Ennis Meier Rebate Críticas de Alberto Timm Contra Ministérios Independentes
A
revista Spectrum (http://www.spectrummagazine.org/)
é uma publicação não-denominacional que critica muito
suavemente a administração adventista. Não tem nenhuma rejeição entre os
obreiros e é vendida nas lojas de livros das associações americanas (ABC,
Adventist Book Center). Pois bem, apresento a seguir uma tradução resumida do
artigo da pág. 57 da edição de Outono de 2002.
"Uma Nova Era para os Estudos de Ellen G. White?", esse é o título do artigo-reportagem, que descreve a Primeira Conferência Internacional sobre Ellen G. White e História da IASD. Esse evento aconteceu entre os dias 15 e 19 de maio de 2002. Estavam presentes 65 participantes de todas as partes do mundo, inclusive Alberto Timm, do Brasil. A revista mostra uma foto pequena e sem nitidez suficiente para reproduzirmos aqui, de todos os participantes diante do Museu de Ellen White em Battle Creek, Michigan.
Na sua fala em plenário de 16 de maio, Alberto Timm, diretor
do Centro Ellen G. White de Pesquisas, no Brasil, lançou uma conclamação para
defenderem a autoridade de Ellen White das ameaças do que chamou a "globalização
do criticismo".
Ele afirmou que os ataques que, no passado, Canright fez por carta aos círculos acadêmicos, agora estão voltando empacotados por "dissidentes de ministérios independentes", em websites "de oposição", que podem ser acessados de qualquer lugar do mundo.
Além disso, disse ele, os ministérios dissidentes saltam na frente da igreja, espalhando traduções não-autorizadas de publicações. E isso ocorre justamente quando a igreja está admitindo milhões de novos membros, com um mínimo de doutrinação e particularmente susceptíveis à desinformação sobre Ellen White.
66% de Inspiração?
Dois dos mais notáveis trabalhos apresentados nessa conferência, vieram do médico australiano Don McMahon. Através de um estudo minucioso das afirmações dos reformadores de saúde do século 19, incluindo Ellen White, medidas em termos de congruência com o consenso do conhecimento médico atual, ele concluiu e ninguém dos presentes pareceu ficar perturbado, que apenas 66% dos conselhos de Ellen White no livro Ministério da Cura, (Ministry of Healing) estão corretos, segundo os padrões modernos.
Um considerável escorregão, quando o livro Prophet of Destiny, escrito por Rene Noorbergen há apenas 25 anos classificou as declarações de saúde de Ellen White como 100% corretas! A serenidade do auditório, em grande parte, deveu-se ao fato de que outros grandes reformadores da saúde obtiveram resultado ainda muito pior!
Veja o quadro comparativo apresentado na assembléia do Congresso Mundial E. G. White, pelo médico australiano Don McMahon:
Significa também que a "inspiração" de Ellen White era de 66%?
Opinião de Ennis Meier
Não
me surprendem os pronunciamentos pouco democráticos do Dr. Alberto Timm, que lembram bem a Inquisição de Roma na Idade Média, ao tentar
calar toda crítica.
Pois, não faz muito tempo, o pastor Carlos Vieira (ex-diretor do White Estate
da Conferência Geral) me contou pessoalmente que no E. G. White de São Paulo lhe
perguntaram se não havia um jeito de fecharem o adventistas.net.
A carta do filho de Ellen White (William) mostrada no www.alvorada.us/0014.htm é o motivo da reclamação do Dr. Alberto Timm. Consegui-a através de um outro Tim que trabalha no White Estate na Conferência Geral, em Silver Spring.
Uma simples tradução do inglês não precisa ser abençoada pela administração!
Especialmente, tratando-se de trechos que não interessam à administração
publicar.
Além do mais, a tradução está bem feita e não há razões para reclamar.
O que o Dr. Alberto Timm não gostou foi o seu ex-chefe ter sido desmentido na
afirmação de que havia uma autorização para as mudanças e censuras feitas em O
GRANDE CONFLITO.
Quanto a preocupação do Dr. Alberto Timm sobre os novos conversos, a culpa se
deve a má orientação dada aos batizandos pelos pastores, e inclusive fazem os
candidatos prometerem acreditar que "Ellen White é a manifestação do
Espírito de Profecia na Igreja Adventista", restringindo o dom profético
unicamente a ela e divinizando-a como uma espécie de Nossa Senhora Adventista.
Transmitem uma falsa imagem de Ellen White e depois não querem que alguém diga
o contrário. Para exemplificar a desinformação dos neófitos sobre a
autoridade de Ellen White em assuntos de saúde, basta relatar o que aconteceu há
uns 12 anos na Igreja Central de São Paulo, na rua Taguá 88, Liberdade...
Eu estava presente... Quem pregou sábado pela manhã foi um médico adventista do Hospital das Clínicas... Ele contou que atendeu uma senhora em caráter de emergência, que tinha em grande parte do seu corpo, queimaduras de segundo e terceiro grau... O acidente tinha acontecido há mais de uma semana e já se instalava um perigoso processo purulento em todo o corpo.
Ao ser interrogada sobre por que havia passado tanto tempo sem tratamento adequado, revelou que estava seguindo os conselhos de Ellen White fazendo tratamentos de hidroterapia!
A mulher relutava em ser medicada e dizia que Ellen White proibia o uso de drogas medicamentosas. Só o argumento de que estava a um passo da morte convenceu aquela mulher a aceitar o tratamento.
Por que a Revista Adventista não publica esse trabalho do médico australiano Don McMahon e acaba com essa "santa ignorância" de uma boa parte dos membros da
igreja?
Ellen White não só errou em conselhos sobre saúde, mas em doutrinas também!
Por bom tempo ela pregou nas igrejas uma interpretação equivocada de sua visão da Porta Fechada; agora a
administração a desculpa dizendo que "a porta da graça havia se fechado apenas
para alguns."
Em alguns casos, ela mesma voltou atrás: Como, por exemplo, ensinar que fotografias
constituiam uma violação do segundo mandamento da lei de Deus.
Existem outras doutrinas erradas ensinadas por Ellen White que as publicações
adventistas repetem e repetem, como se não fossem frontalmente contra a Bíblia.
Exemplo:
Ela copiou frases do livro de um pastor protestante que dizia que "Jesus tinha vida em
Si mesmo, não derivada". A Bíblia diz
que Jesus só tinha vida em Si mesmo, porque o Pai lhe havia dado.
O Dr. Alberto Timm reclama dos efeitos, sem procurar eliminar
as causas!
A causa principal, é terem tornado Ellen White uma mercadoria exposta numa
vitrine.
A administração sempre foi a dona absoluta do microfone, do púlpito e da Revista
Adventista.
Mais danoso do que ter o monopólio da informação, foi pretender se assenhorear
das idéias e das mentes, sufocando qualquer opinião discordante.
Nunca admitiram um fórum aberto de discussão sobre Ellen White. Haja vista a pretenção do Dr. Alberto Timm que até as traduções são um direito e monopólio da administração! Ele estava reclamando de coisas nunca publicadas e escondidas pelo White Estate.
A administração divulgou conceitos falsos sobre Ellen White e nunca foi honesta
quando alguém apresentou dúvidas.
Lembro-me de quando, eu mesmo (Ennis Meier), em 1954 escrevi uma carta para a
Conferência Geral, contestando os conceitos do Lamarquismo ensinados por
Ellen White. Ela dizia que mulheres que usavam roupas com a chamada ("cintura"
de vespa"), que supostamente transmitiam às
filhas mutações congênitas)
Um dos herdeiros de Ellen White me contestou que "a ciência já estava
mudando os seus conceitos sobre o Lamarquismo". Pacientemente
estou esperando pela mudança da ciência, já faz 50 anos !
As afirmações de que Ellen White poderia errar sempre foram meramente
formais e protocolares. NUNCA alguém admite um caso específico de erro.
Quando se trata de um caso específico, sempre sofismam e saem fora de uma
definição nominal. Ninguém tem a coragem de assumir a responsabilidade e estar
sujeito às represálias administrativas que sempre acontecem.
Um estranho caso
"sobrenatural" acontece nas Casas Publicadoras Adventistas, em que o "espírito
de Ellen White" já editou mais de 100 obras depois da sua morte! (sempre
novos títulos)
Não posso admitir que numa igreja se alterem livros, principalmente com o
objetivo de mudar uma doutrina.
Estou falando de capítulo inteiro anexado a um livro, sem que o nome do
autor apareça na capa do livro. ("A Reforma na Espanha", em O Grande Conflito)
Estou me referindo a censuras e cortes na obra mais importante do que
chamam de "Espírito de Profecia" (O Grande Conflito)
Tércio Sarli desculpou-se dizendo que "são apenas os livros destinados à colportagem!"
O ex-Diretor do White Estate Carlos Viera revela em seu livro La Voz del
Espiritu, que havia uma autorização para efetuarem os tais cortes e alterações.
Desmascaramos a pretendida "autorização" para modificar O
Grande Conflito,
www.alvorada.us/0014.htm.
Vinte e cinco anos após a morte de Ellen White publicaram o livro Evangelismo cheio de referências admitindo a "Trindade", sendo que Ellen White jamais usou a palavra "trindade" e nunca empunhou uma caneta esferográfica, pois só inventada pelo jornalista Birome pouco antes da segunda guerra mundial.
Se os cofres fortes do White Estate, Silver Spring, Maryland, tivessem os originais de O Grande Conflito, haveria como se esclarecer todas essas e outras mudanças. Mas os originais sumiram e não existem mais do que 10 páginas, realmente originais.
No White Estate, antes apresentavam a desculpa que não havia o original dos
"manuscritos", mas sempre tinham uma cópia datilografada da secretária de
Ellen White. Agora, os arquivos e cofres do White Estate estão fechados para pesquisadores
que não sejam autorizados pela Administração.
Onde há originais não publicados 87 anos após a morte da autora, onde
acontecem as coisas deploráveis que relatamos acima, obviamente, Dr. Alberto Timm,
as coisas não poderiam ser diferentes.
Aí aparecem os que vão dizer: "Ennis Meier não acredita na inspiração de Ellen White!" Acredito, sim, na inspiração de Ellen White, porém:
● Sem estabelecer equivalências de inspiração com a Bíblia, como
reiteradas vezes tem feito a Conferência Geral.
● Sem atribuir a
Ellen White exclusivamente o título "Espírito de Profecia". A Bíblia o atribui unicamente a Jesus,
que inspira os profetas.
● Reconheço, de fato e não só formalmente, que Ellen White cometeu erros em
conceitos de saúde e erros doutrinários.
● Tenho em conta que as Casas
Publicadoras Adventistas, possivelmente tenham
preterido outros escritores, igualmente inspirados, apenas por considerar
exclusivamente o sucesso comercial de uma obra. A propaganda enfocada nas obras
de Ellen White fez dela o único autor com "sucesso de tiragem garantido".
● Finalmente, hoje acho difícil saber o que Ellen White realmente escreveu,
pois as alterações começaram tão logo que terminou o sermão do Pastor Haskell,
no enterro de Ellen White. -- Ennis Meier, do
www.adventistas.net,
www.adventistas.ws e
www.alvorada.us.
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