípio de coduta decorre da incorreta compreensão dos escritos inspirados, e seu uso indevido. Através desta tese, temos Direitores JA fazendo teatro na igreja, outras diretoras de dorcas fazendo quermesses para arrecadar fundos, etc (4), nas igrejas lusas já temos o ministério do PALHAÇO, o ministério do MÁGICO etc... 

Creio que não preciso citar todos os textos do Espírito de Profecia que proíbem estas práticas... Mas estas perversões estão contaminando a igreja protegidas por aquela heresia da "tudo pode se Deus me fortalece" ou do "cada um faça como parece bem aos próprios olhos e ninguém critique" -- Humberto Caputo.

APÊNDICE:

FALAR NESTES ASSUNTOS NA IGREJA É TIDO COMO CRITICAR IRMÃOS...

(1) Se a carne for abandonada, se o gosto não for estimulado nessa direção, se a apreciação por frutas e cereais for encorajada, logo será como Deus no início desejou que fosse. NENHUMA CARNE SERÁ USADA POR SEU POVO. Carta 3, 1884. (Conselhos Sobre Regime Alimentar, p. 87).

Entre os que estão aguardando a vinda do Senhor, o comer carne será afinal abandonado; a carne deixará de fazer parte de sua alimentação. Devemos ter sempre isto em vista, e esforçar-nos por trabalhar firmemente nessa direção.  (Idem, p. 380)

(2) Abstende-vos de Toda Demonstração Teatral
Tenho uma mensagem para os que estão com a responsabilidade de nossa obra. Não animeis os homens que devem empenhar-se neste trabalho a pensarem que devam proclamar a solene e sagrada mensagem em estilo teatral. NEM UM JOTA NEM UM TIL DE QUALQUER COISA TEATRAL DEVE APARECER EM NOSSA OBRA. A causa de Deus deve ter molde sagrado e celestial. Fazei com que tudo quanto esteja em conexão com a apresentação da mensagem para este tempo tenha o sinete divino. Não permitais que haja qualquer coisa de natureza teatral, pois isto prejudicaria a santidade da obra. (Evangelismo, 137)

(3) Na educação das crianças e dos jovens, dá-se agora importante lugar aos contos de fadas, mitos e histórias imaginárias. Usam-se nas escolas livros desta natureza, e encontram-se também os mesmos em muitos lares. COMO PODEM PAIS CRISTÃOS PERMITIR QUE SEUS FILHOS USEM LIVROS TÃO CHEIOS DE MENTIRAS? Quando as crianças pedem a explicação de histórias tão contrárias aos ensinos recebidos de seus pais, a resposta é que essas histórias não são verdadeiras; mas isso não dissipa os maus resultados de seu uso. (Ciência do Bom Viver, p. 446). 

Para realizar essa obra, os próprios pais devem familiarizar-se com a Palavra de Deus. ... E em vez de falarem palavras vãs e apresentarem contos de fadas aos filhos, falar-lhes-ão sobre assuntos da Bíblia. Esse Livro não foi designado para eruditos apenas, foi escrito em estilo claro e simples, para alcançar a compreensão do povo comum; e, com as devidas (Orientação da Criança, p. 513)

(4) Pode o púlpito defender festivais, dança, tômbolas, quermesses e luxuosos banquetes para obter recursos para os planos da igreja; MAS NÃO PARTICIPEMOS DE NENHUMA DESTAS COISAS, pois, se o fizermos, incorreremos no desagrado de Deus. Não nos propomos apelar para a concupiscência do apetite ou recorrer a diversões carnais como meio de induzir professos seguidores de Cristo a dar dos bens que Deus lhes tem confiado. Se não derem voluntariamente, por amor de Cristo, de maneira alguma será a oferta aceitável a Deus. (Conselhos Sobre Mordomia, p. 202).

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