O Jesus Que Eu Conheço

A cada vez que leio a bíblia fico perplexo de como Jesus é diferente daquele que se prega hoje nas igrejas. O Jesus que é pregado hoje era uma pessoa muito comportada, não criticava ninguém, não lutava pelos excluídos, se fechava dentro da sua própria religião, nunca teve lutas dentro de si mesmo, jamais contestava seus líderes e não se “misturava” com outras pessoas.

Tenho observado que nós seres humanos temos a mania de imaginar Deus da forma que gostaríamos que ele fosse, e fazemos o mesmo com Jesus. O Jesus que é pregado hoje nas igrejas parece ser meio hippie com uma dose de ghandismo, muito parecido com a letra daquela música que diz “calmo, sereno e tranqüilo”.

Mas ao estudar a bíblia com um mínimo de isenção veremos uma grande diferença. Veremos um Jesus que se indignava com a injustiça, que tinha uma língua “perigosa”, que se relacionava com todos os tipos de pessoas, que teve medo de morrer (como qualquer ser humano tem), que nunca se curvou diante de líderes corruptos que se aproveitavam da boa-fé das pessoas e que sempre lutou pelos pobres e excluídos de uma sociedade preconceituosa.

Os “grandes pregadores” de hoje têm muita dificuldade em explicar a atitude de Jesus ao entrar no templo e derrubar as mesas e expulsar aqueles que ganhavam dinheiro sob o manto do serviço de Deus. Muito “perigoso” era esse Jesus. Talvez seja por isso que o calaram. E como explicar a parábola do “bom samaritano” fazendo uma analogia aos dias atuais. Qual dos pastores de hoje gostariam de ser comparados ao sacerdote desta parábola. Mas na hora de receberem os dízimos do povo eles gostam de frizar que são os sacerdotes de hoje.

Não podemos deixar de lembrar de Zaqueu, aquele funcionário público corrupto, semelhante a muitos que temos por aí. Quem teria coragem de se “misturar” publicamente com uma pessoa mal falada como essa. Jesus teve. Muito “libertário” era esse Jesus. Talvez seja por isso que o perseguiram.

Quem teria coragem de chamar os seus “pastores” de sepulcros caiados. Jesus teve. E ainda disse que os publicanos e as meretrizes entrariam na frente deles no Reino de Deus. Muito “crítico” era esse Jesus. Talvez seja por isso que o crucificaram.

Imprevisível, carismático, nobre, amoroso, duro, crítico, manso, humilde, benigno, perigoso, enfim, esse foi Jesus, o filho de Deus.

Imprevisível com aqueles que queriam colocá-lo sob uma camisa de força.
Carismático com aqueles que já não acreditavam em ninguém.
Nobre com seus inimigos.
Amoroso com os desprezados pela sociedade.
Duro com os hipócritas.
Crítico com os mentirosos.
Manso com os ignorantes.
Humilde com os “grandes”.
Benigno com o povo.
Perigoso para os líderes.

Talvez nunca conseguiremos defini-lo, mas com certeza temos que aceitá-lo. Pois “Debaixo do céu, não há outro nome pelo qual devamos ser salvos”.

Renato Miranda
renato_majunior@yahoo.com.br

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