TRINDADE: Verdade Progressiva ou Mentira Introduzida?!

AS (DES)RAZÕES DE MARCOS DE BENEDICTO PARA CRER NA TRINDADE.

No artigo que escreveu na Revista Adventista de julho de 2007 em defesa do dogma católico da trindade, o articulista, senhor Marcos de Benedicto, editor de livros da Casa Publicadora Brasileira, reconhece algumas verdades que a instituição que ele representa estava tentando esconder. Os editores da literatura denominacional da IASD, estão, pela força das circunstâncias, sendo obrigados a reconhecer publicamente que a IASD enfrenta uma séria crise teológica, crise determinada exatamente pela imagem que ela vendeu de si mesma para os seus membros. Em determinado momento, uma parcela mais esclarecida de sua membresia leiga tomou conhecimento das mudanças doutrinárias que a referida igreja promoveu em seu corpo de ensinos. Essas mudanças doutrinárias foram tão significativas que os teólogos atuais da referida instituição religiosa afirmam que hoje, não haveria lugar dentro dela para os seus fundadores, Tiago White, Uriah Smith, John Loughborough, John Andrews entre outros. Os teólogos que promoveram as mudanças no passado e os que fazem a defesa das mudanças no presente, argumentam que a igreja em questão caminhou progressivamente em direção à uma “verdade” que os seus fundadores recusaram aceitar e contra a qual usaram toda a força de seu intelecto. Estavam os fundadores da IASD errados no seu anti-trinitarianismo ou erraram os teólogos que permitiram o ingresso do dogma trinitariano no corpo de doutrinas da IASD? Qualquer que seja a resposta para essa pergunta, ela colocará a IASD em uma situação delicada.

IGREJA REMANESCENTE” INICIADA COM UM ERRO DOUTRINÁRIO GRAVE OU “IGREJA REMANESCENTE” QUE SE AFASTOU DA VERDADE?

Caso os fundadores da IASD tenham errado na sua idéia de Deus (para eles o Dogma da Trindade era vinho de Babilônia), então como sustentar a idéia da igreja verdadeira se no seu início, aquela que deveria levar ao mundo entre outras coisas, os mandamentos de Deus, pecava justamente contra o primeiro mandamento que diz “não terás outros deuses diante de mim”, quando os seus fundadores rejeitavam o deus trindade com o argumento de que ele era uma invenção demoníaca pregada e ensinada pela Igreja Católica? Se Deus é trindade, então os fundadores da IASD e por conseqüência, a própria IASD, rejeitaram no seu início, o próprio Deus. Os fundadores da referida igreja fizeram com que ela nascesse sob o signo da inimizade contra Deus, evidentemente, caso ele fosse trindade.
Se por outro lado os fundadores da IASD estivessem certos, e Deus não sendo trindade, então aquela que supostamente um dia foi a igreja remanescente, deixou de sê-lo. Concluímos então que ou a IASD nunca foi igreja remanescente ou se um dia foi, hoje deixou de ser.

VERDADE PROGRESSIVA OU MENTIRA INTRODUZIDA?

O articulista Marcos de Benedicto afirma que a introdução do dogma trinitariano no conjunto de doutrinas de sua igreja, foi o resultado do caminhar da mesma em direção à uma suposta “verdade progressiva”. Mas como neste caso a verdade pôde ser progressiva se ao invés dela lançar mais luz sobre a fé dos pioneiros, ela fez justamente o contrário? “...a igreja começou a mudar sua posição ainda no século 19, especialmente por influência de Ellen White”. (de Benedicto). A chamada “verdade progressiva” à qual o senhor Benedicto faz alusão, não clareou, não aperfeiçoou, não iluminou a crença que os pioneiros tinham a respeito de Deus; a “verdade progressiva” do senhor Benedicto eliminou, destruiu e ainda tornou herética a doutrina sobre Deus defendida e ensinada pelos fundadores da IASD. O senhor Marcos de Benedicto errou ao dizer que a mudança doutrinária ocorrida na Igreja Adventista foi o resultado da progressividade da verdade. Se, como diz o articulista em questão, os pioneiros adventistas estavam errados, crendo na mentira, como é que então a verdade poderia ser progressiva, se a mesma nem ao menos estava presente. Só pode haver progressividade na verdade se a verdade estiver presente.

OS PIONEIROS ADVENTISTAS E O DOM PROFÉTICO DE UMA ELLEN WHITE TRINITARINA

Os modernos teólogos adventistas que defendem a trindade colocam inadvertidamente, sob dúvidas, o dom profético de Ellen White. Segundo esses teólogos, foi a profetisa do advento que conduziu os adventistas em direção ao dogma católico da trindade. Se isso for verdade, então temos motivo mais do que suficiente para descrer no dom profético da Sra. White. Nós podemos seguramente descrer, pois temos a certeza que nem o seu marido, Tiago White, um ferrenho anti-trinitariano, acreditava em seus ensinos. Se Ellen White fosse profetisa verdadeira e os pioneiros acreditassem nisso, sob hipótese alguma eles poderiam deixar de seguir os ensinos e as orientações vindas de sua profetisa. Constitui-se numa declaração de falsa profetisa dizer que fosse possível Tiago White ser um inimigo implacável da trindade romana ao mesmo tempo em que sua mulher, Ellen White estava conduzindo a igreja para o trinitarianismo. Se Ellen White era trinitariana seu marido tinha obrigação de também ser, sob o risco de por em descrétido o dom profético de sua mulher. Sabemos que todos os pioneiros citados pelo senhor Marcos de Benedicto e ainda vários outros, sem falar no filho de Sra. White que morreu muito tempo depois que sua mãe, levaram suas crenças anti-trinitarianas até a sepultura. Essa verdade nos leva a duas conclusões inevitáveis: os modernos teólogos adventistas estão mentindo e Ellen White nunca foi trinitariana ou então ela era uma falsa profetisa que nem os seus líderes contemporâneos de igreja, inclusive seu marido e filho, acreditavam no que ela dizia.

1ª (des) razão para o senhor Marcos de Benedicto crer na trindade: “A combinação dos nomes de Deus no plural com os verbos no singular sugere uma unidade plural”.

O senhor Marcos de Benedicto afirma por ignorância ou má-fé que a palavra hebraica Elohim seja um plural quantitativo e que por supostamente expressar quantidade (deuses), ela seja um indicativo, uma sugestão, um “evidenciamento” da pluralidade de pessoas em Deus. Se o senhor de Benedicto tivesse tido a prudência de verificar o que o Comentário Bíblico Adventista diz sobre o assunto, ele não teria escrito o que escreveu.

Al referirse a Dios, se usa el substantivo Elohim casi exclusivamente en el plural. Algunos han entendido que aqui se deja traslucir la doctrina de la Trindade. Fue Elohim quien dijo: ‘Hagamos al hombre a nuestra imagen, conforma a nuestra semejanza.’ Este uso del plural sugiere ciertamente la plenitud y las múltiples capacidades de los atributos divinos. Al miesmo tiempo, el uso constante de la forma singular del verbo (disse Deus) recalca la unidad de la Deidady constituye uma repreensión para el politeísmo”. COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DEL SÉPTIMO DIA. Tomo I, pág. 180

Segundo o comentário teológico citado acima, a palavra hebraica Elohim é sim uma forma plural, porém, não é um plural quantitativo e sim qualitativo. A palavra não expressa quantidade e sim qualidade. E mesmo que ela expressasse quantidade seria impossível definir que a quantidade em questão fosse 3.
Segundo o já falecido professor de línguas bíblicas no seminário adventista Pedro Apolinário,

Elohim inclui a plenitude da Divindade. ‘Seu uso no plural tem levado alguns a quererem provar com ele a Doutrina da Trindade’. Sabemos que o plural nas línguas semíticas servia como uma espécie de superlativo ou de intensidade. Por exemplo a palavra céu aparecia sempre na forma plural par designar sua majestade ou extensão. O mesmo que acontece com a palavra mar”. APOLINÁRIO, PEDRO. Apostila sobre as testemunhas de Jeová e a exegese. São Paulo: I.A.E, 1981, p. 62

Para o antigo professor de grego no Seminário Teológico Adventista, Elohim não era uma forma plural quantitativa e sim qualitativa. O termo Elohim usado para se referir a Deus, não tinha intenção de expressar quantidade de pessoas em Deus e tão somente destacar as múltiplas capacidades do ser divino. Outros estudiosos da língua grega fora do círculo adventista, afirmam a mesma coisa em relação ao termo Elohim.

A palavra portuguesa (sic) Deus, que tem a mesma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao criador. O termo que é de mais freqüente uso é Elohim, que restritamente falando é uma forma do plural, derivando-se provavelmente da palavra Eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo na oração, de que Elohim é o sujeito e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. (...) A causa deste estranho uso, de indicar Deus por meio de uma forma do plural, não se acha determinada; mas pode provavelmente estar no fato de ter algumas vezes o plural na língua hebraica um sentido intensivo”. BUCKLAND, Rev. A.R. Dicionário Bíblico Universal. Rio de Janeiro: Livros Evangélicos, 1957, 2ed. p. 225

Embora seja plural, podendo ser traduzida por ‘deuses’, essas palavra pode indicar o Ser Supremo, sendo usado o plural para enobrecer a palavra, e não para que pensemos no verdadeiro plural. A própria palavra é um plural de El e retém, por isso mesmo, o sentido básico de ‘força’, ‘poder’. A presença desse nome, na narrativa da criação (no plural), tem dado origem a interpretação trinitariana da palavra; mas isso é uma cristianização da passagem, e não uma verdadeira interpretação”. CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia da Bíblia Teologia e Filosofia. São Paulo: Editora e Distribuidora Candeia, 1991, p. 109

Diante do que está exposto, afirmar que o termo Elohim seja uma palavra que expressa mais de uma pessoa em Deus, só mesmo por ignorância ou má-fé.

2ª (des) razão para o senhor Marcos de Benedicto crer na trindade: “O uso do pronome ‘nós’ em referência a Deus sugere a pluralidade na Divindade”.
O senhor de Benedicto afirma em seu artigo, que os verbos “façamos, desçamos e confundamos” apresentam Deus usando de referências plurais para falar de si mesmo. Essa idéia soa mais como um jogral composto por três pessoas. Imaginem três deuses falando ao mesmo tempo: façamos, desçamos, confundamos. Se fosse somente um Deus falando de si mesmo com referências plurais, então as três pessoas em Deus seriam apenas máscaras deste Deus. Se fossem três pessoas falando ao mesmo tempo, seriam então três deuses. Deus que é único (no sentido de unidade), deu ao homem uma mente lógica. A idéia louca de um Deus em três pessoas ou três pessoas em Deus, não cabe na mente lógica do homem.
Caso o senhor Marcos de Benedicto cresse na Sra. White, rapidamente largaria essa idéia mirabolante de uma divindade trina. Segundo a profetisa na qual ele diz acreditar, não eram três pessoas em Deus ou um Deus em três pessoas que usou o verbo façamos no plural, e sim, apenas a pessoa do Pai.

Mas quando Deus disse a seu Filho: ‘Façamos o homem à nossa imagem’, Satanás teve ciúmes de Jesus (...). Ele desejou receber no céu a mais alta honra depois de Deus” WHITE, Ellen G. Primeiros escritos. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1988, p. 145

Depois que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram seu propósito, planejado antes da queda de Satanás, de fazer o homem à Sua própria imagem. Eles tinham operado juntos na criação da Terra e de cada ser vivente sobre ela. E agora disse Deus a seu Filho: ‘Façamos o homem à nossa imagem’ “.WHITE, Ellen G. História da Redenção. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1996, p. 20 – 21

Como está demonstrado, crendo o senhor Marcos de Benedicto em Ellen White, tem por obrigação abandonar a idéia tola de um Deus falando em três pessoas ou três pessoas falando em um Deus.

3ª (des) razão para o senhor Marco de Benedicto crer na trindade: “Os casos em que aparecem múltiplos Elohim/Yahwehs no mesmo contexto sugerem a existência de pluralidade na Divindade”.

O senhor Marco de Benedicto está absolutamente enganado na afirmação que faz. O contexto que ele menciona não faz em nenhum momento qualquer insinuação sobre pluralidade na Divindade. O termo Elohim servia tanto para se referir ao Deus de Israel, como para qualquer divindade pagã ou ainda mesmo anjos. Alguns homens inclusive foram chamados de Elohins. No contexto é perfeitamente possível saber quando o termo Elohim se refere a Deus, quando a um anjo, quando ao Anjo do Senhor e quando aos homens. No texto em questão percebe-se claramente que o Anjo do Senhor, diante do qual Abraão se ajoelhou, já havia se retirado para o céu (provavelmente) (Gênesis 18:33) e que ficara na região apenas dois anjos e foram estes os que estiveram com Ló em Sodoma (Gênesis 19:1). Nenhum dos anjos que estavam com Ló fizeram qualquer pedido para que descesse fogo do céu sobre as cidades. O Anjo do Senhor já não estava fisicamente presente; não havia nenhum Elohim/Yahweh (Deus) presente fisicamente no local. Havia apenas dois anjos que tiraram Ló e sua família das cidades impenitentes. O que o texto em questão mostra claramente e que o Anjo do Senhor (já no céu provavelmente), faz descer fogo do céu da parte do Senhor e as cidades são consumidas.
Marcos de Benedicto também cita Salmos 45:6 e 7, tentando mostrar pluralidade na Divindade. O que o texto realmente mostra é a unção do Filho de Deus por Deus. Inclusive Deus é também Deus do Ungido. Usasse a mesma palavra para referir-se tanto a uma como a outra pessoa, mas Davi não tinha nenhuma dúvida de quem era quem. Marcos de Benedicto também insinua que Isaías 44:6 carrega um viés de pluralidade divina. O que o texto realmente mostra é que temos um Redentor que está no final de todas as coisas. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único Filho”, seu Ungido para nos salvar. Os outros textos citados pelo senhor Marcos de Benedicto como textos sugerindo pluralidade na Divindade, estão longe, mas muito longe da Doutrina da Trindade. O que eles mostram é Deus providenciando salvação para o seu povo, por intermédio do seu Ungido.

4ª (des) razão do senhor Marcos de Benedicto para crer na trindade: “Referências a Deus usando verbos/modificadores no plural sugerem pluralidade na Divindade”.

Neste ponto Marcos de Benedicto repete o mesmo erro que cometeu na 1ª (des) razão para crer na trindade. O termo Elohim é plural não de quantidade, mas de qualidade ou intensidade. Ele expressa não pluralidade de pessoas, mas as múltiplas capacidades de Deus. Que tal imortalidade, onisciência, onipotência e onipresença?

5ª (des) razão do senhor Marcos de Benedicto para crer na trindade: “A existência do (Anjo) de Yahweh falando/agindo como Yahweh sugere pluralidade na Divindade”.

Se o senhor Marcos de Benedicto aceitasse apenas o que está escrito, ele então entenderia que o Anjo do Senhor é exatamente isto: Anjo do Senhor, Enviado do Senhor, Ungido do Senhor, Filho do Senhor e não o próprio Senhor. O senhor Marcos de Benedicto sabe que os dois são pessoas distintas, que são duas pessoas. Insistir em afirmar que as duas são em todos os aspectos Yahweh, é ser um autêntico politeísta. Deus de fato pôs em seu Anjo o seu próprio nome, mas o Anjo do Senhor em nenhum momento deixou de ser submisso ao seu Senhor. O Anjo do Senhor é o nosso Senhor; mas o Pai do Anjo do Senhor é o nosso único Deus. O senhor Marcos de Benedicto não consegue perceber que Moisés fora instruído a ser submisso ao Anjo, porque o nome de Deus estava nele. A presença do Anjo do Senhor deveria ser entendida e reverenciada como a presença do próprio Deus. “Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira, porque não perdoará a vossa rebelião; porque o meu nome está nele”. Êxodo 23:21. Como disse o senhor de Benedicto, “isso significa que o Anjo de Yahweh carrega a glória, o poder e a reputação de Yahweh”. O que o senhor de Benedicto resiste em aceitar é que o Anjo de Yahweh não é “um” Yahweh, caso ele o fosse, então Deus não seria único. Se esse Anjo fosse um Yahweh em si mesmo, não precisaria carregar a glória, o poder e a reputação de outro Yahweh. O que o senhor Marcos de Benedicto tenta defender é uma re-interpretação do monoteísmo judaico.

A fé cristã na Trindade Santíssima deverá assimilar, à sua maneira, a fé de nossos Pais Abraão, Isaac, Jacó, Moisés e todos os profetas e sábios”. BOFF, Leonardo. A Trindade e a Sociedade. Petrópolis: Editora Vozes, 1987, p.30.

Quando o Cristianismo católico rompeu com o monoteísmo judeu, ele teve então que desenvolver uma nova idéia de Deus, para à sua maneira, substituir o Deus de Abraão, Isaac, Jacó, Moisés e de todos os profetas e sábios.

6ª (des) razão para o senhor Marcos de Benedicto crer na trindade: “A palavra hebraica usada na Shema para descrever Deus como ‘um’ pode sugerir complexidade na Divindade”.

Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 6:4. Essa afirmação do Antigo Testamento revela de alguma forma qualquer traço trinitariano? Absolutamente não! Como o próprio articulista da Revista Adventista afirma, o termo echad pode ter vários significados, dependendo do contexto. A “complexidade” que o senhor de Benedicto enxerga só passa a ocorrer quando se tenta aplicar um único significado para o termo em contextos diferentes. Dizer que echad em Gênesis (Adão e Eva), tem o mesmo significado em Deuteronômio, é um absurdo pelos seguintes motivos:
a – A “unidade composta” em Gênesis não era é uma pessoa. A unidade de Adão com Eva acontecia apenas no campo do ideal. Eles eram um apenas em propósitos, desejos, ideais. Eles não formavam uma nova pessoa. A “unidade” existia apenas no campo da abstração. Caso a suposta “unidade de três pessoas divinas” fosse como a unidade de Adão com Eva (echad), o Deus triúno não existiria de fato. Estaríamos diante de alguém cuja existência ocorreria apenas e de forma abstrata na mente dos homens. O deus trinitariano é simplesmente a negação de Deus como pessoa.
b – (Echad) quando aplicado a Deus expressa ao mesmo tempo individualidade (um) e distinção (entre todas as divindades da antiguidade, somente Jeová deveria ser o Deus dos judeus). “Hoje escolhei a quem sirvais”. Moisés quis ensinar para os judeus que Deus é um (quantidade) e único (qualidade) ao mesmo tempo.
c – Se Deus fosse uma trindade (três pessoas divinas), seria muito mais fácil ser aceito pelos judeus em razão da contaminação politeísta a que foram submetidos durante 430 anos no Egito; mas ao contrário, os judeus levaram anos e anos para compreenderem que Jeová é um e único. Se Deus fosse plural, bastaria ele se mostrar como tal. E já que o articulista da Revista Adventista se atreveu a fazer uma tradução da Bíblia que reflete o seu pensamento trinitariano, ouso também sugerir para os trinitarianos uma nova tradução de alguns versos da Bíblia:

a – “Então falaram os deuses todas estas palavras, dizendo: Nós somos os senhores teus deuses que te tiramos da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de nós”. Êxodo 20:1 a 3 em nova versão trinitariana.

b – “Ouve, o Israel, os senhores nossos deuses são os únicos senhores”. Deuteronômio 6:4 em nova versão trinitariana.

7ª (des) razão para o senhor Marcos de Benedicto para crer na trindade: “No Novo Testamento, Jesus é apresentado como divino, o que sugere pelo menos uma bi-unidade na Divindade”.

Sem querer o senhor Marcos de Benedicto mostra a sua falta de convicção na crença trinitariana. Ele sugere em seu artigo a existência de “pelo menos uma bi-unidade na divindade”. Ele não tem convicção para afirmar categoricamente a existência de uma tri-unidade na divindade. Que existem duas pessoas divinas a Bíblia é simplesmente claríssima. No céu existem apenas dois tronos, o do Pai e o do Filho. Cristo afirmou que ele e o Pai são um (não em pessoa). A Bíblia ensina que a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. São inúmeras as referências bíblicas a duas pessoas divinas. O que a Bíblia não ensina é o que sugere o articulista em questão: Um Cristo Deus, tanto quanto o Pai. É o Pai que tem a vida em si mesmo e deu ao Filho também ter (João 5:25). Somente o Pai habita na luz inacessível e possui a imortalidade (I Timóteo 6:16). Cristo existia no céu em forma de Deus, porque nele habitava plenamente toda a plenitude da divindade, só que para a plenitude habitar nele, ela teve que vir de fora pela vontade do Pai.

Na sua 7ª (des) razão, o senhor de Benedicto afirma que no Novo Testamento Jesus é apresentado como divino, mas na mesma condição de Deus, o Pai. Sem entrar no mérito da questão simplesmente por falta de tempo, vou apenas transcrever o trecho de um livro da maior autoridade mundial em texto bíblico.

Os primeiros dezoito versículos de João são, as vezes, chamados de seu prólogo. É ali que João fala do ‘Verbo de Deus’ que estava no ‘princípio com Deus’ e que ‘era Deus (versículos 1-3). Esse Verbo de Deus fez com que todas as coisas existissem. E é, ainda, o modo de Deus se comunicar com o mundo; o Verbo é como Deus se manifesta a si mesmo aos outros. E, a certa altura, ficamos sabendo que o ‘Verbo se tornou carne e passou a habitar entre nós’. Em outras palavras, o próprio Verbo Verbo de Deus se tornou um ser humano (versículo 14. Esse ser humano era ‘Jesus Cristo’ (versículo 17). Segundo esse modo de ver as coisas, Jesus Cristo, portanto, representa a ‘encarnação’ do próprio Verbo de Deus, que estava com Deus desde o princípio e que era Deus, por meio do qual Deus fez todas as coisas.
O prólogo se encerra com algumas palavras surpreendentes, que nos chegam de duas formas variantes: ‘Ninguém jamais viu a Deus, exceto o Filho único / o Deus único que está no seio do Pai, aquele que o torna conhecido’ (versículo 18). O problema textual está na identificação de quem é esse’ único’. Deve ser ele identificado com o ‘Deu único no seio do Pai’ ou com como o’ Filho único no seio do Pai’? È preciso reconhecer que a primeira variante é aquela que se encontra nos manuscritos mais antigos e que geralmente é considerada a melhor – os manuscritos da família textual alexandrina. Mas o que surpreende é ver que ela raramente é encontrada em manuscritos não associados com Alexandria. Será que ela pode ser uma variante textual criada por um copista em Alexandria e ali popularizada? Se assim for, estaria explicado por que a esmagadora maioria dos manuscritos de outros lugares traz a outra variante, na qual Jesus não é chamado o Deus único, mas o Filho único.
Há outras razões para pensar que a última variante é, de fato, a correta. O Evangelho de João usa a expressão ‘o Filho único’ (algumas vezes traduzida erradamente como o ‘Filho primogênito’) em várias outras ocasiões (João 3,16.18); em nenhum lugar ele se refere a Cristo como ‘o Deus único’. Além do mais, o que significaria chamar Cristo assim? O termo único em grego significa ‘da mesma espécie’. Só pode haver um que é da mesma espécie. O termo Deus único deve fazer referência ao próprio Deus Pai – de outro modo, ele deixa de ser único. Mas se o termo se refere ao Pai, como pode ser utilizado para o Filho? Visto que a frase mais comum (e compreensível) no Evangelho de João é ‘o Filho único’, parece que esse era o texto originalmente escrito por João em 1,18. Trata-se de uma visão altamente elevada de Cristo – ele é o ‘Filho único que está no seio do Pai’. E é o único que explica Deus a todos os demais.
Parece, porém, que alguns copistas – possivelmente radicados em Alexandria – ainda não estavam contentes com essa visão exaltada de Cristo e, por isso, a exaltaram ainda mais, transformando o texto. Desse modo, Cristo deixa de ser simplesmente o Filho único de Deus e passa a ser ele próprio, o Deus único!” EHRMAN, D. Bart. O que Jesus disse? O que Jesus não disse? Quem mudou a Bíblia e por quê. São Paulo: Prestígio, 2006, p. 171,172.

O autor do texto citado acima também afirma e dá detalhes das alterações que foram feitas no texto bíblico pelo Cristianismo católico com o objetivo de construir um Cristo trinitariamente divino, diferente do Cristo das antigas profecias judaicas, o Cristo Filho de Deus.

Marcos de Benedicto comete ainda mais um grave erro de interpretação quando não consegue compreender qual o significada da expressão “Filho de Deus” usada por Cristo e pelos escritores autógrafos do Novo Testamento. Quando Cristo disse “sou Filho de Deus”, diferentemente dos trinitarianos antigos e atuais, os judeus que ouviram essas palavras as compreenderam num sentido literal. Para os judeus que ouviram Cristo dizer que ele era Filho de Deus, as palavras suas palavras não foram entendidas como metáfora, mas como uma expressão que para eles era uma heresia. Se Cristo estava afirmando que ele era Filho de Deus, então ele reivindicava para si mesmo a condição de ser divino. Se era Filho de Deus, então deveria ser encarado como pertencente a categoria de ser divino. Os judeus entenderam que Jesus Cristo estava puxando para si, a condição de divino. O raciocínio dos judeus era simples e claro: Se era Filho de Deus, também era Deus; pois filho de peixe, peixe é. Porém, Cristo nunca afirmou que ele era Deus, quer sendo membro de uma trindade ou individualmente. Ele sempre dissera que era Filho de Deus. Existe diferença entre ser Deus e Filho de Deus? Existe sim muita diferença. Deus é o ser absoluto, sempre esteve acima do tempo, dentro dele e fora dele. Deus é imortal e habita na luz inacessível; Deus é a fonte da vida e o único que concedeu a Cristo também ter a vida em si mesmo; Deus é o autor da lei e único autor da lei, cuja lei seu próprio Filho também obedeceu; Deus é o que perdoa e o único que pôde conceder a Cristo o poder para também perdoar pecados; Deus é o que nos ama e esse amor está escondido em seu Filho Jesus Cristo. Quando comparamos Cristo com o Pai, vemos a todo tempo o poder, a glória, a honra sempre partindo do Pai em direção ao Filho e nunca o contrário. Em nenhum momento os dois são colocados em pé de igualdade. O Filho se ajoelha diante do Pai, e nunca o contrário. O Pai é Deus do Filho e nunca o contrário. O Filho ensinou que sempre devemos orar ao Pai e nunca para si mesmo. Foi Deus que amou o mundo e deu seu Filho único para morrer pelos nossos pecados. Se o Pai tivesse outra meio para resgatar o mundo, o Filho teria preferido outro caminho que não o da cruz. Cristo é divino, é Filho de Deus, não está em pé de igualdade com Deus, nem acima de Deus. Cristo esteve, está e sempre estará em situação de submissão ao seu Pai. “Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. I Coríntios 15:27 e 28

8ª (des) razão para o senhor Marco de Benedicto crer na trindade: “No Novo Testamento, Jesus é adorado como Deus, o que sugere uma reinterpretação do monoteísmo judaico”.
Querer “reinterpretar” o monoteísmo judaico é o mesmo que dizer que ele estava errado e por isso necessita de uma reinterpretação. É o mesmo que dizer que a Revelação está errada. No Novo Testamento Jesus é adorado, da mesma maneira que no Antigo Testamento o Anjo de Jeová era adorado. Fora Jeová quem colocara seu nome no seu Anjo e por isso, ele poderia e deveria ser adorado. Mas, mesmo adorando o Anjo de Jeová, Moisés principalmente nunca perdera de vista quem era o único Deus e quem era o Anjo de Jeová. O Novo Testamento nos ensina a adorar a Jesus, mas também nos ensina que quando prestamos adoração a Jesus, em última análise, quem está sendo exaltado é a pessoa do Pai. “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra; E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. Precisamos de maior clareza para percebermos quem é o Pai e quem é o Filho?

9ª (des) razão para o senhor Marcos de Benedicto crer na trindade: “O Espírito Santo é apresentado na Bíblia como um agente inteligente e distinto de Deus, o que sugere a existência de uma terceira pessoa na Divindade”.

O senhor Marcos de Benedicto faz uma afirmação vazia de sentido. Tão vazia que foi incapaz de oferecer um único verso bíblico que pudesse provar dentro do seu contexto nas Escrituras que o suposto espírito pudesse ser “um agente inteligente e distinto de Deus”. O que ele apresentou são apenas suposições baseadas em interpretações livres das Escrituras Sagradas bem ao gosto dos trinitarianos.
Na Bíblia, o espírito santo é o espírito de Deus, o espírito com o qual Cristo foi ungido para evangelizar. “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração...”. Lucas 4:18”. O Espírito é do Senhor e não Senhor Espírito. Deus e Cristo são inúmeras vezes chamados se Senhor. Quantas vezes o Espírito Santo é chamado de Senhor Espírito Santo? Nenhuma! Ouso dizer.

10ª (des) razão para o senhor Marcos de Benedicto crer na trindade: “As fórmulas triádicas sugerem a tri-unidade da Divindade”.

Caso os autores do texto bíblico quisessem ensinar o dogma trinitariano, eles não apenas “sugerido” de passagem o tal dogma. Eles não tinham nenhum motivo para não serem explícitos na questão. Os textos que o senhor Marcos de Benedicto cita em apoio à uma possível “sugestão” do dogma trinitario, nem de longe sugerem tal coisa. O primeiro texto citado pelo autor do artigo na Revista Adventista, é o famoso Mateus 28:18 e 19. Logo no verso 18 já posta no chão qualquer tentativa de “trinitarizar” esse grupo de versículos. No verso 18 Cristo afirma que todo o poder lhe fora dado no céu e na terra. Como é que um ser divino (na versão trinitariana), precisaria receber de fora todo o poder? Se todo o poder fora dado a Cristo, então é desmontada no verso 18 qualquer tentativa de enxergar a trindade no verso 19. E ainda mais, por que insistir em provar a trindade usando um versículo tão controverso? As chances de Mateus 28:19 ter sido um acréscimo tardio ao texto bíblico, são das mais sérias possíveis; e mesmo que não seja um acréscimo tardio, certamente Deus terá mais misericórdia dos unitaristas caso estejam errados, do que dos trinitarianos, caso sejam eles os errados. O trinitarianismo no máximo, é apenas vagamente “sugerido” nas escrituras; ao contrário, o unitarismo é explicitamente apresentado.
O segundo verso citado pelo articulista da Revista Adventista é I Coríntios 12:4 a 6. No verso 4 é nos dito apenas que todos os dons vem de um único espírito. No verso 5 é nos dito que apesar dos dons/ministérios serem diferentes, o Senhor é o mesmo. No verso 6 é identificado que Deus é o Espírito que opera tudo em todos. No verso 27 o apóstolo identifica a igreja como corpo de Cristo e no 28 por fim, Paulo deixa bem claro que é Deus que põe cada um na sua função dentro da igreja, que antes o apóstolo já tinha definido como o corpo místico de Cristo. Em todo o capítulo onde o senhor Marcos de Benedicto enxergou o trinitarianismo o que vemos é a pessoa de Deus, do Pai agindo com o seu Espírito para dotar a igreja, corpo de Cristo, para a sua missão de evangelização do mundo.
No terceiro verso que o senhor Marcos de Benedicto apresenta como supostamente trinitariano (Romanos 15:30), vemos, muito pelo contrário, uma autentica pregação anti-trinitariana. Paulo está pedindo em nome de Jesus, que os cristão romanos se lembrem dele, apóstolo, quando orarem a Deus. Paulo tinha em mente a plena certeza que o seu sucesso dependia de Deus realizar nele e através dele a obra. Por isso, Paulo pediu aos romanos em nome de Jesus que não se esquecessem dele nas suas orações. Se Deus fosse uma trindade de pessoas iguais em todos os aspectos dos atributos divinos, então não teria sentido ter o acesso a uma pessoa, o Pai, sempre por intermédio do Filho. Quero ainda lembrar que o acesso ao Pai é sempre feito por meio do Filho e que para irmos ao Filho, pelo menos nas orações, não precisamos de nenhum intermediário. O acesso ao Pai não pode ser direto, mas ao Filho pode. São iguais o Pai e o Filho?
No quarto verso citado pelo referido articulista (II Coríntios 1:21 e 22) o que também vemos é o controle absoluto do Pai sobre todas as coisas. Paulo afirma categoricamente que Cristo é a realização/efetivação de todas as promessas de Deus. Deus confirmava em Cristo a união de Paulo com os coríntios, além de tê-los ungido com o Espírito Santo, não como pessoa, mas como Espírito de Deus.
No quinto verso citado na Revista Adventista como sugestão efêmera de uma suposta trindade (II Coríntios 13:13), nos vemos apenas que a graça veio por Cristo por que Deus nos amou e nos fez pelo seu Espírito Santo termos comunhão uns com os outros e com seu Filho.
Se houvesse uma terceira pessoa responsável por nossa comunhão com Deus e com Cristo, João, o discípulo amado jamais teria escrito: “...Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo”. I João 1:3
Os outros textos citados no artigo da Revista Adventista, somente com uma dose elevada de criatividade tendenciosa poderiam ser vistos como prova de alguma idéia trinitariana.

O DEUS SOCIAL DO FREI LEONARDO BOFF ASSUMIDO PELOS ADVENTISTAS

Não poderia deixar de concluir este artigo sem antes dedicar algumas palavras à idéia de Deus como “uma sociedade de amor”. Como Marcos de Benedicto esclarece em seu artigo, essa idéia pertence a um frei católico, Leonardo Boff. Esse frei, punido pela Congregação para a Doutrina da Fé, nome moderno para o Tribunal da Inquisição, foi durante muito tempo um dos defensores da Teologia da Libertação. Leonardo Boff, a partir do dogma trinitariano, da suposta igualdade das pessoas divinas, desenvolveu uma tese que colocava em cheque toda autoridade centralizadora, inclusive a do próprio papa. Segundo Boff, as três pessoas divinas ao compartilharem poderes iguais, sem competição, submissão ou hierarquia, deveriam ser exemplos para a organização da sociedade. Pregando essa visão sobre a trindade como exemplo para uma nova organização da sociedade, Boff foi considerado um subversivo para o catolicismo, que é altamente centralizador. Com base na sua idéia particular sobre a trindade, Leonardo Boff questionou todas as autoridades, inclusive a do líder maior do catolicismo, o papa. Boff foi proibido de lecionar e escrever passando algum tempo no ostracismo.
Marcos de Benedicto colocou apenas parcialmente as mãos nas idéias de Leonardo Boff; se tivesse colocado em pouco mais, estaria hoje questionando todas as suas autoridades superiores.
Mas o que Marcos de Benedicto tomou emprestado de Leonardo Boff, já mostra claramente como é que os trinitarianos têm que enxergar a Deus: como uma “sociedade de amor”. Mesmo sendo de amor, não deixa de ser apenas uma sociedade, e, sociedade não é pessoa. Caso essa “sociedade” seja uma pessoa, então os trinitarianos não têm apenas três pessoas, mas quatro: as já três pessoas conhecidas e mais a quarta pessoa, resultado da união das três primeiras. Triteístas os trinitarianos já são, só falta entenderem que são também quarteístas.
As três pessoas divinas não são separadas e concorrentes, mas são divinas e se são divinas, devem possuir em si mesmas os atributos da Divindade. O trinitariano diz que Jesus é Deus, que o Pai e Deus e que o Espírito Santo é Deus. Para alguém ser Deus, ele precisa necessariamente dos atributos divinos: imortalidade, onisciência, onipotência e onipresença. Ou cada uma das pessoas divinas possua em si mesma e individualmente esses atributos e, portanto temos três Deuses (triteísmo), ou a Divindade seja a dona efetiva dos poderes divinos e as pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, são apenas manifestações da divindade. A divindade inclusive já aparece no texto do senhor de Benedicto como uma pessoa, quanto ele a menciona com inicial maiúscula: Divindade. Ouso então perguntar ao senhor Marcos de Benedicto: A divindade é composta por três pessoas divinas ou as três pessoas divinas são manifestações da divindade? Se a divindade for o resultado da união das três pessoas divinas, então ela é apenas uma “sociedade”, não existe de fato; a sua existência é apenas abstrata. Se as três pessoas divinas for apenas manifestação da divindade, então quem não existe de fato são as três pessoas divinas; elas são apenas manifestações da divindade, ou melhor, são as três máscaras que a divindade usa para falar com o homem.

Paradoxo divino ou loucura humana?

Segundo o senhor Marcos de Benedicto “é correto, portanto, adotar o paradoxo bíblico de um Deus singular e plural, uno e triúno”. Dizer de Deus tal absurdo é o mesmo que dizer que ele é e não é. O articulista da Revista Adventista afirma que “querer raciocinar abstratamente sobre o ser de Deus, independente da sua revelação, é quase um ato de incredulidade e presunção”. Quem é que raciocina abstratamente sobre o ser de Deus? Os trinitarianos ou os unitarianos? Quem é que usa a abstração para dizer que Deus é uno e triúno ao mesmo tempo? Quem é que usa a abstração para dizer que Deus não é complicado, mas complexo? Quem é que tenta explicar Deus, independente da Revelação? Quem é que o tempo todo tentou explicar Deus?
Depois de ter tentado explicar Deus e não ter conseguido; depois de ter se perdido no emaranhado de pensamentos confusos e contraditórios, o articulista da Revista Adventista não teve outra saída senão afirmar: o deus triúno é “complexo demais para ser entendido e explicado pela mente humana infinita”. Se ele é complexo demais e a mente humana finita, porque então tentar explicá-lo?

 

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