Teólogo Católico Responde: Jesus ou Yeshua?

O nome "Jesus", como se sabe, é simplesmente uma forma latina do grego "Iesous". Na verdade, Iesous não é originalmente um nome grego, e sim uma forma grega de um nome hebraico, "Yehoshua" (o "Yoshua" bíblico) que significa "YHWH (que provavelmente era pronunciado Yahweh) é salvação". 

Não é difícil perceber como a mudança de Yehoshua, que no linguajar coloquial era às vezes abreviado para Yeshua ou até mesmo Yeshu, foi transliterada para o grego Iesous e o latim Jesus. 

Infelizmente, no movimento do nome Yeshua das suas formas originais para chegar às várias línguas usadas pelos cristãos, e outras, algo importante se perdeu. Em primeiro lugar, os judeus já não usam o nome Ieshua, tampouco os cristãos (na verdade, tanto a forma hebraica quanto a grega desses nomes próprios saem de uso após o século I).

Como resultado disso, "cristãos e judeus pensam em Jesus como sendo o nome de alguém não judeu. Estes fatos simples tendem a isolar os cristãos da raiz principal de sua religião, a tradição hebraico-judaica. Por outro lado, tendem também a isolar os judeus de um filho muito importante dessa tradição, e que se tornou o judeu que mais influência exerceu em toda a história, superando em termos de impacto histórico até mesmo gigantes como Moisés, Davi, Marx, Freud e Einstein.

O nome Ieshua é formado de duas partes. A primeira, "Ye", é a forma abreviada do nome próprio hebraico de Deus, "YHWH". A segunda, "shua", é palavra hebraica que significa salvação".

A palavra salvação, porém, é uma palavra que, em larga medida, tem sido alterada de maneira significativa na tradição cristã, no seu significado na tradição israelita e no seu significado original em grego e em latim. Na maioria dos casos, foi revestida do significado restrito desde o séc. III a.C., a saber, que quando aqueles que creêm em Cristo morrem, se permaneceram fiéis, vão para o céu. Mas esse não é todo o significado básico da palavra.

Na sua forma latina "salvamento", ela se origina da raiz "salus" (a forma grega e "soterion/soteria" de "saos") que quer dizer inteireza, saúde ou bem-estar - daí salutar e saudável em português. O mesmo se aplica à raiz germânica da palavra "heil" que adjetivamente também significa sadio, são, curado, saudável. Com efeito, é essa a origem da palavra "santo/a em português, vinda do latim. Isso é mais evidente na forma apocopada "são". Ser santo significa ser sadio, levar uma vida sadia, plena. Quando vivemos uma vida sadia, plena, somos santos, alcançamos a salvação, a plenitude.3

O nome Ieshua significa, portanto, YHWH é salvação, saúde; e o nome YHWH é o nome próprio do Deus único, criador de tudo quanto existe. Estamos hoje tão habituados ao conceito de monoteísmo que não nos damos conta da extraordinária ruptura que esse discernimento representou na história da humanidade. Teve vastas implicações imediatas sobre a maneira como a pessoa se relacionava com todos os outros seres humanos e com toda a realidade.

Se eu vivesse numa nação que tivesse seu próprio deus ou os seus próprios deuses, e todas as outras nações também tivessem seu deus ou deuses, as regras éticas desenvolvidas pela religião desse meu deus não seriam necessariamente aplicáveis às pessoas e coisas submetidas a outros deuses. Conseqüentemente, não haveria uma ética válida para todos os sei'es humanos e para toda a terra - até se desenvolver a percepção de que havia, de fato, um Deus único criador de todos os seres humanos e de toda a realidade.

Assim, portanto, o próprio nome Ieshua é a afirmação de que YHWH é a fonte da inteireza para todos os seres humanos, para todas as coisas. E o nome que contém o cerne da grande contribuição do povo hebreu para a humanidade: o monoteísmo ético. 

É claro que houve muitos hebreus chamados Ieshua, além de Ieshua de Nazaré. Há, porém, algo de especialmente apropriado no fato de que esse nome tivesse sido dado a Ieshua de Nazaré, pois foi por intermédio dele que bilhões de não cristãos vieram à percepção judaica do monoteísmo ético, chegaram até YHWH, à salvação, à inteireza.

1. Ver "lesous" in Gerhard Kittel, org., Theological Dictionary of the New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1966), vol. III, pp. 284ss.

2. Enquanto o sentido do radical das palavras indo-européias que significam salvação é plenitude, inteireza, o significado do radical da palavra semítica aqui empregada, "shua", é amplidão, abertura. Salvação significa então o contrário de estar num aperto, em dificuldade; significa estar livre num amplo espaço aberto. Isso o torna próximo, embora não igual, ao sentido do radical indo­europeu.

3. O especialista judeu Geza Vermes confirma que esta concepção de salvação era corrente entre Ieshua e seus contemporãneos, ao salientar que eles vincularam a saúde física e a espiritual: "Na terminologia religiosa um tanto elástica, mas extraordinariamente perceptiva de Jesus, e dos homens espirituais do seu tempo, 'curar', 'expulsar demônios' e 'perdoar pecadores' eram Sinônimos intercambiáveis." Jesus and the World of Judaism (Filadélfia, Fortress Press, 1983), p. 10.

Fonte: Ieshua: Jesus Histórico, por Leonard Swidler, Edições Paulinas, 1993, págs. 7-10.

Informação Adicional:

"Strangely enough we find in the teaching of the ancient Druids of Britain a Deity known variously as Yesu, Esus and Hesus. This Deity was understood as the personification of God as Saviour. It was believed and taught that Yesu would descend to earth sometime in the future as the Saviour of mankind.< 18> Ironically, the Hebrew Joshua when spoken in Aramaic becomes Yeshu or Yeshua. The Druidic Yesu was considered to be a personage of a Trinity: Beli was the Creator; Taran, the controlling providence of the present; and Yesu was the coming Saviour.< 19> The Druidic Trinity was depicted as three golden rays of light and this sign became the emblem of the Druids. The Druids were prominent in Britain for centuries before the advent of Jesus, and not only in Britain, but throughout Western Europe. It was, in fact, the dominant religious teaching with origins deep in the pre-Homeric past, with clear affinities to the Vedas and the Brahmins. Indeed, an extremely strong case has been recently made that the mystery teachings veiled in the Iliad and the Odyssey— those works so vastly respected in the ancient world— were, in fact, popularized, coded versions of Druidic initiatic teachings." <20>

18. E. Raymond Capt, The Traditions of Glastonbury, (Thousand Oaks, Ca: Artisan Sales, 1983), pp. 9- 10.
19. Ibid., p. 9.
20. Iman Wilkens, Where Troy Once Stood: The Mystery of Homer's Iliad and Odyssey Revealed, (New York: Saint Martin's Press, 1990).

Fonte: http://www.essene.com/Church/Conspiracy/CouncilOfNicea.html 

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