"Mas o romanismo, como sistema não se acha hoje em harmonia com o evangelho de Cristo mais do que em qualquer época passada de sua história. As igrejas protestantes estão em grandes trevas, pois do contrário discerniriam os sinais dos tempos. São de grande alcance os planos e modos de operar da Igreja de Roma. Emprega todo expediente para estender a influência e aumentar o poderio, preparando-se para um conflito feroz e decidido a fim de readquirir o domínio do mundo, restabelecer a perseguição e desfazer tudo que o protestantismo fez. O catolicismo está a ganhar terreno de todos os lados." - O Grande Conflito, págs. 565 e 566.


Campanha da Fraternidade 2000 Ecumênica
Caderno de capacitação dos agentes animadores
Um novo modo de fazer Campanha da Fraternidade

Tema: Dignidade humana e paz

Lema: Um novo milênio sem exclusões

CONIC

1999

01 - Chamados a fazer história

Estamos às portas de uma nova Campanha da Fraternidade. Como diz uma antiga marchinha, "este ano não vai ser igual àquele que passou". Há muito tempo temos Campanhas da Fraternidade na Quaresma. Esta não será simplesmente mais uma. Ela carrega uma grande novidade: desta vez várias Igrejas cristãs estarão juntas, como irmãs e parceiras, para proclamar a necessidade de construir a paz e respeitar a dignidade humana, preparando um novo milênio sem exclusões.

Participantes que não estão acostumados com a dinâmica da Campanha talvez necessitem de informações e esclarecimentos. Por outro lado, também a Igreja Católica Apostólica Romana que há mais de 30 anos tem levado adiante a Campanha precisa perceber as características originais do trabalho previsto para este ano tão especial em que os católicos romanos entram como parceiros.

Pensando tanto nos que não viveram ainda a experiência de tocar uma Campanha da Fraternidade como naqueles que já estão acostumados com ela e precisam ver os novos aspectos desse trabalho, fizemos este caderno. Ele lembra algumas necessidades importantes para a divulgação e execução da Campanha, dá sugestões, mas deixa muito campo aberto para a criatividade que esperamos de cada agente e comunidade.

Planejar é preciso

Quem não sabe o que quer e para onde vai não chega. O primeiro passo é inteirar-se do conteúdo da Campanha, com seus objetivos, seu conteúdo e sua dinâmica. Então será preciso planejar o estudo e os passos de execução da CF 2000.

Propomos um planejamento participativo no qual cada uma das pessoas do grupo é incentivada a dar sua contribuição necessária e original. As Igrejas já deram o exemplo, no trabalho da própria comissão encarregada de produzir os textos. Ali membros de Igrejas diferentes viveram a experiência de se escutarem mutuamente e de se enriquecerem com as idéias novas que são típicas da colaboração entre pessoas que partem de pontos de vista diversos. Cada um(a) trabalhou representando a sua Igreja e sendo respeitado(a) e acolhido(a) pelas demais. Isso foi ótimo e, se foi possível entre Igrejas diferentes, com mais razão deve acontecer entre membros da mesma comunidade, diversos entre si, mas unidos no essencial.

Equipes para fazer acontecer

É aconselhável que as comunidades e as diversas organizações eclesiais formem equipes específicas para a dinamização da Campanha. Trabalho que fica para todo mundo acaba não sendo feito por ninguém. Um grupinho mais bem informado e dinâmico pode ficar sendo o ponto de referência para o desenvolvimento da Campanha. A comunidade deve saber quem são, entendendo que não agem por sua conta mas representam o desejo de envolvimento da própria Igreja nesse trabalho. Igrejas próximas podem ter equipes conjuntas e ir vivendo a experiência concreta do diálogo ecumênico durante o próprio planejamento das atividades. As equipes da CF que já existem na Igreja Católica devem ser mantidas para mobilizar as comunidades no interior da Igreja e os membros das mesmas devem fazer parte das novas equipes ecumênicas a serem formadas junto com membros de outras Igrejas.

Sabendo o que é mesmo esse tal de ecumenismo

Como se trata de uma Campanha ecumênica na sua metodologia de realização, o grupo de agentes precisa ter, em primeiro lugar, um verdadeiro espírito de diálogo e uma boa compreensão do que é mesmo ecumenismo. Para tanto, antes até de se inteirarem do material específico da Campanha, deveriam ter acesso a informações que ajudem a perceber por onde tem caminhado o movimento ecumênico. É possível que uma Igreja tenha textos, documentos, declarações próprias sobre esse assunto. Se for o caso, o período que antecede a Campanha, a partir do segundo semestre de 99, é uma excelente ocasião para divulgar esse tipo de conhecimento. Os católicos romanos, por exemplo, podem retomar o subsídio "O que é ecumenismo?", que faz parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio. Para todas as Igrejas envolvidas seria muito útil preparar o espírito de diálogo necessário à Campanha estudando, ainda em 1999, a cartilha "Diversidade e Comunhão", produção conjunta do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) e CLAI (Conselho Latino Americano de Igrejas), co-editada por Edições Paulinas e Editora Sinodal.

Com sensibilidade para a problemática da dignidade humana e da paz

Apesar de ecumênica na sua proposta de realização, a Campanha não é sobre ecumenismo: é sobre dignidade humana e paz. Isso indica dois caminhos para as equipes coordenadoras:

a) Coletar material, estudar o tema por todos os meios a seu alcance, interessar-se por aquilo que os meios de comunicação divulgam sobre o assunto, analisando com espírito crítico o que acontece na sua comunidade, no país e no mundo.

b) Começar o diálogo pelo próprio tema da Campanha: as agressões à dignidade humana e à paz não escolhem grupo ou religião, são problemas humanos que devem interessar a todos.

Mas nem todas as Igrejas estão envolvidas

Todas as Igrejas cristãs são convidadas. Pode ser até que aí onde você mora uma comunidade de uma Igreja que não optou oficialmente por participar queira se integrar ao trabalho na última hora. Será benvinda, é claro. Mas haverá outras que não venceram ainda a desconfiança gerada pelo passado de conflitos que separaram tão tristemente os(as) discípulos(as) de Jesus. Temos que respeitar a liberdade de decisão dessas comunidades ou pessoas. Convites à participação serão feitos sempre com delicadeza, sem pressões indevidas, tentando compreender as dificuldades desse processo histórico. Em hipótese alguma a recusa de uma comunidade ou Igreja a se unir a nós nesse trabalho deve dar margem a comentários e sentimentos de má vontade com esses irmãos e irmãs. Seria a negação mesma do espírito de diálogo e abertura que nos motiva.

Pode ser até que em algum lugar, especialmente em cidades muito pequenas, uma Igreja não tenha uma outra que queira dialogar e fazer parceria. Ainda assim cabe cultivar internamente o espírito ecumênico, agradecendo ao Senhor pelas Igrejas que já estão juntas na busca da unidade e orando para que cada Igreja, incluindo a nossa, seja cada vez mais fiel a Jesus. Quanto mais perto dele estivermos todos, mais fácil será valorizar o que nos une em vez de brigar pelo que ainda nos separa.

Juntos no essencial, com liberdade para criar

O material básico da Campanha será comum a todas as Igrejas envolvidas. Vale, porém, a criatividade de cada grupo. Pode ser que alguma Igreja sinta necessidade de material próprio, que combine com atividades que os fiéis já se acostumaram a desenvolver durante a Quaresma e que não são usadas em outras comunidades eclesiais. Não há problema algum nisso. O ecumenismo se faz no mais profundo respeito à identidade de cada Igreja.

Importantes parceiros: os excluídos

Nesta Campanha celebramos o jubileu do ministério de Cristo. Acreditamos que Jesus é o primeiro a propor a fraternidade em sua forma mais plena. Ele tem o papel central nesta mobilização pela dignidade humana e pela paz. Outro personagem importante é o povo, especialmente aquelas pessoas que mais sofrem por desrespeito à dignidade humana num mundo violento que precisa desesperadamente da verdadeira paz. Nosso planejamento deve visar a superação da condição de receptor passivo e permitir que as vítimas sejam participantes. Não faremos uma campanha para os excluídos, nem em nome deles, do alto de uma suposta superioridade. Queremos que eles tenham vez e voz, como sujeitos nessa luta que é de todos.

2. Sem comunicação, nada feito!

Como toda atividade profética, uma Campanha da Fraternidade se faz com uma comunicação que toque o coração das pessoas para impulsionar a transformação da realidade.

Embora a CF não possa ser reduzida a uma estratégia de marketing por uma boa causa, ela se torna mais eficiente se levar em conta algumas características de uma boa campanha de publicidade.

A CF deve ocorrer dentro de um período (no caso, a Quaresma) e nesse período deve manter um ritmo que vá envolvendo cada vez mais as pessoas. Existe trabalho a ser feito antes (criar uma expectativa, preparar o clima e as pessoas), durante (atividades envolventes) e depois dos 40 dias da Quaresma (gestos, atitudes, projetos que decorrem da mobilização feita).

Uma regra de publicidade: buscar o público preferencial

Ao proclamar a necessidade de um novo milênio sem exclusões não estaremos falando apenas para as nossas comunidades ou a nossa Igreja. Os de dentro terão que refletir, aprofundar o tema, assumir compromissos em resposta ao apelo do evangelho - é verdade! Mas não ficamos por aí. Nosso destinatário é a sociedade. Só com a conscientização e adesão de todos podemos promover esta vida nova de dignidade e paz. Por isso, além dos grupos específicos de nossa comunidade, temos que atingir outros espaços da sociedade: os meios de comunicação, o povo em geral. Todas as ações da Campanha têm um caráter missionário, no sentido de converter a sociedade para a causa da justiça e da paz, independentemente da religião que cada pessoa professe.

Destinatários diversificados

Ao criar e utilizar cada material da campanha, a equipe animadora deve ter presente o destinatário específico para usar a metodologia e a linguagem adequada a cada caso. Falando com adultos, por exemplo, teremos que perceber até que ponto conhecem a linguagem da Igreja e o texto da campanha: alguns poderão aprofundar o próprio texto-base, outros necessitarão de materiais de fontes diferentes, de acordo com o nível de interesse, escolaridade e reflexão. Há roteiros para encontros com crianças e jovens, mas cada coordenador(a) de grupo deve adaptar esse material às características da realidade da garotada. Se formos pensar numa divulgação pelo rádio, temos que investigar qual é o tipo de público que a emissora atinge naquele horário.

Promovendo nossa Campanha

Os professores de comunicação dizem que a boa publicidade planeja principalmente a promoção do produto. Isso significa que 90% do sucesso da campanha dependem do que ocorre antes do seu início, antes do lançamento.

Como parte da promoção indicamos 4 processos que devem ser considerados na nossa campanha:

a) despertar a atenção

O ano 2000 estará cheio de eventos, alguns fortemente apoiados pelos proprietários dos meios de comunicação. Temos que usar de criatividade para colocar um diferencial capaz de destacar a mensagem da CF no meio das múltiplas comemorações do novo milênio.

b) despertar interesse

Dignidade humana e paz são palavras que já sofreram muito uso abusivo por parte de politiqueiros e gente de palavra fácil e ação vazia. Com criatividade e espírito de solidariedade vamos nos empenhar para dar credibilidade ao tema. A proposta não quer ser um discurso, temos que promover testemunhos concretos.

c) despertar desejo

Quando as pessoas estão motivadas no seu íntimo são capazes de se envolver, de fazer grandes esforços para participar. Trabalhar na CF é uma alegria e um direito e quem por acaso estiver fora deve ficar com a sensação de que está perdendo algo importante.

d) despertar ação

Qualquer campanha tem como tarefa promover a motivação para agir. Algumas ações concretas serão sugeridas pela Comissão Nacional da CF. Cada grupo, porém, analisando com generosidade a situação que tiver à sua frente, deve propor os compromissos que forem necessários e viáveis na sua comunidade. É possível prever um compromisso mais firme quando todos participam do debate que gera a proposta.

Anunciando a CF ao ouvido e por cima dos telhados

Individualmente, cada pessoa pode ir entusiasmando outras para o trabalho da campanha: são conversinhas indispensáveis que vão construindo uma corrente.

Para o público maior, a CF oferece 4 peças publicitárias , que devem ser divulgadas com as técnicas correspondentes: mini-filme para TV, spot para rádio, artigos para a imprensa e cartaz. As Igrejas que tiverem algum tipo de serviço organizado de pastoral da comunicação poderão aproveitar a CF para fazer com que esse serviço se consolide e se desenvolva melhor.

Algumas tarefas para os agentes de comunicação que vão trabalhar na divulgação da Campanha:

1. Em relação ao texto base:

Os agentes devem conhecer e estudar o texto. Só se fala com entusiasmo daquilo que se conhece bem. O texto deve ser posto ao alcance da comunidade. Planeje-se a melhor maneira de adquiri-lo e os encontros destinados a divulgação e debate.

2. Preparar o lançamento da Campanha

Devem ser usados todos os meios de comunicação a que a comunidade tem acesso, desde avisos nos finais das celebrações até meios de maior amplitude como rádio e TV. É bom lembrar as 4 fases das campanhas de publicidade:

A. Fase de alerta: Vem aí uma campanha da fraternidade diferente!

B. Fase de interesse: Será sobre dignidade humana e paz, um assunto quente para a nossa sobrevivência! E será ecumênica, como sinal de contribuição concreta das Igrejas para a paz!

C. Fase de adesão: Vamos aprender como se trabalha pela dignidade humana e dar exemplo autêntico de busca da paz!

D. Fase de execução: Participe da Campanha, nestes 40 dias, em sua casa, na escola, no trabalho, no bairro, na Igreja!

3. Chegar aos Meios de Comunicação Social

É importante fazer visitas simpáticas às emissoras, jornais e revistas para explicar a campanha, pedir espaço para a propaganda e entregar em mãos as peças publicitárias para divulgação. É possível conseguir divulgação gratuita porque a Campanha já tem uma reputação formada pelo trabalho realizado em anos anteriores. O filme e o spot podem ser colocados no ar dezenas de vezes ao dia, em horários diferentes. Se a equipe local não tiver recebido em mãos essas duas peças poderá gravá-las por ocasião do lançamento da campanha, que é feito em rede nacional de rádio e televisão.

Artigos para a imprensa, numa série de 12, poderão ser publicados duas vezes por semana durante a quaresma, no mesmo lugar e página do jornal.

Um cuidado especial se requer na explicação da realização ecumênica da Campanha. Dois pontos precisam ficar claros, porque os jornalistas em geral não estão familiarizados com o que acontece internamente nas Igrejas:

a) É preciso explicar bem direitinho que este ano a Campanha não é uma promoção da CNBB. Quem comanda o processo desta vez é o CONIC, com o qual a imprensa não está familiarizada. Informações corretas a esse respeito são fundamentais para que as Igrejas envolvidas tenham a visibilidade que merecem e não haja mal-entendidos que criem problemas de relacionamento justamente quando estamos fazendo questão que a sociedade veja as Igrejas juntas em defesa da dignidade humana e da paz.

b) O próprio termo "ecumenismo" presta-se a confusão. Ele se refere ao relacionamento entre cristãos de Igrejas diferentes. O público em geral, porém, costuma pensar em ecumenismo como mistura de todas as religiões (ele não é mistura e nem envolve todas as religiões). É bom verificar se o jornalista entendeu mesmo o que se quer comunicar, para não aparecerem notícias deturpadas.

4. Educar para a recepção do que nos é comunicado

A sensibilidade para o tema "Dignidade humana e paz" pode ser alimentada ou anestesiada por aquilo que nos chega através dos meios de comunicação. Uma parte importante do trabalho da CF será a leitura crítica do que temos na televisão, no rádio, nos discos, nas novelas e noticiários. Não se trata de incentivar uma visão moralista ou a mera denúncia de tudo que nos chega do mundo dito profano. Queremos formar um receptor ativo, capaz de discernir, de dizer a sua palavra, de afirmar seus valores e compreender o que acontece dentro de si, quando recebe a Comunicação Social.

5. Colocar bem o cartaz

Ele é a identificação mais imediata da Campanha. Deve ser exposto em lugares públicos, no ângulo superior direito, ponto focal que concentra imediatamente a atenção de quem entra na igreja, no bar, no supermercado, na barbearia, na rodoviária.

Existem vários tamanhos de cartaz, além de pequenos adesivos que o reproduzem. Assim podemos nos adaptar a qualquer tipo de espaço. Com uma carta, um ofício ou mesmo uma dose de fraterna e simpática ousadia é possível que um grupo de voluntários torne a campanha presente em toda parte. Esta distribuição deve ser feita antes da abertura oficial da campanha para criar um clima de expectativa e preparar o lançamento.

Em escolas é recomendável colocar o cartaz de tamanho médio em cada sala e o cartaz grande nos pátios. Nos ambientes de comércio, além do cartaz grande, é interessante colocar o adesivo em local visível, junto ao caixa, por exemplo. O cartaz pequeno pode ser colocado em cartazes maiores, confeccionados pela comunidade para dar aviso sobre as atividades locais da campanha.

Esse material se presta para vários tipos de dinâmicas de reflexão em grupo e motivação para oração. Podem ser criados cartazes artesanais alternativos, o cartaz pode ser recortado em forma de quebra cabeças e reconstruído pelo grupo à medida que são estudadas as questões relativas ao tema e são oferecidas propostas de ação. O cartaz pode inspirar poesias, canções, dramatizações etc.

O cartaz é a marca da campanha e faz uma síntese dos seus objetivos. Por isso precisa ser explicado e trabalhado através de todos os meios. Faça com que a repetição da imagem que ele apresenta crie clima de campanha por toda parte.

6. Criar meios alternativos de comunicação

Podem ser adesivos, camisetas, réguas, canetinhas, jornaizinhos locais, folders, faixas ou outros objetos com o lema da Campanha. Volantes podem ser distribuídos em consultórios ou transporte público. Outras atividades de divulgação seriam: programas de alto-falante, rádios comunitárias, peças de teatro, festival de canções, exposição de artes plásticas, mural com recortes de jornal que ilustrem o tema.

7. Manter a identidade da Campanha

Uma Campanha deve ser reconhecida em qualquer lugar em que ela apareça. O tipo de letras, as fotos devem ser as mesmas em todas as apresentações, até a proporção dos desenhos e figuras devem ser estudados de modo a permitir que todas as pessoas reconheçam que o boné, ou a camiseta, o out-door e a caneta pertencem à mesma campanha.

Os grupos de animação que quiserem produzir material novo poderão copiar as várias opções de imagem da CF 2000 Ecumênica que estão disponíveis na internet.

3. Usando bem cada peça

1. Texto-base, a nossa primeira ferramenta

Antes do início da Campanha

O texto-base é ponto de partida para a reflexão. Seu conteúdo deve ser comunicado através dos meios adequados à situação de cada receptor e será enriquecido pela reflexão e a experiência de todas as pessoas envolvidas.

Escolas, universidades, centros de estudo e bibliotecas devem ter o texto-base antes do início da campanha para que possam estar preparados para as pesquisas e atividades de estudo que acontecerão durante os 40 dias.

Entrega-se o texto-base para os jornais, rádio e televisão, para jornalistas e formadores de opinião pública, para que possam ter contato com o tema bem antes do dia do lançamento da campanha.

Com a adequada antecedência, deverá ser buscado um encontro com as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário. Nessa ocasião, entrega-se o texto-base para que possam inteirar-se dos objetivos e do conteúdo da CF. É importante que esta lista de entrega seja com antecedência preparada para que algum esquecimento não venha causar inconvenientes ao desenvolvimento do trabalho.

Durante a Campanha

Durante a Campanha deverão ser organizados encontros de apresentação e discussão do texto-base. Ele estará a venda na quantidade suficiente para que os interessados possam ter fácil acesso a esse material.

No lançamento da campanha pode ser feito algo semelhante a uma noite de autógrafos para promover o texto. Durante os programas de rádio e televisão e nas entrevistas dadas a jornais e revistas deve-se recomendar que as pessoas tenham o texto-base, apresentando-o como importante e atualizada fonte de informação e formação pessoal, é importante que nesse lançamento as várias Igrejas estejam representadas.

Depois da Campanha

Ao longo dos muitos anos de sua existência, os textos-base das diferentes Campanhas da Fraternidade foram formando uma coletânea de análises sobre problemas humanos sérios confrontados com o projeto de Deus, a proposta do Reino. É comum também que, em atividades outras do ano, o tema da CF continue sendo inspirador e o conteúdo do texto-base vá se tornando parte do acervo de material evangelizador usado pelas diversas áreas da ação pastoral.

2. Texto Fraternidade Viva

Os textos da coleção Fraternidade Viva são versões do texto-base com uma apresentação gráfica mais atraente e um estilo de redação mais leve. São pensados em função das camadas populares e de grupos de jovens e adolescentes que poderiam achar pesado o texto-base original.

Esse texto Fraternidade Viva pode ser entregue aos formadores de opinião (jornais, revistas, televisão) e outras pessoas identificadas como potenciais parceiros da CF. Não deve ser distribuído indiscriminadamente para evitar desperdício de material.

Universidades, escolas e bibliotecas devem recebê-lo com antecedência. Será bom fazer uma entrega pessoal aos professores incentivando seu uso como material para-didático. Projetos interdisciplinares, com a colaboração de professores de Ensino Religioso, Estudos Sociais, Comunicação e Expressão, Artes, podem surgir embasados nesse material.

Em certos casos, pode funcionar como brinde promocional.

3. Cartaz

É a "cara da Campanha". Sobre seu uso já falamos anteriormente.

4. Postal

Nossa correspondência pessoal e eclesial também é meio de divulgação da Campanha. O postal funciona muito bem como cartão de Páscoa. Ele é o cartaz da CF em forma reduzida. Pode ter ou não no verso a oração formulada sobre o tema da Campanha e deve ser distribuído na comunidade em quantidades significativas.

Pode ser aplicado como ilustração em cartazes, trabalhos escolares, capas de trabalhos e pastas que se referem à campanha.

5. Outdoor (cartaz de rua)

Na comunicação urbana a presença de um outdoor provoca um impacto significativo.

A equipe da CF de cada cidade deve se empenhar para conseguir o maior número de placas para instalar o outdoor ao menos uma semana antes do lançamento.

Uma possibilidade para se conseguir espaço grátis nessas placas é solicitar que as empresas e/ou comerciantes que anunciam através de outdoor cedam durante a CF o seu espaço. Outro caminho é dirigir-se às agências de publicidade, proprietárias das placas, e negociar a veiculação do outdoor. Em algumas cidades a própria comunidade religiosa construiu as placas para fazer a CF presente no bairro; depois, podem ser usadas para outras comunicações de interesse da comunidade.

6. Adesivo

É uma peça publicitária de larga aceitação e muito simpática às crianças e jovens.

É interessante que o adesivo seja distribuído gratuitamente a quem fez uma doação à Campanha. Pode ser organizada uma gincana ou um pedágio com os adesivos, com a colaboração de jovens e crianças.

Ele serve também para visualizar a CF em locais menos amplos (vidros de carros, caixas registradoras do comércio, portas de residências) e como forma de personalizar pastas e objetos da Campanha.

7. Roteiros de encontros

A CF tem roteiros especialmente elaborados para alguns grupos (adolescentes e crianças, por exemplo), com linguagem e metodologia adequadas aos destinatários. São sugestões que podem ser adaptadas por quem trabalha com grupos específicos. São formas de envolver e educar diferentes segmentos de nossas comunidades.

Cada Igreja os utilizará de acordo com suas atividades habituais: escola dominical, encontros, grupos de catequese...

Se a Igreja quiser, poderá criar roteiros próprios para algumas atividades que não podem ser propostas pelo material geral da CF por não serem comuns a todas as Igrejas (Por exemplo: os que têm hábito de fazer Via Sacra na quaresma podem criar para isso um roteiro baseado no tema da CF mantendo a ligação do texto-base).

8. Círculos bíblicos

O roteiro para círculos bíblicos da CF é elaborado principalmente para reuniões nas casas de família. Há também comunidades que têm grupos de reflexão bíblica que se reúnem na igreja. Em outros casos, trata-se de grupos que são formados especificamente para refletir a CF e muitas vezes acabam se tornando grupos bíblicos permanentes. Aliás, muita coisa que hoje existe na Igreja Católica Romana nasceu de grupos formados em Campanhas anteriores. É o que acontece, por exemplo, com vários grupos da chamada Pastoral do Menor, frutos da CF que tinha por lema "Quem acolhe o menor a mim acolhe".

Seria interessante que ao menos 15 dias antes do lançamento da campanha os grupos façam a primeira reunião sobre o tema.

Para formar grupos de reflexão bíblica, onde não houver esse costume, podemos seguir alguns passos:

a) localizar os centros ou áreas da comunidade que poderiam ter interesse em formar esses grupos

b) identificar pessoas que levem jeito para coordenar cada grupo

c) capacitar animadores para a reflexão bíblica

d) organizar pequenos grupos de 5 a 7 famílias, ou de jovens, ou de casais (conforme as características de cada comunidade) para reuniões nas residências. Pensa-se em reuniões semanais ou quinzenais, mas a periodicidade ideal o próprio grupo deve determinar.

9. Calendário

É uma peça publicitária de grande abrangência. Pode ser colocado em todos os ambientes e permanece o ano inteiro.

Deve ser distribuído antes do início do ano e serve como primeira promoção da CF, para ir gerando interesse junto aos que irão promover a campanha.

Suas figuras e mensagens poderão ser ponto de partida para debates e reflexões que ajudem a divulgar e/ou aprofundar o tema da CF.

10. Spot de TV

É um comercial de 30 segundos para ser exibido na televisão.

Cada equipe local da CF deverá procurar todas as possibilidades na sua região de veicular esse spot nas TVs educativas, comunitárias ou comerciais.

Antes de adquirir a cópia, é importante informar-se sobre as opções técnicas e o tipo de cópia que é usada na emissora.

O spot pode ser gravado em vídeo e usado como motivação inicial nos grupos de reflexão.

11. Spot de rádio

A CF tem algumas versões de spot para rádio com o objetivo de divulgar seus principais objetivos. Como se disse a respeito da TV, é importante procurar meios de veicular essas mensagens nas rádios comerciais, educativas ou comunitárias e até em serviços de alto-falante.

12. Canções da CF

As canções compostas especialmente para a CF devem ser apresentadas e conhecidas pelos grupos de animação antes do lançamento da campanha. Aliás, elas contribuirão para a beleza do evento de abertura, ajudando o pessoal a entrar no clima. Muitas das canções de campanhas anteriores passaram a fazer parte do hinário habitual da Igreja que promovia o evento. O mesmo pode acontecer agora, com cantos de caráter ecumênico.

13. Kit de folhetos com envelope

Durante a Campanha, é bom fazer reuniões semanais; para cada reunião temos um pequeno folder com as idéias principais da CF, que os membros do grupo irão aprofundar. O folder serve também para comunicar essas idéias a outros que não participam da reunião, ou como motivação para convidar mais gente para a próxima reunião.

Na última semana é costume fazer uma coleta em benefício de algum projeto que a comunidade tenha assumido a partir da sua realidade durante a reflexão do tema da CF. Por isso entrega-se um envelope para as ofertas a serem feitas na ocasião em que cada comunidade considerar propícia.

É importante prestar contas do dinheiro arrecadado e de sua destinação.

14. Agenda

A agenda de bolso é um brinde muito útil. Deve ser distribuída no início do ano junto aos voluntários, agentes de pastoral e parceiros que irão realizar a CF.

Serve para anunciar a campanha na fase de pré-lançamento, permanece o ano inteiro e se torna um símbolo dos compromissos assumidos.

15. O que cada equipe dos vários níveis deve fazer

A realização da CF é exercício e expressão de planejamento participativo e de articulação pastoral, decorrente de uma Igreja-comunhão.

A articulação favorece o desenvolvimento dos carismas eclesiais de maneira orgânica, distribui tarefas, define atribuições e envolve interessados na reflexão, na decisão, na execução e na ação pastoral.

Para uma eficaz e frutuosa realização da CF é indispensável um processo de planejamento. Isto não acontece sem a constituição de equipes de trabalho, de coordenações entusiastas, dinâmicas, criativas, como profunda espiritualidade e zelo apostólico.

Especial tarefa e compromisso das equipes, nos seus diversos níveis, deve ser a criatividade para realizá-la, neste ano 2000, como algo realmente novo.

1.Equipe Regional (para um Estado da Federação):

Compete-lhe:

  • estimular a formação, o assessoramento e a articulação das equipes locais,
  • planejar a CF em nível regional, o que organizar, a quem envolver, que calendário seguir, onde e como atuar.

Atividades que poderão desenvolver:

Antes:

  • realizar Encontro Regional para o estudo do texto-base, a fim de descobrir a melhor forma de utilização das peças e subsídios de divulgação;
  • sugerir a escolha do gesto concreto;
  • definir atividades a serem assumidas conjuntamente;
  • estabelecer uma programação especial de lançamento;
  • verificar a possibilidade da produção de subsídios adaptados à realidade local;
  • possibilitar a troca de informações e o repasse de subsídios, relacionados ao tema, produzidos em âmbito mais local ou provenientes de outras fontes e regiões;
  • constituir esquipes e/ou indicar pessoas que possam prestar serviços de assessoria.

Durante:

  • descobrir formas de estar em permanente contato com as equipes zonais para animação e intercâmbio das experiências mais significativas;
  • possibilitar o acompanhamento das atividades comuns programadas;
  • alimentar com pequenos textos motivadores (release) os meios de comunicação social.

Depois:

  • promover um novo encontro regional de avaliação;
  • providenciar a redação e o envio da síntese Regional da avaliação à Comissão Ecumênica Nacional da CF;
  • definir a participação regional num encontro nacional de avaliação.

2. Equipe Local da CF

Atividades que poderão desenvolver: 

Antes:

  • providenciar o pedido de material;
  • programar encontro para estudo do texto-base e descoberta da melhor maneira de serem utilizadas as diversas peças de reflexão e divulgação da CF;
  • definir atividades a serem assumidas conjuntamente;
  • estabelecer a programação da abertura;
  • buscar os meios para que a CF possa atingir eficazmente todos os espaços e ambientes;
  • planejar um gesto concreto comum e a destinação da coleta da CF;
  • prever a colocação do maior número possível de subsídios da Campanha.

Durante:

  • intensificar sua divulgação;
  • conferir a chegada dos subsídios aos destinatários;
  • motivar para sucessivos gestos concretos de fraternidade;
  • realizar a coleta.

Depois:

  • avaliar sua realização;
  • marcar presença no encontro de avaliação;
  • repassar às lideranças as conclusões da avaliação;
  • concretizar o gesto;
  • fazer com que a Campanha se estenda por todo o ano, repassando outros subsídios que forem sendo publicados.

Recado final aos chamados para essa bonita aventura

Estamos sendo ousados nas duas direções: no sonho de um milênio sem exclusões e na construção da parceria ecumênica. Se há gente no mundo que tem o direito (até o dever!) de ser ousada são os discípulos e discípulas do Cordeiro, herdeiros da promessa "Eis que faço novas todas as coisas".

Queremos mundo novo e relações novas entre as nossas Igrejas. Nenhuma Igreja pode garantir que todos os seus membros estejam à altura dessa proposta. Não será de espantar se houver percalços, mal-entendidos, no desenrolar dessa aventura fraterna e ecumênica. Não se faz respeito à dignidade humana, paz e diálogo ecumênico por decreto e com dia marcado. É processo que exige determinação, entusiasmo, persistente paciência e compassivo perdão mútuo para os eventuais escorregões que certamente acontecerão num terreno tão ferido por pecados históricos. É o preço da emocionante honra de sermos construtores da história. Estamos no mundo para fazer alguma diferença com a nossa vida. E vamos fazer, com a graça do Cristo ressuscitado que derrubou todos os impossíveis.

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