Acílio X Nicotra: A Opinião de um Obreiro Nesta semana, circulou pela Internet a cópia de um documento em que o Pastor Acílio Alves Filho, presidente da Associação Paulistana, descreve o processo de exclusão do irmão Ricardo Nicotra, fundador do ministério de obreiros voluntários, denominado inicialmente Mova. Embora eu não conheça pessoalmente o Ricardo Nicotra. Apenas li alguns de seus artigos, sobre o emprego do dízimo. Acho que foram os primeiros. Ao comentar com um pastor que também tinha lido ele resumiu dizendo: “O pior é que é tudo verdade!” Quanto ao Pr. Acílio, conheço-o de longa data. Era um jovem talentoso, pregava bem, tocava a sua gaita com maestria, animava a juventude, e tinha respostas inteligentes e espirituosas, para várias questões. Mas como “...os seres humanos somente são bons, até o dia que decidem ser ruins.” Isso acabou acontecendo também com o Pr. Acílio. Após o sua nomeação para Presidente da AP, o comentário entre os membros, e obreiros que o admiravam mudou totalmente. O que se houve agora é:
Estas frases são vindas de membros e obreiros que o conhecem e que gostavam dele! Mesmo assim, tomei tempo para ler o extenso testemunho apresentado por ele sobre a exclusão do irmão Ricardo Nicotra. Citação do Pr. Acílio: “Lutero condenou o Papa, mas saiu da Igreja que ele condenava...” Infelizmente vi o Pr. Bullón apresentar esse mesmo argumento em uma reunião com a liderança de um Campo. Palavras dele: “Se você afinal não concorda com a liderança da igreja, então saia da igreja.” Essas palavras me doeram profundamente o coração quando as ouvi, porque veio de um líder que eu admirava; e segundo, porque ele tem uma influência grande entre os membros. Além disso:
Outra citação do Pr. Acílio: "... por outro lado, se há alguém que condena às escondidas o mesmo sistema às custas do qual quer viver publicamente, na verdade tal pessoa não seria um pastor, mas um mercenário, e tal tipo de palavra não é testemunho válido para uma Comissão de Igreja.” Aqui o Pr. Acílio subestimou a inteligência dos obreiros! Quando um obreiro condena de maneira velada decisões administrativas, é mercenário, e não deve ser considerado. Se o faz de maneira pública, é perseguido, demitido e excluído da igreja. Se o faz de maneira escrita, é processado na justiça, como fizeram com a Nildes em Brasília, e ameaçaram fazer com os responsáveis pelas homepages de oposição. O sistema repressivo adventista é mais cruel que a pior ditadura de que temos notícias. Mas um dia vai ruir como ruíram todas elas. Mercenários são aqueles que assumem o poder o governam com mão de ferro, e perseguem, demitem, transferem e humilham os obreiros que discordam deles. Citação do Pr. Acílio: “Um irmão argumentou que o Ricardo, naqueles encontros, só citava a Bíblia e o Espírito de Profecia, enquanto nós pastores só citávamos o Manual da Igreja e o Livro de Praxes; eu agradeci a observação do irmão e lhe mostrei que tudo que eu havia lido do Manual, até aquele momento, eram apenas citações da Bíblia e do Espírito de Profecia; o Pr. Heber mostrou o mesmo no Livro de Praxes." Infelizmente já foi provado por aqui que há um costume da liderança em fragmentar os escritos da Sra. White, e tirar do contexto, para apoiar decisões absurdas. Isso fez Tércio Sarli em suas explicações, Arnaldo Henriques, no “Chuva de Bênçãos”, e o próprio Pr. Acílio no seu testemunho. Apesar do livro de praxes e o manual da igreja estarem recheados de citações da Sra. White e de textos Bíblicos, isso não os torna a palavra de Deus, pois livros espíritas, pentecostais, e até o livro de mórmons também contem várias citações da Bíblia. Mais uma citação do Pr. Acílio: “Comuniquei ao Ricardo, que aguardava do lado de fora. Sua reação me foi inesperada. Ele disse prontamente e com segurança que uma censura de 3 meses não era o seu caso. Se merecia disciplina, deveria ser a exclusão. Pedi-lhe que dissesse isto à Comissão. Ele concordou, foi lá reafirmou esta posição e explicou porque preferia assim: que se os irmãos votassem pela censura, no final dos 3 meses precisariam de novo votar a exclusão porque ele não iria mudar neste período.” Olha a astúcia do Pr. Acílio! Fez pré-julgamento, talvez tenha dado um sorriso interno de satisfação, ao ouvir isso do Ricardo, enquanto exibia uma cara de tristeza. Quando uma pessoa me diz: "não adianta me pregar o evangelho que não vou mudar", mesmo assim eu devo continuar pregando! Ou não? Ele devia ter esperado os três meses, apesar da negativa do Ricardo, e não se aproveitar da situação. Não amanhecemos todo dia com a mesma cabeça. Ficou claro que ele induziu o Ricardo a ir à comissão da igreja naquele momento para ali, de maneira astuciosa, conseguir o que queria. Aproveitou o momento que o Ricardo estava aborrecido com as ameaças e cortou-lhe logo a cabeça. Pelo seu arrazoamento está claro que o Pr. Acílio queria fazer cumprir a recomendação dos pastores a qualquer custo. Em sua carta, ficou muito clara a intenção do Pr. Acílio, que mais uma vez repete a mesma estratégia de todos os líderes da igreja: Primeiro tentam bajular, convencer, agradar, os descontentes. Se não conseguem demovê-los, então partem para a baixaria e retaliação. Foi isso que núncio papal também fez com Lutero, como conta a Sra. White no Grande Conflito, pág. 135: “Haviam decidido os romanistas, como ardiloso expediente, tentar ganhar a Lutero com aparência de amabilidade. O legado, em suas entrevistas com ele, mostrava grande amizade; mas exigia que Lutero se submetesse implicitamente à autoridade da igreja, e cedesse em todos os pontos sem argumentação ou questões.” O mesmo fez o Pr. Acílio com o Nicotra. Tentou agradá-lo, chegou até a mostrar sua declaração de renda para ele, mas infelizmente era tudo uma artimanha. O verdadeiro espírito do Pr. Acílio apareceu mais tarde, quando partiu para o tudo ou nada. Sobre Cardeal que ouviu Lutero, a Sra. White escreveu: “...Não avaliara devidamente o caráter do homem com quem devia tratar. Lutero, em resposta, exprimiu sua consideração pela igreja, seu desejo de verdade... Mas ao mesmo tempo protestava contra a maneira de agir do cardeal, exigindo-lhe retratar-se sem ter provado estar ele em erro.” (O Grande Conflito, pág. 136.) Como o Pr. Acílio não conseguiu convencer o Nicotra a continuar enviando os dízimos para que a AP pudesse continuar comprando, mesas, cadeiras, computadores, patrocinando a mordomia de seus administradores, o jeito foi cortar a cabeça. Embora sua argumentação sobre o emprego do dízimo e sobre o monstro administrativo que se criou, esteja absolutamente certa. (Obs. À luz do que escrevi sobre o sistema adventista de repressão, não convém que eu assine este texto, embora tema que todos os meus colegas possam ser punidos e colocados sob suspeita.) Obreiro Leia também:
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