Evangelismo Futebol Clube:
A Nova Tática do Time dos Pastores

Como você deve estar lembrado, dia desses um menino brasileiro, de 10 anos foi barrado à entrada da escola adventista porque seu novo corte de cabelo imitava o de um jogador de futebol. Compare agora esse incidente ocorrido no Brasil, com a notícia publicada pelo noticiário da Associação Geral acerca de um novo método de evangelismo, adotado no Equador. Não lhe parece que há algo errado, ou no mínimo incoerente, no ar?


Equador: Futebol e Evangelismo

4 de Novembro de 2003 Guayaquil, Ecuador .... [Alicia Palacios and Ray Dabrowski/ANN]
 


Pastor Ricardo Palacios, líder dos jovens em Guayaquil.

Bate-bola.

Bolas, redes e quadras esportivas não são exatamente o que se pensa de imediato quando se tem em mente a unidade da Igreja e evangelismo. Mas, para os adventistas do sétimo dia do sul do Equador, essas são precisamente as ferramentas que têm sido empregadas bem sucedidamente para alcançar esses importantes objetivos.

“Isto é evangelismo”, declara o Pastor Ricardo Palacios, líder dos jovens em Guayaquil. Por detrás dele estavam dois times de futebol que participavam das “Olimpíadas cristãs”.

“Jogamos aqui todos os domingos e o único requisito para unir-se a nossa competição é que cada time traga pelo menos quatro jogadores que não sejam adventistas”.

Dentro de duas semanas de uma competição, os times começam estudos bíblicos e vários jogadores já se uniram à família adventista.

Tudo começou em 2002 quando o departamento de jovens da Igreja decidiu fazer algo de criativo para defrontar o problema da falta de envolvimento dos jovens adventistas na Igreja, conta Palacios. Sabendo que poucos daqueles jovens dispensariam um bom jogo de futebol, surgiu a idéia de patrocinar a primeira Olimpíada Regional da Juventude.

“No decurso de dois meses, os vários distritos eclesiásticos estavam jogando todo domingo para valer, determinando que times alcançariam o final, a ser realizado em Guayaquil.

“A resposta foi espetacular. As igrejas se reuniam e faziam torcidas para seus times, enquanto os jovens de coração, de todas as idades, participavam. Foi emocionante ver membros da Igreja que não a estavam freqüentando, unindo-se a sua família eclesiástica”, explicou Palacios.

Nas palavras de José Luis Dejada, diretor de jovens de distrito, “Foi ótimo ver jovens que haviam parado de freqüentar a Igreja retornando, em resultado dessas olimpíadas!”

Arnival Malatay, que participou com o seu filho, disse: "Isso é incrível! Meu filho é um jogador de basquetebol bem dotado e é tão emocionante encontrar outros jovens adventistas que realmente sabem jogar. Eles fizeram planos de se encontrar e jogar juntos após o término das Olimpíadas. Toda igreja devia ter um campo de futebol ou quadra de basquete. . . . pois a única associação que muitos jovens têm com a igreja é um maçante sermão de sábado de manhã. Com atividades na igreja, como esportes, esta se integra mais em suas vidas".

"Faz tanto tempo desde que me exercitava; estou tão animada em estar jogando volibol novamente!" exclamava Yeseli de Carbajal, cujo marido é um pastor distrital. O grupo deles, de mais de 20 pessoas, saíram de sua cidade de Chone às 3 da manhã para conseguirem chegar a tempo para os jogos finais em Guayaquil.

Embora as congregações fossem abençoadas por participarem, o impacto desse evento ultrapassou os limites da membresia, pois os times convidavam amigos para jogarem com eles. Uma equipe de basquetebol da cidade de Quevedo chegou aos jogos finais com três desses participantes, que findaram solicitando o batismo em resultado de sua experiência. Isso deu ao diretor de jovens da região outra idéia: Por que não tornar uma exigência para participação ter pelo menos três pessoas que não são membros da Igreja, num time?

Palacios explicou que o plano começou a funcionar. O time de basquetebol de Quevedo retornou e trouxe sua equipe de futebol feminino. Três dessas mulheres estão se preparando para o batismo. Os relatórios ainda estão chegando de pessoas que foram batizadas ou estão se preparando para o batismo em resultado de terem sido apresentadas a Cristo e à Igreja Adventista através desses jogos.

Edificando sobre a qualidade de "quebra-gelo" deste evento, as Olimpíadas da Juventude deste ano foram planejadas como o primeiro de três eventos objetivando alcançar a juventude. As Olimpíadas prepararam o terreno para atividades evangelísticas de uma semana intituladas "Fui uma Testemunha" e reuniões organizadas pelos jovens, para a juventude. Depois veio um programa chamado "Supermissão", um fim de semana prolongado durante o qual jovens de toda a área se congregou na cidade de Guaranda, que fica num planalto, para realizar serviço comunitário. "Precisava tê-los visto. Limparam cemitérios, parques e pintaram um mural no centro da cidade, e no sábado visitaram os idosos, as prisões e hospitais", lembrou Palacios.

A experiência de Guaranda levou à comunidade adventista local, que não possui um templo próprio, considerarem a perspectiva de edificar uma no próximo ano, acrescentou Palacios. O prefeito e sua equipe receberam o grupo adventista com braços abertos, algo muito significativo, consideando-se que não há presença adventista nessa cidade. "Por favor, voltem!" o prefeito declarou num discurso ao grupo.

Curiosidade a respeito das atividades na comunidade levou um ex-prefeito a dizer: "Que maravilhoso exemplo à juventude desta cidade e que vexame que alguém de fora esteja realizando o que nós devíamos estar fazendo!"

Palacios acrescentou que os vencedores da competição recebem prêmios em dinheiro, mas não o conservam para si próprios. "Vai tudo para a igreja deles. Este ano os vencedores do futebol masculino, por exemplo, irão modernizar os banheiros de sua igreja", disse ele.

Também tem havido um extraordinariamente baixo índice de incidentes com a competição--a final da partida de futebol masculino poderia ter sido um desastre quando um time perdeu em grande medida devido a um erroo do juiz. Palacios os reuniu e reiterou por que estavam fazendo aquilo. "Eles estavam todos em paz e foi muito bonito ver dois times lado a lado, cabeças inclinadas durante a oração de encerramento. Isso é boa religião!" comentou ele.

A experiência da juventude equatoriana expressa uma visão compartilhada com os fiéis por Jan Paulsen, diretor mundial da Igreja Adventista, que esteve numa recente visita à América do Sul.

A Igreja na América do Sul dá testemunho de uma realidade de "encontrar as pessoas onde elas se acham", declarou Paulsen, e particularmente aqueles que experimentam privação e que estejam vivendo em circunstância bem básicas, "em que recebem um senso de valores, onde Cristo lhes está sendo comunicado". Paulsen acrescentou que "não somente [devíamos] olhar para números, mas para a eficácia de tocar as vidas das pessoas, levando-lhes gozo, integração e esperança".

A juventude de Guayaquil está respondendo aos princípios fundamentais do testemunho e envolvimento em missão adventistas, ressaltou um dirigente da Igreja.

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Fonte: http://www.adventist.org/news/data/2003/10/1067958788/index.html.pt


Reação do Leitor

Olá, Irmão Robson.

Ao ler a matéria sobre o evangelismo através do futebol, não pude conter um sorriso envolto em tristeza.

Desde o dia em que me tornei adventista pensei haver encontrado um povo diferente, realmente voltado à causa de Deus aqui na Terra. Tinha isso em mente até o dia em que participei de um jogo de futebol patrocinado pelos "irmãos". Nunca em minha vida havia ouvido tantas palavras de baixo calão, tantos impropérios e maldições. Brigas então, nem gosto de lembrar.

Imaginava que isso acontecia somente entre um grupo isolado de membros, mas fiquei mais decepcionado quando observei entre os blasfemadores pastores que, no púlpito, demonstram (alguns falsamente) uma máscara cristã. Nunca pude convidar uma pessoa não adventista para participar de um jogo desses e prometi que jamais em minha vida voltaria a praticar qualquer esporte coletivo com adventistas.

Fico feliz ao saber que os irmãos equatorianos estão usando o esporte para trazer mais pessoas aos pés de Cristo e oro para que um dia nós, brasileiros, também passemos a usar esses esportes para a verdadeira evangelização.

Um abraço,

Um adventista chateado.

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