Relatório da Associação Geral Condena Ministério Independente da Hope Internacional

Um artigo publicado na Adventist Review no início de agosto e na Ministry do mesmo mês, parece indicar que a Associação Geral está se preparando para tomar uma ação mais séria contra alguns dos assim chamados "ministérios independentes", ou pelo menos contra aqueles de caráter mais estridente.

O artigo é o Relatório Sobre a Hope International e Grupos Associados, e pode ser lido em espanhol neste link: Informe Sobre Hope International y Grupos Asociados

Para os que não conhecem o que seja a Hope International, ou não têm idéia do que seja um ministério independente, sugiro uma visita ao website deles: http://www.hopeint.org/

O relatório da nasceu das preocupações partilhadas por vários presidentes de Divisões e do então presidente da AG, Folkenberg, com o surgimento dos "ministérios independentes". Foi estabelecida então, no início de 1998, uma comissão para iniciar conversações com líderes de três desses grupos. Os líderes da Hope foram os únicos a aceitar o convite e o resultado é o relatório apresentado em agosto.

O relatório, como é de praxe nesses casos, começa reconhecendo os bons aspectos da Hope, como sua ênfase em reforma e reavivamento, e também o fato de que seus líderes estão em acordo com muitos dos principais elementos da fé Adventista do Sétimo Dia. Passa-se então ao que interessa, que é listar e explanar o que o relatório chama de "áreas de seria preocupação" nas práticas e ensinos do grupo.

De maneira resumida, essas quatro áreas são as seguintes:

1. Acusações de apostasia contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Eles não apenas dizem que existe apostasia na  igreja, mas que a igreja em si mesma está em apostasia.

2. Visão distorcida da natureza da igreja. O relatório afirma a visão da Hope do que seja a igreja é um sistema organizado de administração mais um ministério paralelo e auto-sustentado e independente do sistema organizado. Eles se vêem como não estando sujeitos às decisões da igreja mundial. O relatório tira essas conclusões a partir dos seguintes fatos:

a. Entendimento diverso de posições doutrinárias. Em especial,  é citado o fato de eles terem feito que o seu entendimento sobre a natureza humana de Cristo seja parte da doutrina, coisa que a igreja não faz.

b. Relutância em aceitar a autoridade da igreja. O relatório afirma que a Hope não aceita a autoridade da igreja como definitiva para a comunidade de fiéis. Ao contrario, eles  parecem ter tomado a posição que o seu entendimento  particular da Biblia e de EGW é que deve ser o árbitro final sobre a igreja.

c. Reformulação do Voto Batismal. O voto batismal usado pela  Hope inclui as seguintes diferenças:

1) Uma nova crença fundamental adicionada como pré-requisito para se juntar à igreja: "Jesus tomou sobre si nossa natureza caída".

2) A parte do voto que trata dos dízimos não identifica a igreja como o repositório deles.

3) A Igreja Adventista do Sétimo Dia não é mencionada no voto.

d. Redefinição do que seja a "casa do tesouro", no que se refere  a quem pode receber o dízimo. Em outras palavras, eles  recebem dinheiro dos dízimos.

3. Apoio a movimentos dissidentes. A Hope International tem apoiado movimentos dissidentes e contrários à igreja em ampla escala. Isso é documentado nos seguintes países: Colômbia,Venezuela, Guatemala, Estados Unidos, Austrália, Bolívia, Inglaterra, Fiji, Franca, Alemanha, Holanda, Hungria, Nova Zelândia, Macedônia, Malásia, Papua Nova Guine, Cingapura, Ilhas Salomão, Vanuatu e Zimbabue.

4. Uso seletivo dos escritos de Ellen White.

O relatório termina com um apelo para que a Hope International abandone suas práticas divisivas e junte-se ao corpo da igreja mundial. O último parágrafo conclui com uma nota sombria e vale a pena citá-lo inteiro:

Se a Hope International e associados não puderem trazer a si mesmos em harmonia com o corpo da igreja mundial, de uma forma claramente evidenciada em 12 meses, a Igreja Adventista do Sétimo Dia pode precisar considerar se existe ou não uma "persistente negativa em reconhecer as autoridades da Igreja devidamente constituídas, ou em se submeter à ordem e à disciplina da Igreja." (Manual da Igreja, pág.169.)

Dado o tom da resposta, não há a menor dúvida de que os próximos doze meses serão bem interessantes do ponto de vista dessa questão dos ministérios independentes.

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