Quando o Assunto é Dinheiro, o Cristianismo Vai Para o Espaço

 

Meu nome é Luís Antônio Cardoso, sou membro da Igreja de Monte Belo, em Gravataí, RS. Sempre estudei no colégio adventista que fica ao lado da igreja. Tenho mais dois irmãos que também começaram a estudar mas não puderam concluir.

Primeiro foi o caso de meu irmão, Lucas, que, por não ter pago as mensalidades em dia durante o ano letivo, ao chegar a época da rematrícula não conseguiu fazê-la, pois a direção da escola colocou como sempre o dinheiro em primeiro plano, esquecendo daquele discurso bonito "Escola Adventista para os adventistas". Meu irmão não estudou, mas como já não estava muito satisfeito, não deu muita importância.

O fato que agrava muito a situação, aconteceu nesses últimos dois meses com minha irmã, Marjory Cardoso, de 12 anos. Ao terminar o ano letivo, ficamos com uma dívida R$ 800,00 junto com escola, procuramos a direção para resolver a situação e rematriculá-la. Fizemos a proposta de reduzir o débito para R$ 500,00, que pagaríamos em duas vezes e, assim, garantir a vaga da aluna. Ele aceitou, estipulamos as datas para pagamento e cumprimos.

Quando fomos até a escola para pagar a segunda parcela, o tesoureiro sr. Amado, recebeu o valor de R$ 250,00, passou-nos um recibo e informou que nossa proposta inicial não havia sido aceita. Continuávamos devendo os r$ 300,00 e o não pagamento destes implicaria na não rematrícula da aluna.

Ficamos profundamente indignados, com a falta de respeito. Somos colegas da mesma classe da escola sabatina e, mesmo assim, tiveram a coragem e a cara de pau de procederem desta forma. Quando o tesoureiro nos disse que não aceitaria o acordo inicial, pedimos o dinheiro da segunda parcela de volta, pois sendo assim não havia acordo e a aluna não poderia estudar, não iríamos pagar. Se a escola não iria cumprir com a sua parte, nós não cumpriríamos a nossa. Ele prontamente me respondeu que não devolveria.

Saímos indignados e começamos então uma humilhante negociação. Procuramos novamente o diretor para negociarmos os R$ 300,00 que faltavam. Explicamos para ele que à vista não teríamos condições, mas estávamos dispostos a pagar. O diretor teve a audácia de nos propor que dispuséssemos de algum bem nosso, tipo: televisor, bicicleta ou até mesmo computador. "Afinal, quem deve para a escola não pode ter computador" (palavras dele).

Como se não bastasse tudo até aqui, concordamos em entregar o único computador que tínhamos para pagamento da dívida para que a aluna, minha irmã, tivesse a vaga garantida. O diretor levou uns 15 dias para avaliar a máquina e constatou que ela valeria algo em torno de r$ 500,00 (valor esse que é verdadeiro). Então, a partir do momento que já havia a avaliação, nós o procuramos para rematricular a aluna. Ele nos informou que ainda não sabia se aceitaria o computador, mesmo a avaliação tendo ficado acima da dívida. Entramos então em uma longa espera, que se estendeu até o primeiro dia de aula, em que, apesar de não termos feito a rematrícula, mandamos Marjory para escola.

No dia seguinte, procuramos o diretor para regularizar a situação mas ele não pode atender. Marcou para o dia seguinte pela manhã. No dia seguinte, ligamos, nos identificamos e a telefonista informou que ele não estava e nem viria à escola pela parte da manhã. Dois minutos depois, ligamos novamente nos identificando com outro nome e prontamente a telefonista passou a ligação para ele, que estava na escola e instruiu a telefonista para não nos atender.

Nessa mesma ligação em que mais uma de suas mentiras foi desmascarada, ele nos disse que não iria aceitar o computador. A aluna está sem vaga até que se pague a dívida, isto já no terceiro dia de aula.

Ficamos com minha irmã sem vaga na sua escola e nem ao menos conseguimos vagas em outras escolas, por se tratar desta época do ano.

O que nos deixou apavorados foi a maneira como fomos tratados. Minha irmã sempre teve bom comportamento, boas notas. Sempre fomos membros da igreja, mas, quando o assunto é dinheiro, o cristianismo vai para o espaço.

Sabemos que isto é ilegal: trancar rematrícula por causa de dívida. E o que mais surpreende é a maneira com que nós, membros da igreja, que sustentamos essa organização com nossos dízimos, somos tratados. Casos semelhantes já aconteceram com pelo menos outros três alunos adventistas.

Tenho o documento que o diretor, Sr. Germanowicz, assinou, quando recebeu o computador para avaliação e a ficha que a direção da igreja assina, em que consta a primeira proposta que a escola recebeu o valor, mas não manteve a palavra. Vou escanear esses dois e assim que possível lhe envio.

Qualquer dúvida estou a disposição.

Luís Antônio Cardoso

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