Médico do Hospital Silvestre Descreve "Massacre Mental" Imposto por Líderes Autoritários

(Título original: "Massacre Mental – 1a. parte de 2")

Cesar Vasconcellos de Souza – psiquiatra do CAVS – Centro Adventista de Vida Saudável e do Hospital Adventista Silvestre.

 

“...Jesus respondeu: (o que me irá trair) é aquele a quem eu der o bocado molhado. E...o deu a Judas Iscariotes...após o bocado, entrou nele Satanás.” João 13:21,26,27

Como psiquiatra já atendi pacientes com surtos psicóticos violentos, que requeriam várias pessoas para segurá-los e poder aplicar-se um sedativo. Também participei de alguns casos de possessão demoníaca. Quando alguém me diz que não crê no fato de um ser humano poder ser tomado por uma força espiritual má, eu fico quieto e pensativo. Não discuto. Não tento provar nada. Sei que existe porque eu já presenciei isto e sei que não se tratava de um quadro psiquiátrico, porque já atendi os casos mentais também.

Na Última Ceia de Jesus com os discípulos Simão Pedro havia pedido a João para perguntar a Jesus quem seria aquele que O trairia. E Jesus deixou claro que seria Judas Iscariotes. O texto Bíblico afirma que Satanás tomou posse de Judas o levando a trair Jesus.

Uma possessão diabólica não ocorre somente em casos tipo “O Exorcista”. Quando o mau toma posse de uma pessoa você pode não perceber quase nada de anormal. Claro, há os casos de mudança comportamental violenta. Mas talvez a maioria seja uma forma disfarçada de possessão espiritual. Você não sabe que a pessoa está tomada, mas ela está. Com Judas Iscariotes foi assim. Ele saiu da Ceia logo e todos, menos Jesus, pensavam que ele iria comprar algo para a festa ou que fosse dar alguma coisa para os pobres (verso 29). Mas ele estava REALMENTE tomado por um demônio.

Por que estou escrevendo isto, que parece ser um texto religioso, aqui nesse espaço sobre saúde mental? Porque quero comentar sobre massacre mental. Ou seja, que e como um ser humano pode assediar outro ser humano e massacrá-lo mentalmente, e isto pode ser fruto de distúrbios mentais como também de possessão espiritual. Irei voltar a este assunto mais adiante no tempo após terminar de ler o livro “Assédio Moral – A Violência Perversa no Cotidiano”, da psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen.

Há pessoas muito más e perversas em famílias, empresas, hospitais, prisões, no mundo militar, no poderes legislativo, executivo e judiciário, no poder eclesiástico também! Tenho escutado histórias e sido testemunha de experiências de pessoas assediadas moralmente, não só sexualmente. Escrevi aqui que alguém, alguma coisa, alguma intervenção TEM que parar estas pessoas perversas! Mas como pode ser difícil isto! Há risco de retaliação, discriminação, perseguição, de violência física e até de morte para quem deseja fazer justiça e ajudar o fraco e oprimido. Mas é necessário fazer algo. Somos responsáveis. O mau não pode fazer o que ele quer, a hora que quiser, quando quiser, com quem desejar, impunemente. Não pode. Não devemos permitir.

Estou falando de pessoas autoritárias, que abusam de seu poder o qual pode ser legal (dentro da lei), ou ilegal (fora da lei), agressivas destrutivamente, sem respeito pelos semelhantes, narcisistas ao extremo, que vêem os outros como objeto de uso para subir na vida, para se promoverem, que excluem os que não se enquadram no seu modelo perverso de funcionar numa empresa, ou em qualquer outro lugar, mesmo numa organização religiosa, que são ditadores hipócritas oprimindo pessoas e tirando benefícios pessoais materiais e/ou egóicos (do ego ou self). Ficamos enojados ao ver as loucuras de dois prepotentes como Bush e Hussein, responsáveis pela morte de pessoas inocentes, mas podemos não nos dar conta da violência invisível, cotidiana, relacionada com o fato de um indivíduo poder destruir o outro sem que se derrame sangue e sem um gesto brutal. Vidas têm sido profundamente prejudicadas somente com palavras, olhares, atitudes perversas em lugares os mais variados.

Assédio sexual é apenas um dos tipos de assédio. Atendi recentemente uma pessoa que me falava de assédio moral, ao dizer: “Sinto que querem puxar meu tapete”. O agressor deseja se livrar de alguém sem sujar as mãos, e deseja se livrar não porque a pessoa é má em qualquer sentido (técnico, moral, relacionamento, etc.), mas porque pode estar ameaçando sua fama, sua posição hierárquica, suas atitudes desonestas, seu uso errôneo do poder.

Fonte: http://www.hasilvestre.org.br/colunas/saudemental/materia.asp?offset=10&contador=5

Chega de “Repensar”. Sinta a angústia, pense e faça o bem!

...Indo à teologia, psicologia, medicina, direito, etc., vemos que há retaliação, abuso de poder, prática de interesses pessoais em todas as profissões. No mundo eclesiástico, por ex., em várias denominações religiosas, vemos isto escandalosamente, e em outras é sutil. Muitos religiosos estão longe da dor e necessidade humanas, isolados em escritórios confortáveis, abusando do poder eclesiástico. Cheios do Espírito Santo, os verdadeiros seguidores de Jesus, logo após Sua ascensão, repartiram entre si seus bens e todos foram ajudados e satisfeitos! “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. ...Não havia entre eles necessitado algum. ...E repartia-se a cada um, segundo a sua necessidade.” Atos cap.4, versos 32, 34 e 35. Existe isso hoje no mundo cristão?

Fonte: http://www.hasilvestre.org.br/colunas/saudemental/materia.asp?contador=21

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