Conheça o Profeta Negro Adventista, William Foy O texto abaixo foi extraído livro Mensageira do Senhor, do pastor Herbert E. Douglass, publicado pela Casa Publicadora Brasileira e definido como "Livro do Ano 2003". William Ellis Foy (c. 1818-1893), um negro norte-americano na faixa dos vinte anos de idade, recebeu diversas visões dramáticas em 1842, vários anos antes daquelas recebidas por Hazen Foss e Ellen Harmon. A primeira (18 de janeiro) durou duas horas e meia, e a segunda (4 de fevereiro) vinte horas e meia! Seu estado durante as visões assemelhava-se ao estado de transe de Daniel. O relato é de que ele não respirava, apresentava considerável perda de força, não conseguia falar, etc. Informações adicionais sobre William Foy podem ser encontradas em The Unknown Prophet (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1987), de Delbert W. Baker.Pastor batista voluntário de talentos extraordinários, sua primeira visão foi relatada a uma congregação metodista. Depois desta visão, sua pregação, cheia de zelo e vigor, passou a centralizar-se na proximidade do Advento e na preparação para o acontecimento. Baker não concorda com a opinião popular de que Ellen Harmon mais tarde preencheu a responsabilidade atribuída primeiramente a Foy. "William Foy trabalhou como porta-voz de Deus para o movimento do Advento no período do pré-desapontamento, enquanto Ellen White se tornou a profetisa do pós-desapontamento. Foy falou aos primeiros adventistas, assegurando-lhes o interesse pessoal de Deus e estimulando-lhes a um maior reavivamento e reforma. Ele trouxe à luz oportunas verdades que, se compreendidas, teriam posteriormente poupado o povo de Deus do grande Desapontamento ou pelo menos tê-lo-iam preparado para ele. Foy recebeu um número limitado de visões com um objetivo definido. Ele nunca sugeriu que seu papel profético se estenderia além de 1844, ou que receberia outras visões. "Uma desencaminhadora generalização que muitas vezes se faz é a de que, se Foy for aceito como profeta verdadeiro do movimento do Advento (pré-adventista do sétimo dia), ele também deve ser profeta do movimento adventista do sétimo dia por todo o tempo restante. Esta crença, embora compreensível, não encontra base real." – Delbert Baker, "William Foy, Messenger to the Advent Believers", Adventist Review, 14 de janeiro de 1988. Algumas vezes antes de 22 de outubro de 1844, Ellen Harmon ouviu Foy pregar no Salão Beethoven em Portland, Maine. Algumas semanas depois, pouco antes da primeira visão dela em dezembro de 1844, Foy estava presente numa reunião realizada perto de Cape Elizabeth, Maine, durante a qual ela falou da primeira visão. "Quando ela começou, Foy ficou fascinado com o que ela dizia. Deixou-se levar pelo entusiasmo e empolgação que acompanharam a apresentação dela. Ela falou das coisas celestiais – de orientações, luzes, imagens – coisas familiares a Foy. ... Arrebatado pela alegria do momento, ele não pôde mais se conter. De súbito, no meio da apresentação de Ellen, Foy bradou de júbilo, erguendo-se sobre os pés e ‘saltou inflamadamente para baixo e para cima’. Segundo Ellen se lembra: ‘Oh! Ele louvou o Senhor, ele louvou o Senhor.’ "Ele repetiu várias vezes que a visão dela era justamente a que ele tinha visto. Ele sabia que não havia como falsificar tal experiência. A dela era legítima." Baker, The Unknown Prophet, págs. 143 e 144. Em 1906 Ellen White lembrou-se de suas conversas com William Foy. Ela recordou que ele tivera quatro visões, todas antes da primeira visão dela: "Elas foram escritas e publicadas, e é [estranho] que eu não consiga encontrá-las em nenhum de meus livros. Mas nós nos emocionamos tantas vezes." E depois ela fez um elogio muito significativo a Foy: "Foram notáveis os testemunhos que ele deu." Ellen White, "William Foy", Depositários do Patrimônio Literário White, Arquivo Documental 231. Apenas duas das visões de Foy foram publicadas em seu livro The Christian Experience of William E. Foy Together With the Two Visions He Received in the Months of January and February, 1842 (Portland, ME: The Pearson Brothers, 1845). A terceira é resumida por J. N. Loughborough em Rise and Progress of the Seventh-Day Adventists (RPSDA) (Reimpresso por Payson, AZ: Leaves-of-Autumn Books, 1988), pág. 71. Não se dispõe de nenhuma informação sobre o conteúdo da quarta visão.Às vezes se faz uma comparação entre a história da vida e visões de William Foy e Ellen Harmon. Ambos passaram por conflitos espirituais perturbadores antes das visões, ambos sentiram grande aversão em relatar as visões publicamente. Ocasionalmente, ambos usaram expressões comuns da época, como "confortar os santos". Embora existam alguns paralelos verbais entre as visões de Foy e as de Ellen Harmon, existem importantes diferenças no conteúdo. Ao descrever a viagem de alguém que havia acabado de morrer como indo para o Céu em uma carruagem, Foy não menciona a ressurreição no Segundo Advento, pois cria na imortalidade da alma. Foy vê uma montanha na qual estava impresso em letras de ouro: "O Pai e o Filho", fornecendo um pano de fundo para a cena do juízo. Nada semelhante é encontrado nos registros das visões de Ellen Harmon.
Tanto Foy quanto Harmon (White) descrevem a árvore da vida empregando palavras comuns tais como "o fruto parecia cachos de uvas em painéis de puro ouro" (Foy) e "o fruto era esplêndido; tinha o aspecto de ouro misturado com prata" (White). Falando sobre comer o fruto, Foy se lembrou: "O guia então me falou dizendo: ‘Os que comem do fruto desta árvore não voltam mais para a Terra.’" White escreveu: "Pedi a Jesus que me deixasse comer do fruto. Ele disse: ‘Agora não. Os que comem do fruto deste país não voltam mais para a Terra.’" As dessemelhanças contextuais saltam aos olhos. Ambos se referem a um grande grupo de remidos formando um "quadrado perfeito". Foy escreveu que as pessoas desse grupo eram do "tamanho de crianças de dez anos de idade" e que cantavam um "cântico que os santos e os anjos não podiam cantar". Para Ellen White: "Ali sobre o mar de vidro, os 144.000 ficaram em quadrado perfeito." No entanto, se as visões de Foy foram autênticas e fielmente reveladas, não devíamos esperar semelhanças e paralelos, pelo menos até certo ponto? Mas o conteúdo conceitual geral das visões publicadas de Foy não corresponde ao das visões de Ellen White. Existem algumas questões relativas aos Pearson (John Pearson, Jr., e C. H. Pearson) que publicaram o folheto de Foy, The Christian Experience, e o "Pai" Pearson, mencionado em Life Sketches, págs. 70 e 71 e em Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pág. 64."Pai Pearson", um antigo líder do pequeno grupo dos crentes de Portland, Maine, opunha-se aos que afirmavam estar "prostrados" pelo Espírito de Deus – até que ele e sua família passaram pela "experiência". Tiago White havia trabalhado com o filho do "Pai" Pearson, John Pearson Júnior, em 1843 e depois disso. John, o filho, juntamente com Joseph Turner, editava Hope of Israel, um periódico do Advento, e publicou o folheto de William Foy em princípios de 1845.Parece evidente que, se as visões de Ellen Harmon não passassem de cópia das primeiras visões de Foy, os Pearson teriam sido os primeiros a perceber a fraude, especialmente considerando que o Pai Pearson era tão sensível e desconfiado de visões e outras chamadas manifestações do Espírito. O Pai Pearson creu na autenticidade de William e continuou a apoiar solidamente Ellen Harmon. Foy continuou a pregar para os Batistas do Livre-Arbítrio. Na década de 1860 ele se estabeleceu nas proximidades de East Sullivan, Maine, onde pastoreava uma igreja e trabalhava em sua pequena fazenda. "‘O Pastor Foy’, conforme o chamavam, era grandemente estimado e amado naquela região. A tradição oral afirma que ele era amistoso e amável, embora de fortes convicções. A história local afirma que Foy era excelente pregador e pastor experiente." – Baker, The Unknown Prophet, pág. 158. Ele morreu aos 75 anos de idade e foi enterrado perto de Ellsworth, Maine, onde seu túmulo pode ser encontrado no Birch Tree Cemetery. (Extraído, incluindo notas de rodapé, do livro Mensageira do Senhor, de Herbert E. Douglass, publicado pela Casa Publicadora Brasileira, págs 38-42.) Na lápide de de William Foy, consta a frase bíblica: "Combati o bom combate."
Curiosas semelhanças entre as Visões
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