Reflexões de um Leigo Após os Acontecimentos de 11/09/01

Nos tempos de Ellen White e dos pioneiros, quando os irmãos tinham dúvida sobre algum acontecimento, reuniam-se em oração e pediam orientação para Deus para descobrir seu verdadeiro significado. Isso não ocorre nos dias de hoje. [Se acontecer, o mais provável é que os envolvidos sejam excluídos por "extremismo".]

Mesmo assim, atrevo-me a pensar que a queda das torres gêmeas tem muito mais a ver com nossa doutrina do que a igreja oficial nos informa. Nós aprendemos que o decreto dominical é o sinal para sairmos da cidade, mas certamente a queda das torres pode ser um sinal dos tempos.

Osama Bin Laden tem razões políticas e econômicas para seus atos cruéis. Porém, ele utiliza suas riqueza e inteligência para fomentar guerra alegando razões religiosas.

Bin Laden diz que presidente paquistanês está do lado dos cristãos

Dubai - O milionário saudita Osama bin Laden acusou o presidente paquistanês Pervez Musharraf de ficar do lado dos cristãos contra os muçulmanos, depois do massacre de 16 pessoas em um culto protestante no domingo no Paquistão.

Numa carta lida hoje na rede de televisão Al-Jazeera, de Catar, Bin Laden critica Musharraf pelas prisões efetuadas após o ataque de fundamentalistas paquistaneses. "Todos os muçulmanos do Paquistão", afirma Bin Laden na carta, "devem atuar em defesa do Islã contra a nova Cruzada".

A Al-Jazeera mostrou uma imagem da carta, assinada pelo homem considerado inspirador do terrorismo antiamericano. "Bin Laden chamou os muçulmanos do Paquistão a levantaram-se contra o que classificou de uma cruzada contra o Islã", disse o apresentador da televisão, acrescentando que, na carta, ele afirma que "os muçulmanos no Afeganistão são massacrados e o governo paquistanês caminha sob o estandarte dos cristãos".

"O mundo foi dividido em dois campos: um sob a bandeira da cruz, como disse Bush, o chefe dos infiéis, e outro sob a bandeira do Islã. O governo do Paquistão colocou-se sob a bandeira da cruz", diz a mensagem.

A carta, cheia de citações do Alcorão e de frases atribuídas ao profeta Maomé, prossegue: "Aderentes ao Islã, este é o seu dia de fazer o Islã vitorioso". Para o homem mais procurado do mundo, os muçulmanos não devem descansar antes de "trazer a vitória e a verdade a seu povo e derrotar a falsidade e seu povo, com a permissão de Deus".

"Sua posição contra o mal nos dá alento. O calor da cruzada contra o Islã se intensificou, seu ardor cresceu e a matança dos seguidores do profeta Maomé no Afeganistão se multiplicou", diz o documento, conforme versão lida pelo telefone por um funcionário da Al Jazeera à equipe da Associated Press no Cairo.

Fonte: O Estado de S. Paulo (Clique)

Após a invasão do Afeganistão, Bin Laden transmitiu ao mundo um vídeo no qual conclamou os muçulmanos para a guerra santa contra a América e a civilização ocidental. E muitos aderiram, não só no Afeganistão como em inúmeros países.

Quais as implicações desta guerra para nós, adventistas? Uma delas é que o ecumenismo  ganhou status de salvação internacional, a principio com a celebração de diversos cultos, com participação de muçulmanos para deixar claro que não era uma guerra do Islã contra a nova ordem mundial. Com a continuidade da guerra e com a participação de milhares de muçulmanos ao lado de Bin Laden, é possível que o ecumenismo seja utilizado para apoiar a luta contra Bin Laden, ou para o mundo cristão unir-se aos muçulmanos que não apóiam o terrorismo.

De qualquer forma Bin Laden transtornou o mundo de tal forma que os partidários da união das igrejas ganharam novos argumentos. George W. Bush já havia identificado o tempo atual como a guerra do bem contra o mal e a operação militar como justiça infinita, foram realizados vários cultos ecumênicos em muitos países e o pai do presidente americano visitou o papa em Roma não sendo divulgados os assuntos tratados entre o papa e o pai do presidente. Logo após, o  Vaticano se colocou ao lado da América e um representante do papa informou ao mundo que em certas ocasiões a guerra é licita. Portanto, o poder papal uniu-se ao poder americano para declarar guerra ao terrorismo internacional.

Ou seja, Roma deu seu aval para a guerra santa da América contra os extremistas do Islã.

O patriarca do Vaticano estava visitando um país vizinho ao Afeganistão dias antes da invasão e o presidente americano declarou que enquanto o papa estivesse em terras vizinhas aquele país não seria invadido. Conclui-se que o Vaticano tem poderes reconhecidos pela América tanto para justificar a guerra, como para definir o momento  dos ataques. 

O ataque terrorista não se justifica de modo algum, mas para Bin Laden ele ocorreu em virtude dos pecados da América. Quais pecados da América? Os pecados econômicos, a presença da América nos países islâmicos, a invasão cultural pagã, etc. 

Mas Bin Laden apontou algo  que pode afetar mais tarde as nossas vidas. O apoio dos Estados Unidos a Israel.

Vamos imaginar um cenário do futuro (especulação, não profecia!):

1. A situação mundial piora e os muçulmanos insistem em dizer que a culpa do que está acontecendo é de Israel. 

2. Os Estados Unidos depois de várias derrotas chegam à mesma conclusão e para perseguir Israel primeiro impõem sanções econômicas e depois decretam a lei dominical.

3. Os muçulmanos guardam a sexta-feira, os judeus guardam o sábado e os ecumênicos guardam o domingo.

Conclusão: por causa do povo da sexta-feira, o povo do sábado é atacado pelo povo do domingo, que une-se ao povo da sexta-feira para atacar o povo do sábado.

Difícil de acontecer? Imprevisível?

Guy Sorman assim escreveu no jornal O Estado de São Paulo, dia 28 de outubro de 2001, página A-24:

“Nos círculos intelectuais, nos meios diplomáticos e na diplomacia francesa, comenta-se que o princípio de tudo não remonta a 11 de setembro, em Nova York, mas há bem mais tempo, quando Ariel Sharon entrou nos lugares santos do Islã em Jerusalém.”

Ou seja, segundo  os muçulmanos, os Estados Unidos, permitiram que os judeus atacassem o Islã em Jerusalém. O atual primeiro ministro de Israel ofendeu  os palestinos e os muçulmanos ao mesmo tempo e o governo americano  mesmo sabendo  antecipadamente da intenção de Sharon permitiu que ele ofendesse o Islã e a intifada   passou a ser parte da causa islâmica ocasionando milhares de mortes de palestinos por causa da invasão do um templo islâmico em Jerusalém. Estes fatos reforçam a tese de Bin Laden de que a causa  palestina confunde-se com a causa muçulmana. 

Mais confirmações? Que tal se o Vaticano se unisse aos palestinos  para protestar contra os judeus ao mesmo tempo em que os Estados Unidos atacam o Afeganistão?

Vejamos o que noticiou a Revista Veja no mês de outubro de 2001, edição 1.724, página 47, referindo-se a uma manifestação de padres contra os ataques do exército de Israel aos palestinos:

“Até a cidade de Belém, normalmente poupada para evitar problemas com a comunidade cristã que a reverenciam como o berço de Jesus, se viu envolvida na escalada  da violência , a ponto de bispos e padres, tendo a frente o emissário do Vaticano na Terra Santa, Dom Pietro Sambi, fazerem uma rara e desesperada  marcha de protesto. Quando até o representante do papa sai em passeata, a situação é realmente grave.”

E ainda a mesma revista na mesma edição informou em sua página 48:

“O cenário já foi esboçado pela diplomacia americana: a violência das incursões israelenses nos territórios palestinos chega a ponto de provocar uma explosão interna, Arafat é levado de roldão e, aí salve-se quem puder – o mundo islâmico pega fogo arrastando junto as possibilidades de sucesso da guerra contra o terrorismo. Os Estados Unidos permitiriam uma insanidade dessas? Claro que não.”

Inclusive os meios de comunicação noticiaram recentemente que o lider palestino Yasser Arafat esteve no Vaticano  com o papa  pedindo para  que o mesmo  intercedesse junto aos Estados Unidos para coibir os atos violentos do exército israelense.

Outra especulação: 

1. Os Estados Unidos vão ficando em situação cada vez pior na guerra e conclamam os muçulmanos a abandonarem  os terroristas. 

2. Eles aceitam  desde que os Estados Unidos, retirem suas bases militares da Arábia Saudita, que árabes e americanos passem a ser aliados, que Roma, América e Islã  unam-se, inclusive em cultos ecumênicos e atos religiosos e que Israel passe a ser o inimigo comum. 

3. Os Estados Unidos concordam, contando com o aval de Roma desde que o Islã aceite a supremacia papal e passe a guardar o domingo juntamente com a sexta-feira e a Suprema Corte Americana aprova, em troca da paz, o decreto dominical e ele torna-se internacional devido a situação mundial.

4. Depois ocorre a derrota  de Israel mas mesmo com a derrota do inimigo comum,   acontecem outras catástrofes e Roma declara que o mundo não está em paz porque sobrou um remanescente fiel, os adventistas do sétimo dia, que apesar da situação mundial mantém a fé em Jesus Cristo e guardam os mandamentos de Deus, incluindo o quarto...

Neste cenário de final dos tempos, não há elogios para Laodicéia.

Laodicéia não é fria nem quente, não apóia a guerra, nem faz a sua obra. Laodicéia tem a verdade, mas não a declara. Laodicéia está preocupada com suas riquezas. Laodiceia é cega e, pior, faz-se de surda e muda. Laodicéia não aproveita a situação mundial para anunciar a breve volta de Cristo.

O que deveria Laodicéia estar fazendo? A resposta encontra-se em Mateus 24:14: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho as nações . Então virá o fim.”

Leigo 2001

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