Celebração 2000:
Ecumenismo Adventista à Moda Brasileira, com Pitadas de Política

Quem é a IASD para falar de Liberdade Religiosa?

A liberdade religiosa deve começar dentro da Igreja Adventista. Ela começaria, por exemplo, com a observância do Manual da Igreja que consagra o direito do membro se defender perante a igreja, quando acusado e sujeito à disciplina.

Se existisse liberdade religiosa na Igreja Advetista, ela começaria não rotulando membros da igreja como "dissidentes" pelo simples fato de se manifestarem contra a apostasia da administração. Isso é Intolerância Religiosa pura!

O objetivo desses congressos é apenas fazer com que as autoridades visualizem e dimensionem melhor o potencial eleitoral representado pela Igreja Adventista, cuja liderança arrota deter absoluto controle sobre as decisões de seus membros. 

Há ocasiões em que essas reuniões supostamente espirituais são promovidas principalmente para que políticos que pleiteam novos mandatos para si ou para afilhados tenham acesso direto à comunidade adventista. Cultomícios! E tudo isso ao preço de milhares de dólares em passagens e estadias em hotel cinco estrelas...

São reuniões de negócio, de exibição de prestígio e comercialização de apoio político, que não provocam qualquer alteração no andamento relógio da profecia. Uma forma de os administradores tentarem se projetar numa quarta ou quinta página de jornal.

Em resumo, são encontros de líderes muito atentos à liberdade religiosa para "uso externo", mas que fecham os olhos para toda a intolerância que acontece dentro da própria Igreja Adventista. Isso quando não participam diretamente dela. - Ennis Meier, do Www.Alvorada.Net  

Começou nesta quarta-feira (20/09/00), no Rio de Janeiro, mais um encontro ecumênico adventista sob o pretexto de debater a "liberdade religiosa". O II Encontro Internacional de Liberdade Religiosa prossegue até sexta-feira, dia 22, no auditório do Hotel Glória, e integra o lado "científico" da semana de Celebração 2000 promovida pela Associação Rio de Janeiro, com apoio da União Este-Brasileira e de outras instituições adventistas.

Entre os palestrantes convidados, destacam-se: 

Amin A. Rodor, teólogo brasileiro que hoje vive no Canadá, onde atua como pastor de uma igreja de adventistas de fala portuguesa em Toronto. De acordo com a programação oficial divulgada na Internet, ele falará nos três dias do encontro sobre "Como Lidar com Mentes Secularizadas". 

O programa não informa se o conteúdo da palestra se refere a "mentes secularizadas" entre a liderança das igrejas ou "mentes secularizadas" de fora dela. Provavelmente não mencionará a secularização da elite administrativa da Igreja Adventista, a julgar pela agressiva defesa da intocabilidade da Organização feita por ele nos últimos números da Revista Ministério

Não é, no mínimo, curioso que, num encontro sobre "liberdade religiosa", alguém pretenda ensinar "como lidar com mentes"?

John Graz, conferencista ligado à Associação Geral e presidente de honra do evento, é o secretário-geral da IRLA, Associação Internacional de Liberdade Religiosa. O uso da expressão "liberdade religiosa" para justificar parcerias com a Igreja Católica e igrejas evangélicas é assunto que Graz domina.

Dom Karl Josef Romer, embora apresentado como simples "bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e representante do Cardeal Arcebispo Dom Eugenio Salles", exerce atualmente os cargos de Vigário Geral; Coordenador da Pastoral Vocacional; Responsável pelo Seminário; Coordenador da Pastoral de Evangelização da Cultura e Cursos para o Clero; Animador do Vicariato das Religiosas; Representante da Arquidiocese no Conselho de Administração da Pontifícia Universidade Católica; Diretor da Faculdade Eclesiástica de Filosofia João Paulo II; Vice­Chanceler do Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro; Vice­Chanceler do Instituto Superior de Direito Canônico da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro; Presidente da Revista Communio; e Presidente da Comissão Arquidiocesana para a Doutrina da Fé. Além disso, acompanha a Comissão do Ministério Hierárquico. (Ufa!) 

A defesa da recente declaração Dominus Iesus, em que a Igreja Católica reafirma sua posição de superioridade em relação às outras denominações, é o tema da palestra de Dom Karl Josef Romer.

Estranhamente, portanto, o encontro serve como oportunidade de defesa para a Igreja Católica, cujo representante obviamente tentará provar que a declaração do Vaticano não é absurda, como pensa o deputado federal Lincoln Portela, também convidado.

Em recente delaração à Agência Sul-Americana de Notícias, da Igreja Adventista do Sétimo-Dia, Lincoln Portela, do PST, afirmou que "a Igreja Católica, através da mesma Congregação que comandou a Inquisição, busca a divergência, o autoritarismo e a prepotência religiosa exatamente no momento em que o mundo busca a convergência e o entendimento em respeito aos direitos humanos." Portela é membro da Igreja Batista Renovada e da bancada evangélica-pentecostal liderada pela Igreja Universal do Reino de Deus no Congresso, onde integra a Comissão de Direitos Humanos. 

Já o pastor adventista Gustavo Schumann, que coordena o Encontro de Liberdade Religiosa no Rio, antes mesmo de ouvir as explicações do vigário geral, afirmou que "o documento Dominus Iesus criou polêmica por ter-se tornado público uma vez que se destina aos teólogos católicos". 

Explicação semelhante pode ser encontrada no site da União Sul-Brasileira:

"O diálogo entre líderes religiosos do mundo inteiro vêm avançando positivamente apesar da intolerância ainda encontrada em regiões como os países do Leste Europeu, orientais e islâmicos. Muitos destes diálogos vem ocorrendo pela iniciativa do Vaticano. Recentemente o Papa João Paulo II defendeu a liberdade religiosa na Índia e na China. Na semana passada , a declaração DOMINUS IESUS assinada pela Congregação para a doutrina da fé do Vaticano causou uma polêmica mundial. A declaração versa sobre a unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja. Por ter chegado ao conhecimento público o documento deixou a impressão de considerar as demais entidades religiosas não católicas como seitas."

Mais ecumênicos, submissos e subservientes a Roma não poderíamos ser!

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