É o Dízimo Cerimonial? Muitos
têm afirmado que a devolução do dízimo não é mais obrigatória, por ser uma lei
cerimonial ou fazer parte dela, a qual foi abolida com a morte de Cristo na cruz
do calvário. Em que texto da bíblia pode-se afirmar que o dizimar era uma lei cerimonial? No meu
pensar, em canto nenhum. Para uma
melhor compreensão faremos uma breve análise do dizimar no Antigo Testamento. De
acordo com a palavra de Deus, Abrão foi o primeiro a dar o dízimo, leiamos
Gen.14:17 a 20. “17
Depois que Abrão voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele,
saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma, no vale de Savé (que é o vale do rei). 18 Ora,
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus
Altíssimo; 19 e
abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos
céus e da terra! 20 E
bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E
Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” O texto
acima diz que Abrão deu o dizimo de tudo, a que esse tudo se referia? Heb. 7:4
responde. “4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os
dízimos dos despojos.” (Versão Revista e Corregida) O texto
afirma que Abrão devolveu o dízimo do despojo que conseguira na guerra ao
resgatar o seu sobrinho Ló, e não do que ele havia adquirido com trabalho e suor
de seus serviços. Pelo que se sabe Abrão devolveu o dízimo uma única vez. O
segundo a dizimar foi Jacó, Gen.28:20 a 22. 20 Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, 21 de
modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, 22 então
esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me
deres, certamente te darei o dízimo. Note que
Deus não pediu nem tão pouco ordenou que eles (Abrão e Jacó) dizimassem, Eles o
fizeram por livre e espontânea vontade, como forma de gratidão e não por uma
obrigação ou dever. Jacó fez
um pacto com Deus: “Se Deus for comigo e...” Jacó só
dizimaria “Se” fosse abençoado, caso não o fosse estaria desobrigado de
dizimá-lo. Muitos
têm se levantado contra a lei de Deus (em específico o Sábado) afirmando ser ele
Mosaico e cerimonial, o qual sabemos ser mentirosa tal afirmação. Não podemos
usar tal argumento com relação ao dízimo. Assim como o Sábado já existia antes
de Moisés e da lei cerimonial após o Sinai, da mesma forma acontece com o
dízimo, seu início se deu com Abrão e Jacó, o dízimo é tão distinto da lei
cerimonial tanto quanto o Sábado é. Veja o
aconteceu com o dízimo com o surgimento do templo e da lei cerimonial escrita
por Moisés logo após o Sinai, Num. 18:21. “Eis que
aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo
serviço que prestam, o serviço da tenda da revelação.” O texto
acima diz que Deus deu “todos os dízimos aos levitas como retribuição pelos
serviços que eles prestariam no templo e por não terem direito a heranças e
posses como os demais. Pode-se
assim dizer que Deus vinculou o dizimar ao sustento dos sacerdotes levitas
passando ser obrigatório, como está registrado nos versos 23 a 31. “23 Mas
os levitas farão o serviço da tenda da revelação, e eles levarão sobre si a sua
iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos
de Israel nenhuma herança terão. 24
Porque os dízimos que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor em oferta alçada,
eu os tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse que nenhuma
herança teriam entre os filhos de Israel. 25 Disse
mais o Senhor a Moisés: 26
Também falarás aos levitas, e lhes dirás: Quando dos filhos de Israel receberdes
os dízimos, que deles vos tenho dado por herança, então desses dízimos fareis ao
Senhor uma oferta alçada, o dízimo dos dízimos. 27 E
computar-se-á a vossa oferta alçada, como o grão da eira, e como a plenitude do
lagar. 28 Assim
fareis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes
dos filhos de Israel; e desses dízimos dareis a oferta alçada do Senhor a Arão,
o sacerdote. 29 De
todas as dádivas que vos forem feitas, oferecereis, do melhor delas, toda a
oferta alçada do Senhor, a sua santa parte. 30
Portanto lhes dirás: Quando fizerdes oferta alçada do melhor dos dízimos, será
ela computada aos levitas, como a novidade da eira e como a novidade do lagar. 31 E o
comereis em qualquer lugar, vós e as vossas famílias; porque é a vossa
recompensa pelo vosso serviço na tenda da revelação.” Surge
então a seguinte pergunta: Até
quando ficaria o dízimo vinculado ao sustento dos levitas? Observe
que, com o surgimento do templo e da lei cerimonial os levitas ganharam uma nova
profissão ou emprego temporário. Tão certo é, que quando Jesus morreu na cruz do
calvário, o véu do santuário rasgou-se de cima a baixo anulando por completo
toda e qualquer prática ou rito cerimonial. A
obrigatoriedade do dizimar cumpriu seu papel e chegou ao fim, não que o dízimo
fosse cerimonial, mas por ter sido vinculada a ela. Este vínculo só teve valor
enquanto a lei cerimonial existiu, pois, seu propósito era sustentar o povo
levita. Fica
claro que: Não
havendo cerimônia sacrifical, também não há mais lei. Não havendo lei, também
não haverá oficio no templo. Não havendo o que oficiar, também não há
necessidade de sacerdotes. Não tendo sacerdotes o vinculo do dizimar está
desfeito. Se o
dízimo fosse abolido por ser cerimonial, todas as outras leis que surgiu no
mesmo período, teriam que ser abolidas da mesma forma, exp.: a lei de saúde que
faz restrições entre alimentos limpos e imundos, a lei do penhor, a lei do
divórcio, a lei da troca, a lei do regate, etc. Dízimo
nunca foi cerimonial. Creio
ser um erro afirmar que o dízimo era cerimonial, creio que com a morte de Jesus
abolindo a lei cerimonial, o dizimar volta a ser como era antes, devolvido na
forma de gratidão, como um pacto, voluntariamente, assim como Jacó o fez, a
obrigatoriedade não existe mais. Se hoje, eu quiser fazer um pacto voluntário em
um percentual de 10, 15, 20 por cento dos meus lucros, nada me proibirá. Que Deus
nos abençoe constantemente. Ivan O.
S Nota dos editores: Em nosso entender, pelo que diz a Bíblia, a obrigatoriedade da separação das dízimas (décima parte da produção da atividade agropecuária em Israel) foi instituída por lei cerimonial. Mas nada e ninguém pode impedir a doação (oferta) voluntária de 10, 20, 30, 40 ou até 100%, seja para os pobres ou para os ricaços da Administração da Igreja Adventista. Prezados irmãos, Recomendo-lhes a leitura do artigo do irmão Paulo Gomes do Nascimento (já publicado nesse site https://www.adventistas.com/fevereiro2001/paulo_dizimo1.htm), o qual trata com muita propriedade a questão dos dízimos. Sem entrar na questão do mau uso do dinheiro por parte da administração corrupta da IASD, creio que quem quiser pode dar 10, 20, até 100% do que ganha, no entanto, como oferta, nunca como dizimo. Se Abraão tomou a iniciativa de dar, trata-se de oferta voluntária e não de dízimo como querem os defensores da obrigatoriedade de se dar o dizimo. Que Deus nos abençoe! Adilson de Souza
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