Reflexão Sobre Mateus
16:13-17: "Tu és o Filho do Deus Vivo"
Mateus 16:13-17:
Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos:
Quem diz o povo ser o Filho do Homem?
E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e
outros: Jeremias ou algum dos profetas.
Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?
Respondendo Simão Pedro, disse:
Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi
carne e sangue que to revelaram,
mas meu Pai, que está nos céus.
Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
No
texto que lemos acima, podemos perceber duas importantes perguntas feitas pelo
Senhor Jesus aos Seus discípulos, quando viajavam em direção a Cesaréia. Na
verdade, creio que sejam duas das mais importantes perguntas em toda a Bíblia.
Convém, portanto, analisarmos com muito cuidado e atenção alguns princípios aqui
envolvidos:
1º
Princípio: O que as pessoas pensam sobre Jesus é importante
Quem
diz o povo ser o Filho do Homem?
Aqui, Jesus está profundamente interessado no que as pessoas pensam sobre Ele,
porque a partir desta conclusão será definido o grau de importância que Suas
palavras e obras teriam sobre a vida delas, e disto dependeria o destino de
cada uma delas.
Na
resposta dada pelos discípulos a Jesus, podemos notar que, na maioria dos
casos (com exceção de alguns fariseus e saduceus), o conceito que as pessoas
tinham sobre Ele era respeitável, admirável, na verdade, um excelente
conceito. Ele foi comparado com João Batista, Jeremias e outros grandes
profetas.
1.1 João Batista:
Quem era João? A Bíblia o descreve como um pregador do deserto, vestido de
peles de camelo e que era vegetariano (Mateus 3:1, 4).
Qual era sua pregação? “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos
céus.” (Mateus 3:2). Esta era a mesma pregação de Jesus: “Daí por diante,
passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino
dos céus.” (Mateus 4:17). Este era um dos motivos que levaram o povo a
acreditar que João estava de volta, pois João e Jesus tinham a mesma
pregação, tinham o mesmo desejo: que o povo se arrependesse dos seus
pecados!
O
outro motivo, era que João denunciava o pecado abertamente, sem medo de
qualquer represália: “Vendo ele porém, que muitos fariseus e saduceus vinham
ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira
vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a
dizer entre vós mesmos: Temos por Pai Abraão; por que eu vos afirmo que destas
pedras Deus pode suscitar filhos a Abrão.” (Mateus 3:7-9).
Era
a mesma pregação de Jesus, conforme vemos em um dos seguintes textos:
“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”
(Mateus 23:33). Sugiro que leia o capítulo todo. Há diversas outras
semelhanças entre a pregação de João e Jesus, ficaremos, porém, com estes dois
principais pontos aqui apresentados.
1.2 Jeremias.
Há
um fato extremamente extraordinário, uma grande semelhança entre Jeremias e
Jesus: “A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que eu te
formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te
consagrei, e te constituí profeta as nações.” (Jeremias 1:4,5).
Conforme lemos em Lucas 1:30, Jesus foi separado desde o ventre para a
salvação dos povos. Devemos lembrar que, tanto Jesus (Lucas 1:30) quando
Jeremias (Jeremias 1:5) e João Batista (Lucas 1:13-17) foram consagrados desde
o ventre para o ministério da salvação. Jeremias e João como profetas e Jesus
como Profeta e Salvador.
Jeremias sentia-se imensamente amargurado por causas das constantes apostasias
do povo: “Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo; estou de luto; o
espanto se apoderou de mim. ...Acaso há bálsamo em Gileade? Ou não há médico?
Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo? ...Prouvera Deus a
minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas!
Então, eu choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo.” (Jeremias
8:21-9:1.)
Era
seu profundo desejo reconduzir o povo ao culto do verdadeiro e Único Deus.
Este foi o mesmo sentimento que houve no coração do Senhor Jesus, como está
escrito: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te
foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha
ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, e vós não o quisestes! Eis que
a vossa casa ficará deserta.” (Mateus 23: 37-38).
Embora houvesse grande semelhança entre eles, Jesus era diferente. Não era a
reencarnação de nenhum profeta. Sua missão iria além até mesmo da própria
morte (intercessão e expiação no santuário celestial).
2º
Princípio: O que você individualmente pensa sobre Jesus é o mais importante.
Mas vós... quem dizeis que eu sou? Cristo possuía algo mais que precisava
ser percebido e entendido primeiro por todo discípulo Seu; algo que, depois de
entendido, precisava ser pregado, partilhado, individualmente ao povo, através
de contatos pessoais. Este algo que faltava custaria o destino eterno de muitas
pessoas.
Creio
que cada discípulo tinha sua própria idéia sobre Jesus naquele momento, e
gostaria de expressar suas opiniões sobre isso. Talvez, tivessem a mesma idéia e
conceito que o povo tinha sobre a pessoa de Jesus.
2.1 Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Pedro adiantou-se, como era o seu costume. Levantou-se e afirmou, olhando
firmemente para Jesus e disse: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." Pedro
sabia o que estava dizendo. Este era o conceito a respeito de Jesus. Pedro
considerava-o como O Filho de Deus. Disto dependia o sucesso no seu
ministério, disso dependia a sua própria salvação. Jesus afirmou: “E a vida
eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus a quem
enviaste”. (João 17:3)
2.2 Não foi carne e sangue que te revelou.
De
fato, a revelação pode vir de várias maneiras, de muitos modos, de vários
lugares e através de várias pessoas. Deus pode usar instrumentos humanos para
revelar sua vontade. Isto está certo. Porém, quero ressaltar aqui a
inconstância da carne e da revelação humana.
Para ilustrar isso vejamos o texto chave desta nossa reflexão: “Respondendo
Simão Pedro, disse: tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mateus 16: 16).
Veja alguns versos adiante. O que percebemos? “E Pedro, chamando-o à parte,
começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum
te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda Satanás! Tu és
para mim pedra de tropeço, por que não cogitas das coisas de Deus e sim das
dos homens”. (Mateus 16:22,23)
Em
um momento a Revelação era Divina e. em outro, logo a seguir, Satânica. A uma
devemos seguir, à outra rejeitar. Como devemos proceder diante da revelação?
Há um texto que veio à memória que creio ser proveito: “De maneira nenhuma!
seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem, segundo está escrito...”
(Romanos 3:4)
Toda revelação deve ser provada por estas duas palavras: ESTÁ ESCRITO. É assim
que toda a palavra ou ensino de qualquer homem deve ser provado. É segundo
esse critério que deve ser considerado verdade ou mentira.
3.
O Pai é que te revelou.
Portanto a resposta de Pedro segundo as palavras de Jesus era uma revelação, um
ensino, uma doutrina. A confiança em Jesus Cristo como o Filho do Deus Vivo é
uma doutrina forjada nos conselhos eternos. O Pai revelou esta doutrina para
Pedro. Notamos aqui a impressionante revelação de que só devemos adorar ao Pai e
a Seu Filho Jesus.
4.
Edificarei a minha igreja.
Cristo iria edificar sua igreja sobre a PETRA (Ele mesmo!) e confiou o pastoreio
do rebanho a Pedro (PETROS). Sua igreja seria edificada sobre a doutrina
fundamental: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo." Foi este ensino conhecido
na Igreja Cristã, pregado pelos apóstolos e cristãos do primeiro século. A fé em
um único Deus e um único Senhor e mediador (Jesus) foi defendida pela igreja
cristã durante os primeiros séculos, sob o risco da própria vida.
A
Igreja Adventista do Sétimo Dia (dos Pioneiros) sustentou durante anos esta
mesma crença. E agora, Deus novamente nos revelou esta importante doutrina.
Convém defendê-la, pregá-la e vivê-la, mesmo sob o custo da expulsão de nossas
igrejas porque as portas do inferno não prevaleceram contra a verdadeira igreja,
o povo de Deus, que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus.
Ora, a fé
de Jesus centralizava-Se em Seu Pai como único Deus, digno de adoração, louvor,
honra e glória.
Que Deus possa continuar edificando a sua igreja sobre os verdadeiros princípios
da revelação divina! -- Marcelo Gomes de Oliveira, Codó-MA.
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