Cúpula do Vaticano Desmente Aposentadoria do Papa

Especulações sobre João Paulo II deixar o posto ao fim deste ano foram levantadas por um influente cardeal europeu e negadas imediatamente pelos mais altos representantes da Igreja

Uma simples menção à possibilidade de aposentadoria do papa João Paulo II deixou o Vaticano em polvorosa. Desde que o cardeal belga Godfried Danneels disse que não ficaria surpreso se o sumo pontífice deixasse seu posto no fim deste ano, os mais altos escalões da Igreja Católica não fazem outra coisa a não ser desmenti-lo. A declaração não é assim tão especulativa, uma vez que Dannels é considerado um dos mais influentes cardeais europeus e um dos principais candidatos a ocupar o trono de São Pedro.

Para o Vaticano, o objetivo de tais conjecturas é enfraquecer o papado. "Esta é a opinião pessoal do cardeal Danneels, que não endossamos", diz uma declaração divulgada nesta quinta-feira pelo porta-voz oficial do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls.

Danneels deve conceder uma entrevista coletiva a respeito de seu livro na próxima segunda-feira. Ele é o chefe religioso de mais alta hierarquia a apresentar publicamente a sugestão da renúncia papal, compartilhada por muitos. Em fevereiro, um bispo alemão, Karl Lehmann, havia rompido o silêncio ao dizer que o papa poderia deixar a chefia máxima da Igreja Católica se considerasse não ter mais condições de saúde.

Em comentários que reacenderam o debate sobre se o papa, de 80 anos, deveria se aposentar, o cardeal afirmou ser inevitável que João Paulo se retirasse de seu cargo quando atingisse uma certa idade. "O papa desejava a qualquer custo chegar ao ano de 2000 (ano do jubileu), mas acho que ele pode se aposentar depois disso", avaliou Danneels. Sobre a aposentaria do cargo, ele disse: "No futuro, acho que terá de ser assim. Não há outra maneira".

Muitos consideram que a frágil saúde de João Paulo II pode reduzir os compromissos oficiais que o cargo necessariamente deve cumprir. A agenda de um papa obedece a obrigações políticas internacionais que devem estar acima das possibilidades físicas de quem ocupa o cargo. Em contrapartida, os sumos pontífices geralmente permanecem em no posto até o fim de suas vidas. O último papa a renunciar por vontade própria foi Celestino 5o, em 1294.

Segundo o cânone 332 do direito eclesiástico, um papa pode renunciar, mas precisa fazê-lo por vontade própria, e, como ele é o supremo pontífice, não é preciso que sua renúncia seja aceita por ninguém.

Fonte: http://vejaonline.uol.com.br/ 

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