Como Lidar Com os Sofredores (Lições da História de Jó)

 

Por Fernando José Pretti de Oliveira

Este artigo está baseado na Bíblia, no Espírito de Profecia, na Lição da Escola Sabatina da IASD, do trimestre de Abril a Junho de 1993 e na experiência do próprio autor, por ocasião da morte de seu filho primogênito, retirado do livro que está escrevendo e adaptado para a forma articular, sendo, pois, baseado numa história verídica e personagem real.

No dia 30/10/2002, entre 15 e 16 h, Thiago dos Reis de Oliveira, aos vinte anos, dez meses e dez dias de vida, saltou do vão central da chamada terceira ponte de Vitória – Vila Velha – ES, dando fim à própria vida, e, no que cuidou aliviar a sua dor e sofrimento, deixou os que o amam perplexos e sofridos, ainda despreparados para tamanha prova.

O desejo do Autor é que este artigo sirva de TESTEMUNHO que possa ajudar a outros a enfrentar a dor e o sofrimento, bem como a alguns a aprender a lidar com aqueles que sofrem, no exercício do amor cristão.

 

TEXTO BASE

“Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” ( Ti. 5:11).

 

PRELIMINARES

Utilizamos o exemplo de Jó, porque não encontramos outro melhor e mais adequado ao nosso caso, tendo por fonte secular principal, como já dito, a LES – Lição da Escola Sabatina de 1983, 2º trimestre.

A história de Jó é, sobretudo, a de um homem justo, grato na prosperidade e na saúde, paciente nas tribulações. É uma história de dor e sofrimento, mas de alegria e redenção.

O principal assunto do livro é o domínio de Deus sobre as questões do Universo e especialmente sobre as questões da Terra. Embora o sofrimento não seja explicado cabalmente, ‘A HISTÓRIA DE JÓ MOSTRARÁ QUE O SOFRIMENTO É INFLIGIDO POR SATANÁS, MAS DEUS PREDOMINA SOBRE ELE PARA FINS MISERICORDIOSOS’ ( DTN, 471)” (LES, 3).

Estas são as principais verdades do livro que ora analisamos:

1.      Todo o bem vem de Deus;

2.      Todo o mal vem de Satanás;

3.      Deus predomina sobre Satanás;

4.      Deus do mal, tira o bem, para aqueles que O amam.

 

Também são salientadas outras verdades:

5.      “...pessoas justas podem sofrer”;

6.      A maior preocupação de Jó era harmonizar sua fé na suprema Justiça de Deus com suas próprias aflições imerecidas”;

7.      Deus deplora as noções de que os justos são sempre abençoados, e de que o sofrimento é sempre o resultado dos pecados do sofredor”;

8.      Deus é completamente justo, mesmo que nesta vida os ímpios muitas vezes não sejam punidos e os inocentes muitas vezes tenham que sofrer”; 

9.      Apesar de seus sofrimentos, os seres humanos, impelidos pelo amor, precisam entregar-se inteiramente a Deus, porque Ele é o Senhor. Jó servia a Deus porque O amava e não por causa da prosperidade ou do prestígio”. (idem).

10.  Há um conflito nos ares, nas regiões celestiais (Ef. 6:10-12) entre Deus e Satanás, pelo domínio dos seres humanos, de suas mentes, especialmente;

11.  Todos os seres humanos, quer queiram, ou não, estão envolvidos neste conflito;

12.  Deus dá livre-arbítrio ao ser humano para escolher de que lado estará no conflito. Ele não é um ditador arbitrário, mas possuí um padrão a ser seguido: a Sua santa Lei, resumida nos dez mandamentos (Ex. 20:1)!;

13.  Satanás existe. É um anjo, porém caído moralmente, e expulso dos céus. Ele comanda milhões de anjos, que com ele caíram, e atuam neste mundo, desde a transgressão da Lei de Deus por parte dos primeiros seres humanos, quando foram provados (Gn. 1 a 3);

14.  A adoração a Deus é o foco do conflito: A quem adorará o ser humano; a Deus ou a Satanás?

A tendência do ser humano é, quando em face do sofrimento, das tragédias, das doenças e de todo infortúnio, culpar a Deus ou ao próprio ser humano. Esquece-se de que há um inimigo invisível por trás dos “bastidores”.

É verdade que Deus permite todas essas coisas e tem o controle sobre elas; é verdade que o ser humano, também, é responsável pelas conseqüências de seus atos. Todavia, nem toda tragédia, dor e tristeza é causada pelos pecados do sofredor. E mais: Por trás de todas elas está, sempre, Satanás, o acusador de todo homem, ser maligno, cruel, incompassivo e sagaz. Quão diferente é o caráter de Deus!

Deus é amor (I Jo.3:8); é bom, justo, compassivo e misericordioso (Naum.1) O problema é que não conseguimos compreender todos os seus desígnios, pois Seus pensamentos e propósitos são mais altos e melhores do que os nossos (Is.55: 8-9).

A história de Jó (não um personagem fictício, mas uma pessoa histórica (ver Ti. 5:11, Ez. 14:14-20)) nos mostra como o ser humano pode suportar com paciência, fé e confiança em Deus, terríveis provas e infortúnios. “As palavras perseverança, constância e  firmeza, traduzem com mais exatidão o vocábulo grego usado por Tiago, do que a palavra paciência” (LES, 6).

Jó era um homem justo, íntegro e reto, que se desviava do mal. Não foi só Moisés, provável autor do livro de Jó, quem disse isso (Jó. 1:1), mas o próprio Deus foi quem dele testificou (Jó. 1:8,22 e 2:3,10): Um homem sincero e puro!

Embora fosse um ser humano, pecador por natureza, sujeito à tentações e ao pecado, Deus não atribuía a Jó falta alguma. Então, por que razão Jó sofreu tanto, recebendo tão duras provas, tais como a perda de todos os bens, a morte de todos os filhos e uma doença terrível que se espalhou por todo corpo? Encontraremos a resposta nos dois primeiros capítulos do livro: Satanás! (Jó: 1:6-12; Jó: 2:1-7)!

Claríssimo está que foi Satanás quem incitou a Deus contra Jó (Jó 2:3), obtendo permissão Deste para  afligir aquele. Então, porque razão permitiu Deus isso a Seu servo fiel, justo e sincero? A resposta também se encontra no mesmo lugar, mas é um tanto mais complexa, e se desenvolve nos 40 capítulos subsequentes: Deus queria demonstrar ao Universo, aos seres humanos e a Satanás, que Jó O obedecia porque O amava, e não porque era rico, próspero e prestigiado!

Deus dá em Sua Palavra a descrição de um homem próspero [Jó], cuja vida foi, na mais exata acepção da palavra, um êxito, homem este que tanto o Céu como a Terra se deleitavam em honrar” (Ed, 142)

 

A TRAMA DOS BASTIDORES

Nos bastidores celestiais se tramava a sorte de Jó e este não o sabia. Portanto, teria de confiar em Deus por fé, por amor e por experiência própria. “Jó e sua esposa não sabiam o que estava ocorrendo no conselho celestial relatado em Jó. 1 e 2. Os membros da família levavam uma vida normal, regozijando-se no Senhor, uns com os outros, e com os vizinhos. (ver Jó 1:13)” (LES, 9)

A questão era, primordialmente, entre Deus e Satanás. Isto nos ensina uma coisa fundamental: Ou confiamos em Deus, nosso Senhor, ou não; se não, confiaremos em Satanás, e, daí, seremos infelizes em toda circunstância adversa de nossas vidas.

As perdas repentinas e doença cauterizante, atingiram tanto a Jó como à sua esposa, que tiveram reações diversas. “Jó não teve oportunidade de recuperar o equilíbrio entre esse golpes. A severidade das tragédias foi acentuada pela impiedosa seqüência dos acontecimentos. Em poucos minutos o seu mundo desabou” (SDABC, III, 501).

É muito fácil julgar mal a Jó, quando ele começa relatar suas queixas. Mesmo a atitude insana de sua mulher (Jó 2:9-10) é muito fácil de ser condenada. Difícil é termos empatia e simpatia para com as pessoas sofredoras. Colocar-se no lugar da mulher de Jó, e deste próprio, não é coisa fácil para ninguém. Ter compaixão é mais difícil do que julgar. A perda de tudo, sobretudo dos filhos, enlouquece qualquer um, e aí, quem pode prever suas reações?

O relato não se detém mais sobre a mulher de Jó, mas sobre este. De igual forma, Satanás sai de cena, entrando três supostos amigos, e ainda um quarto, que vieram “supostamente condoer-se de Jó e consola-lo” (Jó 2:11-13). E, então, é que vemos como a sabedoria humana é falha e uma loucura para Deus (I Cor. 1:25); vemos como somos hipócritas, insensíveis e injustos; vemos que não temos simpatia, nem compaixão, muito menos capazes de sermos empáticos.

Diante de Deus, pelo seu comportamento frente aos infortúnios, Jó era inocente. Porém, com a aparição dos novos personagens, uma depressão forte tomou conta de Jó, aliada, é claro, ao seu horrendo sofrimento.

 

ERROS DE AVALIAÇÃO

Naquela época, a falta de saúde, especialmente algum transtorno muito grave, não só era considerada, quase universalmente um flagelo de Deus, mas, também com freqüência, um castigo pelo pecado ...Em vista desses conceitos tão difundidos, a aflição mental de Jó deve ter estado muito além de nossa compreensão” (LES, 11). E, além de tudo, bem pode ter ocorrido que a fé de Jó tenha se abalado, não ao ponto, talvez, do de sua esposa, mas o suficiente para colocar “em xeque” suas crenças religiosas. “A perda da fé pode ser mais devastadora do que a perda de entes queridos. A fé nos conduz através das tragédias. Mas nada pode conduzir-nos através da morte da fé.” (idem).

Jó tinha fé em Deus e muita experiência com Ele. Suas atitudes revelam que ele, apesar da depressão, confiava em Deus (Jó: 1:20-21 e 2:10). Entretanto, é preciso entender muito bem suas declarações, afim de não pensarmos que Jó culpava a Deus por sua má sorte.

A Bíblia contém expressões que necessitam de sabedoria e discernimento para serem interpretadas. Quando Paulo diz que: “Em tudo devemos dar graças” (I Tess. 5: ), não diz que devemos ser gratos pelas  tragédias, dor e sofrimento impostos por Satanás, mas ser gratos “em tudo”, ou seja apesar de tudo, devemos ser gratos a Deus por nos permitir aflições, porque elas são operárias da sabedoria (Ec. 7:3). Assim mesmo, “Jó sabia que Deus não causava o que havia permitido. É preciso ter isso em mente ao interpretar suas declarações ...Jó 1:21...Jó : 2:10...O Senhor nunca é responsável pelo mal; reconhecendo, porém, sua completa sabedoria sobre o mundo, Jó submeteu-se a tudo o que o Senhor permitiu.” (LES, 11).

Há quem pense que Jó atribuía, de fato, o mal a Deus, mas nós não podemos concordar com isso, embora respeitemos tal opinião, muito corrente na época e também hoje. O fato é que Jó não murmurou contra Deus, embora sua mulher o fizesse. Mesmo assim, a Bíblia não registra nenhuma repreensão à ela. Seu caso, cremos, está nas mãos do que julga retamente e é compassivo e perdoador “A perda de Seus dez filhos, de um só golpe, e o colapso da saúde do marido talvez tenham superado o que ela podia suportar. Suas palavras parecem expressar uma fé que agora foi ofuscada pela trágica perda. Seu desespero audível teve maior impacto sobre a fé de Jó do que as grandes  perdas sofridas por ele. Mas esse homem aturdido recusou abandonar a confiança em Deus” (LES, 12).

Quem sabe ela não estivesse tão desesperada que preferisse a morte do marido do que vê-lo sofrer tão cruelmente? Quanto a amaldiçoar a Deus, quem de nós, direta ou indiretamente, já não o fez? Graças a Ele, há o perdão. Ele sabe o que moveu o coração daquela sofrida mãe e esposa, se falou como qualquer doida, num ato impensado ou se, realmente, era uma mulher maligna. A Bíblia não o esclarece. Portanto, deixemos para Deus o seu juízo.

 

O CASO DE NOSSO FILHO

Em continuidade ao estudo que ora estamos fazendo, num paralelo com a tragédia pela qual passamos, por ocasião do suicídio de nosso filho, desejamos destruir falsos conceitos ou pré-conceitos. Queremos é ver o bem triunfar sobre o mal, e a morte de Thiago, nosso filho, tal qual relatamos em um livro que estamos acabando de concluir, é um pálido exemplo das agruras de Jó, e precisa ser motivo para que se tirem lições positivas daquela tragédia, não só para nós, sofredores, mas para aqueles que não sabem conosco lidar.

Algumas pessoas garantem que nosso filho se perdeu eternamente. Alguém disse, taxativamente: “Pena que ele morreu sem salvação”! Outras o condenaram pelo ato suicida, dizendo que para este, não há perdão. Muitos nos culparam, a nós, os pais. A maioria culpa a sua mulher, que, supostamente, o abandonou no momento de sua maior depressão. Contudo, poucos têm compaixão; poucos possuem simpatia pelo sofredor; muito poucos sabem se colocar no lugar do pecador. Mas, graças a Deus, Ele enviou seu filho, Jesus Cristo, para nos salvar. Ele veio, como um homem, sentir na pele o que sentimos e, por isso, pode ser nosso intercessor ao Pai (Heb. 2: 16-18). Como disse o profeta Davi. “Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas não nas mãos dos homens, não caia eu” (I Sm 24:14). Co mo é bom saber que temos um que é mais que um amigo e irmão mais velho: Um advogado!

Julgar e condenar as pessoas é muito fácil, mas isto não é aceito por Deus (Rm.  2:1-5). Prudente é deixarmos a Ele o juízo, porque só ele sabe o que vai no coração das pessoas., e a Ele, e só a Ele, foi entregue o caso de cada ser humano (Jo. 5: 22-24).

Mas há quem faça pior ainda,: Culpar a Deus pelo sofrimento, dores e mortes que ocorrem todos os dias!

Satanás tem movido a humanidade para que creia que Deus esta à espera para esmagar-nos na primeira oportunidade. Será, porém, que o Jesus que chorou pela morte de Lázaro mataria alguém que clamasse a Ele por causa de algum pesar ou frustração? Ou seria que o Pai, que Jesus disse ser justo como Ele ( Jó. 14:9), faria isso? ...Jó. 1:6-12 e 2:1-7 revelam a verdadeira causa do sofrimento do patriarca e nos advertem de que devemos ser cautelosos ao atribuir a Deus algum tipo de sofrimento” (LES 12).

Esses falsos conceitos começam a ser introduzidos na história, a partir da chegada dos “amigos” de Jó. Eles vieram para dar consolo, mas, como se demostra através dos longos ciclos de debates, entre eles e Jó, com muita propriedade, eles se tornaram “consoladores molestos” (ver Jó. 16:2), ou seja, demonstraram não saber lidar com os sofredores.

 

AMIGOS “DA ONÇA” (expressão popular brasileira, para indicar falsa amizade)

Apesar de se condoerem do amigo, manifestando profundo pesar, ficando chocados e horrorizados com seu infortúnio, e, tomados de pesar “choraram... rasgaram os mantos”, demostrando muita tristeza, eles acabaram por acrescentar mais dor e pesar a Jó, através de seus preconceitos e, mesmo, falsos conceitos, acerca do trato de Deus com o homem e a problemática do pecado e do sofrimento. Ficaram 7 dias em silêncio, que era o período de luto, normal na época (Gn. 50:10), mas quando falaram ou responderam a Jó, cometeram erros graves e injustiça contra ele.

A conversação subsequente revelou que seus amigos acreditavam que o sofrimento de Jó era o resultado de algum pecado cometido por ele. Até certo ponto, isso explica o longo silêncio desses amigos. Em vez de reanimá-lo, falando sobre o amor o perdão e o poder de Deus para restaurar, esses consoladores importunos acalentaram a depressão que sentia, e contribuíram para aumentar-lhe a aflição do espírito. Sua opiniões pessoais, e não a necessidade dele, ocupavam o primeiro lugar nas cogitações desses homens” (LES, 13).

Os três amigos, provavelmente, se sentiram confusos ante a sorte de Jó, reconhecidamente um homem íntegro, de modo que sua compreensão da atuação de Deus no caso dele falhou. Talvez por isso, também, demoraram a se manifestar, e quando o fizeram, erraram muito, mesmo que sinceramente tencionassem acertar.

Diante de situações trágicas, as pessoas necessitam ser verdadeiramente confortadas. E uma maneira eficaz, conforme ensina a Bíblia (Rm. 12: 15) é “chorar com os que choram”. O próprio Jesus, por ocasião da morte de Lázaro (ver Jó.11), demostrou esse princípio de amor e compaixão: “...Se bem que fosse o Filho de Deus, [Jesus] revestira-se, no entanto, da natureza humana, e comoveu-se com a humana dor”. (LES, 13).

 

O QUE É NECESSÁRIO

Nessas horas, as pessoas precisam sentir o calor humano e serem levadas a confiar em Deus. Não que a verdade não lhes possa ser dita, caso necessitem dela, mas tudo tem seu tempo, modo, lugar e circunstância (Ec. 3:1). Elas precisam agarrar-se a algo impalpável denominado FÉ; pois que, muitas vezes, não entendem que estão sendo tentadas por Satanás ou provadas por Deus.

É obra de fé repousar em Deus na hora mais escura, sentir, embora provado e sacudido pela tempestade, que nosso Pai está no leme. Somente os lhos da fé podem ver para além das coisas temporais e apreciar com justiça o valor das riquezas eternas” (AA, 375 e 376).

Outra coisa que o livro de Jó ensina é que “o sofrimento sobrevem a todos – bons e maus, ricos e pobres ...sua presença não constitui uma evidência de que Deus nos abandonou ... a submissão de Jó é um exemplo para nós” (LES, 15) (ver 51.34:19). E, ainda, que por trás de todo sofrimento, dor e morte, está Satanás, como seu originador. E, sendo o gênero humano, de natureza pecaminosa, tende a ficar exposto a tão astuto inimigo, mesmo aqueles que são justos pela graça de Deus, uma vez que há desígnios Seus que não podem ser sondados pela mente finita do homem.

O mal e o sofrimento existem num universo criado por um Deus de amor, porque surgiu um inimigo que é causador de tudo que é injusto e mau...Satanás odiava Jó porque ele constituía um vívido exemplo de que servir a Deus não era uma impossibilidade... confiando inteiramente na justiça de Deus ...O sofrimento humano está ligado à presença do pecado na Terra. O Deus do amor não é a fonte de nossa desdita” (LES, 19).  Não devemos duvidar de que Satanás é a fonte do sofrimento, calcado no pecado humano. “A palavra hebraica para Satanás significa “o acusador” ...Ele age como advogado de acusação, movendo uma ação judicial contra o patriarca. ... alega que Jó não é digno do respeito e da confiança que Deus tinha nele (ver também Zc 3 ‘ Josué’)”. (LES, 20-21).

 

LIÇÕES ESPECIAIS – O CONFLITO

Há muitas lições no livro de Jó: Como é que ele podia ser justo, fiel e íntegro; como Deus protege os Seus; como os patriarcas encaravam o conceito da justiça de modo bem concreto e não abstrato, embora a tentação e o pecado rondem o homem a todo instante! Todavia, em função do escopo do presente artigo,  estamos mais interessados é nas lições práticas de como lidar com pessoas que sofrem, como nós, por causa da tragédia que se nos abateu, e como ajudá-las a enfrentá-la e erguerem-se da depressão, porque eis que isto se deu conosco, também.

Observamos que, apesar de íntegro, justo e fiel, Jó era um ser humano, como qualquer outro, sujeito a depressão e a cometer erros. E os cometeu; não somente os seus amigos: “Jó sente-se frustado e fica indignado com os seus consoladores e também com o Senhor. Ele argüi a Deus, luta com a dúvida e faz muitas coisas que nos deixam perplexos. Como podia um homem justo adotar tais atitudes? O intenso sofrimento de Jó levou-o finalmente a culpar a Deus. Ele se desviou de sua habitual justiça de coração, palavra e ação. Tanto assim que o Senhor o corrigiu ( ver Jó 40:1,2 e 14). Jó teve que se arrepender ‘no pó e na cinza’ (Jó 42:1-6). Crentes íntegros e retos, que habitualmente vivem pela fé de acordo com a Lei de Deus, uma vez ou outra caem em pecado. Deus queria que Abraão levasse uma vida irrepreensível (Gn. 17:1). Na maior parte do tempo foi assim ...algumas ocasiões (houve) em que Abraão errou ... O compassivo perdão que o Senhor concedeu, tanto a Jó como a Abraão, deve ser uma fonte de grande animação para nós ...O fundo da cena para o desafio de Satanás e para a resposta do Senhor é O GRANDE CONFLITO ENTRE DEUS E O ANJO REBELDE. Até a ocasião em que o mal subjacente ao pecado pudesse ser plenamente revelado ao universo expectante, Deus achou necessário permitir que Satanás continuasse existindo e levasse sua rebelião às últimas conseqüências. Isso causaria, inevitavelmente, muitos transtornos e aflições aos que fossem apanhados em meio a essa luta no planeta que era o palco em que se realizaria o drama do pecado e da salvação” (LES, 23).

Nossa família foi apanhada no meio desse conflito. Aflições e transtornos nos sobreviveram com a trágica morte de nosso filho. Satanás “levou” o nosso menino ao suicídio, com a permissão de Deus, mediante o “domínio” de sua mente, que estava debilitada pela depressão e pela doença, de modo que a “opressão maligna” prevaleceu. Ele foi o objeto da disputa entre Deus e Satanás pela posse do seu ser, eternamente, nesse drama do pecado e salvação, ou perdição. Esperamos, com temor e tremor, que Deus tenha prevalecido no caso de nosso filho, na medida em que este tenha com Aquele se acertado, e Àquele se entregue, antes do que ao seu inimigo. Isto, todavia, não podemos saber agora. Resta-nos esperar até ao dia da volta de Cristo e da 1ª ressurreição, porém com muita esperança, já que nos últimos vinte dias, anteriores à tragédia, muita coisa aconteceu entre Thiago e Deus, que somente ambos o sabem.

Muitos perguntam, por que Deus permite a existência de Satanás e do pecado, e por que não acaba de vez com a dor e sofrimento. “Deus permite que o pecado siga a sua trajetória para que o Universo inteiro possa compreender quão devastador realmente é o mal. Na cruz do calvário Deus pagou, porém, para extirpar completamente do Universo o pecado e seus resultados” (DTN, 626). O drama do pecado não envolve somente a Terra e seus habitantes, mas aos Anjos e aos mundos que Deus criou, onde porventura hajam outros seres por Ele criados.

O Senhor resolveu deixar que Jó demonstrasse perante a céu o que é a verdadeira adoração, lealdade e amor a Deus.” (LES, 24).

E, aos verdadeiros cristãos, cabe fazer a mesma demonstração hoje, frente as lutas e provações, frente a tragédia, dor e morte. E isso só se consegue com um AMOR abnegado a Deus, tal qual Jó possuía. Não é só pelo prêmio da salvação (Fil. 3:12-14) que os Cristãos devem ser fiéis a Deus, mas principalmente, pelo amor a Deus e o reconhecimento de Sua soberania.

O desejo da vida eterna é um bom motivo secundário para servir ao Senhor. Jesus incentivou este desejo (Jó. 5:24). Mas o desejo de viver não é o principal interesse dos cristãos consagrados. Tanto Moisés como Paulo estavam dispostos a morrer eternamente se com isso pudesse ser salvo seu povo amado (Ex. 32:32; Rm .9:3). O amor altruísta de Cristo inspira o mesmo espírito de sacrifício em Seus sermos fiéis” (LES, 25).

 

LIÇÃO DE AMOR E ÓDIO

A historia de Jó é para nos uma grande lição de amor altruísta e abnegado, de um homem fiel, mas também do ódio maligno que lhe movia seu inimigo (e a Deus, também). E todo esse drama se realiza pela posse do ser humano, mais precisamente da sua mente, que é o meio de comunicação entre o homem e Deus. Atingindo o corpo de Jó, Satanás lhe atingiu a mente. Atingindo–lhe emocionalmente, com a morte dos filhos e perda completa de bens, o mesmo se deu. Mas havia esperança para Jó:

Satanás conhece a íntima relação entre o corpo e a mente. Pesquisas modernas têm demonstrado a conexão entre o cérebro - a sede de nossa consciência – e o resto do corpo. O que afeta o corpo influi sobre o cérebro ...(MAS)... A íntima conexão entre a mente e o corpo não denota que os nossos pensamentos espirituais têm de estar sob o controle total do corpo. Um poder mais elevado pode intervir. A confiança de Jó em Deus podia oscilar, mas não se dissipou. O Senhor o susteve quando ele teria fracassado por si mesmo.” (LES, 26).

Observamos que até Jesus, o filho de Deus, como filho do homem, passou por isso, quando angustiou-Se no Getsêmani, na Cruz ou mesmo, antes, no deserto da tentação. Ele, por fim, exclamou: “Deus meu; Deus meu: por que me desamparaste!” (Mt.  27:46). Até Ele enfrentou uma luta e angústia mental, quanto mais nós, pecadores. Até mesmo, Ele, reclamou da ausência de Deus, naquela hora mais probante. Assim fêz Jó e assim fazemos nós. Mas: “As Escrituras dizem que houve trevas sobre toda a terra e que tremeu a terra (Mt. 27:45 e 51)... (ONDE ESTAVA O PAI?)...O que parecia ser um símbolo da ausência de Deus era na realidade um sinal da sua presença. Deus estava ali como Ele sempre está em nossa vida, mesmo quando sentimos que nos abandonou. O Senhor está disposto a amparar-nos, ainda que o corpo nos decepcione e nos lance em profunda angústia. Com a ajuda de Deus, o corpo não precisa ter irresistível influência em nossa vida espiritual. Com o poder divino podemos permanecer firmes como Jó” (idem).

Nosso filho Thiago, não sobreviveu à sua luta mental, por razões que só nosso Deus pode melhor esclarecer. Podemos imaginar que a sua doença mental, a sua depressão emocional e a opressão maligna, aliados, minaram a capacidade dele resistir, entregando-se à morte como a única solução para o seu sofrimento; não sabemos ao certo! Todavia, nós, os que ficamos, e que o amamos, e que amamos a Deus, sobre todas as coisas, precisamos confiar n’Este, e tentar compreender, ou pela fé aceitar, os Seus desígnios.

 

LIÇÃO DE FÉ

Precisamos entender que Satanás é a causa primária de todo mal, sofrimento, dor, enfermidade e morte, e não agir como a maioria ignorante que põe a culpa em Deus, ou nas pessoas (ainda que estas tenham sua parcela de colaboração). No passado, (e hoje ainda): “o povo acreditava que Deus era a causa primária de tudo. Por isso é insinuado que Deus foi o causador de tudo que aconteceu a Jó (Ver Jó. 1;11 e 2:5). Moisés esclarece, porém, que foi Satanás quem provocou e causou sofrimentos de Jó. Na Bíblia é declarado muitas vezes que Deus realizava algo que Ele permitiu ou não evitou que acontecesse (ver, por exemplo, Gn. 45:4-8; Ex. 4:21;7:22; 8:15; Is. 10:5-11)”. (LES, 27). Evidentemente, são forças de expressão, baseadas na fé das pessoas, que sabem que, sendo Deus soberano, Ele está por trás de toda as coisas neste mundo, e no Universo inteiro, de modo que uma grande verdade salta das páginas da Bíblia: “A história de Jó mostra que o sofrimento é infligido por Satanás, mas Deus predomina sobre ele para fins misericordiosos” (DTN, 471). A prova disso é que, claramente, Deus impôs limites a Satanás, ao permitir que este afligisse Jó: na 1ª vez, podia tocar nos filhos e bens, mas não no próprio Jó; na 2ª vez, podia até tocar em Jó, mas não em sua vida!

É, para nossas mentes finitas, um mistério essa relação entre Deus e Satanás. Muitos não podem aceitá-la. Porém, temos que aceitar o relato bíblico. E, não só no livro de Jó, mas por toda a Bíblia, no trato de Deus com o ser humano essa relação se confirma de modo assustador, por exemplo no caso do apóstolo Pedro. Por ocasião da ceia do Senhor, Pedro confiante que estaria ao lado de Jesus, para “o que desse e viesse”, foi por Este avisado: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos “(Lc. 22:31-34). Pedro, não sabia, mas estava a um passo de ser vencido por Satanás, quando, poucas horas depois negasse a Jesus a três vezes (ver Vs. 54-62). Todavia, foi só até aí que Satanás pôde ir com a tentação a Pedro. Na verdade, queria era matá-lo, mais, claramente, Jesus se interpôs junto a Deus.

Foi permitido a Satanás tentar o muito confiante Pedro, como lhe fora permitido tentar a Jó; mas uma vez feito isso, teve de retirar-se... O inimigo não ousa avançar um milímetro além dos limites que lhe são permitidos” ( MCH, 316).

Por essa razão é que temos plena confiança que Deus esteve no controle da morte de nosso filho Thiago, ainda que tal se deu por suicídio, uma vez que, para nós, este foi um ato involuntário, em função de sua grave doença mental. Nós não aceitamos a idéia de que Satanás, simplesmente, tirou a vida de nosso amado, levando-a como um “troféu” para si, pois cremos na atuação de Deus “nos bastidores” celestiais e terrenos. Também não cremos que o ato de nosso filho tenha sido de completa lucidez e certeza de sua vontade livre. Acreditamos que vários fatores influíram: houve, como já salientamos, sim, a opressão maligna; houve também a depressão emocional; e, por fim, a debilidade física de uma doença que só detectamos próximo de sua morte. Não obstante, é certo de que o Senhor, que esteve no controle de sua vida, esteve no de sua morte, pois a vida toda entregamos nosso filho a Deus, por ele intercedendo e jejuando, constantemente, afora a multidão de servos de Deus que por ele oravam nos últimos meses. Além disso, se nem um pássaro cai, sem que o Criador saiba, ou permita (Mt. 10:29:31), acaso olvidou Deus a queda de nosso filho, de uma altura de setenta metros, e, ainda, sem a Sua permissão, valendo ele mais do que animais?

 

SALVAÇÃO OU PERDIÇÃO

Embora não se possa afirmar com absoluta certeza, ou provar de forma cabal, é a esperança de todos nós que Deus tenha tido misericórdia  de nosso filho e lhe dado a salvação. Mas isso, saberemos somente na eternidade; isso e tudo o mais sobre o ocorrido com nosso filho, e conosco mesmo, enfim todas aquelas coisas para nos encobertas hoje (Deut. 29:29). Entretanto, fique clara uma coisa: Seja qual for o veredito final acerca de nosso filho, no juízo de Deus, nós o aceitaremos como sendo justo, amoroso e perfeito!

Somos grato a Deus por tudo, no que concerne ao Thiago, principalmente pelos anos que Ele nos concedeu de convívio com o menino. Só lamentamos não poder tê-lo entendido melhor e podido ajudá-lo, principalmente nos últimos meses.

Somos muito agradecidos a Deus: “Pela própria vida; pela saúde; pelo tempo e as oportunidades de começar de novo; pela certeza do incessante amor de Deus; pelos relacionamentos familiares e pela amizades; pelas habilidades que nos ajudaram a obter o que possuímos; pela oportunidade de aprender algo da tragédia”. (LES, 27).

 

OUTRAS LIÇÕES

No livro que estamos escrevendo, falamos de algumas lições desta tremenda tragédia. Neste artigo, queremos destacar uma, apenas de passagem, a qual trata da depressão, do ponto de vista físico, emocional e espiritual, sem entrar em pormenores, porque não nos sentimos à altura do tema. É bom fruto do cristianismo tentar compreender as pessoas, penetrando no seu mundo, em pura e sã empatia, de modo a prestar-lhe toda a ajuda possível em suas perplexidades, com muito amor, carinho, tolerância e abnegação, sem as críticas destrutivas, pré-conceito e julgamento humano. Lamentamos muito, e pedimos perdão a Deus, termos falhado no caso de nosso querido, não o compreendendo bem e deixando de fornecer-lhe maior ajuda em momento tão crítico. Entretanto, descansamos na misericórdia divina, que não leva em conta os tempos da ignorância e nos perdoa. A depressão – a doença do século – está atingindo, não só os incrédulos, mas os crentes, também, de modo que é um assunto que não pode ser olvidado, e tratado com maior responsabilidade. As igrejas estão cheias de “servos de Deus” deprimidos, e necessitamos saber lidar com isso!

Destarte, há muitas outras lições. Por exemplo, como no caso de Jó, após causar todas aquelas bárbaras aflições ao justo homem, Satanás, simplesmente, some de cena, e aparecem os 3 amigos importunos e inoportunos, além de um quarto, bem como permanece Jó com suas perplexidades e queixas a Deus, o mesmo se dá conosco agora. O que temos a aprender disso? Há algo de fundamental importância:

Satanás causa aflições e tragédias. Mas a pergunta fundamental talvez devesse ser a seguinte: Por que Deus permite que ele se retire depois de causar tantos transtornos? Se tivéssemos o poder de acabar com o mal e proteger aqueles que amamos, nós certamente faríamos isto. No entanto, será que, no final das contas, isto seria o melhor? Deus tem razões mais importantes para permitir que o mal continue a existir? Nossas questões mais profundas envolvem a Deus e precisamos lidar com elas. Sob muitos aspectos, Satanás torna-se irrelevante para as questões consideradas no restante do Livro [de Jó]. Por isso o autor permite que desapareça. Cometemos um erro muito grave quando nos alongamos demais sobre Satanás e suas atividades. É muitíssimo mais importante aprender algo acerca de Deus. Quando finalmente adquirimos o senso de respeito para com o criador do Universo, podemos colocar Satanás e sua terríveis ações na perspectiva correta. Um General obsedado pelo poder do inimigo e que desconhecesse a força a força de sua próprias tropas armas, logo perderia a guerra. Concentremos a atenção em Deus, e em Seu amor e poder para salvar. Os sofrimentos de Jó, em particular, e os da raça humana, em geral, só podem ser compreendidos sob o aspecto do conflito entre Deus e o Satanás.

O pecado e Satanás constituem a causa primária de todos os infortúnios e aflições. Em virtude de Sua natureza perfeitamente justa, Deus não pode eliminá-los do Universo antes que as questões morais suscitadas na rebelião de Satanás tenham sido resolvidas de modo cabal e definitivo. Mas o Senhor restringe as atividades de Satanás, e frusta as sua intenções, procurando fazer com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que o amam” (LES, 28,29).

Assim, como nos disse nossa cunhada, médica, amiga e conselheira, que mais perto esteve de nosso filho, nos últimos meses, usando as sua próprias palavras: “Satanás quis levar Thiago como um troféu (mais um dentre tantos nas sepulturas ); porém Deus aplicou-lhe uma “rasteira”, enviando Seu anjo para, ao saltar no vazio entre a ponte e o mar, poderem sustê-lo em seus braços espirituais”. Seu corpinho se arrebentou e morreu; seu fôlego de vida voltou para Deus; agora ele dorme! Todavia, o seu registro está no livro de Deus, o qual anelamos ser “o livro da vida”, onde estão inscritos todos aqueles que vencerão a morte pelo poder do sangue de Jesus Cristo (Ap. 12: 11) e que ressuscitarão no dia do Senhor. No entanto, como já salientamos, qualquer que seja o destino final, para a sua eternidade, saberemos que foi, ou terá sido, uma justa decisão d’Aquele que não falha.

 

O CONSOLO DOS AMIGOS

A esta altura de nossas considerações sobre a história de Jó, temo-las feito baseados, principalmente, nos dois primeiros capítulos do livro bíblico, onde está registrada toda a trama e pano de fundo da história, que é a conversação entre Deus e Satanás nos bastidores celestiais, acerca de Jó, sua prosperidade e infortúnios.

À partir do capítulo 3, e em diante, como dissemos, Satanás sai de cena, aparentemente, e aparecem 3 “amigos” de Jó, e mais tarde, mais um quarto, que travam longos diálogos e debates, cada qual com Jó e entre si, indiretamente, além do diálogo entre Jó e Deus, e, por fim Deus e Jó e, também, seus amigos.

Para o escopo do presente artigo, não vamos fazer uma abordagem profunda de todo o livro de Jó, mas, no que respeita ao ocorrido com o nosso filho, buscaremos as melhores lições que possam ser tiradas, porque “foi escrito para nosso proveito...” ( I Pe. 1:12).

Na nossa própria experiência, pudemos ver e valorizar os verdadeiros amigos, sua solidariedade e generosidade; sua paciência e compreensão; sua sabedoria e discernimento; tudo isso num momento crucial, que exigia tato, firmeza e, sobretudo amor.

Humanamente falando, os verdadeiros amigos são os familiares; os pais, irmãos, tios e primos. No caso de Thiago, os avós eram como pais, duas vezes; os tios, como pais e amigos; os primos, como irmãos e amigos; e, nós, os pais verdadeiros, como pais, amigos e “sacerdotes de Deus”. E eles não falharam: Compartilharam conosco a dor atroz da perda de um ente querido!

Logicamente, não podemos esquecer os amigos e os “irmãos” da fé, que nos prestaram grande auxílio; os colegas de trabalho; os vizinhos; enfim, no caso, temos muito a agradecer e quase nada a reclamar. Todos ficaram chocados com a tragédia e, dentro de sua limitações, tudo fizeram para nos ajudar.

Sempre há “amigos” importunos e inoportunos. Na história de Jó houveram 3, de início e um quarto, mais adiante, que, apesar de sinceros, e, desejarem ajudar o sofredor amigo, acumularam-lhe de dores.

Em ocasiões de desalento, nem sempre é útil sermos informados de que nós mesmos causamos as dificuldades em que nos encontramos. Precisamos ter certeza de que compreendemos claramente como Deus lida com a humanidade... Decorrera algum tempo desde que Jó expressa tranqüila confiança em Deus e resignação diante do que lhe acontecera, e para que a notícia de suas calamidades chegasse até os seus amigos e estes viessem vê-lo. Este espaço de tempo ajuda a explicar a mudança de atitude de Jó... para o profundo desalento ( dos próximos capítulos). Parece que os trágicos golpes iniciais não foram tão prejudiciais ao estado de ânimo de Jó, como as semanas de constantes sofrimentos” (SDABC, III, 504)

Elifaz (o 1ª a falar) delineou a atitude predominante de seu tempo para com o sofrimento. Ele misturou muita verdade com um pouco de erro. Suas palavras demostraram que a errônea compreensão de Deus e de Sua maneira de agir muitas vezes limita nossa compaixão” (LES, 32)

Movidas por preconceitos, filosofias enganosas e mesmo, com conceitos religiosos e bíblicos equivocados, algumas pessoas atrapalham em vez de ajudar. As pessoas que estão passando pelo sofrimento necessitam, antes, de compreensão, amor e, mesmo, compaixão, do que explicações e, ou, duros sermões disciplinares. Não são capazes de compreender o processo de pesar pelas perdas sofridas, mesmo que estas lhes sejam causadas por seus próprios erros, de modo que isso é um empecilho para um eficaz ajuda a aqueles enfrentarem a provação e o infortúnio.

Ouvimos coisas tais como: “Seu filho está perdido”  ou “não há perdão para o suicídio”  ou  “quem planta, colhe”, ou, ainda, “vocês foram culpados”, quando a clara orientação bíblica é: “Não julgueis...” ( Mt.7:1) e “a Deus pertence o julgamento” (IPe.2:23).                      

Alguns nos disseram para não chorar, não lamentar, quando a bíblia diz: “Chorai com os que choram” . Outros disseram: “Deus haver algo errado com os pais e a família”, quando está escrito: “ No mundo tereis aflições, tende bom ânimo...” (Jo. 16:33) e outros foram muito cruéis conosco, os quais considerávamos amigos e cristãos exemplares. É bom que estes saibam que, no caso de Jó, as coisas tomaram um rumo tal que, no final, Deus teve que intervir. Jó chegou a dizer de seus supostos amigos; “...vós sois consoladores molestos ... palavras de vento ...que instiga” (Jó; 16:1-3) e muita coisa mais, porque naquela consolação equivocada, eles se valeram de conceitos, tradições e doutrinas erradas.

Algumas pessoas têm às vezes a errônea idéia de que o Cristão sempre terá de ser feliz.[MAS] a fé nos mantém perto do Senhor, mesmo em ocasião de desalento. Jó queria que o dia de seu nascimento desaparecesse do calendário... Jó amaldiçoou esse dia...

‘Se bem que a vida do Cristão deve ser predominantemente feliz, haverá dias sombrios. Todos os cristãos passam às vezes pelo ‘vale de lágrimas’. Assim como no caso de Jó, o sol ainda brilha, e acabará aparecendo” (Norval Pease, pag. 29) ...cada um dos oradores humanos tem apenas compreensão restrita da realidade. Não devemos, portanto, encarar o que eles disseram como toda a verdade ...é preciso ter cuidado com o uso de grande parte desse material [os discursos de Elifaz, Bildade e Zofar] ...devem ser interpretados à luz de toda a palavra de Deus. ...O Jó silencioso e submisso do prólogo [cap. 1 e 2] age de modo bem diferente na maior parte do livro, a começar com o capítulo 3 ...A resignação, a renúncia e a entrega de tudo a Deus podem ser muito desejáveis como meio de lidar com o sofrimento. A maioria das pessoas necessita, porém, de um processo ou forma de expressar sua dor, ira e frustração, antes que estejam preparados para aceitar o inevitável com alguma dignidade e graça ...lamentar-se” (LES, 33-34).

 

SOMOS HUMANOS

Ao nos deixar sua dolorosa cartinha de despedida,  nosso filho alegou que já havia sofrido muito e que se sentia infeliz; não tinha forças para enfrentar essa vida difícil; preferiu e decidiu morrer: Quem o pode julgar? Problemas mentais, físicos ou espirituais, à parte, perguntamos: Quem, senão Deus, podia, e pode, conhecer a mente e o coração do Thiago? Certamente, nosso filho era, como ele mesmo disse, fraco e não sabia lidar com a perda, a dor e o sofrimento; mas não concordamos que fosse covarde, pelo desejo e ato suicida. Quantos de nós já não desejamos morrer? Jó o quis; Jeremias, também. Elias, Davi e tantos outros homens de Deus o quiseram. Como eles, nosso filho era, sobre tudo HUMANO!

Como Jó era humano. Antes que lhe sobreviesse alguma calamidade e doença, ele receara que sua vida de prosperidade chegasse repentinamente ao fim (Cap. 3:24-26). E foi realmente o que aconteceu! ...Jó deseja ardentemente que não houvesse acontecido o seu começo’ (Gibson, Jó. 31)...se essas questões, [formuladas no livro de Jó] fossem impróprias, Deus não teria inspirado o livro de Jó, que trata delas... Deus estava protegendo a vida do patriarca, mas Jó encarnou isso como punição adicional... Às vezes somos propensos a criticar e acusar, como os amigos de Jó. Já dissemos a alguém que passava por aflições: “Talvez Deus o esteja provando para ensinar-lhe alguma coisa”?, ou “Se o seu estilo de vida fosse diferente”? A Bíblia apoia a idéia de que Deus muitas vezes recompensa o bem e pune o mal nesta vida. Isto não significa, porém, que temos o direito ou a competência de julgar o caráter dos outros pelo que lhes acontece de bom ou mau... Elifaz insinuou que, como resultado de suas calamidades pessoais, Jó não podia mais ser objetivo [Jó 4:5]...(MAS) ...Estar desalentado e impaciente com o que não se compreende é uma emoção humana normal. Mas, fazer da piedade pessoal a nossa confiança, e da vida correta a nossa esperança (Vs. 6), é confiar no próprio eu, e não em Deus”. (LES, 36).

 

FALSA DOUTRINA

Há uma questão, decorrente de tudo o que registramos anteriormente, que desejamos trabalhar melhor: A da falsa doutrina tradicional da retribuição, espelhada nos diálogos dos amigos de Jó, especialmente em Jó. 4:1-11!

Nós, seres humanos, não podemos ler as mentes e os corações. Não sabemos o que vai na alma da pessoa. Portanto, nosso juízo não pode ser perfeito e justo, porque julgamos pelo exterior, pelo que vemos ou temos notícia.

É comum atribuirmos faltas à pessoas que sofrem calamidades. Mesmos elas próprias o fazem.

Logo que a tragédia sobre nós se abateu, perguntamos: o que fizemos de errado? De quem é a culpa? Onde falhamos? Esquecemos de que há um Deus nos Céus, que controla nossas vidas!

É muito natural que os seres humanos pensem que grandes calamidades constituem um indicador seguro de grande crime e enormes pecados; mas os homens comentem erros ao avaliar o caráter dessa maneira. Não vivemos no tempo do Juízo executivo. O bem e o mal estão mesclados, e calamidades sobrevêm a todos. Os homens, às vezes, passam a linha divisória do cuidado protetor de Deus, e então Satanás exerce o seu poder sobre eles, e Deus não intervém. Jó foi afligido severamente, e seus amigos procuraram fazer com que reconhecessem que os seus sofrimentos eram resultados do pecado, e que se sentisse sob condenação. Apresentaram o seu caso como o de um grande pecador; mas o Senhor os repreendeu pelo julgamento que fizeram do seu servo fiel” (SDABC, III, 1.140).

Precisamos ter grande cuidado de “tirar” das mãos de Deus o controle dos negócios desta vida, e atribuí-los ao acaso ou simplesmente a Satanás, ou mesmo argumentar que são conseqüências da lei de “causa e efeito”. É bem verdade que o homem colhe o que planta (Gl. 6:6-8); não há nenhuma dúvida de que Satanás age, interferindo em nossas vidas,  mas nunca nos esqueçamos de que tudo está no controle de Deus e serve aos Seus propósitos.

Podemos exemplificar, claramente, isso, usando a profecia apocalíptica acerca da ascensão e queda da Babilônia, no livro de Apocalipse, capítulo 17. Ali, os poderes do mal se conjugam contra os Santos do Altíssimo e Jesus, os quais serão vencidos por estes. Então, os povos e as nações se voltarão contra a grande Babilônia e a destruirão. Então é dito que “Porque Deus lhes pôs nos corações o executarem o (Seu) intento dele ...até que se cumprem as palavras de Deus” (Vs. 17). Logo, quem está no controle?

O princípio da retribuição divina aos pecadores, aqui nesta vida, não se ajustou ao caso de Jó, e pode não se ajustar a outros casos, como no de nosso filho. Há, sem dúvida, outros princípios que atuam nos bastidores do conflito entre Deus e Satanás, no meio do qual estamos. Por isso, o mais seguro e prudente, ao lidarmos com as tragédias e com os que sofrem, é exercer o amor e a compaixão; evitar julgamentos; ouvir as pessoas atentamente, deixando-as desabafar; não censurar ou criar situações embaraçosas, agindo e falando dogmaticamente; lembrar de que não somos donos da verdade e sujeitos aos mesmo infortúnios, carentes de aprender mais de Deus da Bíblia e com experiência de pessoas vividas.

 

AMOR E RESPEITO

Devemos “lembrar que podemos representar a Deus e falar em Seu favor, mas não devemos lançar-nos precipitadamente em Sua defesa, pois assim poderemos causar mais dano do que benefício. Jesus foi muito cauteloso, para não expor o seu traidor (Jó. 13;22). Dar para alguém um pedaço de pão embebido em caldo era uma demonstração de afeto. Nós também devemos tratar os outros com maior respeito e consideração possível” (LES, 37).

Os amigos de Jó tentaram consolá-lo, mas à sua moda. Nesta altura de nossas considerações, só mencionamos alguns de seus erros na tentativa de acertar, especialmente Elifaz, que compartilha com o sofredor Jó de sua restrita compreensão de Deus e do seu trato com o ser humano. Utiliza-se, até de um sonho ou suposta visão noturna, argumentando que o fato de Jó arrogar-se inocente, e que estava por Deus sendo afligido sem causa, era um erro, porque nenhum homem pode justificar-se a si mesmo diante d’Ele.

É verdade que por natureza, somos todos seres humanos impuros e pecadores, mas isto não significa que todos os nossos sofrimentos, infortúnios e tragédias resultam desse fato. Não esqueçamos de que Satanás pediu e obteve permissão para tentar a Jó, para feri-lo, para destruí-lo, mas não pôde  matá-lo. Daí que os negócios da vida de Jó, e os nossos porventura, não estão todos sob controle de Deus?

 

ARGÜINDO DEUS E OBTENDO RESPOSTA

Há em nós uma tendência de argüir a Deus sobre coisas que não entendemos. Quando nosso filhinho tentou o suicídio, frustrado, na primeira vez,  louvamos a Deus de que nos tivesse enviado para detê-lo. Ele estava conosco, bem presente, Poderoso para salvar. Quando, porém, nosso Thiago voou o vôo da morte, daquela ponte, na 2ª tentativa, sem ninguém para detê-lo, nem nós ou qualquer ser humano, e nem mesmo os anjos ou o próprio Deus, poderíamos perguntar: “Onde estavas tu, Senhor, e porque não o impediu?

Aqui há algo muito precioso a ser considerar. Quando Jesus foi preso, negado, arrastado pela multidão; quando foi julgado e condenado apressadamente, às escuras e sem provas; quando foi açoitado, cuspido e esbofeteado; quando O pregaram na maldita Cruz e O mataram cruel e barbaramente; ONDE ESTAVA DEUS, Seu pai, nosso Pai? Virou-Lhe o rosto e as Suas costas? Deixou que maltratassem o Seu filho unigênito, o Salvador do mundo? Que Pai é esse que, podendo, não socorre seu filho?

Está escrito: “o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Deut. 21:23). E Cristo foi isso: Maldito de Seu Pai, por nossa causa! Há os que O rejeitam usando esse mesmo argumento, mas que será que isso significa? O que será que significam as palavras queixosas de Cristo; “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (citado)?                                    

A Cruz do calvário explica muita coisa sobre Deus e Cristo; sobre Seu caráter; sobre o caráter de Satanás; sob o conflito entre eles; sobre nosso caráter e nosso envolvimento nessa guerra espiritual.

Sem dúvida, Satanás “levou” nosso filho à morte; sem dúvida nosso querido cometeu erros que o levaram aquela situação doentia; sem dúvida nós, pais, erramos e muitas outras pessoas também. Mas a grande pergunta é: onde está Deus nisso tudo? Será que Satanás venceu, levando nosso menino como troféu, para a sua imensa galeria de seres inertes nas sepulturas e, ainda, condenado à morte eterna, a segunda morte (Ap. 20: 11-14)? Ou será que Deus está, esteve e sempre estará no controle de tudo?

Que nosso filho morreu é fato: suicidou-se! Que foi para a galeria fúnebre do maior inimigo de Deus: Isso está certo, pois é o quinhão final de todo pecador!! Que não sabemos o destino eterno dele, se salvo ou se perdido, também é correto! Todavia, temos o direito de ter FÉ e ESPERANÇA no AMOR de DEUS e em sua JUSTIÇA. Temos o dever de confiar em Seus cuidados e crer que está no controle de nossas vidas, porque a Ele nos entregamos, para Ele queremos viver e com Ele anelamos ir morar eternamente.

Como Jó fazia por seus dez filhos, fazíamos e fazemos pelos nossos três, agora dois. Thiago estava, em nossas orações no altar de Deus. Como Jó, “sacrificávamos a Jesus”, em favor de nosso filho, ao Pai. Sabíamos que ele pecava, mas sabíamos também, que estava muito doente e sem controle de si mesmo.

Muitos disseram que Jesus não podia ser o Messias, sendo “Maldito de Deus”. Não obstante às opiniões humanas, o propósito de Deus cumpriu-se na morte cruel de Seu filho: a batalha contra Satanás foi ganha para sempre, e para todo aquele que n’Ele crer! E os judeus, e todos que não creram, sofreram a perda da salvação, exatamente proposta naquilo que eles consideravam por maldição. Isto fazendo, trocaram a benção por ela.

Portanto, devemos ser cuidadosos no trato com a infelicidade humana, pois: 1- Como seres finitos, não conhecemos todos os fatos; 2- Podemos prejudicar [as] pessoas [s] ou destruir –lhe [s] a fé; 3- estaremos culpando a Deus se a [s] pessoa [s] tiver [em] plenamente convicta [s] de que o sofrimento é injusto; 4- Talvez façamos com que, na mente dessa [s] pessoa [s], Deus esteja relacionado com sentimento de vergonha, humilhação e ira, e não com amor.

Aqueles que querem ajudar a sanar os ferimentos causados por tragédias precisam manifestar a ternura do grande médico” ( LES, 41).

Toda ternura e cortesia verdadeira no mundo, mesmo entre os que não reconhecessem o Seu nome, d’Ele procedem. E Ele deseja que estas características se reflitam perfeitamente nos Seus filhos. É Seu propósito que em nós os homens contemplem Sua Beleza” (Ed. 242). “Com a humana dor, Seu terno e compassivo coração está sempre pronto a compadecer-se perante o sofrimento. Chora com os que choram, a alegra-se com os que se alegram” (DTN, 533).

 

O NOSSO TESTEMUNHO

Por nossa experiência própria, testemunhamos que, para superar o choque inicial da perda trágica de nosso filho; para enfrentar os dois primeiros dias, em que a vontade de morrer era grande; para vencer os 60 dias seguintes em que a dor e a saudade aumentaram mais e mais; e para os dias que se seguem: Em primeiro lugar Deus, nos Céus e a intercessão do Espírito Santo em nós, por Cristo, nosso Mediador! Em segundo lugar vem o conforto, a ternura e o amor dos parentes, amigos e irmãos de fé! Se não fora esta mescla divino - humana de conforto, nós não conseguiríamos passar por este escuro vale da sombra da morte, vale de lágrimas e dor.

As pessoas, os seres humanos, cada um tem sua própria reação. Uns se fecham dentro de si mesmo e nada falam. Outros, além disso, não procuram as outras pessoas para consolá-las, com receio de não ter o que dizer. Porém, a maioria procura solidarizar-se, expressando seus sentimentos, falando abraçando e apresentado-se para ser útil de alguma forma. Em nosso caso, foi muito importante receber cada abraço, cada expressão de carinho e cada visita de consolação. Não rejeitamos ninguém, por mais cansados que estivéssemos. Nada nos importunava, a não ser o silêncio de alguns, embora o respeitássemos porque cada pessoa é um mundo em si mesmo, à parte, e não podemos julgar o sentimento alheio.

Graças a Deus, tivemos pouquíssimos “amigos de Jó”, ou seja, “Consoladores molestos”, críticos e inconvenientes. Pessoas que jogassem a culpa em nós ou julgassem o nosso filho e o condenassem, ou, ainda, que tentassem explicar a tragédia mediante a existência de faltas em nós ou nele, foram poucos, mas existiram. A estes, recomendamos a leitura atenta do livro de Jó, e de nossos comentários neste artigo, mas, de forma alguma, guardaremos mágoas delas, porque entendemos a situação.

 

CONCLUSÃO

Seria bom continuarmos a análise de todo o livro de Jó; os ciclos de debates com os amigos; a interferência de Deus; e o fim de Jó e sua recompensa. Todavia, o escopo deste artigo não o permite.  Vamos concluí-lo, sem maiores delongas, esperando que, com o nosso testemunho, possamos ajudar, tanto os SOFREDORES, quanto as pessoas que os cercam, afim de que o AMOR triunfe do mal, a ESPERANÇA, do desespero e  a , da perplexidade e incredulidade.

Também desejamos que os JUÍZES de plantão, os ACUSADORES e os CONSOLADORES MOLESTOS, todos possam ser beneficiados com este, afim de que saibam COMO LIDAR COM OS SOFREDORES.

Podemos dizer, mesmo diante de tamanha tragédia e perda, que “Deus tem cuidado de nós”; que “O Senhor é nosso Pastor e nada nos tem faltado”; e que “Ainda que a figueira não floresça... (e tudo o mais)..., nossa fé está firmada no Senhor, nosso Deus, o Deus da nossa salvação”.

Apesar de tudo apontar para o contrário, esperamos rever nosso filho, assim como Jó, que recebeu tudo em dobro, o quanto perdera, exceto no número de filhos, já que, certamente, os reencontrará para ter filhos em dobro, também, na gloriosa vinda de Cristo.

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