Bush aponta três inimigos: Bin Laden, Talibã e quem ficar contra os EUA

Sexta, 21 de setembro de 2001, 00h08

Em discurso proferido nesta quinta-feira ao Congresso norte-americano, o presidente dos Estados Unidos George W. Bush elegeu três inimigos dos EUA após os ataques do dia 11 de setembro: o milionário saudita Osama bin Laden; o regime talibã do Afeganistão, que hospeda bin Laden; e todos os países que se recusarem a colaborar com os Estados Unidos na guerra contra o terrorismo.

Bush iniciou seu discurso prometendo que "a justiça será feita" contra os autores dos atentados. "Hoje somos um país que despertou para o perigo, e foi chamado para defender a liberdade. Nossa dor se transformou em raiva, e de raiva passou a resolução. Não importa se vamos levar nossos inimigos à justiça, ou se vamos levar a justiça a nossos inimigos. O que importa é que a justiça será feita", disse.

Ele declarou que todas as evidências apontam que a organização al-Qaeda, liderada por Osama bin Laden, foi a responsável pelos ataques de 11 de setembro. "As evidências que reunimos apontam para uma série de orgnaizações terroristas interligadas, conhecida como al-Qaeda," disse o presidente, constantemente interrompido pelos congressistas, que o aplaudiam de pé.

O presidente declarou que vai usar de "todos os meios" à sua disposição, "incluindo as armas de guerra necessárias", para terminar com as "redes internacionais do terror", e pediu aos militares de seu país que se preparem. "Tenho uma mensagem para os militares norte-americanos: fiquem prontos". "Coloquei as forças armadas norte-americanas em alerta e há uma razão: Está chegando a hora dos Estados Unidos atuarem. Vocês nos deixarão orgulhosos".

Depois de declarar guerra ao terrorismo, Bush foi mais específico contra o Afeganistão, país que abriga o principal suspeito dos atentados de 11 de setembro: se o regime talibã, que controla o país, não entregar os terroristas que se encontram em seu território, terá a mesma sorte que eles.

"Esta exigência não está aberta a negociação ou discussão. Os talibãs devem atuar e atuar imediatamente. Devem entregar os terroristas ou compartilhar o seu destino", assinalou Bush.

A declaração de guerra foi estendida aos demais países que não cooperarem com os EUA: "Ou estão conosco ou com os terroristas", disse Bush a todos os países do mundo, advertindo que é preciso deixar claro de que lado estão. "Cada nação, em cada região, tem uma decisão a tomar. A partir deste dia, cada nação que seguir apoiando ou protegendo o terrorismo será vista pelos Estados Unidos como um regime hostil", assinalou Bush.

Ele prometeu que vai reconstruir a cidade de Nova York após os ataques que derrubaram as torres do World Trade Center. Acompanhado do prefeito nova-iorquino, Rudolph Giuliani, e do governador desse estado, George Pataki, o presidente disse que "como um símbolo da resolução dos Estados Unidos, minha administração trabalhará com o Congresso e com estes dois líderes para mostrar ao mundo que reconstruiremos a cidade de Nova York".

Outra medida anunciada pelo presidente americano em discurso ao Congresso foi a criação de um "bureau de segurança interna". Bush disse que os esforços antiterrorismo de diversas agências governamentais devem ser conduzidos no mais alto nível, e nomeou o governador da Pensilvânia, Tom Ridge, para o posto. "Essa nova posição de gabinete vai se reportar diretamente a mim", afirmou.

"Estas medidas são essenciais. Mas o único caminho para derrotar o terrorismo como ameaça a nosso estilo de vida é acabando, eliminando e destruindo o terrorismo à medida que ele cresce. Ele também avisou aos americanos que o país pode esperar uma "longa campanha" contra o terrorismo global.

"Os americanos não devem esperar uma batalha, mas uma longa campanha, diferente de todas as outras que já enfrentamos". 

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, estava presente no Congresso americano, e acompanhou o discurso de Bush.

Pouco antes, durante um jantar com Bush, Blair garantiu o apoio total da Grã-Bretanha aos Estados Unidos em sua luta contra o terrorismo. "Estaremos ao seu lado sem hesitação. Esta é uma luta que diz respeito a todo o mundo democrático, civilizado e livre", disse Blair.

O vice-presidente americano, Dick Cheney, não esteve presente no Congresso, por razões de segurança. No dia 11 de setembro, um total de quatro aviões domésticos foram sequestrados para a execução dos ataques terroristas. Dois se chocaram contra as torres do WTC, em Nova York, e um outro contra uma parte do prédio do ministério da Defesa, em Washington. O quarto avião não atingiu nenhum alvo, mas caiu na Pensilvânia.

O balanço provisório desses atentados é de mais de 6.807 pessoas mortas ou desaparecidas. O presidente Bush foi longamente aclamado pelo Congresso após explicar ao país sua decisão de iniciar uma longa campanha para erradicar o terrorismo.

Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/mundo/2001/09/21/000.htm 

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