Tudo quanto os luteranos disseram é verdade; não o podemos negar”, declarou um bispo romano. “Podeis refutar por meio de sãs razões a Confissão feita pelo eleitor e seus aliados?” perguntou outro, ao Dr. Eck. “Com os escritos dos apóstolos e profetas, não!” foi a resposta; “mas com os dos pais da igreja e dos concílios, sim!” “Compreendo”, respondeu o inquiridor. “Os luteranos, segundo vós o dizeis, estão com as Escrituras, e nós nos achamos fora delas.” – D’Aubigné. - Citado em O Grande Conflito, pág. 208.


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Católicos e Luteranos Reconciliam-se 482 Anos Depois

Martine Nouaille

Paris (AFP) - A Igreja Católica (um bilhão de fiéis) e a Federação Luterana Mundial (FLM, 70 milhões) darão neste domingo (31/10/99) em Augsburgo (Alemanha) um grande passo rumo à reconciliação com a assinatura solene de um acordo doutrinário, 482 anos depois da divulgação das 95 teses de Martinho Lutero contra Roma.

Esta declaração comum sobre "a doutrina da justificação", concluída em junho passado após 30 anos de árduas negociações entre teólogos, foi qualificada pelo Papa João Paulo II de "importante aquisição ecumênica", apesar de não conseguir dissipar as divergências entre as duas Igrejas.

Estas permanecem divididas quanto à compreensão da igreja e dos ministérios.

O acordo será firmado pelo cardeal Edward Cassidy, em nome da Igreja Católica, e pelo bispo luterano Christian Krause, presidente da FML, durante uma cerimônia religiosa na igreja Santa Ana de Augsburgo, significativo centro histórico da Reforma na Alemanha.

Atos solenes de ação de graças se realizarão na véspera em Paris na catedral de Notre Dame oficiados pelo cardeal Jean-Marie Lustiger e pelo pastor Michel Viot.

A questão da "justificação" causou no século XVI a crise que provocou a ruptura da unidade da igreja ocidental, lembrou André Birmelé, um dos negociadores protestantes.

Tudo começou em 1517 depois da denúncia do monge Martinho Lutero da prática das "indulgências", objeto de desvios escandalosos já que, por exemplo, para financiar o final da construção da basílica de São Pedro, os clérigos vendiam aos fiéis indulgências que supostamente lhes permitiriam conseguir com mais rapidez o paraíso.

Em outras palavras, enquanto o Vaticano defendia a obtenção da graça pelas obras ("justificação pelas obras"), Lutero e os reformistas estimavam que o homem se salvava "pela graça" que só Deus podia conceder aos humanos.

Quase 500 anos mais tarde, o Vaticano não renunciou às indulgências, legitimadas de novo por João Paulo II por motivo do jubileu do ano 2000, mas a premissa teológica da Reforma sobre a salvação "é na atualidade amplamente compartilhada", frisou André Birmelé.

O acordo reconhece que as Igrejas podem "expressar a verdade da fé em diferentes termos".

A declaração comum assinala que "só pela graça, por meio da fé na ação salvadora de Cristo, e na base de nosso mérito, seremos aceitos por Deus e receberemos o Espírito Santo que renova nossos corações, nos habilita e nos convoca para realizar boas obras".

Fonte: Transcrito do Paraná On Line em 29/10/99.

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