Presidente da DSA Entende que Deus Nada Mais Nos Tem a Dizer Hoje

Em texto publicado pela Revista Adventista do mês de setembro de 2002, intitulado "O silêncio de Deus", Ruy Nagel sugere que deixemos Deus quieto no canto dEle, pois já sabemos de tudo que Ele teria de importante para nos dizer.

O presidente da DSA acatou sugestão do ex-aluno dos jesuítas, Mário Veloso, em encontro sintomático, que reuniu redatores e teólogos da IASD, os quais foram todos orientados a dizer ao povo adventista que respeite "o silêncio de Deus".

"Pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem, ou a dormir...", diria Elias, como em 1 Reis 18:27. Será? Depende de que deus nossos líderes adoram! O Poderoso SENHOR Deus, segundo o Salmo 50, não fica em silêncio!

1 Fala o Poderoso, o SENHOR Deus, e chama a terra desde o Levante até ao Poente.
2 Desde Sião, excelência de formosura, resplandece Deus.
3 Vem o nosso Deus e não guarda silêncio; perante ele arde um fogo devorador, ao seu redor esbraveja grande tormenta.
4 Intima os céus lá em cima e a terra, para julgar o seu povo.
5 Congregai os meus santos, os que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios.
6 Os céus anunciam a sua justiça, porque é o próprio Deus que julga.
7 Escuta, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu testemunharei contra ti. Eu sou Deus, o teu Deus...

Note: "Escuta, povo meu, e eu te falarei..." Se Deus aparentemente está em silêncio, é porque não vê em nós disposição para ouvi-Lo. Mas a disposição divina para fazer revelações a Seus filhos nunca cessa. Aliás, essa é uma promessa bíblica: "Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes." Jeremias 33:3.

A revelação não cessou com o apóstolo João na ilha de Patmos, como querem os protestantes, nem com a Irmã White no século passado, como preferem nossos líderes. Por isso, não nos devemos satisfazer apenas com o conteúdo das lições, livros, revistas e manuais da Igreja. É nosso direito e dever buscar novas revelações divinas ainda hoje.

"Não devemos, nem por um momento, pensar que não haja mais luz, mais verdade, para nos ser transmitida. Achamo-nos em perigo de tornar-nos negligentes, por nossa indiferença, perdendo o poder santificador da verdade, e tranqüilizando-nos com o pensamento: 'Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta.' Apoc. 3:17. Conquanto nos devamos manter firmes às verdades que já recebemos, não devemos olhar com suspeita qualquer nova luz que Deus envie." -- Obreiros Evangélicos, pág. 310.

Nagel condena ainda aqueles que "têm se reunido em ambientes fora da igreja para discutir diversos assuntos", como se os membros tivessem liberdade para fazê-lo dentro dos templos da IADS. Ele desaconselha que usemos o livre arbítrio, dada a responsabilidade que isso nos acarreta!

Ruy Nagel acusa também "gente, dentro da própria igreja" de criar teorias e situações difíceis para a igreja. Aplica contra os leigos que hoje questionam graves mudanças doutrinárias, compromissos ecumênicos, desvios da missão e "equívocos" (para ser gentil) administrativos, citações da Sra. White escritas contra pessoas que, no passado, supervalorizaram questões muito menores .

Esquece-se de que a Igreja Adventista do Sétimo Dia não pertencia a Babilônia no período em que a irmã White fez aquela declaração. E por comodidade, além do tempo e lugar, desconsidera o caráter condicional de todas as promessas de Deus.

Nagel termina sua mensagem com sinônimos de "paz e segurança" a todos os leitores. "Confiança e tranqüilidade" são as palavras que usa e os sentimentos que procura transmitir, destoando completamente do diagnóstico e remédio proposto pela Testemunha Fiel e Verdadeira.

Aliás, dizer que sabemos de tudo e temos toda a luz necessária é outra maneira de dizer: "Rico sou e de nada tenho falta." Felizmente, Cristo interrompe o silêncio da Igreja, dizendo que está à porta e quer entrar.

Em outras palavras, aquilo que Mário Veloso e Ruy Nagel entendem como silêncio de Deus é, na verdade, problema de audição de Laodicéia! Eles próprios é que deveriam fazer silêncio e não pregar nem escrever absurdos que fazem do Deus verdadeiro um falso deus, que tem boca mas não fala.

O Senhor não está quieto, nossos líderes é que não O estão ouvindo. Ou porque falam demais sem prestar-Lhe atenção, ou porque estão distraídos, dormentes, embriagados, talvez, com aquele vinho de que fala Apocalipse 17, o mesmo capítulo dos sete reis. -- Robson Ramos.


MENSAGEM DO PRESIDENTE
O silêncio de Deus

por Ruy Nagel



Algumas semanas atrás, assisti a uma reunião em São Paulo com os redatores das Casas Publicadoras e os professores de teologia. Em um dos devocionais que tivemos, o Pastor Mário Veloso falou algo que chamou minha atenção. Ele se referia a pessoas que tentam desvendar mistérios sobre os quais Deus não nos deu maiores esclarecimentos. E usou a seguinte expressão: "Há pessoas tentando entrar no silêncio de Deus."

Queridos irmãos, estamos vivendo no tempo que antecede a volta de Jesus à Terra e há muito sabemos que estes dias seriam difíceis e se tornariam cada vez mais complicados, cheios de expectativa e desilusão. A propósito, Jesus disse que se esses dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria. Temos mensagens e conhecimento suficientes para saber que, daqui para a frente, até o fechamento da porta da graça e a volta de Jesus, as coisas irão de mal a pior. O que, porém, me chama a atenção é que em diversos lugares tem surgido gente, dentro da própria igreja, tentando entrar no silêncio de Deus. Começam a interpretar mensagens para as quais não existe nenhuma base teológica. Criam teorias e situações difíceis para a Igreja e, com isso, gastam tempo naquilo que não é essencial para a salvação.

Podemos afirmar, com certeza e tranqüilidade, que sabemos tudo o que precisamos saber para a nossa salvação e para um dia estarmos no Céu com Jesus. Conhecemos, de antemão, as coisas difíceis que vamos atravessar, temos uma luz clara e distinta para seguirmos adiante. Portanto, não precisamos entrar em assuntos sobre os quais Deus não deu explicações adicionais. "As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei" (Deut. 29:29).

Há muita coisa que não conhecemos - são áreas sobre as quais não devemos especular. Por outro lado, não devemos permitir que aspectos importantes para a nossa salvação sejam relegados a plano secundário. No livro Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pág. 144, Ellen White diz o seguinte: "Vi que a mente de alguns na igreja não tem andado no devido rumo. Tem havido alguns temperamentos peculiares, que desenvolvem idéias próprias pelas quais julgam os irmãos. E se alguém não estava exatamente em harmonia com eles, havia imediatamente perturbação no acampamento. Alguns têm coado um mosquito, e engolido um camelo. (Mat. 23:24.)

"Essas idéias têm sido nutridas e com elas alguns têm condescendido, por longo tempo. Apegam-se a qualquer palha, por assim dizer. E quando não há dificuldades reais
na igreja, fabricam-se provações. A mente da igreja e os servos do Senhor são desviados de Deus, da verdade e do Céu, para se fixarem nas trevas. Satanás se deleita em que estas coisas prossigam; isto é uma festa para ele."

Queridos irmãos, quando encontramos pessoas com idéias próprias tentando interpretar coisas que Deus não nos revelou, nas áreas do silêncio de Deus, será que isso não é motivo de festa para Satanás? Será que isso vai nos levar à salvação mais do que aquilo que nos foi revelado? Alguns têm se reunido em ambientes fora da igreja para discutir diversos assuntos, dizendo que a Igreja no dia de hoje já não prega mais os assuntos que se referem aos acontecimentos finais, dando sua própria interpretação; outros têm criticado algumas coisas baseando-se em falhas na igreja. Mas quando lemos os Testemunhos que o Senhor deixou para nós através de Sua serva, entendemos claramente que: "Aqueles que afirmam que as igrejas adventistas do sétimo dia constituem Babilônia, ou qualquer parte de Babilônia, deveriam antes ficar em casa. Que eles se detenham e considerem qual é a mensagem que deve ser pregada presentemente. Em vez de trabalhar com meios divinos para preparar um povo que subsista no dia do Senhor, eles se puseram ao lado daquele que é um acusador dos irmãos, que os acusa dia e noite perante Deus." - Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 355.

Ao fazermos nossas especulações, será que não estamos nos envolvendo em questões que não ajudam a Igreja de Deus ou a salvação de nossos irmãos?

Deus nos deu o direito do livre arbítrio, de escolher o caminho que queremos seguir. "Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal" (Deut. 30:15). Temos o direito de escolher o caminho que desejamos seguir, mas que responsabilidade temos ao usarmos esse direito que Ele nos deu!

Há um texto que deveria ser objeto de muita reflexão. Sinto-me, particularmente, muito bem quando o leio, pois sua mensagem contribui para aumentar a minha confiança na Igreja de Deus. E o seguinte: "Não há necessidade de duvidar, de temer que a obra não terá êxito. Deus está à frente da obra, e Ele porá tudo em ordem. Se, na administração da obra, houver coisas que careçam de ajustamentos, Deus disso cuidará, e operará para corrigir todo erro. Tenhamos fé em que Deus há de pilotar seguramente ao porto a nobre nau que conduz o povo de Deus." - Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 363.

Temos a palavra segura de que a Igreja de Deus não é Babilônia. Chegaremos ao porto sob a direção divina. Que isto nos dê confiança e tranqüilidade!

Cuidemos para não entrar na zona do silêncio de Deus. -- Ruy Nagel é presidente da Divisão Sul-Americana.

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