Em Desagravo do Espírito Santo

Toda vez que ouço ou leio coisas que distorcem ou minimizam a Pessoa do Espírito Santo, sinto um misto de tristeza e revolta. Por isso, tomei a decisão de fazer este desagravo.

Andam dizendo que o Espírito Santo é uma força ou poder impessoal. Assim, movidos por um espírito estranho, deixam de perguntar: "Quem é o Espírito Santo?" para indagar depreciativamente: "Que é o Espírito Santo?" A Bíblia, porém, é de uma clareza singular e inequívoca, quando diz:

"Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós" (Atos 15:28), revelando que os cristãos primitivos O viam como uma pessoa. Cristo afirmou: "Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu e vô-lo há de anunciar" (João 16:14). Com referência ao Deus triúno, o Livro Sagrado descreve o Espírito Santo como uma pessoa: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mat. 28:19). Se o Espírito Santo fosse meramente uma força, como batizar em Seu nome?

Estou convicto de que Ele é uma pessoa, porque contende e age (Gên. 6:3), ensina (Luc. 12:12), convence (João 16:8), dirige os assuntos da igreja (Atos 13:2), auxilia e intercede (Rom. 8:26), inspira (II Ped. 1:21) e santifica (1 Ped. 1:2).

Conheço muito bem a vida de Luis Otávio, que mora na cidade de Osasco, SP. Certo dia, ele tomou uma decisão estranha, pois estava longe de Jesus. Estraçalhado por uma longa crise existencial, saiu de carro, rumo ao centro da Capital paulista, para cumprir um propósito sombrio: pular do Viaduto do Chá. Quando, porém, passava em frente a um templo, lembrou-se dos sábios conselhos de um tio, que era adventista. Essa lembrança providencial foi obra do Espírito Santo. Luís foi convencido de que precisava de Jesus em sua vida. Desceu do carro, naquela manhã de sábado, entrou no humilde templo adventista e ouviu uma pregação que, segundo ele, "foi o retrato da minha vida e das minhas necessidades espirituais". O Espírito Santo prosseguiu em Seu trabalho: operou em Luís o arrependimento, levando-o a confessar suas faltas e a deixar o alcoolismo. Ensinou-lhe também as verdades da Palavra de Deus, conduzindo-o às águas batismais. Hoje, Luís é um homem feliz, ao lado da esposa e dos filhos. Atuante ancião de igreja, é pregador do evangelho. Não faz muito, tive o privilégio de apresentá-lo a uma congregação de 350 pessoas, na Igreja Central de Vila Maria, na cidade de São Paulo, como um troféu do Espírito Santo.

Por que milhões e milhões de pessoas não reconhecem as transformações operadas pelo Espírito Santo? Simplesmente porque O ignoram.

Outro absurdo engendrado nas sombrias oficinas de Satanás, é a idéia de que o Espírito Santo é uma criatura subordinada ao Pai e ao Filho. Esse falso ensino, que ecoa pelas encostas dos séculos, está ganhando força em nossos dias. As Escrituras, porém, não o abonam, pois afirmam que o Espírito Santo tem todos os atributos da Divindade: onipotência, onisciência, onipresença, santidade, eternidade, poder criador, etc. (Ler, na edição de novembro, o artigo "A divindade e a personalidade do Espírito Santo")

Será que os depreciadores do Espírito Santo não entendem o que está registrado nas Escrituras, sobre o desafortunado Ananias? Como iria ele mentir a uma força ou influência? O apóstolo Pedro, cujo coração fora transformado pelo Espírito Santo, inquiriu: "Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?... Não mentiste aos homens, mas a Deus" (Atos 5:3 e 4).

Outro argumento a favor da divina personalidade do Espírito Santo, é a precisa definição de "pecado imperdoável'; feita por Jesus: "Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir" (Mat. 12:32). Tal afirmação não teria sentido, se o Espírito Santo não fosse co-participante da Divindade.

Quero falar sobre outra ofensa cometida contra o Espírito Santo: o desprezo. Ou seja, não atender à Sua voz mansa e orientadora; não nos submetermos plenamente a Seu poder transformador. Por isso, somos cristãos pela metade.

Em sentido prático, nosso desagravo deve incluir uma resposta positiva à seguinte recomendação de Paulo: "Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Efés. 4:30). Pecados acariciados causam muita tristeza a Ele. Outra atitude que devemos incluir é a aceitação de Seu profundo e empático interesse por nós:

"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis" (Rom. 8:26).

Portanto, quando o Espírito Santo nos disser: "Este é o caminho'; acolhamos Sua orientação. Quando nos advertir: "Este programa de televisão não presta'; acatemos Seu conselho. Quando nos avisar: "Cuidado, tal livro não é edificante!", joguemo-lo fora. Finalmente, quando Ele bater à porta do nosso coração, aceitemos Sua doce companhia. -- Revista Adventista, outubro de 2002, pág. 2, editorial de Rubens Lessa.

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