Lição 9 Deste Trimestre à Luz de 1888

 

Pensamentos sobre “A esperança e a tardança -1”
(Lição 9, para 30 de novembro de 2002)

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mat. 25:13)

Há uma preparação que se tem descuidado, e entretanto é essencial a fim de que possa ter lugar o derramamento final do Espírito Santo na chuva serôdia. A solução para o nosso problema poderia ser muito mais simples do que temos suposto. Essa tão necessária preparação, consiste em uma compreensão clara da mensagem especial de Cristo a Seu povo nos últimos dias: a mensagem dirigida ao "anjo" de Laodicéia, a sétima igreja de Apocalipse 2 e 3.

Embora é certo que "a mensagem a Laodicéia... deve ir a todas as igrejas" (Testemunhos, vol. 6, pág. 77), Ellen White a aplicou primária e especialmente à denominação Adventista do Sétimo Dia em incontáveis ocasiões. Além disso declarou que quando compreendermos e aceitarmos esta mensagem, "o alto clamor do terceiro anjo" não sofrerá mais tardança. Reconhecemos que a chuva serôdia e o alto clamor se têm atrasado por décadas. A única conclusão possível é que deve haver algo na mensagem a Laodicéia que não compreendemos ou recebemos. Consideremos esta significativa afirmação:

“Me foi mostrado que o testemunho a Laodicéia se aplica ao povo de Deus da atualidade, e a razão pela qual não cumpriu uma grande obra é pela dureza dos corações... Quando foi apresentada pela primeira vez... Quase todos acreditaram que desencadearia o alto clamor do terceiro anjo... Foi provido com o objetivo de despertar o povo de Deus, revelar-lhe seus pecados e lhe levar a um zeloso arrependimento, a fim de que possa ser favorecido com a presença do Jesus, e estar preparado para o alto clamor do terceiro anjo” (Testemunhos, vol. 1, pág. 186).

Se, depois de todos estes anos de orar por ele, não estamos ainda "preparados para o alto clamor", não será sábio que dirijamos nossa atenção à mensagem a Laodicéia, a fim de averiguar a razão? Possivelmente não tenhamos alcançado a compreensão desta "mensagem em todas as suas faces" (E.G.W. CBA, vol. 7, pág. 975). É sensata nossa hipótese de compreender a profunda importância da mensagem? O que segue aponta a uma experiência que está ainda no futuro:

“A mensagem para a igreja de Laodicéia é extremamente aplicável para nós como povo. Foi apresentada diante de nós durante muito tempo; mas não lhe demos a devida atenção. Quando a obra de arrependimento for fervorosa e profunda, os membros da igreja comprarão individualmente as ricas mercadorias do céu” (E.G.W. CBA, vol. 7, págs. 972, 973; Manuscrito 33, 1894).

“Há uma mosca morta no perfume... Vossa justiça própria produz náuseas no Senhor Jesus Cristo. [Cita-se Apoc. 3:15-18.] Estas palavras se aplicam às igrejas e a muitos que estão em cargos de responsabilidade na obra de Deus” (Idem., pág. 974; Manuscrito 108, 1899).

Há um profundo e misterioso laço que relaciona a mensagem de 1888 com o chamado de Cristo a Sua amada Laodicéia. Em inumeráveis ocasiões Ellen White relacionou ambas as coisas. Por exemplo, consideremos esta declaração, tirada de uma carta escrita no contexto da mensagem de 1888:

“Tem estado a ressoar a mensagem a Laodicéia. Tomai esta mensagem em todas as suas faces e propagai ao povo onde quer a Providência abra o caminho. A justificação pela fé e a justiça de Cristo são os temas que devem ser apresentados a um mundo que perece” (Idem., pág. 975; Carta 24, 1892).

Os remédios divinamente assinalados para curar o orgulho de Laodicéia são "ouro provado no fogo", "roupas brancas" e "colírio". Esses foram os ingredientes essenciais da mensagem de 1888. Com o passar dos anos, torna-se cada vez mais clara que a igreja remanescente nunca compreendeu de forma clara a dinâmica dessa mensagem. Alguém se atreverá a negar que a seguinte repreensão, dada em 1890, é aplicável hoje?:

“Como podem nossos pastores ser representantes de Cristo, sendo que se sentem auto-suficientes, sendo que por espírito e atitude dizem: 'rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta'? Não devemos estar em uma condição de satisfação própria, senão seremos descritos como aquele que é desgraçado e miserável e pobre e cego e nu.

Desdo o encontro em Mineápolis, vi o estado da igreja de Laodicéia como nunca antes. Ouvi a reprovação de Deus pronunciado sobre aqueles que se sentem tão satisfeitos, que não conhecem sua situação espiritual... Como os judeus, muitos fecharam seus olhos para que não possam ver; mas existe um grande perigo agora em fechar os olhos à luz e andar afastado de Cristo, não sentindo necessidade de nada, tal como aconteceu quando Ele esteve na Terra...

Os que se dão conta de sua necessidade de arrependimento para com Deus, e de fé no Senhor Jesus Cristo, terão contrição de alma e se arrependerão de resistirem ao Espírito do Senhor. Confessarão seu pecado de recusar a luz que o céu lhes enviou tão generosamente, e abandonarão o pecado que ofendeu e insultou ao Espírito do Senhor.” (Review and Herald, 26 de agosto de 1890).

Se a mensagem a Laodicéia tem por objetivo que a igreja esteja "preparada para o alto clamor do terceiro anjo" (Testemunhos, vol. 6, pág. 186), e "o estado da igreja de Laodicéia" "desde o encontro em Mineápolis" indica "um grande perigo" "como nunca antes", é evidente que perante nós se apresenta um grande campo de estudo, merecedor da mais cuidadosa atenção. No simples feito de que o alto clamor não se deu como deveria, a história assinala a existência de "verdade presente" digna de investigação. Nossa preocupação por encontrar a causa real da prolongada tardança deve nos conduzir a estudar novamente a mensagem de Cristo à igreja de Laodicéia.

Se nos sentirmos "ricos e enriquecidos" quanto a nossa compreensão da "justificação pela fé", e se nos sentimos orgulhosos e satisfeitos de nosso grande progresso em proclamá-la ao mundo, não sentiremos íntima necessidade de estudar a mensagem a Laodicéia. Mas a Testemunha Fiel e Verdadeira nos assegura que esse é precisamente nosso maior perigo. Ela fala sobre nos dar conta: este é o nosso problema.

Mas se sentirmos uma grande "fome e sede de justiça", se sentirmos uma profunda convicção de que a história nos levou a uma situação de grande crise espiritual, e que a mensagem a Laodicéia provê a chave para nos tirar do beco sem saída no que estamos atualmente, então não há dúvida que esta mensagem será reconsiderada com honestidade e mente aberta. Portanto, em resposta à fervorosa oração, que o Espírito Santo possa impressionar a ambos, leitor e escritor, lhes dando a uma experiência comum de descobrimento e iluminação. Com certeza, esta é a vontade de Deus para todos nós. (R.J. Wieland, Eis que estou à porta, e bato, págs. 3-5).

 

Todas dormiram

Na parábola, todas as dez virgens saíram ao encontro do esposo. Todas tinham lâmpadas e frascos. Por algum tempo não se notava diferença entre elas. Assim é com a igreja que vive justamente antes da segunda vinda de Cristo. Todos têm conhecimento das Escrituras. Todos ouviram a mensagem da proximidade da volta de Cristo e confiantemente O esperam. Como na parábola, porém, assim é agora. Há um tempo de espera; a fé é provada; e quando se ouvir o clamor: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!" (Mat. 25:6), muitos não estarão preparados. Não têm óleo em seus vasos nem em suas lâmpadas. Estão destituídos do Espírito Santo.

Sem o Espírito de Deus, de nada vale o conhecimento da Palavra. A teoria da verdade não acompanhada do Espírito Santo, não pode vivificar a mente, nem santificar o coração. Pode estar-se familiarizado com os e promessas da Bíblia, mas se o Espírito de Deus não introduzir a verdade no íntimo, o caráter não será transformado. Sem a iluminação do Espírito, os homens não estarão aptos para distinguir a verdade do erro, e serão presa das tentações sutis de Satanás.

A classe representada pelas virgens loucas não é hipócrita. Têm consideração pela verdade, advogaram-na, são atraídos aos que crêem na verdade, mas não se entregaram à operação do Espírito Santo. Não caíram sobre a rocha, que é Cristo Jesus, e não permitiram que sua velha natureza fosse quebrantada. Essa classe é representada, também, pelos ouvintes comparados ao pedregal. Recebem a Palavra prontamente; porém, deixam de assimilar os seus princípios. Sua influência não permanece neles. O Espírito trabalha no coração do homem de acordo com o seu desejo e consentimento, nele implantando natureza nova; mas a classe representada pelas virgens loucas contentou-se com uma obra superficial. Não conhecem a Deus; não estudaram Seu caráter; não tiveram comunhão com Ele; por isso não sabem como confiar, como ver e viver. Seu serviço para Deus degenera em formalidade. (Parábolas de Jesus, págs. 408-411)

“E eles vêm a Ti, como o povo costumava vir, e se assentam diante de Ti como Meu povo, e ouvem as Tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza.” (Ezeq. 33:31).

“A expressão ‘virgens loucas’ representa o caráter daqueles a cujo coração não chegou a influência genuína do Espírito de Deus. A vinda de Cristo não transforma em prudentes às virgens que não se prepararam.

A condição da igreja representada pelas virgens insensatas recebe o nome de estado laodicense.”  (Review and Herald, 19 de agosto de 1890).

 

A salvação é pessoal

Tem sido proclamada a mensagem do evangelho: "Quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida." Apoc. 22:17. Todavia o caráter não é transferível. Ninguém pode crer por outro. Ninguém pode receber por outro o Espírito. Ninguém pode dar a outrem o caráter que é o fruto da operação do Espírito. "Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela (a Terra), vivo Eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça." Ezeq. 14:20.

Numa crise é que o caráter é revelado. Quando a voz ardorosa proclamou à meia-noite: "Aí vem o Esposo! Saí-lhe ao encontro!" (Mat. 25:6), e as virgens adormecidas ergueram-se de sua sonolência, foi visto quem fizera a preparação para o evento. Ambos os grupos foram tomados de surpresa; porém, um estava preparado para a emergência, e o outro não. Assim agora uma calamidade repentina e imprevista, alguma coisa que põe a pessoa face a face com a morte, mostrará se há fé real nas promessas de Deus. Mostrará se está sustida na graça. A grande prova final virá no fim do tempo da graça, quando será tarde demais para se suprirem as necessidades do espírito. ...

Na parábola, as virgens prudentes tinham óleo em seus vasos com as lâmpadas. Suas lâmpadas arderam com chama contínua pela noite de vigília. Contribuíram para aumentar a iluminação em honra do esposo. Brilhando na escuridão, auxiliaram a iluminar o caminho para o lar do esposo, para a ceia de bodas.

Assim, devem os seguidores de Cristo irradiar luz nas trevas do mundo. Pela atuação do Espírito Santo, a Palavra de Deus é uma luz quando se torna um poder transformador na vida de quem a recebe. Implantando-lhes no coração os princípios de Sua Palavra, o Espírito Santo desenvolve nos homens os predicados de Deus. ...

A vinda do esposo foi à meia-noite - a hora mais tenebrosa. Assim a vinda de Cristo será no período mais tenebroso da história deste mundo. (Parábolas de Jesus, págs. 412-414). -- (Seleção. F.C.). Www.libros1888.com

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