"Não vai longe o tempo em que a prova sobrevirá a toda alma. A marca da besta nos será recomendada com insistência. Os que, passo a passo, cederam às exigências do mundo e se sujeitaram a costumes mundanos não acharão difícil submeter-se aos poderes dominantes, de preferência submeter-se a escárnios, insultos, ameaças de prisão e morte. O conflito é entre os mandamentos de Deus e os mandamentos de homens. Nesse tempo o ouro será separado da escória na igreja." Eventos Finais, pág. 150.


Americanos Discutem Implante de Chip de Identificação Subcutâneo

Ruben Dargã Holdorf

Em 1977, Ken Olsen, fundador da Digital, acreditava não haver "motivo para alguém ter um computador em casa". Seu pensamento, motivo de risos hoje, talvez tivesse se inspirado em Thomas Watson, presidente do Conselho de Administração da IBM durante a Segunda Grande Guerra, que achava não ter no mercado mundial lugar "para cinco computadores".

Tais atitudes, frases, idéias não estão muito longe de nossa realidade. Contas para os filhos que você jogou futebol de botão, parece ser um tanto antiquado também. Acostumados às mirabolantes jogadas e lances que podem ser gravados como prova de habilidade pessoal no play-station, os meninos duvidam quando apresentamos relatos dos incríveis embates realizados contra os melhores do Estado em um "campo" que estava mais para cancha de salão, com um disco - e não bola - tocado por jogadores impulsionados pela pressão de uma palheta. A velha mesa ficou na casa paterna, cheia de cupins e poeira, com as redes rasgadas, as marcas divisórias do "gramado" quase apagadas, lembrança de uma geração que soube se recrear.

Hoje os chips se espalham em nossos domínios. E eles pretendem invadir nossos corpos. Já está definido: em setembro teve início o processo de debates e votação pelo Congresso norte-americano de lei que obrigará, "a partir de determinada data", a instalação de um chip subcutâneo sobre a mão contendo todos os dados do indivíduo, inclusive sua conta bancária. Tal procedimento visa impedir falsificações, furtos, identificação trocada, serviços e transações comerciais. Esta é a principal desculpa alegada até o momento pelos congressistas e defensores da novidade tecnológica. Entretanto, por trás disso, os interesses em controlar a população superam o desejo de aperfeiçoamento científico e rapidez nas comunicações.

Romance "futurístico" de George Orwell escrito em 1948, "1984" já estampava a possibilidade do controle social por dispositivos eletrônicos. "Zardoz", com Sean Connery, cria também o domínio da humanidade em um universo virtual. Há pouco tempo, a Assembléia Legislativa paranaense não aprovou a instalação de um "selinho eletrônico" nos veículos, que iria monitorá-los até via satélite, quebrando o direito das pessoas de ir e vir e à privacidade.

Algumas empresas dos Estados Unidos também estão testando o chip subcutâneo em seus empregados, após obrigá-los ao implante. Deste modo, todos são controlados, mesmo na vida privada. Imaginam os ianques, que assim a criminalidade diminuirá gradativamente, face a inibição das pessoas ao estarem cientes de que são vigiadas constantemente. Contas bancárias, impostos, serviços médicos, educação, viagens, trabalho, convívio social, tudo ficará sob controle. Ninguém fará coisa alguma sem um órgão central tomar conhecimento.

Quais seriam as conseqüências de se rejeitar tal chip? Ninguém abordou ou respondeu esta dúvida, mas a revista católica Sunday, em um artigo discriminatório contra minorias religiosas e étnicas nos Estados Unidos, ano passado, deixou claro o desejo de que sejam punidos severamente aqueles que não se enquadrarem na nova ordem a ser estabelecida no país. De igual modo, a possibilidade de "pena de morte" é citada descaradamente em suas páginas.

Em tempos de avanço científico, qualquer novidade deve ser encarada com desconfiança, mesmo o projeto da IBM de colocar em cada lar norte-americano, em médio prazo, um microcomputador ligado à Internet. Enquanto alguns se preocupam com o fim do mundo, espertalhões estendem os limites de domínio "seduzindo" legisladores a votar leis que restringem nossas ações. A liberdade não pode ser vigiada, como certas criaturas com feições ditatoriais pretendem.

Ruben Dargã Holdorf é jornalista de O Estado e pós-graduando em Educação.
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