REFLEXÃO DE UM ANCIÃO ADVENTISTA
Igreja ou "Igrejinha": A Qual Delas Você Pertence?

No meu modo de ver, serão poucos os grupos religiosos que se manterão inteiros num futuro próximo e a IASD não estará fora dessa explosão. Afinal, a existência e o surgimento de ministérios independentes é hoje um fato inegável e incontrolável. As razões, em sua maioria não estão ligadas a doutrinas, mas muito mais ao comportamento das lideranças.

Historicamente, a maioria dos cismas em qualquer grupo religioso não se deu por causa dos chamados "cismáticos" ou "dissidentes", mas sempre pela intolerância dos mandantes que se julgam eles próprios a Igreja. Por isso, creio que, a menos que haja uma mudança radical no comportamento das lideranças maiores, mesmo na IASD os cismas explodirão por todos os lados. 

Essa é uma evolução histórica. E por incrível que pareca, quem melhor soube lidar com os "cismas" (depois de apanhar bastante) foi a Igreja Romana, que reconheceu as variantes como  religiões, posteriormente denominadas ordens religiosas, e incorporou essas variantes.

Quando um grupo mandante se enquista no poder agindo de forma truculenta e não ouvindo os liderados, esse grupo terminará por perder os liderados. 

Igreja X Igrejinha

No nosso caso, movimentos contrários à Igreja, que eu conheço, são muito poucos. Sei de muitos movimentos contrários à "igrejinha" formada pela administração. A Igreja de Deus não está vinculada a um nome patenteado no departamento competente do governo. Diga-se de passagem que quem faz uso do governo para garantir sua própria
identidade está, no mínimo, sofrendo de uma crise de identidade. Mas a raiz de todos os problemas parece ser mesmo o dinheiro.

Na grande maioria dos casos, os motivos das divisões sempre estiveram - e estarão no futuro - ligados à distribuição dos recursos e sua captação segundo as idéias de cada grupo. E para maquiar esse fato, a estrutura oficial e os dissidentes sempre procurarão uma ou mais razões de ordem teológica para consubstanciar a existência do grupo. 

O grande cisma movido por Lutero tinha como motivos fundamentais práticos as indulgências compradas e as arrecadações que os estados alemães enviavam a Roma! Quando os líderes dos estados alemães apoiaram Lutero, não foi por motivos religiosos. Foi por motivos financeiros. 

Heresia futura 

É sabido que a Igreja Romana e outras semelhantes consideram  como igreja o corpo formado pelos clérigos, enquanto o povo nada mais é do que o conjunto dos fiéis. Pois tenho a forte impressão de que na IASD está havendo um forte impulso nesse mesmo sentido! Logo, não seremos mais membros (com voz e voto), mas somente fiéis seguidores dos líderes. Isso me assusta, mas, em razão da idade, acho que não chegarei a ver essa heresia completamente instalada.

Quanto à explosão em ministérios ou congregações e comunidades, parece-me que é saudável para o Povo de Deus. Porque, apesar de toda sua organização, a IASD tem crescimento puramente vegetativo. Às vezes, até negativo em relação à população mundial, enquanto os temidos "grupos congregacionais" como as Assembléias de Deus, os muçulmanos e outros, estão crescendo explosivamente.

As Igrejas centralizadas (ou centralizadoras) criam uma ficção de crescimento e de estar em todo o mundo, mas mandar duas ou três pessoas  para um país, ou ter uma congregação de uma centena de pessoas num país com mais de seis milhões de habitantes, não significa presença alguma. Se isso fosse verdade, até os judeus seriam uma igreja mundial, pois sao raríssimos os países que não têm algum morador judeu.

Voltando aos "cismáticos", quando tratou de problemas simplesmente teológicos, a Igreja Romana absorveu muito bem os grupos dissidentes. Por outro lado, quando a dissidência envolvia questões financeiras, a absorção foi mais difícil, mas aconteceu como no caso dos franciscanos. Quando as dissidências tinham a ver com MUITO dinheiro - caso de Lutero e dos estados alemães - a situação tornou-se muito difícil e terminou com um rompimento total. 

Com a IASD, a história pode se repetir. Mas isto é apenas a opinião de um velho.

(Transcrito com adaptações de uma lista de discussões da Internet.)

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