No campo das "novidades" teológicas, que sempre têm aparecido ao longo da história da Igreja, além da negação da Trindade ou, mais particularmente, da personalidade do Espírito Santo, e a propaganda sobre o real nome de Jesus Cristo, surge agora alguém levantando a hipótese de que o batismo correto deve ser somente em nome de Jesus.

Contudo, mesmo não querendo aprofundar-me nessas discussões, levantaria algumas perguntas pertinentes abrangendo uns poucos desses pontos levantados por este último "novidadeiro" e outros mais que se têm surgido ultimamente com supostas revelações fundamentais para o bem estar e progresso espiritual do povo de Deus, individual e coletivamente, e essenciais para a terminação da obra de pregação do evangelho (será mesmo?).

Por exemplo, é dito que quando Jesus declarou que se devia batizar "no nome" do Pai, do Filho e do Espírito Santo, o sentido do original seria "para o nome". Mas não parece incrível que nenhum tradutor bíblico parece ter descoberto esse sentido da preposição eis no grego, e TODAS as traduções que examinamos, em português, inglês (diferentes versões), espanhol, francês trazem "em nome", ou "no nome", NUNCA "para o nome"? Aliás, a Kingdom Interlinear Translation traz um gráfico das preposições gregas na contracapa, e o sentido de eis é indicado como sendo "para dentro" (into).

Então, fica-se a pensar, de onde esse irmão tirou tal conclusão de que Jesus falava do batismo "para o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", antes que no nome desses três seres divinos? Por que nenhum tradutor bíblico, erudito eclesiástico e expositor das Escrituras que se saiba jamais deu tal interpretação para o sentido da preposição eis neste texto? O dicionário de grego de James Strong, que consultamos, pelo menos, claramente define eis como sendo "em", não "para".

Segundo, quando Paulo fala que somos justificados "em o nome de Jesus e no Espírito de nosso Deus" (1 Cor. 6:11) não está se referindo à dedicação da pessoa integralmente ao serviço de todos os componentes da Divindade? Tanto faria dizer, "no nome de Jesus e no nome do Espírito de Deus", que o sentido seria evidentemente esse.

Na conclusão de seu artigo, o Pr. Christianini lembra: "Se os registros meramente históricos do batismo no livro de Atos objetivassem provar uma nova fórmula, teríamos, sem dúvida, várias delas, em vista da falta de uniformidade em seu enunciado. Por exemplo, em Atos 2:38 se diz: "em nome de Jesus Cristo". Em Atos 8:16 se diz "em nome do Senhor Jesus". Em Atos 22:16 se diz "em nome do Senhor". Qual delas seria a correta? A meu ver, nenhuma delas é fórmula. Simplesmente designam o "batismo em Cristo". Nada mais! A fórmula deve ser buscada onde ela se acha registrada. Unicamente em Mateus 28:19".

Ainda sobre o tema da Trindade, já que a Sra. Ellen G. White é citada e tida como autoridade em nosso meio para definir pontos doutrinários, não é também estranho que se ela não acatasse a posição cristã tradicional da Trindade, ou se tal doutrina procedesse do paganismo (como alguns equivocadamente alegam), JAMAIS faça qualquer declaração CONTRA tais posições, como se dá com seus comentários sobre a guarda do domingo e a crença na imortalidade da alma? Não combate ela tão clara e evidentemente, sobretudo em O Conflito dos Séculos, essas idéias surgidas do paganismo? Por que não deu idêntico tratamento ao tema da Trindade, caso tal noção seja de idêntica origem? Reflitam sobre isso os que têm algum senso de lógica em nosso meio.