Caso Soteco: Tales Fonseca Volta com Más Notícias para Pretti e Velten

 

Prezados irmãos Fernando Pretti e Henderson Velten,

Não tenho boas notícias para vocês!

Os profissionais da indústria do cinema em Hollywood sabem ganhar dinheiro. E ganham muito. Sabem o que o público gosta. Reuniram lutas idiotas de kung-fu para agradar os rapazes, um romance para agradar às mocinhas, ficção e filosofia de bar  para agradar os executivos, estilo videogame para os adolescentes, e fizeram uma série de sucesso: “Matrix”. 

Seria mais de acordo ao propósito deste site ir logo ao que interessa, mas, considerando a possibilidade de alguns leitores não terem assistido “Matrix”, um pequeno resumo não faz mal.

A história básica é que a realidade não é a realidade, é apenas um programa de computador. Vivemos em um futuro longínquo, onde as máquinas dominam o mundo,  e os seres humanos ficam em um imenso incubatório, ligados a fios, com um enorme plugue conectado ao cérebro. Por esta conexão, todos estão ligados ao grande computador, que roda o programa “Matrix”. Suas vidas, casas, a comida, os cachorros, o pôr-do-sol, nada é real, apenas um programa de computador. Mas, alguns poucos conseguem voltar ao mundo real, e farão a revolução da humanidade contra as máquinas. Na matrix, há alguns programas “independentes”, como o “agente Smith”, que vigia as mentes humanas que porventura queiram se rebelar. No segundo filme, (ainda não vi o terceiro) este agente consegue criar múltiplas cópias de si mesmo.

 

Fiquei algum tempo sem acessar o “adventistas.com”. Só agora, em Novembro, pude ler os artigos relacionados ao grupo de Soteco (Poá2). Primeiro, fiquei triste por não poder participar do debate desde o início, mas, talvez tenha sido bom ficar de fora. Seria preciso tomar partido. E tomar partido em discussões teológicas sempre é arriscado. A maioria das pessoas prefere tomar partido ao lado da Igreja.

Há muitos teólogos recebendo salário e auxílio quilometragem para defender o que é certo. O problema é que, se algum deles chegar à conclusão que destoe da doutrina oficial, ou fica quieto, ou perde o auxílio aluguel, e terá de trazer de volta os filhos que estudam no exterior às custas da Obra. Portanto, nunca se sabe se eles dizem realmente toda a verdade. 

De outro lado, estão os pensadores independentes. O problema é que são tão independentes que pensam diferente uns dos outros, sendo muitas vezes contrários entre si. Assim, volta a ser mais cômodo retornar ao seguro seio da igreja, onde não há dúvidas. (Como disse o Robson:  “... os membros são livres para estudar e pesquisar, mas devem chegar sempre a conclusões idênticas às de seus pastores”)  e assim dentro da grande barca todos vivem felizes e sem discordâncias.

É difícil tomar partido em uma disputa teológica sem ter conhecimento profundo do assunto, ou, pelo menos, uma fonte segura para consultar, como eu tinha até seis meses atrás.

 

Mas o que houve em Soteco, Vila Velha-ES, não foi bem uma disputa teológica. Repetindo Poá, SP, ali houve uma disputa pelo poder. Em Poá, além dos membros da Igreja lutando por seu sagrado direito de adorar a Deus segundo os ditames da própria consciência, também havia o Ricardo Nicotra com suas apostilas. Além da questão da posição correta para adorar a Deus, o Nicotra voou mais longe e mais alto, e ameaçou a doutrina que realmente importa aos administradores: o dízimo. E a reação truculenta da igreja aumentou a repercussão do caso.

Em Soteco, o Henderson Velten não chegou a ameaçar a entrada de dinheiro para o caixa da AES. Apenas, ameaçou a autoridade do grande líder do leste, o sr. Maurício Pinto. E este, mais uma vez, como sempre foi e sempre será, mostrou aos de baixo que são os de cima que mandam e ponto final.

 

Fui criado na Igreja Adventista. Nasci dentro de um colégio adventista,  cresci assistindo centenas de cultos, com centenas de pastores. Assim como aprendemos que é feio mostrar a língua ou arrotar em público, todas as crianças daquela época aprenderam que a posição correta para adorar a Deus é de joelhos. Recordo, nas manhãs frias de Sábado, no IPAE, o pastor Hoffmann fazendo o clássico anúncio: “de joelhos, adoremos a Deus”. Antes mesmo de ir à escola, na cama de meus pais, antes de dormir nos ajoelhávamos  para orar.

A professora do primeiro ano primário se chamava Elvira. Ao cantar o hino nacional, trocávamos a letra: “Elvira do Ipiranga às margens plácidas...” Ela ficava vermelha de raiva. Mas gostava da gente. E a professora Elvira nos ensinou, além de cantar o hino nacional,  porque ao orar a Deus devíamos ficar quietinhos, de joelhos e com os olhinhos fechados. “Quando vamos visitar o Presidente da República  nós não temos de nos comportar? Assim, se precisamos respeitar o Presidente, quanto mais ao Rei de todo o Universo!”.

 

 

Em um dos filmes da série “Indiana Jones”, este escapa da morte, ao entrar na montanha onde está o Santo Graal, ao decifrar um enigma, algo como “o penitente sobreviverá”, e ele raciocina, “o penitente se ajoelha”, e assim, ajoelhado, escapa de uma lâmina que lhe cortaria a cabeça.

(Aviso aos críticos e inimigos em geral. Em vez daquela lengalenga chata “gente, que coisa feia escrever na internet criticando a liderança da  igreja”, vocês poderiam ser mais criativos, e dizer algo assim, para me atacar: “estão vendo só? Ele fica o tempo todo vendo filmes, nem tem tempo de ler a Bíblia!” – pois já citei dois filmes e até agora nenhum verso bíblico...)

A citação do filme de Indiana Jones é para mostrar que faz parte da cultura geral do cristianismo que devemos nos ajoelhar diante de Deus. Não é invenção da Igreja Adventista.

 

Assim, quando soube por alto que o pastor, digo, o sr. Maurício, presidente da AES, fechou uma igreja de rebeldes porque os mesmos estavam querendo mudar a posição de oração nos cultos, pensei que, afinal, ele estava defendendo um princípio da igreja. Fiquei imaginando, porque os membros do tal Soteco estariam querendo mudar a posição tradicional de adoração. E que posição estariam inventando? De pé? Sentados? Trepados nos bancos?

 

Nós que passamos dos 40, não nos sentimos bem nos shows de rock patrocinados pela igreja, com o som duas vezes mais alto que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A idade nos torna velhos rabugentos. Não gostamos também de acessar os sites oficiais da igreja e só ver propagandas de CDs. Mas é pura implicância de velhos contra a modernidade. Assim, imaginei que em Soteco, um grupo de jovens imbuídos do desejo de romper com a velharia, resolveu fazer as orações cada um do jeito que lhe desse na telha, afinal, Deus é gente boa, legal, nosso brother, é isso aí. Fiquei então feliz ao saber que o sr. Pinto foi lá e mostrou a eles que reverência não muda com o tempo, e que ao orar devemos nos colocar de joelhos. Já que o grupo insistia em não se prostrar nos momentos solenes, ele lhes deu uma boa reprimenda.

 

Mas ao ler os artigos, vi que foi ao contrário! É, este mundo deve estar chegando mesmo ao seu fim. O sr. Maurício fez o que lhe é bem peculiar. Mostrou aos pastores de Poá que ele também sabe destruir igrejas.

 

Caros irmãos Fernando e Henderson. Não conheço vocês pessoalmente, e embora pretendendo lhes prestar solidariedade, acho que não vou  ajudar muito, posso até lhes deixar mais desanimados.

Há uma idéia, ou melhor, percepção, que passo com bastante receio a vocês. É que talvez vocês tenham lutado – e perdido – não contra um homem, mas sim, contra um programa de computador.

A coisa não é fácil de ser explicada. Mas vamos cuidadosamente. Primeiro, pensem. Já viram, alguma vez, o presidente da AES, com os cabelos despenteados? Já o viram, alguma vez, mal vestido? Não está sempre com ternos bonitos, elegantes, e não anda com um porte majestoso, que impressionaria até o Rei Salomão? (vide Prov. 30 – 29 a 31). Vocês já o viram com outra expressão no rosto que não aquela? Já o viram parecer preocupado, triste, ou algo tipo assim como os humanos em geral deixam transparecer?

Vamos em frente. Conhecem algum pensamento original, próprio, que possa ser considerado só dele? Já o viram ter uma idéia, tipo “que tal se a igreja tivesse uma rádio”, conforme pensou um ex-presidente da AES, dando origem assim ao grande sistema de rádios em todo o Brasil?

Não sei se para vocês é assim, mas, para mim, tudo que ele fala, e faz, é absolutamente previsível. Ele representa um sistema, jamais se desviará um byte sequer para a esquerda ou para a direita. Ele não afeta as pessoas normais, só persegue os que se desviam “do sistema”. Caminha entre os outros normalmente, o povo o admira. Mas quando vê algo que ameace o império, ele vai lá e destrói, sem piedade. Mas sem se despentear, ou perder a pose. Para os irmãos,  ele é bonzinho.

Quando falo do “sistema”, não falo da Igreja. Falo de um grupo que se apossou do poder, e o mantém, usando qualquer meio necessário para não perder este poder.

Ele não é o chefe deste grupo. É o seu agente principal. Representa uma mentalidade, um conclave de interesses de pessoas poderosas. Assim, conhecendo o que eles querem, pode-se prever com exatidão  o que seu agente fará.

E assim é, amigos. Vocês foram derrotados provavelmente por um programa de computador. Não adianta ficar com raiva dele. E não adianta argumentar com base bíblica ou usando os escritos de Ellen White. Conforme pudemos ver na quadrienal, ele não dá nenhuma mostra de acreditar em Deus.

E tomem cuidado com os clones...

Tales Fonseca


Resposta de Henderson Velten

 

Prezado Tales e demais amigos do Adventistas.com,

Não tenho acompanhado a trilogia cinematográfica a que o senhor faz alusão, pois entendo que a arte cinematográfica, assim como toda representação teatral, não possui a assinatura do Céu. Mas, de qualquer forma, entendi sua comparação.

Realmente estivemos e estamos a lutar contra um poderoso sistema de computador, a Organização, sendo o presidente da AES apenas um recurso para destruir qualquer coisa que ameace esse sistema. De fato, tudo não passa de uma realidade virtual. Ele (o presidente da AES) age mecanicamente, com muita frieza e parece invencível, mas...

Mas, estivemos e estamos durante todo esse tempo a injetar um poderosíssimo vírus de computador, cujos efeitos já se fazem sentir.

Dizem que eu teria desafiado o poder do presidente da AES. Não coloco as coisas desse jeito. Só quis defender a verdade e a justiça. Mas, se desafiei alguma coisa, não foi bem o poder do presidente da AES, mas o seu abuso. Normalmente, o que a Organização faria com alguém que lhe ameaça o poder? Excluiria! Mas, por que não fizeram isso?! Com muito custo, o presidente conseguiu arrancar da igreja do Ibes uma disciplina por censura. E vocês acham que eu obedeci à disciplina? Poucos dias depois da disciplina, voltei à igreja do Ibes e passei a lição numa das unidades da Escola Sabatina. Sabe quem foi lá me impedir de fazer isso? Ninguém. Ninguém teve coragem, embora 3 anciãos estivessem bem próximos de mim! Além disso, já preguei em outras igrejas e nada aconteceu! Parece que o poderoso sistema está enfrentando problemas para detectar o “perigo” e não está conseguindo detê-lo!!!

Quanto ao Grupo do Soteco, foi sim dissolvido. Mas por enquanto não parou de funcionar. Continua de portas abertas, tendo já recebido visitas importantes por aqui, como as dos Pastores Antônio Dourado e Alcy Tarcísio de Almeida. Se fechar, será por decisão dos próprios membros, não da Organização! E a placa “Igreja Adventista do Sétimo Dia” continua lá... intacta! Se for preciso tirá-la, isso também não representará um grande problema, pois não são as placas que fazem as igrejas!!!

Mas, o mais interessante é o que vou lhes falar:

Fui disciplinado sob a acusação de desrespeito às autoridades da Igreja. Mas, no mesmo dia em que foi votada essa disciplina capenga, que não está valendo de nada, o irmão Juarez entrou na igreja do Ibes, logo após a reunião, e apontando o dedo para o presidente da Associação, disse abertamente que ainda iria “rasgar a fachada” deles, que ele era um manipulador, além de outros adjetivos. A cena foi extremamente forte para os membros da igreja, pois o irmão Juarez fala alto (sua voz é grave) e as pessoas viram o presidente da AES sem respostas para dar. E sabem o que foi que ele fez com o irmão Juarez até hoje??? NADA!!! Já houve até ancião do Ibes que abandonou o cargo por causa disso! Como é que um que é tão calado na igreja recebe uma disciplina por desrespeito às autoridades da Igreja, enquanto que outro que ergue sua voz como a trombeta contra a mais alta autoridade nada sofre?!

Eu seio o porquê: vírus de computador!  

O Sinédrio Judaico era um poderoso sistema de computador, vinculado a outro sistema ainda mais poderoso, o Império Romano. Quando os judeus e os romanos juntamente mataram a Cristo, aparentemente o sistema triunfou. Mas, naquele sangue derramado na Cruz, havia um vírus que derrotou o sistema e mudou o mundo!

E, se com Ele morrermos para o pecado, também com Ele viveremos para a justiça e trinufaremos!!!

Henderson H. L. Velten

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