BRASÍLIA (Reuters) - O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta tarde que seu governo pretende reativar a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) como um órgão vinculado à Presidência da República.

"Vamos fazer com que a Sudene volte a funcionar, não como agora, mas vinculada à Presidência", disse Lula após encontro com dirigentes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Durante o encontro, Lula recebeu de uma comitiva de bispos do Nordeste um documento pedindo que a Sudene, que foi extinta durante o governo Fernando Henrique Cardoso, volte a funcionar.

O documento dos bispos reconhece que a instituição tinha falhas, mas que contribuiu para o planejamento do desenvolvimento sustentado na região.

Os bispos dizem ainda que, se Lula tem "vontade política" para criar uma nova Sudene, terá apoio da Igreja.

Entre as principais reivindicações do documento estão: definição dos principais objetivos pela Sudene junto aos Estados, formulação de planos dos Estados compatíveis com seu orçamento e a coordenação dos recursos hídricos da região.

Lula disse ainda que não espera que a CNBB faça parte do governo, já que é uma instituição independente, mas quer contar com o apoio da Igreja para realizar seus projetos.

O presidente da CNBB, dom Jaime Chemello, disse ter ficado feliz com a visita de Lula. "É a primeira vez que um presidente eleito nos visita", disse ele, acrescentando que a entidade não tomará uma postura "governista" e que terá "consciência crítica" durante o governo de Lula.

Na reunião fechada que teve com os dirigentes e cerca de 25 bispos, Lula fez uma exposição do programa de combate a fome.

Segundo os bispos presentes, foi um discurso sincero, onde admitiu erros do passado e reafirmou estar confiante no futuro.