O Grande Conflito Começou no Céu Por Causa da Música

Meu nome é Marco Antonio Silva, sou violinista, arranjador e maestro. Iniciei meus estudos de música com o violinista Alberto Jaffé. Em 1981, iniciei meu bacharelado e dois anos depois ingressava na orquestra sinfônica da Paraíba. Antes disso fiz diversos cursos de férias em Brasília, Teresópolis e o Festival de Inverno de Campos do Jordão, onde estudei com o violinista Airton Pinto e o maestro Eleazar de Carvalho. Estudei regência orquestral com o maestro Wolfgang Grott, Nelson Nirenberg e regência coral com o professor Silvério. Hoje sou membro de uma orquestra e tenho regido vários corais.

No ano de 1981 fui batizado na Igreja Adventista e desde então tenho me preocupado com o conflito entre o bem e o mal inclusive na música.

Fui movido a escrever esse artigo depois que li o artigo onde diz: “Não existe música santa, música é música.” 

Não estou aqui para contestar ninguém, não precisamos ser dogmáticos naquilo que pensamos. Se esse trabalho de informações não for acompanhado por um outro, essencial, seus frutos talvez nunca amadureçam, ficando semelhantes às bananas que são “amadurecidas” por carbureto.

É simples lançar tais informações ao povo, porque são informações, mas o difícil é provocar no povo uma experiência real com DEUS através da boa música. Sensibilidade não se obtém mediante informações, mas através de um processo renovador do entendimento, para que se possa experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1,e 2)

Precisamos, é claro, de todas informações possíveis no cômputo da mente, mas é essencial que nosso coração retenha em síntese toda experiência musical, desde a eternidade, até a eternidade.

Vamos percorrer, em suma, o contexto musical do universo, em especial, o destes dias e mais especificamente, o da igreja...

Lúcifer era o regente das cortes celestiais e provavelmente o supervisor musical de todos os outros mundos. Um ser completamente sensível à boa música. Caiu e arrastou após si um terço dos anjos celestiais (Apocalipse 12). Isto provavelmente não se deu apenas através de palavras, mas pelo poder que tinha expressado através da música que havia desenvolvido. Dominou os anjos com uma inexplicável melodia que nele havia surgido. Penso que o carisma musical de Lúcifer é que atraiu milhares e milhares de seres superiores à eterna escuridão.

Vieram para cá, e aqui, seu método principal para levar os seres recém criados ao abismo de eterna ruína seria a música. Como é que ele conseguiu atrair Eva até aos seus pés? Chamando? Telepatia? ... Conseguiu. Deu certo. Se deu certo com uma criatura perfeita, porque não daria com aqueles que nasceriam debaixo de pecado?

No decorrer de toda a história do povo de DEUS, a máxima em seus alpendres foi o cântico.

Não há povo na terra, de melodias e harmonias mais profundas e sublimes do que o povo judeu.

Todos os maiores músicos, hoje, são judeus. Os maiores gênios da humanidade foram judeus. Albert Einstein, um dos mais notáveis cérebros que já passou por aqui, era judeu, e era também violinista. Aos sábados, vivia cantando nas sinagogas. E por aí vai...

Cristo também cantava para espantar os males, enquanto Satanás males cantava para os outros atrair.

E a música veio...

Chegamos à idade média, ao cantochão, à supremacia papal. A música girava em torno de seu trono. Uma coisa só. Foi crescendo a revolta pelos mais sensíveis. Em todos os ramos desponta uma luz de esperança. Surge a nota sensível na música, a perspectiva no desenho, que até então todos os desenhos e pinturas eram chatos. O mesmo ocorre em todos os outros campos da expressão universal. É o renascimento, acidente no ocidente.

De todas as artes nenhuma delas recebeu mais ênfase no mundo ocidental do que a música.

“Não será a música um dos meios de alcançar a virtude? E não poderá ela influir nas pessoas, acostumando-as a um prazer nobre e puro?”    

“A música não foi concedida aos homens pelos deuses imortais com o único objetivo de lhes deleitar agradavelmente os sentidos, e sim sobretudo, para acalmar as perturbações das suas almas e os movimentos tumultuosos que, experimenta um corpo como o nosso, cheio de imperfeições. (Música e Adoração, de J.W.faustine)

A música dessa época até o final do período barroco, com J. S. Bach, stingiu o auge como o mais expressivo louvor ao criador. Saíram do trono papal e envolveram o trono do Altíssimo, em arrebatados hinos de libertação.

Lutero pertence a esse período e até hoje cantamos seu hino Castelo Forte. Ele era flautista. Para ele a música ocupava o segundo plano em sua vida. O primeiro era a teologia.

Bach expressou: “A fidelidade de toda  música consiste na glória de DEUS e no repouso da alma.”

Era a música voltada para DEUS, época de grandes corais. Bach é mundialmente considerado como o quinto evangelista, por ter escrito centenas de obras profundamente sacras, culminando em duas maravilhosas obras: “Paixão Segundo São Mateus” e “Paixão Segundo S.João”.

Bach era luterano. E apesar de não ter sido reconhecido no seu tempo, era um homem muito feliz. Sua obra veio a tona através de Félix Mendelssohn, um compositor do período romântico. Quando indo a um açougue, recebeu embrulhando a carne, uma partitura de Bach. Hoje, ao que se conhece, o número de suas peças achadas já ultrapassam a casa dos mil, sendo a maior parte considerada sacra. Há os que as consideram totalmente sacras. Ele mesmo é retratado por aquilo que disse e viveu.

Bach, diante de Deus, ocupa um lugar privilegiado, como um dos maiores missionários que já passou por aqui. Muitas e muitas almas têm sido atraídas a Deus, pela manifestação de sua música. Que tenhamos a alegria de nos encontrarmos com ele no céu.

Passa o período barroco...

Vem o classicismo, com todos os seus requintes de exaltação humana.

Aparecem no campo de batalha o gênio de Beethoven e a fúria de Napoleão Bonaparte, que era músico também. Tocava cello, e eu vi um instrumento que foi tocado por ele que tem até hoje as marcas de suas esporas no instrumento. Beethoven dedica-lhe a terceira sinfonia “A Heróica” e a rasga ao saber que Napoleão havia se tornado imperador. É a expressão íntima de sua revolta interior pela desgraça do homem. Sua obra é marcada com sua dor. A nona sinfonia, a qual compôs surdo, é o auge de seu encontro com Deus (a primeira sinfonia cantada).

Em seu testamento, Beethoven fala de DEUS, reconhecido por ele como o Deus onisciente, que conhecia seu coração, confrontando seu intenso desejo de ser  amigo de todos e ser ao mesmo tempo, rejeitado pela grande maioria, declarando que apenas duas coisas o impediam de tirar a vida: o amor pela virtude e o amor que tinha pela música. Beethoven amava a DEUS sobre todas as coisas, e foi considerado por Ele como um vitorioso também, naquilo que padeceu. Beethoven não sabia, quando compôs sua quinta sinfonia, que as suas três primeiras notas, no código morse, representa a letra “V” de vitória. Que Beethoven esteja lá naquele dia maravilhoso.

Fim do período clássico

Nasce com Schubert o período romântico. No período do renascimento até o final do período barroco, o centro é DEUS.

No período clássico, o homem se volta para os requintes da época e Beethoven, em sua revolta volta-se para dentro de si mesmo, estando escondido em seus acordes triunfais e tempestuosos, com melodias carregadas de grande angústia. Agora, o romantismo  proclama os sentimentos arrebatadores do coração. Obra volumosa tendo como principais vultos:  Schubert, Tschaikowsky, List, Chopin, Bramhs e outros.

Todos esses homens produziram peças incrivelmente belas, que sem duvida poderíamos consagrá-las como sacras. Todavia, mesmo dentro dessas obras temos que ser sensíveis naquilo que poderia prejudicar também.

No período clássico, Beethoven se volta tanto para si que quem o escuta constantemente desenvolve dentro de si o mesmo espírito, sem  aperceber-se disto.

Schumann é outro exemplo profundo. Sua vida foi marcada por um intenso anseio de vida real, um grande desejo de ser perfeito em sua obra como  um pianista virtuoso. No decorrer de sua tentativa, sofreu um acidente em uma das mãos, o que viria a impossibilitá-lo de ser um grande virtuoso. Casado com Clara Schumann, afamada pianista de sua época, muito mais que ele, Schumann se dedica a composição. Sua tristeza, pois, é perfeitamente perceptível. 

Começa a entrar em crises de loucura. O que deixa sair nitidamente em suas peças, contendo partes até tecnicamente ilógicas. Sua angústia chega a um auge e ele precipita-se de uma ponte sobre o rio Reno, mas dois pescadores o salvam e ele é levado para o hospital. Lá, um sentimento de culpa o machuca com toda a força, julgando-se um criminoso(?). Não quer saber de outro livro que não seja a Bíblia. Apega-se a ela com obstinação. Clara está com ele. Schumann tranqüiliza-se, como se houvesse obtido o perdão de Deus e no mesmo dia, adormece, como um vitorioso também.

Temos que ser imparciais em tudo. Quem escuta muito Schumann, absorve-lhe a tristeza o mesmo acontece com quem ouve muito  Tschaikowsky.

Errar é uma lei de natureza humana. E essas coisas que estão escondidas, só podem ser realmente compreendidas, quando se passa por experiência semelhante, para o bem, ou para o mal. Somente a viva experiência com DEUS pode ajudar-nos a discernir essas coisas e reter o bem. Em todas as obras humanas sempre há “traços de loucura”.

Quem tem coração entenda isso!

Fim do período romântico (final do século XIX). Vem o impressionismo. Ravel, Debussy, Stravinsky... compositores que flutuam no espaço e no tempo. Na pintura Van Gogh. estoura-se com um tiro na cabeça. Um período místico, com dosagem  principal de loucura completa. Começam a surgir ruídos, que alguns consideraram ser música, dando inicio ao período contemporâneo, de uma loucura total. 

São chegados os últimos dias desta música também. A crise, é mundial. A angustia é a nota tônica em todos os povos. Satanás triunfa, sufocando a sensibilidade em muitas mentes que poderiam estar realizando uma obra monumental em nome do Senhor. Não podemos descrever esse terrível quadro.

E a igreja, como tem estado diante desse subdesenvolvimento?

Entrando no rol também...

Wagner, um compositor alemão da época de Lizt, criou novas escalas que retratam bem o sentimento da época e que ainda são muito utilizadas em nossos dias causando sentimentos de alienação e não de concentração no ser humano. Depois  vieram outras escalas e mais outras e por aí vai, e a pior foi a saída da "sensível". Hoje existem várias escalas musicais em nossos dias onde a "sensível" não é usada. Hoje em dia, a música que professa levar o nome de Deus tem sua base em acordes das escalas de jazz, blues, negro spiritual, rock, funk, entre outros.

A música nos dias de hoje tem provocado excitação, êxtase de emoções, que não levam o indivíduo ao equilíbrio.

Os ritmos traduzidos ao povo não apresentam o crivo de DEUS.

E o que fazer? Ter lideres específicos para cada obra. Líderes verdadeiros, que sintam a crise e percebam todos os efeitos de uma obra positiva e outra negativa.

Bom seria se todos os pastores fossem músicos, mas não são, e esses não devem pensar que podem liderar a juventude com seus conhecimentos musicais adquiridos em apenas quatro anos passados em uma faculdade de teologia. O estudo oficial de música no curso de teologia está comprimido em apenas dois semestres. Não deve ser assim.

Música, Daniel e Apocalipse devem caminhar juntos.

A música deveria ser nota sensível na igreja e na escola, e, a teologia, a nota tônica. Um acorde perfeito maior.

Lúcifer, era o regente do Céu! Depois da divindade ninguém mais entendia de música do que ele. E arrastou apenas um terço dos anjos de DEUS (uma guerra musical). Hittler executava sempre para seus soldados uma peça tremendamente estimulante de Weber, e fez o que fez.

Muito mais são os exemplos negativos. Porque não se apercebe disso?

As muralhas de Jericó não permaneceram de pé ante o sonido das trombetas de DEUS.

Se os homens edificarem as suas casas com o mesmo material, elas não resistirão aos ruídos que saem da trombeta de Satanás.

Siga, pois, a igreja o exemplo da verdadeira escola dos profetas. Produza a igreja homens e mulheres que sejam sensíveis à todas as coisas. Não precisam produzir gênios. A sensibilidade superará toda super-inteligência.

O que satanás quer é provocar medo, curiosidade e acostumar os homens à sentimentos que não pertencem ao céu, para que quando os ventos dos quatros cantos forem soltos, a destruição seja maior.

Somente um desenvolvimento natural, ainda que precoce (por causa do tempo), de nossa sensibilidade, poderá erguer ao nosso redor uma muralha inexpugnável aos assaltos de Satanás e suas hostes.

Nossos músicos têm sido quase só para variações, ensaiar vozes, ou coisa parecida. Nada mais! Que se reúnam todos em cursos de férias, como fazem as pessoas que amam a música verdadeiramente e não pertencem ao nosso visível redil.

Que sejam realizados simpósios, campais, estudos assíduos de música, como se faz na teologia. Muitos então serão unidos e intensificada a obra do Evangelho de Cristo.

A música é uma arte que expressa sentimentos que podem nos elevar ou nos derrubar. Que sinfonia temos feito em nossas vidas?

Criação-Queda-Redenção? Ou Criação-Queda–Perdição? 

Diante  do exposto, tire suas conclusões sobre a música que tem sido executada e ouvida em nossos dias e prove para saber, se tem ou não nos levado a um sentimento lógico e sensível! 

Amém, louvor e glória, e sabedoria e ação de graças e honra  e poder e força ao nosso DEUS para todo o sempre. Apocalipse 7:12 -- Marco Antonio Silva.

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