R$ 1 Mil Por Um Versículo Bíblico!

Pode parecer pouco, mas é o que suportaríamos pagar como prêmio a quem nos fornecesse um versículo bíblico que procuramos. Não é aquele versículo em que Deus teria autorizado mudar a guarda do sábado para o domingo. Por esse já ofereceram até um milhão de dólares e não apareceu, porque não existe.

O versículo que buscamos deve existir na Bíblia. Nós é que não o procuramos direito até agora. Talvez seja problema de vista, ou falta de lermos com um pouco mais de atenção. O texto bíblico para o qual estamos oferecendo mil reais como prêmio é o que diz que, depois que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, Deus substituiu a Árvore da Ciência do Bem e do Mal pelo "Sagrado Dízimo".

Não, não é brincadeira nossa! Com certeza, esse versículo deve existir. Está escrito em algum lugar! Caso contrário, jamais o Pastor Alejandro Bullón teria incluído essa informação na Meditação Matinal "Mais Semelhantes a Jesus", de 18 de Maio de 1994:

Se você leu com atenção, deve ter percebido que há pelo menos seis heresias implícitas no texto acima:

  1. Deus não criou filhos à Sua imagem e semelhança. Criou empregados, de quem desde o princípio desconfiava, para tomar conta do Seu planeta. Portanto, NÃO viu, Deus, que o homem era bom!

  2. A desconfiança de que os seres humanos poderiam vir a roubá-Lo levou Deus a incluir uma cláusula tipo "teste de fidelidade" no acordo trabalhista que firmou com Adão e Eva.

  3. Comer do fruto da árvore proibida implicaria em destruição "por justa causa". "Se comerem do fruto, estarão me roubando e aí, mato vocês!" teria dito o deus do pastor Bullón.

  4. Adão e Eva roubaram a Deus e foram demitidos do Jardim do Éden, além de condenados à morte, porque Deus perdeu a confiança neles. Desse modo, estamos todos no corredor da morte aguardando a execução neste planeta-presídio. Nossa única esperança é provar a Deus que não iremos mais roubar o que é dEle, devolvendo-Lhe o dízimo.

  5. Segundo esse texto do pastor Bullón, portanto, Jesus Cristo morreu para dar-nos a oportunidade de voltar a trabalhar para Deus, como empregados cujos descontos não são feitos na folha. Ele nos dá 100%, mas exige que Lhe devolvamos 10% para provar que não temos a intenção de roubá-Lo como fizeram Adão e Eva. Em troca, promete uma espécie de seguro contra adversidades e ajuda financeira adicional.

  6. Assim, não somos pecadores. Somos "desempregados espirituais", descendentes de ladrões e de quem Deus ainda desconfia. Felizmente, Jesus Cristo nos livra da morte para que possamos devolver o dízimo eternamente! 

Amém, irmão!? É isso que a Bíblia ensina? De maneira alguma! Existe um só versículo nas Escrituras que fundamente essa interpretação financista da história da queda do homem e do Plano da Salvação? Não. Mesmo assim, nosso herói da tevê, dos livros e dos palcos iluminados escreve uma besteirada dessas e nossa editora publica? Sem que ninguém tenha se manifestado e dito que está errado, que não é nada disso? Não Está Escrito, Pastor Bullón!

Temos nós estudado tão mecanicamente a Meditação Matinal, ou confiado tão cegamente em nossos líderes, a ponto de nada questionarmos e tudo engolirmos como se fosse verdade bíblica? Guias cegos estão guiando os cegos laodiceanos? Desse jeito, vamos todos para o buraco... 

No resumo acima, encontramos pelo menos seis inverdades imperdoáveis. Não são palavras textuais do pastor Bullón, mas estão todas lá, evidentes nas entrelinhas. Ele talvez nem tenha percebido que dizia tantos absurdos. Queria apenas garantir a manutenção do sistema que o sustenta. Mas isso, mesmo involuntariamente, é mais que torcer as Escrituras, irmão. É inventar uma nova Bíblia e rasgar a que conhecemos, para sua própria perdição. 

Faz nosso relacionamento com Deus mais semelhante a um pacto com o diabo em troca de riquezas e prosperidade. "Eu lhe dou tudo, mas conquisto o direito sobre sua vida. Se não fizer o que mando, mato você." Que coisa terrível! É grave demais, irmão.

A meditação mostrada acima lembra em muitos aspectos a narrativa da terceira tentação de Cristo no deserto. Satanás O levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reis deste mundo e a glória deles e disse: "Tudo isso é meu, mas poderá ser teu, se prostrado me adorares."

Que tipo de adoradores teria nosso Pai, caso fossem verdadeiras as palavras do pastor Bullón expostas acima? Gente interesseira, obediente por temor às adversidades e fiel por conveniência. É este o perfil de caráter que Deus deseja de Seu povo? 

Fosse isso tudo verdade, o Diabo teria argumentos para colocar em dúvida diante do Altíssimo a fidelidade de Seus filhos, como fez com Jó. "Acaso não o cercaste com sebe, a ele a sua casa e a tudo quanto tem? a obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra. Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face!" Jó 1:10-11.

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