144.000 da Igreja de Filadélfia

 

Vimos na seção anterior que o “selo do Deus vivo” é o selo da justiça de Cristo, concedido àqueles que pela fé em Cristo Jesus cumprem os requisitos da Lei. O sinal é colocado na fronte porque ela representa a consciência humana. Assim, o sinal na fronte significa que os 144.000 escolheram, por sua própria vontade, seguir incondicionalmente a Cristo.

Quando o anjo “sela” os santos na fronte, não lhes coloca um sinal visível a olhos humanos. Isto significa que os ímpios não verão este sinal. Entretanto, Jesus e as hostes do Céu sabem identificar o sinal na fronte dos 144.000, de maneira que eles estarão seguros para o tempo que advirá logo após o selamento. A mensageira do Senhor nos revela o que ocorrerá imediatamente após o selamento:

Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a misericórdia não mais pleiteará em favor dos culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá cumprido a sua obra. Recebeu a “chuva serôdia”, o “refrigério pela presença do Senhor”, e acha-se preparado para a hora probante que diante dele está. No Céu, anjos apressam-se de um lado para o outro. Um anjo que volta da Terra anuncia que a sua obra está feita; o mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam “o selo do Deus vivo”. Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial. ... Todos os casos foram decididos para a vida ou para a morte. Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados. O número de Seus súditos completou-se;... o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. ... Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. O Grande Conflito, págs. 613-614

Logo após o selamento dos 144.000, encerra-se o tempo de graça para o homem e inicia-se então o “tempo de angústia final”, o período de tempo imediatamente anterior ao livramento final do povo de Deus e à segunda vinda de Cristo. Apenas os 144.000 vão para a reta final, juntamente com os ímpios. São eles também que serão libertos pela voz de Deus, ao final do tempo de angústia. A revelação corrobora com este entendimento:

Estas pragas [as sete últimas pragas] enfureceram os ímpios contra os justos, pois pensavam que nós havíamos trazido os juízos divinos sobre eles, e que se pudessem livrar a Terra de nós, as pragas cessariam. Saiu um decreto para se matarem os santos, o que fez com que estes clamassem dia e noite por livramento. Este foi o tempo de angústia de Jacó. Então os santos clamaram com angústia de espírito, e alcançaram livramento pela voz de Deus. Os cento e quarenta e quatro mil triunfaram. Sua face se iluminou com a glória de Deus. Primeiros Escritos, págs. 36-37

Ao final deste “tempo de angústia”, os 144.000, os servos de Deus, receberão então um sinal visível em sua fronte, de acordo com o que a Bíblia e a mensageira do Senhor nos afirmam:

Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” Apocalipse 14:1

Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto. ... Os 144.000 estavam todos selados e perfeitamente unidos. Em sua testa estava escrito: “Deus, Nova Jerusalém”, e tinham uma estrela gloriosa que continha o novo nome de Jesus.” Primeiros Escritos, pág. 15

Observe que tanto João quanto Ellen G. White vêem o nome de Deus, que é o Seu selo, escrito na fronte dos 144.000, indicando que neste momento ele é um sinal visível aos olhos humanos. Percebemos portanto que, após o livramento dos 144.000 pela voz de Deus, o “sinal do Deus vivo” colocado em Sua fronte se torna visível.

Cabe-nos aqui fazer uma importante consideração. À luz da revelação bíblica e pela confirmação dada pelos escritos da mensageira do Senhor, percebemos que o “tempo de angústia” representa uma luz acrescentada ao entendimento do período correspondente à igreja de Filadélfia, mencionado em Apocalipse 3:7-13. Uma leitura desta passagem bíblica, seguida do comparativo simples com outras passagens nos deixará isto bem claro ao fazermos da Bíblia seu próprio expositor.

Apocalipse 3:7-13 nos traz o seguinte:

7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:

8 Conheço as tuas obras—eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar—que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.

9 Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.

10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.

11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

12 Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.

Deixemos que Bíblia mesmo explique o significado de cada um dos versos dentro do tempo de angústia:

 

Verso 8: “Conheço as tuas obras”:

Jesus conhece as obras de todos os homens, e isto não exclui o grupo dos 144.000. Citamos apenas um texto bíblico que comprova isto.

ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os filhos dos homens; 1 Reis 8:39 

 

Verso 8: eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar

Ao cessar Jesus de interceder no santuário celestial, a misericórdia não mais pleiteará pelos culpados habitantes da Terra. O julgamento está concluído, e cada homem já decidiu seu destino, através de suas escolhas, para a vida eterna ou para a morte eterna. Esta situação é bem expressa pelo juramento que Cristo fará logo após concluir seu trabalho de intercessão pelos homens, que está em Apocalipse 22:11:

Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. 

Assim, o fechamento da “porta da graça” ou encerramento do período de graça, representa o fechamento de uma porta de misericórdia para os ímpios que nunca mais poderá ser aberta, mas também representa a abertura dos portais eternos para os santos que serão em breve remidos que ninguém pode fechar. Os 144.000 estão então selados para passarem pelo “tempo de angústia” e serem por fim trasladados, e ninguém poderá impedir a Deus de executar este propósito. Temos portanto aqui exemplificado a abertura de uma porta a qual ninguém pode fechar.

Verso 9: Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.

Isto se cumprirá ao final do “tempo de angústia”, quando os 144.000 forem libertos pela voz de Deus. O livro Primeiros Escritos, pág. 15, apresenta isto de forma bem esclarecedora:

Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto. ... Os 144.000 estavam todos selados e perfeitamente unidos. Em sua testa estava escrito: “Deus, Nova Jerusalém”, e tinham uma estrela gloriosa que continha o novo nome de Jesus. Por causa de nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se arremeteram violentamente para lançar mão de nós a fim de lançar-nos à prisão, quando estendemos a mão em nome do Senhor e eles caíram inermes ao chão. Foi então que A SINAGOGA DE SATANÁS conheceu que Deus nos havia amado a nós, que lavávamos os pés uns aos outros e saudávamos os irmãos com ósculo santo; E ADORARAM NOSSOS PÉS.

 

Verso 10: também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro

Uma citação do livro O Grande Conflito, pág. 619, comentando sobre a situação dos 144.000 no tempo de angústia, afirma que este representa a “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro” mencionada em Apocalipse 3:10:

Embora o povo de Deus esteja rodeado de inimigos que se esforçam por destruí-lo, a angústia que sofrem não é, todavia, o medo da perseguição por causa da verdade; receiam não se terem arrependido de todo pecado, e que, devido a alguma falta, não se cumpra a promessa do Salvador: “Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo.Apocalipse 3:10 Se pudessem ter a segurança de seu perdão, não recuariam da tortura ou da morte,; mas, se se mostrassem indignos, e perdessem a vida por causa dos seus defeitos de caráter, o santo nome de Deus seria então vituperado.

 

Verso 11: Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

A primeira frase deste verso mostra que o tempo de angústia será breve, confirmando o que Mateus 24:21-22 já havia exposto:

porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados.”

A segunda frase do verso constitui-se de uma promessa aos 144.000, para que se mantenham firmes até ao dia do livramento.

 

Verso 12: Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá.

Aqui está se afirmando que o vencedor será coluna do santuário de Deus. Podemos entender primariamente que isto se aplicaria ao fato de eles serem os únicos com permissão para entrar no templo de Deus, situado na Nova Jerusalém, e por serem aqueles que vão ministrar no templo:

E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: “Somente os 144.000 entram neste lugar”, e nós exclamamos: “Aleluia”! Primeiros Escritos, pág. 19

razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. Apocalipse 14:15

CONTINUA

Por Jairo Carvalho

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