Ordenação de Mulheres Pode Legitimar a Adoração de Maria

"Eva tinha sido perfeitamente feliz ao lado do esposo, em seu lar edênico; mas, semelhante às inquietas Evas modernas, lisonjeou-se com a esperança de entrar para uma esfera mais elevada do que aquela que Deus lhe designara. Tentando erguer-se acima de sua posição original, caiu muito abaixo da mesma. Idêntico resultado será alcançado por todas as que estão indispostas a assumir com bom ânimo os deveres da vida, de acordo com o plano de Deus. Em seus esforços para atingirem posições para as quais Ele não as adaptou , muitas estão deixando vago o lugar em que poderiam ser uma benção. Em seu desejo de uma esfera mais elevada, muitas têm sacrificado a verdadeira dignidade feminil, e a nobreza de caráter, e deixaram por fazer precisamente o trabalho que o Céu lhes designou." - Patriarcas e Profetas, pág.59.

A ordenação de mulheres não foi tema de discussão no Antigo Testamento, no Novo Testamento, na igreja primitiva, na igreja pós período apostólico, nem na formação de nossa igreja adventista. Somente no final da década de 60, tornou-se tema de debates e atenção.

Entre nós, adventistas, a Divisão Norte-Americana foi a responsável pela primeira apresentação desse tema na Conferência Geral de Indianápolis em 1990. O assunto já era debatido entre muitos acadêmicos e professores de teologia durante simpósios teológicos que se realizaram nos Estados Unidos na década de 80. O requerimento apresentado por essa divisão aconteceu de forma, digamos, "isolada" do resto do mundo adventista. E naquela altura, foi recusado pelos votos da maioria dos delegados. Na Conferência Geral de Utrech, por sugestão da mesma Divisão, discutiu-se a possibilidade de as Uniões decidirem por si só se optariam por ordenar mulheres ao pastorado. Decidiu-se então que as Uniões poderiam ordenar anciãs se quisessem.

Independentemente de considerar essa decisão certa ou errada, temos que salientar que nossa igreja é dirigida de forma mundial, não local. As doutrinas praticadas no Brasil devem ser iguais às praticadas na Mongólia. Não podemos simplesmente deixar ao gosto de cada União que aceitem quais das doutrinas preferem e quais as que não preferem. Mas como ir de encontro à posição da Divisão que mais dividendos traz para a organização?

O maior problema desse debate é que os argumentos apresentados para essa nova doutrina não foram bíblicos, mas sim de carácter funcional e ecumênico. As motivações para esta ordenação não foram fruto de investigação bíblica, mas unicamente o resultado da mentalidade da época que vivemos. Fatores sociais, ecumênicos e funcionais infelizmente, são ainda referência para aqueles que um dia disseram que apenas a palavra de Deus era a regra áurea para sua vida. 

Apesar de a Associação Geral nunca ter admitido oficialmente a "doutrina" da ordenação feminina, muitas Uniões já ordenaram mulheres como pastoras-licenciadas. Assim, vemos que o maior órgão de nossa igreja perdeu total autoridade perante seus subordinados.

Contexto Cultural

Não há qualquer indício de que anteriormente tenha havido ordenação de mulheres para exercer autoridade eclesiástica, seja no período judaico ou na igreja primitiva cristã. Então por que concretamente na década de 60? Ou melhor, quem na verdade fomentou este "princípio" e por quê? Resposta: o Movimento Feminista organizado nos Estados Unidos, depois da segunda guerra, mais precisamente no final da década de 60. Seu impacto tem influenciado gerações e estilos de vida. 

Obviamente, esse movimento teve suas razões para existir, uma vez que a mulher tem sido explorada há séculos. Por isso, convém que reivindique seus direitos como ser humano e clame pela atenção da sociedade... O que o movimento feminista não deveria ter feito foi no final da década de 70 pregar ao mundo que o homem e a mulher são precisamente iguais e que não deve haver diferenças. 

A idéia de que tudo pode ser unissex invadiu as famílias e desestabilizou a verdadeira identidade do pai e da mãe, permitindo que os bebês que assistiam a tudo, não fizessem uma clara distinção do papel dos dois. Resultado, hoje vivemos séria crise familiar, acompanhada de acentuada degradação de valores que possibilita, por exemplo, a introdução do agente homossexual na sociedade.

O problema da mentalidade feminista é que está em questão não apenas o reconhecimento dos devidos direitos da mulher. Pretende-se no fundo interferir na própria natureza da constituição humana estabelecida por Deus no Éden. Ou seja, a mulher quer agora desempenhar o papel do homem. Isso obriga uma completa inversão de papéis. Resultado: desestabilização familiar, social e conseqüentemente eclesiástica. 

Como se isso não bastasse, toda filosofia da Nova Era (New Age) encaixou-se como uma peça de quebra-cabeça nessa concepção feminista do papel da mulher. Sob o manto de justiça social, a Nova Era prega a plena igualdade dos sexos e a total tolerância para com desvios de conduta produzidos pela inversão da missão do homem e da mulher no convívio familiar...

Contexto da Criação

O que foi estabelecido por Deus na criação com relação a raça humana não deve estar fora de moda para aquele que acredita e confia no amor e cuidado divinos.

Foi o próprio Deus que primeiro criou o homem e o colocou como a cabeça perante a mulher, a quem chamou de adjutora. Da costela de Adão, Deus fez Eva simbolizando com isso a autoridade que este teria sobre sua companheira(Coríntios 11:3,7,8,9). Esses detalhes são precisamente relembrados pelo apóstolo Paulo como tendo sido estabelecidos por Deus antes da queda. A autoridade que o homem deve exercer sobre a mulher não é o resultado da queda do homem, mas sim do padrão que o próprio Criador estabeleceu para o bem da família humana.

A perversão de um princípio não o anula. Com isso quero dizer que, se depois da queda do homem houve abusos dessa autoridade, isso não nos habilita a rejeitar o princípio. Caso contrário, estaria justificada também a guarda do Domingo, uma vez que os judeus deturparam o sentido da guarda do Sábado.

O machismo praticado e desenvolvido em muitos países tem levado muitas pessoas a não entenderem o sentido bíblico de autoridade masculina. Mas o próprio Deus estabeleceu a forma com que se deve exercer esta autoridade. O apóstolo Paulo é muito claro: "Porque o marido é a cabeça da mulher, como, também, Cristo é a cabeça da igreja..." Efésios 5:23. E acrescenta: "Vós, maridos, amai as vossas mulheres, como, também, Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela". Verso 25.

Homem e mulher devem tornar-se uma só carne, embora desempenhem papéis diferentes. Nesse contexto, é impossível haver discriminação, exploração ou dominação. Ambos necessitam da participação do outro para se complementarem, realizando assim a vontade divina.

Contexto do Evangelho

É bom termos em mente que Cristo fundou a igreja cristã e aos apóstolos foi dada a incumbência de organizar a igreja. E lembre-se que para a formação desse grupo, Cristo chamou doze homens. O Mestre não escolheu homens porque a tradição machista de Sua época exigia homens na liderança. Ele não era dominado por qualquer preconceito e morreu exatamente por quebrar tradições e escandalizar muitos dos judeus. As razões de Sua escolha refletem o padrão divino desde a criação, passando pelo sacerdócio de Israel, o que indica que deveria permanecer também no novo pacto.

Há pessoas não fazem diferença de profeta, sacerdote e rei. Pensam que, no contexto bíblico, são todos a mesma coisa. Mas, note que houve mulheres profetizas e rainhas no Antigo Testamento dentro da nação judaica, mas jamais sacerdotisas. No Egipto e Babilônia, havia sacerdotisas e, portanto, para os judeus que, muitas vezes, se identificavam com práticas pagãs, não seria escandaloso surgirem sacerdotisas. Contudo, não existe qualquer referência a sacerdotisas dentro do templo do povo de Deus em toda a Bíblia. O que quer dizer que não era por causa da mentalidade da época que não havia "pastoras", mas unicamente por razões de ordem divina. 

Convém salientar que nos cultos pagãos em que havia sacerdotisas, a "liturgia" incluía cenas de orgia e homossexualismo, como "culto agradável" aos deuses.

No plano de Deus para a restauração humana através da igreja, o princípio familiar da autoridade masculina deve ter continuidade. Infelizmente, como a família esta degradada e não já não exerce todo seu poder de influência, muitos não compreendem mais porque a igreja deve ter homens e não mulheres à frente. Muitos tiveram um pai irresponsável ou ausente e por isso entendem que se a autoridade masculina não funcionou em casa porque então funcionaria na igreja? Não seria melhor termos mulheres? A mulher (mãe) que cuidou e sustentou o filho e deu carinho é a mais cotada para suceder o homem, pastor, que muitas vezes nem sequer visita seu rebanho...  Mais uma vez aplicamos então a regra citada: "Um princípio divino não é anulado pela sua perversão".

De fato, nós muitas vezes não nos apercebemos que Deus estabeleceu valores na igreja que são iguais aos da família. No entanto, inspirado por Deus, o apóstolo Paulo aplica no plano da redenção os mesmos princípios do plano da criação com respeito a autoridade e liderança masculinas: "Porque se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?" 1 Timóteo 3:5.

Contexto das Epístolas

O texto bíblico que mais é usado para os defensores da ordenação da mulher nos seminários teológicos é Gálatas 3:28. Seus defensores alegam que a autoridade masculina eclesiástica é fruto da cultura machista judaico-primitiva e que agora, sob o novo concerto, isso deve ser mudado. Temos que admitir que estas palavras soam bem numa época que é moda falar em justiça social, tolerância e solidariedade. Só que a felicidade ou justiça só podem se tornar uma realidade se implantarmos princípios divinos, não conceitos humanos de justiça. 

"Dessarte não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; em homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." Gál.3:28. Esse verso me foi  mostrado para justificar a autoridade feminina na igreja por um jovem que defendia com unhas e dentes este conceito. Mas qual é o princípio que Paulo tenta salientar? Do que Paulo está falando? Está ele fazendo alguma referência à liderança eclesiástica? Sem dúvida, não!

A tensão que se passava com os irmãos de Gálatas era se a salvação provinha da fé ou das obras. Paulo fez esta declaração porque na tradição judaica era exigida a circuncisão para que alguém fosse salvo. Só que os irmãos judeus (recém cristãos) ao evangelizarem os gentios ainda tentavam impor-lhes as cargas das leis mosaicas. A circuncisão, por exemplo, era ainda praticada e consequentemente imposta aos novos conversos gentios. E na tradição judaica, o escravo não podia passar por esse ritual e quanto à mulher, participava dessa aliança através da circuncisão do marido. Surgia aí o desespero das mulheres que não podiam se casar. 

No entanto Paulo salienta que através do batismo todos tomam posse do novo pacto, homem e mulher, escravo e livre, sem diferenças, porque todos sem exceção pecaram. E portanto ninguém está em condição diferente. O homem judeu não estava em vantagem para com o gentio ou para com a mulher. A mulher, através de sua fé e batismo faz um pacto com Deus, não mais dependente de seu marido. A ordem da redenção não anula a ordem da criação pelo contrário. Pelo contrário, pretende restaurar a ordem da criação, dando à humanidade sua real dignidade.

Esse "novo" conceito estava totalmente fora dos padrões da época e, portanto, as acusações de que Paulo era machista não têm fundamento. Nem Cristo nem Paulo poderiam ser machistas. Inúmeras vezes Cristo foi visto com mulheres na árdua missão de restabelecer um ser que era explorado pelo sistema e tradições judaicas. Paulo comissionou "apóstolas" e trabalhou com elas. (Neste caso é importante citar que a palavra apóstolo, não significa necessariamente alguém com posição de autoridade eclesiástica, pois seu significado literal é de enviado.)

Conclusão

A mulher tem um papel fundamental na sociedade, família e igreja. Sua missão não foi estabelecida pela cultura da época ou conceitos humanos de justiça. Seu papel foi e deve ser alicerçado em bases sólidas de princípios divinos estabelecidos no Éden antes da queda da raça humana. 

Ellen White não pregava quando estava com seu marido Tiago White. Ela nunca exerceu um cargo oficial na igreja nem teve autoridade pastoral. Jamais foi ordenada e sequer deixou qualquer evidência que no futuro tivéssemos que assim proceder. A Sra. White exerceu autoridade de profetisa, que é diferente da requerida pelo pastor. 

A mulher pode até pregar, ter cargos na igreja mas não pode exercer autoridade posicionando-se como líder, nomeadamente pastora ou anciã. No Novo Testamento, nunca a palavra pastor nunca é utilizada para referir-se ao líder da igreja, mas sim presbítero, ancião e bispo. A palavra pastor é nova na igreja cristã, portanto quando uma mulher é ordenada anciã ela no fundo tem a mesma autoridade que a de um pastor. 

É interessante notar que nosso Manual da Igreja foi mudado nesse sentido e ninguém teve direito de saber porque a cláusula que não permitia ordenação de anciãs foi simplesmente retirada. Essa postura de abusiva desconsideração por parte da organização já é normal em nosso meio, mas ridiculariza a participação dos membros nas decisões que posteriormente cairão sobre eles próprios na igreja.

Submeter-se ao plano de Deus pode parecer ridículo em nossa sociedade. A mulher se for apenas mãe ou doméstica é menosprezada. Pode ter certeza, porém, que cumprir o papel que Deus lhe concedeu constitui honra e privilégio. 

Jaime D. Bezerra - É membro leigo da IASD e reside em Portugal, onde publica por conta própria o jornal Aconselho-Te.

Maria e a Ordenação de Mulheres

Exercer autoridade na igreja não foi concedido à mulher não porque ela não tenha capacidade, mas provavelmente porque Deus quer evitar que a humanidade tenha um conceito feminino da divindade, o que a Nova Era insiste em propor. Deus nos revela a paternidade como uma referência à concepção que todo o ser humano deve ter dEle. 

Não é de se admirar que Satanás escolheu este período final da história do mundo para personificar a mãe de Cristo em contrafações de caráter sobrenatural. As aparições de Maria acima de tudo exigem que ela faça parte da trindade no plano da redenção do homem e que possa ser reconhecida como mediatriz, intercessora e redentora, sendo o lado materno da divindade que a humanidade nunca teve. Os demônios fazem dela a versão feminina de Deus e milhões de cristãos se identificam melhor com este ser, do que com a imagem do Pai que o próprio Deus estabeleceu. 

Todas as denominações que incentivaram o pastorado feminino na igreja já admitem homossexuais como membros normais, casamento entre homossexuais e pastores homossexuais. Há pouco tempo, vi na televisão um casamento feito na igreja Metodista entre duas senhoras de mais ou menos 50 anos. Mais de 500 pessoas, crianças, jovens e adultos estavam no templo com sua Bíblia nas mãos.

Há casos também de igrejas que se dividiram após discussões sobre o papel da mulher e o homossexualismo. Começaram debatendo sobre o assunto da ordenação da mulher, desviaram-se para o homossexualismo e, por fim, perderam totalmente a visão do plano divino com relação a família de Deus na terra. O mesmo pode acontecer conosco. Se permitirmos a adulteração do papel da mulher em nossa igreja e família, teremos que aceitar no futuro toda sorte de homossexualismo. Aliás, não podemos ignorar também os passos largos que nossa igreja está tomando nesse sentido. Já existe uma Associação de Gays e Lésbicas Adventistas, chamada SDA Kinship!

Obviamente, temos que ter maturidade e postura para entender que estamos vivendo na apostasia Ômega profetizada pela irmã White e a sacudidura está a caminho. Mas isso não pode se tornar pretexto para uma desenfreada tolerância e indiferença para com os padrões estabelecidos por Deus para Sua igreja.

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