Clipping da Guerra Sob o Prisma Religioso - Parte 2

Guerra santa é convocada na Índia e no Egito

Nova Delhi - O clérigo muçulmano Syed Ahmed Bukhari, um dos mais influentes na comunidade islâmica da Índia, declarou hoje jihad (guerra santa) contra os EUA. Logo antes das orações da sexta-feira na maior mesquita da Índia, em Nova Delhi, Bukhari disse a cerca de 6 mil fiéis que "este um ataque contra o próprio Islã. A guerra entre o certo e o errado começou. Esta é uma jihad. Temos de sacrificar nossas vidas pelo Islã".

Em Luknow, no norte da Índia, cerca de 5 mil muçulmanos fizeram uma passeata contra a guerra aos gritos de "Bush é um terrorista. Deixem o Iraque imediatamente".

Egito

Na capital do Egito, Cairo, a polícia reprimiu cerca de 10 mil manifestantes que saíram às ruas depois das orações muçulmanas da sexta-feira. Cerca de 30 pessoas foram feridas. Em seu sermão, o xeque da mesquita Al-Azhar, uma das mais sagradas do Islã, convocou uma guerra santa em defesa do povo iraquiano. "Jihad, no Islã, significa defender aqueles submetidos à injustiça. Nós precisamos apoiar e defender o povo do Iraque", disse.

Em Beirute, no Líbano, o xeque xiita Mohamed Jussein Fadlallah denunciou os EUA como "um império arrogante". Ele atacou o presidente do Iraque, Saddam Hussein: "Conclamamos o povo iraquiano a derrubar o tirano que destruiu o Iraque e jogou o mundo árabe e o mundo islâmico na confusão", disse. Ele afirmou que rejeita "a ocupação do Iraque por potências arrogantes, particularmente a América".

Fonte:

http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2003/mar/21/204.htm


"A América é como uma doença", diz prece na Jordânia

Amã - Na primeira sexta-feira - o dia sagrado muçulmano - depois do início dos ataques ao Iraque, os imãs das mesquitas de Amã desafiaram a ordem dada pelo rei Abdullah II de não fazer declarações políticas sobre a guerra em suas pregações. Dos bairros de classe alta até as áreas pobres habitadas pela maioria palestina em Amã, os guias espirituais transmitiram mensagens semelhantes, de repúdio aos norte-americanos, que eles associam aos israelenses, e de apoio ao povo iraquiano e, em alguns casos, a Saddam Hussein. Mensagens que ecoaram pelas mesquitas ao redor do mundo árabe, mostraram os telejornais das emissoras da região.

"O que podemos fazer pelos povos do Iraque e da Palestina?", perguntou o imã (sacerdote) da Mesquita Abu Nisheish, no bairro palestino de Al-Wihdat, em Amã. "Temos que rezar por eles todos os dias, e para que a América seja derrotada."

O imã fez uma analogia com os primeiros tempos do Islã, em que a religião era atacada por árabes não-muçulmanos: "É a mesma situação de hoje em dia." Segundo ele, deve-se "rezar para que norte-americanos e britânicos enfrentem coisas piores do que as que enfrentamos atualmente".

O imã contou que, no dia 11 de setembro de 2001, em Meca, a cidade sagrada na Arábia Saudita, um xeque do qual emanava uma luz rezou em voz alta para que Alá infligisse dor nos norte-americanos.

Duas horas depois, segundo o imã, começaram os ataques em Nova York. "Rezo para que o mesmo aconteça com a América agora", inflamou-se o imã. "A América é como uma doença. Rezo para que ela saia de nós." A voz do imã ganhou um tom fervoroso: "Alá, espalhe-os, destrua seus corações, destrua suas armas, torne suas mulheres viúvas."

Na Mesquita Husseini, no centro de Amã, os fiéis saíram da pregação dispostos a fazer uma manifestação, mas a polícia os dispersou com cassetetes. É preciso autorização prévia do governo para realizar manifestações na Jordânia. Muitos jordanianos receberam ontem, em seus celulares, mensagens convocando para uma forma mais sutil de manifestação: acender todas as luzes de suas casas, em sinal de vigília pelos iraquianos.

Em seu primeiro pronunciamento à nação depois do início dos ataques ao Iraque, o rei Abdullah pediu, hoje à noite, calma à população jordaniana.

"Nossos sentimentos em relação aos nossos irmãos iraquianos têm de ser expressos de uma maneira civilizada, que os ajudará a aliviar a angústia e a enfrentar as condições da guerra e a superar seus efeitos", recomendou o rei.

"Nossa expressão deve refletir o verdadeiro espírito da amada Jordânia. Vamos cumprir nossas obrigações humanitárias com o povo do Iraque, de acordo com nossa capacidade", continuou o rei, que mandou montar um acampamento de refugiados na fronteira, em cooperação com a ONU e a Cruz Vermelha.

Os iraquianos ainda não haviam começado a deixar o país até ontem à tarde, no entanto. "Trabalharemos com todos os meios possíveis para parar essa guerra o mais rápido possível."

Fonte: http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2003/mar/21/269.htm

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