Ellen G. White Autoriza Uso do Dízimo para Adequar Igrejas Carentes

Todas as citações apresentadas abaixo foram extraídas do livro Conselhos Sobre Saúde (Conselhos sobre Saúde e Instruções Para Obreiros Médicos-Missionários, 1ª edição, Casa Publicadora Brasileira, 1971). No contexto de que essas citações foram extraídas, a irmã White está passando instruções sobre economia a obreiros das casas publicadoras e hospitais ou "sanatórios", como se traduziu.

"Fui instruída de que a reforma é necessária em todos estes aspectos, a fim de que possa haver mais liberalidade entre nós. Há perigo constante de que mesmo os Adventistas do Sétimo Dia sejam vencidos pela ambição egoísta e queiram concentrar todos os meios e energias nos interesses de cuja direção estão à frente de modo especial. Há o perigo de que os homens permitam que um sentimento de ciúme se desperte em seu coração e de que eles se tornem invejosos de interesses tão importantes quanto os que dirigem. Os que experimentam a graça do cristianismo puro não podem olhar com indiferentismo a qualquer parte da obra na grande vinha do Senhor. Aqueles que estão verdadeiramente convertidos demonstrarão igual interesse pela obra em todas as partes da vinha e estarão prontos para ajudar onde quer que haja necessidade de auxílio."

"É o egoísmo que impede os homens de enviar auxílio aos lugares em que a obra de Deus não é tão próspera quanto as instituições sobre as quais eles mantém supervisão. Os que têm responsabilidades devem cuidadosamente buscar o bem-estar de cada ramo da causa e obra de Deus. Devem incentivar e manter os interesses dos outros campos, tanto quanto os interesses do seu próprio. Assim os laços da fraternidade seriam fortalecidos entre os membros da família de Deus na Terra e se fecharia a porta às rivalidades e aos ressentimentos mesquinhos que a posição e a prosperidade certamente despertarão, a não ser que a graça de Deus controle o coração" (Pág. 310).

"A nenhum homem deve ser concedido salário exorbitante, embora possua ele aptidões e qualificações especiais. O trabalho feito para Deus e Sua causa não deve ser colocado em base mercenária" (Pág. 307).

"Ao ser estabelecida e levada a obra, deve-se demonstrar sempre a mais rigorosa economia. (...) Em nenhum caso se deve empregar dinheiro para ostentação" (pág. 319).

Diante dessas citações, fica claro que a concentração de dinheiro nas mãos da liderança da igreja foi vista pela irmã White como algo que dificultaria o avanço da obra adventista nos campos menos favorecidos. Ellen G. White declara que é o egoísmo e a falsa conversão dos obreiros que lhes impedem de "abrir os olhos" para as necessidades dos irmãos que levam adiante a obra sob precárias condições.

"Templos" Inapropriados

Como adventista, conheci muitas "igrejas" ou templos completamente desprovidos de conforto e condições dignas para o culto e estudo conjunto da Bíblia. Qualquer um pode constatar pelo Brasil afora que, em muitos templos da nossa igreja, dispõe-se apenas de assentos velhos e incômodos, pintura em estado precário, classes da escola sabatina reunidas em salas improvisadas, às vezes, de difícil acesso, nos fundos do prédio das igrejas ou em galerias escuras, e por aí vai.

Em muitas igrejas, não há piano ou qualquer tipo de acompanhamento instrumental para o louvor. E diga-se de passagem, aqueles CDs com playbacks do nosso hinário, apesar de amenizarem o problema, não substituem um bom instrumentista, não conferem à ocasião do louvor a suavidade musical que somente a sensibilidade humana, usada para a adoração divina, pode conferir. Quem conhece as nossas igrejas do interior do estado de São Paulo e em outros estados do nosso país, sabe que não estou exagerando em nenhum ponto ao descrever essas coisas...

Se alguém achar que não é tão necessário cuidar desses aspectos dos templos adventistas, peço a esse alguém que me responda: por que Deus fez as flores, por que Deus fez tantas obras belas na natureza, por que Deus dá aos homens a capacidade de se impressionar com o que é belo? Não é vergonhoso levar visitas a templos escuros e mal conservados? Não é muito melhor estar em um lugar aprazível, onde nos sentimos bem recebidos e podemos desfrutar de conforto? Não é até mais fácil sentirmos a presença de Deus em templos bem conservados, construídos com bom gosto e bom senso?

Minha opinião é a de que Deus e Seu povo merecem templos devidamente adaptados às reuniões que ali se realizam, de forma a causar em nós as melhores impressões possíveis, inclusive a reverência. Não estou defendendo aqui, nenhum tipo de luxo ou extravagância. Estou apenas querendo mostrar que Deus poderia receber as devidas honras e o devido respeito se tivéssemos templos mais dignos da Sua presença. 

Creio até que Ele poderia ser adorado de forma mais digna, se nos templos houvessem instrumentistas (consagrados, claro!) habilidosos que pudessem ser usados pelo Espírito Santo para nos elevar a uma atmosfera mais santa e pura, graças aos efeitos da boa música. Efeitos esses que nenhuma coleção de CDs com hinos enlatados consegue causar. Mas um bom pianista, ou outro instrumentista, consegue. 

Sra. White Autoriza

No passado, Deus tinha na Terra um santuário feito construído segundo Suas ordens e devidamente adaptado ao culto de então. Um templo que despertava a reverência. Por isso, sinto-me autorizado a defender ainda hoje que Ele merece ser melhor adorado e honrado em templos mais confortáveis e mais adeqüados para o bem-estar de Seus adoradores.

Ellen G. White, inspirada por Deus, escreveu que a obra adventista deve ser levada adiante com estrita economia, para não haver desperdícios de dinheiro e, acrescento, de almas. Diante disso, não seria mais sensato usar parte de nosso dízimo para suprir as necessidades de igrejas locais muito pobres, aquelas igrejas que qualquer um percebe que são carentes?

Recentemente li em um texto do pastor Alberto R. Timm que, certa vez, "as igrejas de Oakland, Califórnia, e de Battle Creek, no Michigan, estavam enfrentando sérios problemas em face de suas 'volumosas' despesas. Sendo que algumas congregações estavam utilizando o dízimo para cobrir despesas operacionais, membros dessas duas igrejas escreveram a Ellen White, que se achava na Austrália, perguntando se era próprio desviar parte do dízimo para resolver sua situação. 

"Em 14 de março de 1897, ela respondeu:

"Daquilo que me tem sido mostrado, o dízimo não deve ser retirado da tesouraria. Cada centavo deste dinheiro pertence ao tesouro sagrado do Senhor, a fim de ser empregado em uma finalidade especial.

"Houve um tempo em que era feito muito pouco trabalho missionário, e o dízimo estava se acumulando. Em alguns casos, o dízimo foi usado para finalidades semelhantes às que são propostas. Quando o povo do Senhor sentiu-se despertado para fazer trabalho missionário na Pátria e nas missões estrangeiras, e enviar missionários a todas as partes do mundo, aqueles que lidavam com interesses sagrados deveriam ter tido discernimento claro e santificado para compreender como os meios deveriam ser utilizados...

"A luz que o Senhor me tem dado sobre este assunto é os meios da tesouraria para o sustento dos ministros nos diferentes campos não devem ser usados para nenhum outro propósito." Ellen G. White, Special Testimonies for Ministers and Workers, Battle Creek MI; 197, vol. 10, págs. 16-18.4

"Mas no dia seguinte, ela acrescentou: "Há casos excepcionais, onde a pobreza é tão extrema que a fim de assegurar o mais humilde lugar de adoração, pode ser necessário utilizar o dízimo. Mas esse lugar não é Battle Creek ou Oakland." Idem, Manuscript Releases, vol 1, pág. 189.

Segundo o pastor Timm, "a primeira declaração mostra claramente que embora o dízimo houvesse sido usado anteriormente para despesas locais, tal uso, porém, deveria cessar devido aos grandes desafios missionários e também por causa da crescente luz concernente ao dízimo. Mas a segunda afirmação fala de 'casos excepcionais' à regra, envolvendo lugares de adoração muito pobres."

Assim sendo, meu irmão, você pode lançar mão de Seu dízimo para dar a Deus templos digno da Sua honra! Ou pode também dar a pastores não-consagrados e falsamente convertidos uma linda casa (ou mais), um lindo carro, belas roupas e agradáveis passeios pelo mundo com seus filhinhos e esposa, devolvendo a eles (e não a Deus) os seus dízimos. 

Dificilmente você conseguirá fazer as duas coisas ao mesmo tempo! Terá que optar por uma delas. A escolha é sua.

Seu irmão, Fábio.

[Retornar]

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com