Igreja Católica inicia processo informal de escolha de novo papa

da France Presse, no Vaticano

O consistório, a conferência de cardeais convocada pelo Vaticano para o próximo 16 de outubro, fará oficialmente um levantamento dos 25 anos de pontificado de João Paulo 2º, mas na realidade servirá para os príncipes da Igreja iniciarem o processo de escolha do sucessor do papa.

Segundo fontes eclesiásticas, também participarão da reunião os cardeais jubilados do Sagrado Colégio Cardealício, assim como os presidentes das conferências episcopais do mundo inteiro, ou seja os cerca de 300 prelados que dirigem a Igreja Católica.

A conferência de outubro facilitará a escolha do sucessor de João Paulo 2º, 83, com graves problemas de saúde.

Durante as sessões plenárias, os participantes evocarão temas concretos, mas em reuniões informais poderá surgir um nome para a difícil tarefa de suceder a um dos pontífices mais carismáticos e poderosos da história da Igreja.

Um comunicado sobre o assunto será elaborado pelo cardeal africano Bernardin Gantin, prefeito honorário da congregação para os bispos.

Conferência

Durante os dois dias de reuniões, os cardeais e os bispos vão analisar as vocações sacerdotais, os problemas da vida consagrada, o ecumenismo e a família.

Vários cardeais apresentarão informes, entre eles o francês Jean-Marie Lustiger, arcebispo de Paris, o cardeal Ivan Dias, arcebispo de Bombaim, o maronita Pierre Nasrallah Sfeir e o colombiano Alfonso Lopez Trujillo.

A conferência será encerrada pelo secretário de Estado, Angelo Sodano, que fará um levantamento dos 25 anos de pontificado e da ação do papa em favor da paz no mundo.

No dia 19 de outubro, João Paulo 2º beatificará madre Teresa de Calcutá, a religiosa protetora dos pobres, que passou a maior parte de sua vida com os necessitados da Índia.

O papa desejava proclamá-la santa sem submeter o assunto a um processo no Vaticano, mas especialistas em teologia sustentavam que era necessária uma declaração formal com base na infalibilidade do papa, tema que divide as igrejas cristãs.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u62892.shtml


Saúde do papa reabre questões sobre o futuro da Igreja

Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - A frágil saúde demonstrada pelo papa João Paulo 2o. em sua recente viagem à Eslováquia voltou a provocar dúvidas sobre o que pode acontecer com a Igreja Católica caso ele fique com faculdades mentais comprometidas.

O papa parecia muito mais forte na audiência semanal de quarta-feira, embora sua voz ainda tremesse algumas vezes. Depois, ele passou 45 minutos tirando fotos com visitantes.

Algo muito diferente ocorreu na sua viagem de quatro dias à Eslováquia, encerrada no domingo, onde auxiliares tiveram de ler a maioria dos seus discursos, já que João Paulo 2o. apresentava dificuldades de pronúncia e parecia estar fraco e distante. Ficou claro que o seu mal de Parkinson se agravou.

Os papas normalmente exercem o pontificado até a morte, e não existem regras claras para a possibilidade, muito real, de que um papa continue vivo, mas incapacitado por um longo tempo. Além disso, tampouco há regras sobre o que fazer se um papa perder a capacidade de se comunicar.

"A habilidade da medicina moderna para manter o corpo vivo enquanto a mente se deteriora vai acabar gerando uma crise constitucional na Igreja", diz o padre Thomas Reese, escritor e editor da revista mensal norte-americana U.S. Jesuit.

Reese é apenas um dos historiadores da Igreja que se mostram preocupados com a questão. O falecido James Provost, especialista em direito canônico, escreveu que a eventual invalidez do papa provoca "um sério vácuo no direito constitucional da Igreja".

Nos últimos anos, houve vários boatos de que João Paulo 2o. teria preparado uma carta de renúncia, para ser usada caso ele se torne inválido e incapaz de pontificar.

Na verdade, o direito canônico prevê a aposentadoria dos papas, mas sempre que esse assunto é abordado João Paulo 2o. afirma que pretende permanecer no cargo enquanto Deus quiser.

O último papa a abdicar por vontade própria foi Celestino 5o., em 1294. Gregório 12 relutantemente deixou o posto em 1415, quando havia dois papas pontificando simultaneamente.

Reese e outros especialistas defendem que se, mesmo muito doente, o papa puder se comunicar, ele poderia delegar parte da sua autoridade ao secretário de Estado do Vaticano ou a qualquer outro cardeal.

Mas essa delegação seria limitada a questões administrativas. Não incluiria, por exemplo, a autoridade teológica do papa, sua infalibilidade ou a prerrogativa de nomear bispos.

Em ocasiões anteriores, o papa já pareceu estar muito doente, mas se recuperou. Em maio, na Espanha, ele mostrou sua melhor forma em muitos anos.

Um novo teste acontece em outubro, quando o pontificado de João Paulo 2o. completa 25 anos. Para a data, o Vaticano programou uma agenda cheia, da qual não há sinais de cancelamento até agora.

Mas as viagens internacionais podem ser as primeiras vítimas da fragilidade do pontífice. Depois da passagem pela Eslováquia, muitos observadores se perguntam se o corpo dele ainda suporta o desgaste e se sua mensagem está sendo ouvida.

O Vaticano ainda não confirmou nenhuma viagem internacional para o papa em 2004.

Fonte: http://br.news.yahoo.com//030917/16/e8aw.html


João Paulo II continuará a realizar viagens? Só ele decide

Segundo explica Joaquín Navarro-Valls

CIDADE DO VATICANO, 16 de setembro de 2003 (ZENIT.org).- João Paulo II continuará a realizar viagens após sua última peregrinação apostólica à Eslováquia? Esta é a pergunta que muitos jornais propuseram ao constatar o frágil estado de saúde do Santo Padre ao chegar a Bratislava.

Apesar de que o Santo Padre foi recuperando as forças com o passar das horas no país ex-comunista, Joaquín Navarro-Valls, porta-voz da Santa Sé, em declarações aos jornalistas no domingo passado na capital eslovaca, declarou que a decisão será tomada pelo pontífice.

Em 2004, Áustria, França, Suíça, Polônia e México convidaram o bispo de Roma para visitar esses países.

«Pessoalmente creio que os convites do Papa serão acolhidos, todos ou em parte», afirmou Navarro-Valls. «De qualquer forma, até o dia de hoje nenhuma decisão foi tomada. Quem decidirá será o próprio pontífice».

«Quem conhece o Papa sabe que nunca se pode dizer: “esta é a última viagem”, pois tudo depende de sua vontade e de seu desejo», acrescentou o diretor do Escritório de Imprensa do Vaticano ao concluir a visita pontifícia.

«O Papa vive com naturalidade seus próprios limites físicos --revelou--: Deus os quis para ele com esta idade e nós compreendemos e aceitamos».

Portanto, acrescentou, «diante da pergunta da pertinência das viagens do Papa, apesar de que lhe custe tanto sofrimento, deveriam responder os povos que são visitados por ele, nesta ocasião os eslovacos, que lhe esperavam e lhe festejaram».
Código: ZP03091602. Data de publicação: 2003-09-16.

Fonte: http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=40997

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