Participação de Irmãos em Assembléia da Associação Geral Vira Negócio para Pastor-Empresário

"Deus ordenou que os representantes de Sua igreja de todas as partes da Terra, quando reunidos numa Associação Geral devam ter autoridade." - Testemunhos Seletos, Vol. 3, pág. 408.

Anúncio publicado na Revista Adventista revela que há cerca de trinta anos o pastor Leonid Bogdanow organiza excursões turísticas para irmãos que possuem condições financeiras de se deslocar para o Exterior:

Acostumado aos privilégios concedidos aos pastores e obreiros durante suas viagens, o pastor pode ter concluído que somos estrangeiros em terra estranha, mas estamos aqui a passeio. Tanto é que montou uma agência de turismo, especializada no atendimento a adventistas: Adventour, Viagens e Turismo Ltda. 

O anúncio oferece quatro opções de roteiro, cujo custo varia de 1.750 a 2.282 dólares a serem pagos em até 14 vezes. Toronto, o local da 57ª Assembléia, é apenas mais uma entre as tantas cidades e localidades a serem visitadas.

Imagino que depois de tantos anos de atividade, o pastor Leonid tenha merecidamente jubilado e esteja agora dando suporte ao filho Elmer, a quem conheci ainda menino em Campo Grande, MS. Atitude que ninguém em sã consciência pode recriminar. O que preocupa é verificar que o título de "pastor" continua sendo utilizado para despertar a confiança dos clientes potenciais e saber que, com a ajuda do pastor, seis outras Assembléias da Associação Geral foram transformadas em pretexto para excursões no Exterior.

Suponho também que a Adventour não seja a única agência de turismo a explorar comercialmente o evento. A mesma edição da Revista Adventista traz outro anúncio desse tipo à pág. 38. A Hobby Tours tem representantes em pelo menos oito estados brasileiros. E já houve anúncios de outras agências em edições anteriores. Tudo isso pode indicar que as reuniões da Associação Geral constituam fonte de lucro para muitas empresas ditas "adventistas". 

Não estaria aí mais uma razão para o atraso no retorno de Nosso Senhor? Não estariam essas reuniões assumindo um caráter meramente formal, excessivamente frívolo, com participantes sem nenhuma preocupação espiritual, que não se humilham em jejum e oração para tomar decisões em nome de Deus para sua igreja? Mais: Essa atitude não estaria favorecendo a dominação da igreja por grupos políticos internos que se formaram ao longo dos anos e hoje dirigem a IASD como se fosse propriedade sua? Veja, por exemplo, o caso de Folkenberg, que ainda hoje mantém um site, onde se apresenta como um semideus. 

Teriam validade as decisões tomadas na Assoação Geral sob essas circunstâncias? Estariam os membros obrigados a obedecê-las? Opine, através do e-mail: adventistas@adventistas.com .

O QUE DIZ A SRA. WHITE SOBRE ESSAS REUNIÕES

Os ministros devem ensinar o povo a se aproximarem do Senhor e a conduzirem outros a Ele. Devem-se adotar métodos, delinear planos pelos quais a norma seja elevada, e o povo seja ensinado quanto à maneira por que podem purificar da iniquidade e elevar-se pela adesão aos princípios puros e santos.

Deve haver tempo para exame do coração, para a cultura da alma. Quando a mente está ocupada com assuntos de negócios deve haver necessariamente carência de poder espiritual. A piedade pessoal, a verdadeira fé, a santidade do coração, devem ser conservados diante do espírito até que o povo compreenda sua importância.

Precisamos possuir o poder de Deus em nossas reuniões campais, do contrário não nos será possível prevalecer sôbre o inimigo das almas. Cristo diz: "Sem Mim, nada podeis fazer."

Os que se ajuntam nessas reuniões campais devem ser impressionados com o fato de que o objetivo das mesmas é atingir a uma experiência cristã mais elevada, crescer no conhecimento de Deus, fortalecer-se com vigor espiritual; e a menos que isto compreendamos, as reuniões nos serão infrutíferas.

Não pode haver influência mais prejudicial a uma reunião campal ou a qualquer outra reunião para culto religioso, do que o muito se visitarem, e a conversa descuidosa de uns com os outros. Freqüentemente homens e mulheres se reúnem em grupos, e empenham-se em conversa acerca de assuntos comuns que não se relacionam com a reunião. Alguns trouxeram consigo suas lavouras, outros sua casa, e estão a fazer planos para construções. Alguns dissecam o caráter de outros, e não têm tempo ou disposição para esquadrinhar o próprio coração, para descobrir os defeitos do próprio caráter, a fim de corrigir-lhe os erros e aperfeiçoar a santidade no temor de Deus.

Se todos quantos professam ser seguidores de Cristo aproveitassem o tempo fora das reuniões para conversar sobre a verdade, para deter-se na esperança do cristão, em examinar-se a si mesmos e em fervorosa oração diante de Deus, rogando- Lhe a bênção, muito maior seria a obra realizada do que já temos visto. Os incrédulos, que acusam falsamente os que crêem na verdade, seriam convencidos por causa de sua "boa conversação em Cristo." Nossas palavras e atos são o fruto que produzimos; "portanto, pelos seus frutos os conhecereis." -1871, Vol. 2, págs. 597 e 598.

O objetivo de uma reunião campal é levar todos a se afastarem dos cuidados, dos negócios e das preocupações, e a consagrarem alguns dias exclusivamente a buscar ao Senhor. Devemos ocupar o tempo em exame interior, esquadrinhando inmtimamente o coração, fazendo contritas confissões de pecado, e renovando nossos votos ao Altíssimo. Se alguém vai a essas reuniões com objetivos menos dignos, esperamos que o caráter das reuniões seja de molde a levar-hes a mente a objetivos apropriados. - 1871, Vol. 2, pág. 601.

A fé de muitos cristãos vacilará caso negligenciem constantemente reunirem-se para conferência e oração. Caso lhes fosse impossível fruir éeses privilégios religiosos, então Deus enviaria diretamente luz do Céu por meio de Seus anjos, a fim de animar, alegrar e abençoar Seu povo disperso. Ele, porém, não Se propõe operar um milagre para sustentar a fé de Seus santos. Exige-se deles que amem a verdade o suficiente para se darem a alguns incomodozinhos para obter os privilégios e bênçãos a eles estendidos por Deus. O mínimo que eles podem fazer é consagrar alguns dias por ano a um esforço unido para levar avante a causa de Cristo e trocarem amistosos conselhos e compassivo interesse. - 1876, Vol. 4, págs. 106 e 107.

Transcrito de Testemunhos Seletos, Vol. 2, págs. 383-385.

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