Destaques do Noticiário Católico

RUANDA: JULGAMENTO DE PASTOR ADVENTISTA ACUSADO DE GENOCÍDIO
19/09/2001 17:25

Arusha (Tanzânia), 19 set (SN) - Um pastor adventista ruandês começou ontem a ser julgado por genocídio no Tribunal Internacional para os Crimes do Ruanda (TICR), instalado em Arusha, na Tanzânia. 

Elizaphan Ntakirutimana, 76 anos, pastor adventista da Igreja do 7º Dia, é assim o primeiro líder religioso a enfrentar o TICR, constiuído pelas Nações Unidas em Novembro de 1994 para julgar os responsáveis pelo genocídio no Ruanda que provocou mais de 800.000 mortos entre tutsis e hutus moderados. Com Ntakirutimana é também julgado o seu filho Gerard, 44 anos, antigo médico do hospital do complexo religioso, perto de Kibuye. 

Pai e filho estão indiciados pelos crimes de genocídio, cumplicidade, conspiração e crimes contra a humanidade. A defesa dos dois está a cargo do antigo Procurador-Geral norte-americano Ramsey Clark e do advogado Edward Medvene, tendo ambos reafirmado a inocência dos seus assistidos. 

Os atos de genocídio ocorreram em 1994 quando os extremistas Hutus massacraram 800 mil pessoas da etnia tutsi e também hutus moderados. O pastor adventista fugiu para os EUA, depois dos tutsis tomarem o poder no Ruanda, mas foi preso no Texas, em Setembro de 1996, após uma batalha jurídica para evitar a extradição que ocorreu a 24 de Março último. Grupos de defesa dos direitos humanos têm afirmado que dirigentes religiosos - pelo menos oito - desempenharam um papel relevante no genocídio, ao usar sua autoridade para encorajar os massacres. 

Quatro religiosos ruandeses, incluindo duas freiras católicas, foram condenados a 12 e 20 anos de prisão por um tribunal belga, em Junho último, acusados de terem ajudado os hutus a matar mais de 5 mil tutsis. Um bispo anglicano está detido às ordens do TICR aguardando o julgamento, depois de ter sido preso no Quênia no início deste ano.

QUÊNIA: IGREJAS CRISTÃS REZAM PELAS VÍTIMAS
14/09/2001 11:12

Nairobi, 14 set (SN) - Uma celebração ecumênica foi realizada hoje ao meio-dia (horário local) no centro de Nairobi (Quênia) para lembrar o terrível ataque de 11 de setembro p.p. ao World Trade Center de Nova York e ao Pentágono em Washington. Do ato religioso participaram os líderes cristãos da Igreja presbiteriana da África Oriental, da Igreja metodista do Quênia, da Igreja anglicana, da África Inland Church, da Igreja católica e da Igreja Adventista do 7º Dia. 

Durante a comemoração, ficou decidido que de hoje até domingo em todas as Igrejas cristãs do Quênia sejam feitas orações especiais em memória "de todos aqueles que morreram, ficaram feridos ou de alguma maneira foram envolvidos no massacre terrorista que sacudiu os Estados Unidos". Os líderes religiosos disseram ainda que rezarão para que a liderança política norte-americana saiba enfrentar a crise com sabedoria e medida.

Finalmente as Igrejas cristãs pediram a todas as organizações religiosas para que rezem pelo menos uma hora de hoje até domingo em seus lugares de culto, para pedir a Deus a paz no mundo.

RELIGIÕES: DEVE ACABAR TODO TIPO DE CONFRONTO PARA GARANTIR A PAZ
20/09/2001 10:52

Roma, 20 set (SN) - Contra a violência, a favor da paz, mas sobretudo acabar com todo confronto entre as religiões. É a posição do padre Justo Lacunza, reitor do Pontifício Instituto de Estudos Árabes e Islamismo (PISAI), dos Padre Brancos, uma semana depois do ataque terrorista aos Estados Unidos. "É preciso lutar contra o mal para criar uma cultura de paz, uma cultura de respeito, uma cultura de liberdade, uma cultura de dignidade. É preciso buscar todos os recursos para fazer crescer e desenvolver esta humanidade e esta divindade que todo homem, toda mulher, todo idoso, toda criança têm neste mundo".

"A fé na humanidade - argumenta o padre Lacunza - não se contrapõe à fé cristã, nem à fé judaica, nem aquela budista ou muçulmana, taoísta ou xintoísta. Esta fé na humanidade significa sublinhar profundamente com sabedoria, equilíbrio e com inteligência que todos nós neste mundo temos o sinal do divino, temos o selo da beleza, da sabedoria e da divindade de Deus. 

Penso que temos a obrigação de educar as nossas novas gerações para que entendam duas coisas: sobretudo que a violência, em todas as suas formas, e esta nova modalidade de terrorismo global representam uma saída sem retorno, que leva à destruição: é como um câncer que vai minando a vida até trazer a morte. 

Em segundo lugar, é mais do que necessário criar a cultura da paz, para que os outros não se tornem nossos inimigos, mas nossos amigos e nossos irmãos e irmãs".

O padre Ângelo Macchi, jesuíta, da revista "La Civiltà Cattolica", sublinha que "sem uma autêntica conversão dos corações e de mudança de comportamento pessoal e coletivo as raízes do ódio, da intolerância e da inveja nunca poderão ser totalmente arrancadas e o mal, também aquele mais atroz, desumano e bárbaro, vai recair sempre sobre a sociedade humana. O exemplo de João Paulo II - o de reconhecer os erros que cometemos no passado - me parece que está demorando a ser seguido até mesmo pelos chefes de outras religiões. Ora se os chefes das outras religiões não conseguem entender quão importante possa ser a atitude assumida por João Paulo II, imaginemo-nos se os chefes de Estado possam dar uma contribuição para esmorecer este clima de ódio! Para mim, a primeira lição a ser tirada daquilo que aconteceu é exatamente esta: necessidade de conversão".

http://www.msmtnews.com.br/noticias/ultimasnoticias/

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