Infusão Para Confundir

"Deus não quer que o Seu povo dependa inteiramente dos ministros. Não quer que se enfraqueçam dependendo do auxílio de criaturas humanas. Não devem como crianças impotentes, apoiar-se em outros. Como despenseiro da graça de Deus, todo membro da igreja deve sentir sua responsabilidade individual de ter vida e raiz em si mesmo." -  Testemunhos Seletos, Vol. 2, pág. 380.

No artigo "Ellen White e o Dízimo", o Dr. Timm faz uma infusão, onde usa até afirmações verbais que a Sra. White teria feito a um de seus filhos! "Infusão" é o que no Nordeste chamam de "garrafada". Uma espécie de "remédio caseiro", em que se procura preservar os princípios ativos de plantas medicamentosas, picando tudo e pondo numa garrafa de cachaça.  Quanto maior for a mistura de plantas, mais fé se tem nos resultados milagrosos de cura! 

Embora acreditamos na inspiração da Sra. White, fazemos restrições quanto a preservação da parte documental da sua obra. O Dr. Timm, apesar de Diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White no IAE, não está melhor informado do que já revelamos aqui no adventistas.net.

Embora a Sra. White tenha falecido há 85 anos, suas citações são fundamentadas em cópias antigas e não contestadas, que imaginamos serem autênticas. De fato, porém, no cofre forte do White Estate não há mais do que uma carta original da Sra. White (assinada) e muitas folhas soltas com anotações marginais, que se presumem ser originais mandados para as casas publicadoras adventistas. Do livro O Grande Conflito, sua principal obra,  só restam 10 folhas! Até por isso muitas histórias a seu respeito, afirmações, cartas e escritos paralelos aos seus livros, não merecem a menor credibilidade, por falta de prova documental.

O Dr. Alberto R. Timm não seria capaz de nos contestar que, com exceção a essas 10 folhas citadas, não existem mais originais da principal obra da Sra. White. O restante são folhas soltas datilografadas, não assinadas, nunca periciadas e todas catalogadas como sendo da sua autoria, mas que podem nem ter sido escritas pela Sra. White e apenas estavam entre os papéis que ela guardava!

O Dr. Timm menciona o que diz o Testemunho para Ministros: "A luz que o Senhor me tem dado sobre este assunto é que o meios da tesouraria para o sustento dos ministros nos diferentes campos não devem ser usados para nenhum outro propósito."

Acontece que atualmente, dos 150 mil obreiros ativos, apenas uns 6 mil estariam cuidando de igrejas e exercendo efetivamente o ministério. Já faz alguns anos que o dinheiro do dízimo passou a ser usado em salários de burocratas de escritório, escolas e até acampamentos de verão. Todas  essas aplicações do dízimo são reprovadas pela Sra. White. As escolas são construídas e reformadas com o dinheiro do dízimo para produzirem lucros. Mas, sobre esses fatos, o Dr. Timm silencia!

Finalmente o Dr. Timm apresenta a arma que pensa  liquidar a carta a Watson: "Que ninguém se sinta em liberdade de reter o seu dízimo para usar segundo o seu próprio discernimento. Não devem usá-lo para si mesmos em uma emergência, nem aplicá-lo como acham conveniente, mesmo no que possam considerar como sendo a obra do Senhor... Que a obra não seja mais obstruída por causa do dízimo que tem sido desviado para vários outros canais que não aquele para o qual o Senhor disse que deveria ir. Deve ser feita provisão para estes outros ramos da obra. Devem ser sustentados, mas não do dízimo. Deus não mudou; o dízimo ainda deve ser usado para o sustento do ministério."

Não obstante a pretensão do Dr. Timm em querer destruir um texto com outro texto,  a Sra. White aqui está reprovando, tanto os que usam o dízimo para si, como reprovando também a atual conjuntura na forma em que utiliza os dízimos. Hoje, o dízimo é usado para tudo, menos para pagar o salário dos pastores em exercício.

Ao apresentar a sua "garrafada" com 21 textos-referência, o Dr. Timm esqueceu a ordem do Senhor, que é mais importante do que tudo o que a Sra. White diz: "Trazei os dízimos e ofertas para que haja abundância na casa do Senhor." Não existe abundância numa igreja que não tem pastor, ou cujo um pastor cuida de 8 a 18 igrejas, como costuma acontecer no Brasil. - Ennis Meier, do www.adventistas.net 

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